— Vai bater.
— Não bate.
— Vai, sim.
— Não vai.
— Aposto.
— Quanto quiser.
— Um cafezinho...
— É pouco.
— Dois chopps.
— Sofro do fígado.
— Cinema?
— Não gosto.
— Então proponha.
— Já propus quantas vezes!
— Isso que você quer é impossível.
— Não há nada impossível quando se está diante da mais linda mulher...
— Velhíssimo galanteio, meu caro...
— Mas muito exato. As palavras sinceras não envelhecem.
— Mas ficam fora de moda. Mais depressa que os vestidos...
— Nesse caso, desisto.
— Medo?
— Cansaço...
— Por Deus! Um Romeu desanimado é a criatura mais ridícula do mundo.
— Confesso então que é medo.
— De perder?
— Ou talvez de ganhar.
— !
— Vai bater.
— Não vai.
— Espere e verá.
Esperaram. Ela ganhou. O rastilho de luz acabou mesmo alcançando o velho parapeito sem história...
(Publicado originalmente na revista Fon-fon. Rio de Janeiro, 19/12/1935)
— Não bate.
— Vai, sim.
— Não vai.
— Aposto.
— Quanto quiser.
— Um cafezinho...
— É pouco.
— Dois chopps.
— Sofro do fígado.
— Cinema?
— Não gosto.
— Então proponha.
— Já propus quantas vezes!
— Isso que você quer é impossível.
— Não há nada impossível quando se está diante da mais linda mulher...
— Velhíssimo galanteio, meu caro...
— Mas muito exato. As palavras sinceras não envelhecem.
— Mas ficam fora de moda. Mais depressa que os vestidos...
— Nesse caso, desisto.
— Medo?
— Cansaço...
— Por Deus! Um Romeu desanimado é a criatura mais ridícula do mundo.
— Confesso então que é medo.
— De perder?
— Ou talvez de ganhar.
— !
— Vai bater.
— Não vai.
— Espere e verá.
Esperaram. Ela ganhou. O rastilho de luz acabou mesmo alcançando o velho parapeito sem história...
(Publicado originalmente na revista Fon-fon. Rio de Janeiro, 19/12/1935)
Fonte> Newton Sampaio. Ficções. Secretaria de Estado da Cultura: Biblioteca Pública do Paraná, 2014.
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