Se as minhas mãos pudessem desfolhar
Eu pronuncio teu nome
nas noites escuras,
quando vêm os astros
beber na lua
e dormem nas ramagens
das frondes ocultas.
E eu me sinto oco
de paixão e de música.
Louco relógio que canta
mortas horas antigas.
Eu pronuncio teu nome,
nesta noite escura,
e teu nome me soa
mais distante que nunca.
Mais distante que todas as estrelas
e mais dolente que a mansa chuva.
Amar-te-ei como então
alguma vez? Que culpa
tem meu coração?
Se a névoa se esfuma,
que outra paixão me espera?
Será tranqüila e pura?
Se meus dedos pudessem
desfolhar a lua!!
=========================
O poeta pede a seu amor que lhe escreva
Amor de minhas entranhas, morte viva,
em vão espero tua palavra escrita
e penso, com a flor que se murcha,
que se vivo sem mim quero perder-te.
O ar é imortal. A pedra inerte
nem conhece a sombra nem a evita.
Coração interior não necessita
o mel gelado que a lua verte.
Porém eu te sofri. Rasguei-me as veias,
tigre e pomba, sobre tua cintura
em duelo de mordiscos e açucenas.
Enche, pois, de palavras minha loucura
ou deixa-me viver em minha serena
noite da alma para sempre escura.
====================
Fonte:
http://www.astormentas.com/lorca.htm
Marcadores
- Dicas de escrita (50)
- Guirlanda de Versos (25)
- Panaceia de Textos (6194)
- Sopa de Letras (1585)
- Versejando (121)
Marcadores
- Meus manuscritos (180)
- Canções Antigas (175)
- Asas da poesia (115)
- meus versos (33)
- Chafariz de trovas (30)
Marcadores
- Contos e Lendas do Mundo (885)
- Estante de Livros (805)
- Universos Di Versos (3665)
- Varal de Trovas (517)
- mensagem na garrafa (146)
sábado, 18 de outubro de 2008
Federico Garcia Lorca (Poemas)
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário