quinta-feira, 12 de novembro de 2020

Luiz Damo (Trovas do Sul) XIV


A inveja pode matar
muitas almas, lentamente.
Nunca tente alimentar
esta maldade latente.
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Antes de exigir respeito
procure-o manifestar,
se esse for o seu direito,
seu dever é respeitar.
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Antes dos primeiros passos
o bebê sempre engatinha
e às vezes para nos braços,
do 'paizão' ou da 'mãezinha'.
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Ao buscares no passado,
soluções para o presente,
segue o rumo já traçado
com primor, anteriormente.
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Ao mostrar-nos os caminhos
que haveremos de seguir,
o mundo aponta os espinhos
que ousam os passos ferir.
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À sombra do firmamento
que engalana nosso ser,
perpassam o sol e o vento
fazendo a vida crescer.
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As vertentes do sucesso
formam ricos mananciais,
que vão regar o progresso
nas estâncias sociais.
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Cada batalha vencida
mostra nova sensação,
de que pra tudo na vida
existe uma solução.
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Com grande rigor na luta,
determinação de andar,
não terá barreira astuta
que impeça de caminhar.
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Dentre as múltiplas opções
que fazes todos os dias,
dumas tens satisfações,
de outras, dores e fobias.
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De posse da liberdade
o homem segue seu caminho,
se andar à luz da verdade
vencerá qualquer espinho.
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Muitas formas vão rolando
para expor o pensamento,
a mais fácil é falando
com total discernimento.
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Na corrida contra a morte
todos sonham co'a vitória,
não seja por mera sorte
entrar nas portas da história.
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Na espessa mata do mundo
onde o sol nunca aparece,
pode estar lá, bem no fundo,
a flor que de luz carece.
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Nos momentos derradeiros
em que a vida se despede,
sempre, gestos verdadeiros,
nosso ser, em prece pede.
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O Criador do universo
do tempo tem o comando,
o homem no mundo, disperso,
à vida segue remando.
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O rigor das intempéries
faz brotar a destruição,
ceifando vidas em séries
numa triste rendição.
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Os nossos investimentos
que normalmente fazemos;
são bem-estar e alimentos
e sonhos que em nós trazemos.
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Pela morte, todo o ser,
se sente fragilizado,
chora a dor de não poder
se tornar eternizado.
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Precisamos entender
que devemos começar
e nunca das mãos perder
a vontade de avançar.
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Riquezas não satisfazem
os corações machucados,
pelas feridas que trazem
nos velhos sonhos truncados.
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Sentir insatisfação
é sintoma da mudança,
cria nova relação
do real e da esperança.
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Sob a luz dos nossos atos
ou da conduta legal,
prefaciamos muitos fatos
dando à conclusão o aval.
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Todo mal se for tratado
dentro do tempo devido,
marcas não terá deixado,
nem sinais de ter havido.
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Todo o pássaro que voa
liberdade quer mostrar,
no cantar também ecoa
algo que busca encontrar.

Fonte:
Luiz Damo. A Trova Literária nas Páginas do Sul. Caxias do Sul/RS: Palotti, 2014.
Livro enviado pelo autor.

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