sábado, 27 de setembro de 2025

José Feldman (71 Anos de Gratidão e Memórias)

imagem criada com Microsoft Bing

Em setembro celebrei meus 71 anos de vida, e confesso que não consigo esconder a alegria de ter chegado até aqui. Não é só pela idade em si, mas por tudo que vivi, por tudo que vi mudar ao longo do tempo e por tudo que ainda tenho a agradecer. Há algumas décadas, chegar aos 70 anos era quase um feito heróico, um marco raro. Hoje, olho para trás e percebo como o mundo evoluiu, como a vida mudou, e como eu tive o privilégio de acompanhar cada pedacinho dessa transformação.

Eu sou do tempo dos carros como o Aero-Willys, o Karmann-Ghia e o Simca Tufão. Lembro bem do barulho característico de seus motores e da sensação de sentar em um banco que parecia eterno, feito de materiais duráveis, quase indestrutíveis. Ah, e os primeiros Fuscas! Aqueles carrinhos simpáticos que, com frequência, precisavam de um empurrãozinho para "pegar no tranco". Quem nunca passou por isso? E o afogador? Era quase um ritual matutino nos dias frios. Hoje, os carros são completamente diferentes, com injeção eletrônica, cheios de recursos tecnológicos. Mas, cá entre nós, parecem quase descartáveis, feitos de materiais leves, fáceis de substituir. Perderam aquele "peso" de durabilidade que os antigos tinham, mas em troca, ganharam praticidade.

Também sou do tempo do telefone com fio, aquele que para discar exigia girar um disco com paciência. Era quase um exercício de meditação! Depois, vieram os celulares, que começaram como um verdadeiro tijolo — pesados, grandes, com uma antena enorme. E hoje? Hoje, os celulares são pequenos, leves, cabem na palma da mão e fazem tudo: ligações, fotos, navegação... às vezes até mais do que eu consigo acompanhar! Mas, curiosamente, parecem ter nos afastado uns dos outros. As famílias, que antes se reuniam ao redor da mesa para almoçar e conversar sobre o dia, mal conseguem desgrudar dos celulares. Vejo isso com tristeza, comparando com os tempos em que o diálogo era o centro das refeições e o amor era partilhado em cada palavra.

E as ruas? Ah, como eram diferentes! Nos tempos da minha infância, jogávamos bola na rua, andávamos de carrinho de rolimã, e um carro ou outro passava raramente. Hoje, as ruas são como rios de asfalto, inundadas por uma correnteza de carros. Tanta pressa, tanto movimento, que já não há espaço para essas brincadeiras simples e saudáveis. A cidade que antes era feita de casas a céu aberto, hoje é uma floresta de prédios. É impressionante como tudo cresceu, para cima e para os lados.

Mas, apesar de tantas mudanças — algumas que me trazem nostalgia, outras que me impressionam —, hoje meu coração está repleto de gratidão. A celebração dos meus 71 anos não seria a mesma sem Krishna, minha amiga fiel, que esteve e está comigo em todos os momentos, na alegria e na tristeza, sempre me apoiando, sempre ao meu lado. Ela é aquela presença que me dá força, aquele porto seguro que só os verdadeiros amigos sabem ser.

E como não falar da minha companheira de quatro patas, a Sunshine? Desde que ela tinha pouco mais de um mês, criamos um vínculo tão especial que, hoje, ela é como um raio de sol em minha vida. Seu nome não poderia ser mais adequado. Todos os dias, ela ilumina minha jornada, afastando qualquer sombra que possa querer pairar sobre mim. Não importa o que aconteça, o olhar dela, cheio de amor, me lembra que há sempre algo pelo que sorrir.  

Mas, além dessas presenças tão próximas, há também os que, mesmo de longe, aquecem meu coração. Meu irmão e suas filhas, com quem compartilhei tantos momentos importantes da minha trajetória, ocupam um lugar especial na minha vida. A distância pode nos separar fisicamente, mas jamais diminuirá o sentimento que construímos ao longo dos anos. Somos parte uns dos outros, e sei que, mesmo nas ausências, eles torcem por mim, assim como eu torço por eles.  

E como esquecer os amigos, aquelas almas que cruzaram meu caminho e deixaram marcas profundas? Alguns estão perto, outros tomaram rumos diferentes, mas cada um deles contribuiu para que minha vida fosse mais rica, mais alegre e mais significativa. Foram risadas compartilhadas, conselhos trocados, ombros oferecidos nos momentos difíceis. São essas amizades que me ensinaram que, na caminhada da vida, nunca estamos sozinhos.

Hoje, ao olhar para tudo isso, só consigo sentir gratidão. Gratidão por cada memória vivida, por cada pessoa que cruzou meu caminho e por cada instante que me trouxe até aqui. Deus me abençoou com essas pessoas maravilhosas, e por isso, não há como não sorrir. Aos 71 anos, celebro não apenas minha vida, mas também as vidas que, de uma forma ou de outra, se entrelaçaram com a minha. E por tudo isso, só posso dizer: obrigado. Que venham mais anos, mais histórias e mais motivos para agradecer!
= = = = = = = = =  = = = = = = = = =  = = = = 
JOSÉ FELDMAN, poeta, trovador, escritor, professor e gestor cultural. Formado em técnico de patologia clínica trabalhou por mais de uma década no Hospital das Clínicas de São Paulo. Devido à situação financeira insuficiente não concluiu a Faculdade de Psicologia, na FMU, contudo se fez e ainda se faz presente em mais de 200 cursos presenciais e online no Brasil e no exterior (Estados Unidos, México, Escócia e Japão), sendo em sua maioria de arqueologia, astronomia e literatura. Foi enxadrista, professor, diretor, juiz e organizador de torneios de xadrez a nível nacional durante 24 anos; como diretor cultural organizou apresentações musicais. Morou na capital de São Paulo, onde nasceu, em Taboão da Serra/SP, em Curitiba/PR, em Ubiratã/PR, em Maringá/PR. Consultor educacional junto a alunos e professores do Paraná e São Paulo. Pertence a diversas academias de letras, como Confraria Brasileira de Letras, Academia Rotary de Letras, Academia Internacional da União Cultural, Academia de Letras Brasil/Suiça, Confraria Luso-Brasileira de Trovadores, Academia de Letras de Teófilo Otoni, etc, possui os blogs Singrando Horizontes desde 2007, e Pérgola de Textos, um blog com textos de sua autoria, Voo da Gralha Azul (com trovas do mundo). Assina seus escritos por Floresta/PR. Dezenas de premiações em crônicas, contos, poesias e trovas no Brasil e exterior.
Publicações de sua autoria “Labirintos da vida” (crônicas e contos); “Peripécias de um Jornalista de Fofocas & outros contos” (humor); “35 trovadores em Preto & Branco” (análises); “Canteiro de trovas”; “Pérgola de textos” (crônicas e contos), “Caleidoscópio da Vida” (textos sobre trovas) e “Asas da poesia”.

11 comentários:

Prof. José Feldman disse...

Grande Feldman: Li suas notas biográficas que espelham uma vida preciosa de desafios e conquistas. Desejo a você um FELIZ ANIVERSÁRIO! Que Deus o ilumine e o proteja com muita saúde e paz por muitos e muitos anos!
Prof. Renato Alves (Rio de Janeiro/RJ)

Cailin Dragomir disse...

Caro José Feldman,

Hoje celebramos não apenas seu 71º aniversário, mas a incrível jornada de um homem cuja paixão pela literatura e pela vida inspira a todos nós. Que este dia especial seja repleto de saúde, paz e alegrias!

Seu amor incondicional pela literatura é contagiante. Sua dedicação, dia e noite, em prol da escrita e da divulgação de literatos de todos os cantos é admirável. Seu altruísmo ao dar voz e espaço a escritores e poetas em seu colossal blog não apenas ressoa pelo Brasil, mas alcança corações ao redor do mundo.

Seus belos escritos têm o poder de nos fazer rir, nos emocionar e nos alertar sobre as realidades que muitos preferem ignorar, especialmente as que envolvem os abandonados e os idosos. Você não apenas escreve; você toca vidas e provoca reflexões profundas sobre o que significa ser humano.

Seu amor pelos animais, e a forma como os considera seus irmãos, nos ensina sobre empatia e compaixão. Em suas palavras, encontramos uma chamada à ação: refletir sobre o mundo que queremos construir para as futuras gerações.

Acredito sinceramente que você não é apenas mais um ser humano perdido em meio à multidão, mas sim um anjo, uma dádiva de Deus que abre nossos olhos e nos guia em direção a um futuro melhor.

Parabéns pelos seus 71 anos, José! Que venham muitos mais anos de encantamento e aprendizado. Continue a nos maravilhar com seus versos e escritos!

Com admiração e carinho,
do amigo Cailin Dragomir (Timisoara/Romênia)

Anônimo disse...

OI, caríssimo Feldman. Em alguns parágrafos, você nos presenteou com sua biografia inteira que aplaudo com carinho. Sua atuação na literatura
foi bastante ativa e beneficiou muitos dos seus irmãos nas Letras, entre os quais me incluo. Tudo o que relatou de alma aberta ainda está aquém do muito que ajudou a semear para enriquecer a colheita. Assim sendo, aqui deixo meus agradecimentos em reconhecimento aos seus méritos, difíceis de serem retribuídos à altura.
Fraterno abraço.
Carolina Ramos (Santos/SP).

Anônimo disse...

Que texto maravilhoso! Tão lindo quanto os 71 anos de um SER, ou seja, de uma criatura que o Criador caprichou ao forjá-la. Parabéns, Amigo, Irmão de Fé e Mestre das Letras! Votos de saúde, paz, amor e muitos anos de vida ainda!
Ógui Lourenço Mauri (Catanduva/SP)

Anônimo disse...

Feliz aniversário. Parabéns. Uma vida rica em bons momentos e em bons serviços prestados à sociedade, especialmente no campo da literatura.
Grande abraço.
A. A. de Assis (Maringá/PR)

Anônimo disse...

Bela e pertinente retrospectiva de vida!
Um feliz dia de aniversário caro José Feldman !
Um abraço
Antero Jerónimo (Lisboa/Portugal)

Anônimo disse...

Muchas felicidades estimado José. Abrazo fuerte gran poeta!!!!
Washington Daniel Gorosito Pérez (Irapuato/Guanajuato/México)

Aparecido Raimundo de Souza disse...

Muitos janeiros ainda o aguardam. Felicidades, meu caro amigo. Que o Pai Maior o proteja sempre.

Aparecido Raimundo de Souza disse...

Hoje, meu caro Feldman, é dia de celebrar uma jornada incrível, marcada por experiências únicas, aprendizados profundos e momentos que deixaram marcas no coração de todos que têm o privilégio de caminhar ao seu lado. Setenta e um anos não são apenas um número — são páginas vividas com coragem, sabedoria e generosidade.
Sua presença ilumina os ambientes, suas palavras, seus textos, seus contos confortam, e a sua amizade, sobretudo a sua amizade é um presente raro que enriquece a vida de quem o conhece. Que este novo ciclo venha repleto de saúde, paz, alegrias inesperadas e muitos sorrisos sinceros. Que você, meu caro e dileto amigo continue sendo esse exemplo de força, de serenidade e bom humor que tanto admiro. Lembrando sempre, você é o cara. Um brinde à sua história, a sua, essência, e aos muitos e muitos anos que ainda virão. Aparecido Raimundo de Souza



.

Anônimo disse...

Você, meu caro José Feldman, celebrou não apenas 71 anos de vida... mas 71 anos de resistência contra todas as estatísticas, previsões médicas e até contra aquela vizinha fofoqueira que jurou que você não passava do último inverno sem fazer uma crônica falando das loucuras dela. Pois bem: Igual a mim, você já sobreviveu a vários carnavais seguidos, a um churrasco com maionese duvidosa, a uma queda de bicicleta que parecia cena de novela mexicana, e até àquela vez em que confundiu o colírio com Super Bonder. E mesmo assim, você segue rindo, dançando, escrevendo crônicas, poesias e contos maravilhosos e, sobretudo, distribuindo pelo seu blog, o ”Singrando Horizontes” um punhado de sabedoria, de entretenimento como quem tem um estoque infinito de vida. E cá entre nós, você tem mesmo.
Seu aniversário é mais que uma data — é um evento cósmico. Os passarinhos cantam diferente, seu cachorro lhe sorri cantando “O portão”, do Roberto Carlos, o sol da sua vida brilha com mais vontade, e até os vizinhos da sua cidade, notadamente os do posto de gasolina onde você abastece seu carro, te dão parabéns sem saber por quê. Mas eu sei o motivo. É porque você é desses caras que deixa por onde passa rastros de amor, de alegrias, de felicidades e de esperanças. Por onde você passa, ficam marcas indeléveis da sua presença. Até quando você não está, a sua casa inteira sente falta e se transforma, como seus escritos, em conversas como se fossem histórias surreais. E são.
Que venham, pois, meu nobre amigo, mais anos de loucura boa, de histórias que ninguém acredita (mas todo mundo lê), de gargalhadas que curam e de abraços que fazem o tempo parar. Você é a prova viva de que a vida não tem roteiro — tem improviso, tem samba, tem poesia e tem, logicamente, você.
Feliz aniversário, criatura mítica! Que o Universo continue conspirando a seu favor... e que a velhice siga distraída, ocupada demais para te notar!
PARABÉNS.
Seu amigo Aparecido.

Anônimo disse...

Senhor José Feldman boa noite. Passei para lhe desejar um Feliz Aniversário. Não poderia deixar passar em branco esse seu dia de plena felicidade sem deixar de dizer algumas palavras. Igualmente de celebrar a pessoa incrível que o senhor é. Que a sua vida seja sempre repleta de saúde, sucesso, amor e muitas risadas. Que cada sonho seu se transforme em realidade e que o senhor nunca perca essa energia contagiante que ilumina todos ao seu redor, notadamente com seus textos criativos e para euzinha, fora de série. Aproveite cada momento, porque a sua pessoa merece o melhor do mundo. O senhor é o melhor do mundo. Agradecer também pelas publicações dos meus textos, as crônicas sem pé nem cabeça que faço sem pretensões de ser famosa ou alcançar o estrelato. Que Deus ilumine todos os seus dias vindouros e que essa data se repita por muitos e muitos anos.

Carina Bratt
Parabéns!