quinta-feira, 21 de agosto de 2025

Silmar Bohrer (Croniquinha) 139

Faíscas, fagulhas, fumacinha. Foguinho frágil no fogão da casa humilde na beira do mato.  Manhã peculiar de inverno. Galos cantam. Um cãozinho surge espreguiçando no gramado branquinho de geada. Campitos e copadas de árvores mudam o visual da paisagem nestes julhos de puro frio.  

Nas calendas do sul do hemisfério sul a frialdade é pegajosa, insana, penetrante. Sobretudos, casacos, japonas. Pelegos, acolchoados, madrugadas congelantes. 

Logo surge o dono do rancho ali na porta, encapotado, tremelico, olhando com o olhar acostumado destes dias de frio. E pensando:
      "O frio é de amargar, tiritante, mas a gente suporta - ainda mais vendo este retrato lindo que a manhã oferece".  

De repente o sol embarafustando na galharia.  

Tem razão o vivente. Com a pintura da natureza que entusiasma e até põe em frenesi, as imagens valem mais do que dezenas de palavras de encantamento. 

E a fumacinha sobe fininha, quase desmilinguida.
* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * 
Silmar Bohrer nasceu em Canela/RS em 1950, com sete anos foi para em Porto União-SC, com vinte anos, fixou-se em Caçador/SC. Aposentado da Caixa Econômica Federal há quinze anos, segue a missão do seu escrever, incentivando a leitura e a escrita em escolas, como também palestras em locais com envolvimento cultural. Criou o MAC - Movimento de Ação Cultural no oeste catarinense, movimentando autores de várias cidades como palestrantes e outras atividades culturais. Fundou a ACLA-Academia Caçadorense de Letras e Artes. Membro da Confraria dos Escritores de Joinville e Confraria Brasileira de Letras. Editou os livros: Vitrais Interiores  (1999); Gamela de Versos (2004); Lampejos (2004); Mais Lampejos (2011); Sonetos (2006) e Trovas (2007).
Fontes:
Texto enviado pelo autor. 
Imagem criada por Jfeldman com Microsoft Bing 

Nenhum comentário: