segunda-feira, 17 de agosto de 2020

Lairton Trovão de Andrade (Panaceia de Trovas) VIII


A cada dia que passa,
torna-se coisa bem rara
ver cidadão com a graça
de ter vergonha na cara.
- - - - - -
A fé é luz, luz radiante,
que dissipa a escuridão;
por ela, se vai avante
no trilho da perfeição.
- - - - - –
A paz interior alcança,
com o juízo da razão,
quem, ao invés da vingança,
ao agressor dá o perdão.
- - - - - –
A paz que tenho em minh'alma,
nada tem de algum perjuro;
traz-me da esperança a calma
na busca do bom futuro.
- - - - - -
A saudade que dói tanto
é um amor que em mim ficou,
e que sinto, em meio ao pranto,
por um bem que não voltou.
- - - - - –
Dá-se equilíbrio e vigor,
quando há perfeita equação,
entre uma vida interior
e sua real ação.
- - - - - –
Dê graças por ser capaz
de avivar sua paciência;
- é o bom coquetel de paz,
compreensão, amor e ciência.
- - - - - -
Dos meus tempos de criança
aos nossos dias até,
a presença da esperança
dá-me firmeza na fé.
- - - - - –
Este mundo é mascarado,
cheio de contraste... Pensem:
"Uns vencem sem ter lutado,
outros lutam, mas não vencem".
- - - - - -
Eterno porto seguro
hei de ter sempre comigo;
fidelidade eu te juro,
meu sempre presente amigo.
- - - - - -
Eu vivo ainda o preceito
de honrar pessoas de bem.
Saudade eu tenho no peito
de quem me foi mais Alguém.
- - - - - –
Eu vou sempre caminhando
na seara do meu destino.
Paz e amor vivo plantando,
para ter fruto mais fino.
- - - - - -
Felicidade eu desejo
e a procuro noite e dia;
volvendo ao passado, vejo:
"Fui feliz e não sabia".
- - - - - –
Meu coração de poeta
é feliz e quer o bem;
vê, no amor, a sua meta,
pois só isso lhe convém.
- - - - - –
Minhas rosas e meus cravos,
floridos em meu jardim,
são as vozes dos meus bravos
que falam de amor por mim.
- - - - - -
Não sofre de solidão
o semeador de amizade;
vê no outro sempre um irmão...
e planta fidelidade.
- - - - - –
Naquela estrada sombria,
contemplei linda miragem;
era o sorriso e a alegria
enfeitando a tua imagem.
- - - - - –
Noite clara, lua cheia,
- de doçura e resplendor -
a praia com branca areia
inspiram o trovador.
- - - - - –
No seio desta estação,
seu amor tão puro e terno
criou, com sua paixão,
dias mais quentes no inverno.
- - - - - –
Ó amena chuva de flores,
de lindas rosas vermelhas,
espalhais, por onde fores,
fragrâncias mil em centelhas.
- - - - - -
O bom pai é professor,
todo filho é sempre aluno;
educando-o com amor,
segue o filho o melhor rumo.
- - - - - –
Para meu norte seguir,
tenho por guia a Família,
luz que ilumina o porvir
e mostra segura trilha.
- - - - - –
Prezo aquela gentileza
que não é exterioridade,
e que vê, no irmão, nobreza
da mais alta dignidade.
- - - - - –
Quão profunda realidade
tem a flor que se procura!
Toda flor morre, é verdade,
mas deixa o odor da ternura.
- - - - - -
Quem fala tudo o que quer,
diz além do seu querer.
Prudência, em tudo o que vier,
nos ensina a bem viver.
- - - - - –
Quem, nesta dura vivência,
quiser paz e segurança,
que tenha santa prudência,
e o céu virá por herança.
- - - - - -
Sem parto, jamais há vida,
sem morte, nenhum adeus;
sempre tem uma acolhida
quem tem fé e busca Deus.
- - - - - -
Sonho infindo quero ter
com teologal esperança;
semeio o bem no viver
pela bem-aventurança.
- - - - - -
Uma lágrima furtiva,
que brotou destes teus olhos,
transformou-te em doce diva,
ilusão dos meus escolhos.

Fonte:
Lairton Trovão de Andrade. Perene alvorecer. 2016.
Livro enviado pelo autor.

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