sábado, 13 de abril de 2024

Laércio Borsato (Nas Asas da Poesia) = 1 =


ESCOLHAS

Somos sempre tentados a fazer escolhas.
Todos os momentos, a vida assim revela:
Pisamos, ao caminhar, por sobre folhas
Que poderiam ser tema de uma linda tela!

Procuramos sempre escolher um caminho
Que nos direciona para um mundo bom.
Mas muitas vezes perturbamos o vizinho,
Quando esquecemos de baixar o som.

E no trânsito vemos em nosso dia a dia
Completo alheamento! Falta cortesia...
Sempre é negado uma simples preferência.

Muitos preferem uma vida bem agitada,
Correndo em busca, muitas vezes do nada,
Ou talvez, o fim, prematuro da existência!
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MARCAS DOS TEMPOS

Reporto aos meus guardados da memória:
Tempos ditosos, vida plena de alegria.
A tinta que escrevemos nossa história,
Tinha algo envolto em amor e poesia...

As marcas dos tempos ficaram sem glória.
Já não temos o sabor da companhia...
É bem diferente a nossa trajetória,
Muito ao contrário do que foi um dia!

Já não ouves minha voz, querida minha!
Ouves, talvez, quando chega à tardinha,
Soar, na voz dos ventos, os meus madrigais.

Inserindo em teu coração, docemente,
Notas suaves que são simplesmente,
Lembranças dos tempos que não voltam mais!
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NAS ASAS DA ILUSÃO

Sei que não posso construir um vigamento,
Que me faça transpor, limites da cidade;
Talvez, em sonho, possa usar asas do vento,
E usufruir, totalmente, minha liberdade!

Posso, todos os dias, mirar o firmamento,
Sentir do sol o calor e luminosidade;
A chuva molhar a terra e produzir alimento:
Sustentáculo real de toda humanidade...

À noite, é gratificante, ver as estrelas.
Não posso abraça-las, mas, contento em vê-las.
Seu cintilar constante no etéreo universo.

Sei que não posso realizar tudo que sonho,
Mas, nas asas do pensamento me transponho...
Sinto-me leve e solto, ao fim de cada verso!
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SAUDADE DE MINHA TERRA

Desde a infância aprecio a música erudita,
É bom ver no pedestal, grandes compositores.
Certas obras famosas ao serem escritas,
Os desígnios de Deus foram precursores...

Uma música suave nos acalma e suscita
Um enlevo indizível, traz paz nos arredores.
Vemos o mundo de uma forma mais bonita;
Amamos mais a vida, valorizamos as flores!

Não só o erudito, mas no canto popular,
Vemos páginas, de uma beleza sem par;
Versos simples que muita verdade encerra.

Tributo a Gerson Coutinho da Silva o Goiá.
Cantou seu torrão, prova de amor maior não há,
Pelos céus do Brasil, SAUDADE DE MINHA TERRA!
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TRIBUTO À ROSANA

Sempre de manhã, em minha vida diária,
No trabalho, algo se tornou rotina:
Dirijo-me a próxima agência bancária,
Cumprindo o fadário, que a mim destina.

Cada funcionário, cada funcionária,
Tem um porte que agrada e fascina.
Ao invés de afluência mercenária,
A gentileza sobressai e predomina!

Há um ambiente de paz e segurança,
A competência inspira confiança,
Pelo dom, que de cada ser emana!

Eleva-me! Já demonstro regozijo,
A espreitar em cada rosto um sorriso,
...E a simpatia sem par,...DE ROSANA!
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UMA TARDE NA PRAIA

Vejo além o astro rei, com ares sorridente.
Seus raios luzem fixos, no extremo da praia,
Onde as águas dosadas, em cores diferentes,
Camuflam a touceira da verde samambaia...

Navego em meu barco tosco, calmamente,
Curtindo a beleza da tarde que desmaia.
Um sino lá bem longe, tange molemente.
Uma onda bate na pedra, espuma, espraia!...

As marrecas alçam voo, rumo a seus ninhos...
Milhares vão a bando bem de mansinho,
Como uma escolta, pelos ares se encurvando...

Vê-se aos pouco, multidão de pirilampos,
Perambulando céleres, aos trancos e arrancos...
Milhões de brancas luzes, acendendo e apagando!…
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VOZES DA NATUREZA

Trituradas à fúria dos redemoinhos,
As folhas secas pulverizam o canteiro;
Os colibris com bicos longos e traquinos,
Colhem néctar das flores o tempo inteiro!

Ouve-se uma cantiga forte estridente:
Coro marcial das cigarras cantadeiras;
Na trilha as formigas em ritmo cadente,
Armazenam sustento pra estação inteira.

À tarde no terreiro reúnem-se as rolinhas
Fazendo caracol sobre a areia branquinha,
Em harmonia e total desprendimento...

Quando o sol se põe o silencio ronda a terra,
Um lobo uiva tristemente, longe, na serra,
A lua surge com todo seu deslumbramento!
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Fonte> http://www.sonetos.com.br/meulivro.php-a=119.htm (site desativado) 
Acesso em 15 janeiro 2016.

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