Elegia de uma alma errante
“Todo o organismo florestal profundo
É dor viva, trancada num disfarce
Vivem só, nele, os elementos broncos,
Das ambições que se fizeram troncos,
Porque nunca puderam realizar-se”
Augusto dos Anjos
Quem sou eu?
Uma alma obscura que vaga sem rumo pelas alamedas da escuridão...
Um ser infeliz, errando em meio a trevas em busca de algo que lhe devolva a paz...
Uma ínfima sombra agora...
Um anjo triste que chora, a procura de alguém que o possa consolar...
Um reflexo do que poderia ter sido e não foi...
Uma alma condenada a oferecer sua ausência aos que tanto ama...
Eu, meus amigos
Sou a desgraça
A solidão
A tristeza...
E – embora você possa se recusar a crer
Eu vivo em seu interior...
********************
Dissipação
Estas palavras existirão plenas
Por um segundo apenas
Contendo a significância efêmera
Enquanto alguma alma solitária estiver a ler...
Permanecendo pelo resto do tempo
O esboço de um risco no espaço
Traçado por signos em dissipação
O lido antes já evaporou
Espalhando sua obscura nebulosa
Por entre as angústias da mente que os decifrou...
O escrito existe apenas quando lido
As palavras, nem isso
Com exceção de vagas marcas
(profundas, às vezes)
Desaparecem no ar, carregadas pelo vento
Palavras: pronunciadas ou escritas
Se escrevem, são ditas
Passam por mentes, dissipam-se
E são depois esquecidas.
Fonte:
http://albusanguis.spaces.live.com/
Marcadores
- Dicas de escrita (27)
- Florilégio de Trovas (2112)
- Panaceia de Textos (5944)
- Sopa de Letras (1565)
- Versejando (121)
Marcadores
- Vereda da Poesia (203)
- Canções Antigas (175)
- Meus manuscritos (121)
- Trovas em preto & branco (30)
- meus versos (16)
Marcadores
- Contos e Lendas do Mundo (853)
- Estante de Livros (793)
- mensagem na garrafa (137)
- Universos Di Versos (3839)
- Varal de Trovas (545)
sexta-feira, 12 de setembro de 2008
Ana Paula Cattai Pismel (Poemas Avulsos)
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário