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segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Mitologia Grega (A Caixa de Pandora)

O céu e a terra já estavam criados com o firmamento onde habitavam plantas e animais. Mas faltava a criatura onde pudesse habitar o espírito divino. Foi então que chegou à  terra o titã Prometeu (aquele que pensa antes) descendente da antiga raça de deuses destronada por Zeus. O gigante sabia que na terra estava "adormecida" a semente dos céus. Por isso, apanhou um bocado de argila e molhou-a com um pouco de água de um rio. Com essa matéria fez o homem à semelhança dos deuses para que este fosse o senhor da terra. Escolheu das almas dos animais as características boas e más, animando sua "criatura".

Atena, deusa da sabedoria, admirou a criação do filho dos titãs e insuflou naquela imagem de argila o espírito, o sopro divino. Foi assim que surgiram os primeiros seres humanos que de imediato povoaram a terra. Mas faltava-lhes o conhecimento sobre os assuntos da terra e do céu. Vagueavam sem conhecer a arte da construção, da agricultura, da filosofia. Não sabiam caçar ou pescar e nada sabiam da sua origem divina. Prometeu aproximou-se e ensinou-lhes todos esses segredos. Inventou o arado para que o homem plantasse, a cunhagem das moedas para que houvesse o comércio, a escrita e a mineração. Ensinou-lhes a arte da profecia e da astronomia; enfim, todas as artes necessárias ao desenvolvimento da humanidade. Ainda lhes faltava um último dom para que se pudessem manter vivos: o fogo. Este dom, entretanto, havia sido negado à humanidade pelo grande Zeus. Porém, Prometeu "amigo dos homens" roubou uma centelha do fogo celeste e trouxe-a para a terra, reanimando os homens. Este fogo dava à humanidade a possibilidade de dominar o mundo e os seus habitantes. Ao descobrir o roubo, Zeus irritou-se pois verificou que a sua vontade fora contrariada e decidiu punir tanto o ladrão quanto os beneficiados. Por isso, tramou no Olimpo a sua vingança. Mandou que Hefaístos fizesse uma estátua de uma linda donzela e, chamou-a de Pandora - "a que possui todos os dons", que seria enviada como presente a Epimeteu, irmão de Prometeu e, para a tornar perfeita fez com que cada um dos deuses oferecessem à donzela um dom. Afrodite deu-lhe a beleza, Hermes o dom da fala, Apolo, a música; outros deuses outros encantos acrescentaram na criatura. Zeus pediu ainda que cada imortal reservasse um malefício para a humanidade. Esses presentes maléficos foram guardados numa caixa, que a donzela levava nas mãos.

Zeus enviou então Pandora que desceu à terra conduzida por Hermes e aproximou-se de Epimeteu - "o que pensa depois", o irmão de Prometeu - o qual, esquecendo-se da recomendação do seu irmão de que nunca recebesse um presente de Zeus, aceitou-o e, quando Pandora abriu diante dele a tampa do presente a humanidade que até aquele momento habitava um mundo sem doenças ou sofrimentos viu-se assaltada por inúmeros malefícios que atormentam os homens até aos dias de hoje. Pandora tornou a fechar a caixa rapidamente antes que o único benefício que havia nela escapasse: a esperança. Zeus dirigiu então a sua fúria contra o próprio Prometeu, mandando que Hefaístos e os seus serviçais Crato e Bia (o poder e a violência) acorrentassem o titã a um despenhadeiro do monte Cáucaso. Mandou ainda uma águia para devorar diariamente o seu fígado que, por ser ele um titã, regenerava-se sempre. O seu sofrimento prolongou-se por inúmeras eras, até que Hércules passou por ali e viu o sofrimento do gigante. Abateu a gigantesca águia com uma flecha certeira e libertou o prisioneiro das suas correntes. Entretanto, para que Zeus tivesse a sua vontade cumprida, o gigante passou a usar um anel com uma pedra retirada do monte. Assim, Zeus poderia sempre afirmar que Prometeu mantinha-se preso ao Cáucaso.

Pandora é a deusa da ressurreição. Ela por não nascer como a divindade é conhecida como uma semi-deusa. Pandora era uma humana ligada a Hades. Sua ambição em tornar-se a deusa do Olimpo e esposa de Zeus fez com que ela abrisse a caixa divina. Zeus para castiga-la tirou-lhe a vida. Hades com interesse nas ambições de Pandora, procurou as pacas (dominadoras do tempo) e pediu para que o tempo voltasse, sem permissão de Zeus; elas nada puderam fazer. Hades convenceu o irmão a ressuscitar Pandora e devido aos seus argumentos Zeus ressuscitou-a, dando-lhe a divindade que ela sempre desejara. Assim, Pandora tornou-se a deusa da ressurreição.

Para um espírito ressuscitar Pandora entrega-lhe uma tarefa; Se o espírito a cumprir ele ressuscita. Pandora com ódio de Zeus por ele a ter tornado uma deusa sem importância, entrega aos espíritos somente tarefas impossíveis. Assim nenhum espírito conseguiu e nem conseguirá ressuscitar.

Fonte:
Contos de encantar

sábado, 27 de junho de 2009

Lafcádio Hearn “Koizumi Yakumo” (27 Junho 1850 – 26 Setembro 1904)



Patrick Lafcádio Hearn (27 de junho de 1850 - 26 de setembro de 1904), também conhecido como Koizumi Yakumo, nome que adotou após adquirir cidadania japonesa, foi um jornalista e escritor conhecido por seus livros a respeito do Japão. Ele é especialmente conhecido pelos japoneses devido às suas coleções de contos de fadas, um dos quais foi transformado em filme por Masaki Kobayashi (Kwaidan (1965)). Viveu muito tempo no Japão e conquistou, com sua obra, grande renome internacional.
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Hearn nasceu na Grécia, na ilha de Leocádio, uma das ilhas jônicas (Em grego a ilha se chama Lefkas - de onde se origina seu nome). Filho do major cirurgião Charles Hearn, nascido em King's County na Irlanda e de Rosa Antonia Kassimati nascida em Leocádio. Seu pai estava servindo na ilha durante a ocupação inglesa das ilhas jônicas. Aos seis anos de idade Lafcádio Hearn mudou-se para a Irlanda. O gosto pelas artes e pela Boemia estava no sangue de Hearn. O irmão de seu pai, Richard, foi um membro renomado do grupo de artistas Barbizon, embora não tenha feito fama como pintor devido à sua falta de energia.

O jovem Hearn teve uma educação casual, mas estudou por um curto período (1865) no Ushaw Roman Catholic College em Durham. A fé religiosa na qual ele foi criado, foi logo perdida e, aos 19, ele foi enviado para viver nos Estados Unidos da América, se instalando na cidade de Cincinnati, Ohio. Lá ele desenvolveu uma amizade que durou toda a sua vida com o impressor inglês Henry Watkin. Com a ajuda de Watkin, iniciou uma carreira no baixo escalão do jornalismo. Devido ao seu talento como escritor, subiu rapidamente e se tornou repórter no Cincinnati Daily Enquirer, onde permaneceu de 1872 a 1875. Com liberdade criativa em um dos maiores jornais em circulação na cidade, ele desenvolveu uma reputação pelos sensíveis, sombrios e fascinantes relatos sobre os desfavorecidos de Cincinnati. Ele continuou a se ocupar do jornalismo, leituras e observações da sociedade local, enquanto suas idiosincrasias românticas e por vezes mórbidas se desenvolviam.

Ainda em Cincinnati, casou-se com Mattie, uma mulher negra, o que na época era uma prática ilegal. Quando o escândalo foi descoberto e tornado público, ele foi demitido do Enquirer e foi trabalhar no jornal rival, o Cincinnati Commercial, mas a poluição da cidade irritava seus olhos sensíveis e ele se mudou para New Orleans, Luisiana em 1877

De 1877 a 1888 permaneceu em New Orleans escrevendo para o Times Democrat. Seus escritos nessa cidade se concentravam na história creole da cidade, sua culinária peculiar, a marginalidade e o Vodu. Seus artigos para publicações como a Harper's Weekly e Scribner's Magazine ajudaram a moldar a imagem de New Orleans como um colorido reduto da decadência e do hedonismo. Seu livro mais conhecido sobre a Luisiana é Gombo Zhebes (1885).

O Times Democrat enviou Hearn para as Índias Ocidentais como correspondente em 1889. Ele passou dois anos nas ilhas e lá produziu Two Years in the French West Indies (Dois Anos nas Índias Ocidentais Francesas) e Youma, The Story of a West-Indian Slave (Youma, a História de um Escravo das Índias Ocidentais), ambos em 1890.

Em 1891 foi ao Japão comissionado como correspondente em um jornal, mas o contrato foi logo rompido. Foi no Japão, no entanto, que encontrou seu lar definitivo e sua maior fonte de inspiração.

Durante a década de 1890, ele se tornou professor de literatura inglesa na Universidade Imperial de Tóquio e logo se viu totalmente enfeitiçado pelo Japão. Casou-se com uma japonesa, filha de um samurai, se naturalizou japonês sob o nome de Koizumi Yakumo e adotou o budismo. Sua saúde tornou-se frágil nos últimos anos de sua vida, forçando-o a parar de dar aulas na Universidade. Morreu em 26 de setembro de 1904 vítima de um ataque cardíaco.

No fim do século XIX o Japão era ainda desconhecido e exótico para o mundo ocidental. Com a introdução da estética japonesa, particularmente na Exposição Universal de 1900, em Paris, o Ocidente adquiriu um apetite insaciável pelo Japão e Hearn se tornou mundialmente conhecido pela profundidade, originalidade e sinceridade dos seus contos. Em seus últimos anos, alguns críticos, como George Orwell, acusaram Hearn de transferir seu nacionalismo e fazer o Japão parecer mais exótico, mas, como o homem que ofereceu ao Ocidente alguns de seus primeiros lampejos do Japão pré-industrial e do Período Meiji, seu trabalho ainda é valioso até hoje.

Livros sobre temas japoneses
Glimpses of Unfamiliar Japan (1894)
Out of the East: Reveries and Studies in New Japan (1895)
Kokoro: Hints and Echoes of Japanese Inner Life (1896)
Gleanings in Buddha-Fields: Studies of Hand and Soul in the Far East (1897)
Exotics and Retrospectives (1898)
Japanese Fairy Tales - Contos de fadas japoneses (1898) e seqüências
In Ghostly Japan (1899)
Shadowings (1900)
A Japanese Miscellany (1901)
Kottō: Being Japanese Curios, with Sundry Cobwebs (1902)
Kwaidan: Stories and Studies of Strange Things (1903)
Japan: An Attempt at Interpretation (1904; publicado logo após sua morte)
The Romance of the Milky Way and other studies and stories (1905; publicado postumamente)

Fonte:
Wikipedia