Houve um rapaz que era muito pobre e foi servir para a casa de um conde. O rapaz andava sempre a suspirar. O conde, um dia, perguntou-lhe:
- Ó Fulano, porque suspiras tanto?
- Ah, senhor, a casa de meu pai! A casa de meu pai! Candeeiro de cem luzes! Mesa de dobradiças! Quando ele passava, todos se apartavam!
Então o conde perguntou-lhe:
- Teu pai é tão rico e andas a servir?
- Então o senhor não me compreende?! Candeeiro de cem luzes é um fardo de palha; mesa de dobradiças é uma mesa toda carunchosa, que quando se lhe deitavam os pratos em cima vergava toda; e quando o meu pai passava, todos se arredavam, porque ele vinha a cavalo e as pessoas que o viam apartavam-se para ele passar.
Fonte:
Viale Moutinho (org.) . Contos Populares Portugueses. 2.ed. Portugal: Publicações Europa-América.
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