Faíscas, fagulhas, fumacinha. Foguinho frágil no fogão da casa humilde na beira do mato. Manhã peculiar de inverno. Galos cantam. Um cãozinho surge espreguiçando no gramado branquinho de geada. Campitos e copadas de árvores mudam o visual da paisagem nestes julhos de puro frio.
Nas calendas do sul do hemisfério sul a frialdade é pegajosa, insana, penetrante. Sobretudos, casacos, japonas. Pelegos, acolchoados, madrugadas congelantes.
Logo surge o dono do rancho ali na porta, encapotado, tremelico, olhando com o olhar acostumado destes dias de frio. E pensando:
"O frio é de amargar, tiritante, mas a gente suporta - ainda mais vendo este retrato lindo que a manhã oferece".
De repente o sol embarafustando na galharia.
Tem razão o vivente. Com a pintura da natureza que entusiasma e até põe em frenesi, as imagens valem mais do que dezenas de palavras de encantamento.
E a fumacinha sobe fininha, quase desmilinguida.
* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *
Silmar Bohrer nasceu em Canela/RS em 1950, com sete anos foi para em Porto União-SC, com vinte anos, fixou-se em Caçador/SC. Aposentado da Caixa Econômica Federal há quinze anos, segue a missão do seu escrever, incentivando a leitura e a escrita em escolas, como também palestras em locais com envolvimento cultural. Criou o MAC - Movimento de Ação Cultural no oeste catarinense, movimentando autores de várias cidades como palestrantes e outras atividades culturais. Fundou a ACLA-Academia Caçadorense de Letras e Artes. Membro da Confraria dos Escritores de Joinville e Confraria Brasileira de Letras. Editou os livros: Vitrais Interiores (1999); Gamela de Versos (2004); Lampejos (2004); Mais Lampejos (2011); Sonetos (2006) e Trovas (2007).
Fontes:
Texto enviado pelo autor.
Imagem criada por Jfeldman com Microsoft Bing
Nenhum comentário:
Postar um comentário