sábado, 1 de março de 2014

Olivaldo Junior (Carnaval em Trovas)

Colombina e Pierrô,
no salão das ilusões,
são vovó e seu vovô,
dois eternos foliões.

A melhor das fantasias,
a que nunca se desmancha,
não esconde as alegrias
de um Quixote de la Mancha.

Madrugada, noite alta,
baile logo chega ao fim:
namorado sente falta
da “Camélia” no jardim.

Nos confetes pelo chão,
tenho as pétalas da vida:
um azul, e o outro não,
são pisados na avenida.

O palhaço mais bonito,
o Arrelia mais presente,
faz nascer, eu acredito,
toda lágrima contente.

A menina é bailarina,
o menino é superman:
matinê jamais termina
se você pular também.

Mascarado e mascarada
fazem pose para a “glória”:
ele jura que ela é “fada”,
mas a musa é pura história.

A marchinha mais saudosa
não se ouve sem chorar:
mais parece um pé de rosa
que Cartola ouviu falar.

Em Veneza e no Brasil,
não importa, meu irmão:
todo mundo é lá do Rio
quando samba de montão.

Cavaquinho, meu amigo,
chora logo ao batucar,
que teu pranto faz abrigo
neste peito a soluçar.

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