Reflexões poéticas ou nada poéticas sobre o Inverno
Inverno 1
Cruel,
Sisudo,
Padrasto.
De mim?
Carrancudo,
Casmurro,
Sofrido.
Teu corpo?
Se amolda,
Me aquece,
Me envolve,
Me cobre.
Só tu,
Mulher,
Podes ser
Meu Sol!
Inverno 2
Frio intenso.
Na estepe
De minha mente
Nada cresce.
Nem mesmo
Um poema -
Que me aquece –
Que me aqueça!!!
Porventura...
Inverno?
Não rima
Com estéril?
Deveria!
É isto
Qu’ele faz:
Até a mente
Tolda,
Congela,
Nada produz!
MÍNIMO
Tu és,
Mulher,
No
Inverno,
Meu
Sol.
Meu
Verão.
AMENIDADES
Coisas boas do Inverno:
Uma cama bem quentinha,
Um ar quente no máximo,
Um café de pelar a boca
...
Só prá continuar
Debaixo dos cobertores.
Nada disto é melhor
Que a areia leito de uma praia,
Um Sol de verão,
Uma água de coco bem gelada,
De doer os dentes.
...
Quem gosta de frio e neve
É pinguim, urso polar e esquimó!
LUA INVERNAL
Até a lua,
Amante dos boêmios,
Companheira dos notívagos,
Se acoberta;
Agasalha-se de nuvens,
Névoa,
Neblina;
Esconde-se
Do frio gelado.
Mas está lá!
Pronta, à espera,
O poeta sabe.
ORFANDADE
Eu não imaginava
Ficar órfão tão cedo.
Aliás, eu nunca
Imaginei-me um órfão.
Estou nos cinqüenta e oito,
Quase cinqüenta e nove,
Primeiro meu pai,
Tristeza, melancolia.
Depois um irmão,
Dor, sentimento.
Mas ainda tinha uma mãe.
O fel da dor compensava!
Daí... ela resolveu partir,
Bateu asas
Como um pássaro,
Uma borboleta
Foi ao encontro dos seus,
Do outro lado.
O velho útero,
Sacrário dos filhos,
Já não vivia.
O cordão umbelical
Definitivamente se partira.
Um silêncio ensurdecedor,
Eco de uma ausência.
Foi aí que senti a orfandade.
Ficou fácil entender saudade.
Tão fácil! Tão amarga!
Sem graça, senti-la!
A Hamilton e Edy, meus pais, 1 ano depois que ela partiu para encontra-lo e reverem, juntos, meu irmão!
ESPECTRO
Foto noturna,
Riscos de luzes,
Rasgos melancólicos,
Soturnas lembranças.
Lúgubres sombras,
Espectros famélicos,
Andanças perdidas,
Descoloridas!
Uma tela disforme
Retrata a fome.
Miséria cansada
Da exclusão.
Quem vai parir o amanhã?
Quem vai colorir a vida?
A Esperança? Último grito de Pandora?
Ou a certeza? Dum triste futuro possível?
A argamassa, massa dos pobres,
Pão amanhecido, amolecido
Pelo suor diário de desatinos.
Faina diuturna, sede insaciável
De Justiça... e Paz, enfim!
Um Sepulcro futuro e garantido,
Repleto de sonhos, sussurros,
(Caiado pela hipocrisia)
Resta como digno descanso!
SONHOS
Estás louco poeta?
Queres tu imaginar,
Que o imponderável
Acontece?
Sonha, sonha, oh! Poeta.
Ainda bem que dormes,
Melhor: existes.
E sonhas...
Poesias!
Fonte:
http://caminhapoetando.blogspot.com.br/search/label/meus%20poemas
Inverno 1
Cruel,
Sisudo,
Padrasto.
De mim?
Carrancudo,
Casmurro,
Sofrido.
Teu corpo?
Se amolda,
Me aquece,
Me envolve,
Me cobre.
Só tu,
Mulher,
Podes ser
Meu Sol!
Inverno 2
Frio intenso.
Na estepe
De minha mente
Nada cresce.
Nem mesmo
Um poema -
Que me aquece –
Que me aqueça!!!
Porventura...
Inverno?
Não rima
Com estéril?
Deveria!
É isto
Qu’ele faz:
Até a mente
Tolda,
Congela,
Nada produz!
MÍNIMO
Tu és,
Mulher,
No
Inverno,
Meu
Sol.
Meu
Verão.
AMENIDADES
Coisas boas do Inverno:
Uma cama bem quentinha,
Um ar quente no máximo,
Um café de pelar a boca
...
Só prá continuar
Debaixo dos cobertores.
Nada disto é melhor
Que a areia leito de uma praia,
Um Sol de verão,
Uma água de coco bem gelada,
De doer os dentes.
...
Quem gosta de frio e neve
É pinguim, urso polar e esquimó!
LUA INVERNAL
Até a lua,
Amante dos boêmios,
Companheira dos notívagos,
Se acoberta;
Agasalha-se de nuvens,
Névoa,
Neblina;
Esconde-se
Do frio gelado.
Mas está lá!
Pronta, à espera,
O poeta sabe.
ORFANDADE
Eu não imaginava
Ficar órfão tão cedo.
Aliás, eu nunca
Imaginei-me um órfão.
Estou nos cinqüenta e oito,
Quase cinqüenta e nove,
Primeiro meu pai,
Tristeza, melancolia.
Depois um irmão,
Dor, sentimento.
Mas ainda tinha uma mãe.
O fel da dor compensava!
Daí... ela resolveu partir,
Bateu asas
Como um pássaro,
Uma borboleta
Foi ao encontro dos seus,
Do outro lado.
O velho útero,
Sacrário dos filhos,
Já não vivia.
O cordão umbelical
Definitivamente se partira.
Um silêncio ensurdecedor,
Eco de uma ausência.
Foi aí que senti a orfandade.
Ficou fácil entender saudade.
Tão fácil! Tão amarga!
Sem graça, senti-la!
A Hamilton e Edy, meus pais, 1 ano depois que ela partiu para encontra-lo e reverem, juntos, meu irmão!
ESPECTRO
Foto noturna,
Riscos de luzes,
Rasgos melancólicos,
Soturnas lembranças.
Lúgubres sombras,
Espectros famélicos,
Andanças perdidas,
Descoloridas!
Uma tela disforme
Retrata a fome.
Miséria cansada
Da exclusão.
Quem vai parir o amanhã?
Quem vai colorir a vida?
A Esperança? Último grito de Pandora?
Ou a certeza? Dum triste futuro possível?
A argamassa, massa dos pobres,
Pão amanhecido, amolecido
Pelo suor diário de desatinos.
Faina diuturna, sede insaciável
De Justiça... e Paz, enfim!
Um Sepulcro futuro e garantido,
Repleto de sonhos, sussurros,
(Caiado pela hipocrisia)
Resta como digno descanso!
SONHOS
Estás louco poeta?
Queres tu imaginar,
Que o imponderável
Acontece?
Sonha, sonha, oh! Poeta.
Ainda bem que dormes,
Melhor: existes.
E sonhas...
Poesias!
Fonte:
http://caminhapoetando.blogspot.com.br/search/label/meus%20poemas
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