Se alguém perguntar por mim
Diz que fui por aí
Levando o violão debaixo do braço
Em qualquer esquina eu paro
Em qualquer botequim eu entro
Se houver motivo
É mais um samba que eu faço
Se quiserem saber se eu volto
Diga que sim
Mas só depois que a saudade se afastar de mim
Tenho um violão para me acompanhar
Tenho muitos amigos, eu sou popular
Tenho a madrugada como companheira
A saudade me dói,
O meu peito me rói
Eu estou na cidade,
Eu estou na favela
Eu estou por aí
Sempre pensando nela
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A Vida Boêmia em 'Diz Que Fui Por Aí'
A música 'Diz Que Fui Por Aí', interpretada por Nara Leão, uma das vozes mais expressivas da Bossa Nova, retrata a imagem de um boêmio que leva a vida de forma leve e descompromissada, com seu violão a tiracolo, simbolizando a arte e a música como companheiras constantes. A letra, que fala sobre andar sem destino, entrar em botequins e compor sambas, evoca a liberdade do espírito artístico e a cultura dos bares e esquinas, locais tradicionais de encontro e de expressão popular no Brasil.
A segunda estrofe da canção introduz um elemento de melancolia com a menção da saudade, um sentimento profundamente enraizado na cultura brasileira. A saudade aqui pode ser interpretada como a memória de um amor ou de um tempo passado que ainda afeta o narrador. A repetição do 'eu estou por aí' reforça a ideia de movimento e de não estar preso a um lugar ou a uma situação, apesar da presença constante da saudade.
A música também reflete sobre a popularidade e a aceitação social que o protagonista possui, destacando a madrugada como sua companheira, o que sugere uma vida noturna ativa e uma conexão com os aspectos mais boêmios da cultura urbana. A figura do narrador é a de alguém que, apesar de sentir saudade e dor, escolhe viver a vida de maneira itinerante e musical, sempre pensando naquilo que deixou para trás, mas sem se deixar paralisar por isso.
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