segunda-feira, 10 de junho de 2024

Antonio Brás Constante (Eles, elas e a direção)

Na vida devemos (às vezes) correr riscos, testar, usar e abusar da sorte fazendo jorrar a adrenalina que nosso corpo produz, por isso resolvi deixar o bom senso de lado e escrever este texto.

Na eterna disputa entre os sexos, um dos assuntos que mais vem à tona é sobre o trânsito. De um lado os homens, afirmando que elas não sabem “pilotar” nada que não seja a pia de lavar louça ou o fogão. Do outro as mulheres, respondendo que são muito mais responsáveis do que eles na direção e que, se a eventual falta de experiência delas pode vir a dificultar um pouco a condução de veículos, muito pior é o desempenho dos machões quando colocados para cumprir os afazeres domésticos.

É uma briga de cães e gatas, onde as gatas acabam geralmente levando a melhor, pois contam com uma memória assustadoramente superior a dos cães que ficam latindo, mas acabam mordendo o próprio rabo.

Lembro que uma vez na praia se iniciou uma discussão sobre este assunto. Na ocasião minha cunhada argumentou que as estatísticas nacionais comprovavam que as mulheres dirigiam melhor do que os homens. Eu respondi que isto somente provava duas coisas: primeiro que, independente de qualquer estatística, as mulheres continuavam não sabendo dirigir e segundo que isso provava que os homens não sabiam fazer estatísticas. Falei brincando, mas ainda assim, quase não escapei vivo do lugar (foi muita adrenalina).

Se analisarmos os fatos, perceberemos que os homens têm um jeito mais ousado de dirigir. Por exemplo, numa ultrapassagem em um horário de grande movimento, ao visualizarem um espaço disponível entre os carros da esquerda, onde caberia no máximo uma bicicleta, eles certamente vão avançar por ali. Pela lógica masculina, se entra uma bicicleta, também entra um carro, pois todos os veículos têm freios e o motorista de trás não vai querer bater em nada que amasse ou tire a cera de seu automóvel (amigo fiel e companheiro das estradas).

Já as mulheres pensam de forma diferente. Quando veem o espaço do uma jamanta entre os carros que passam por elas, primeiramente analisam os riscos de entrar no meio deles, depois mentalizam todo processo que deverão empregar para proceder com segurança aquela operação de troca de pista. Lembram que se cometerem um erro, toda culpa será delas, pois no mundo machista em que vivem são sempre as culpadas. Calculam as probabilidades da necessidade de fazer aquilo e finalmente percebem que a brecha não existe mais e que deverão reiniciar todo processo.

Em última analise, penso que as mulheres são geralmente culpadas pelos acidentes que acontecem, pois desviam a atenção dos homens com seus vestidinhos curtos, calças justas com cintura baixa e decotes provocantes.

Nós homens, somos vítimas da beleza feminina. Talvez no futuro inventem formas de se evitar que os acidentes aconteçam. Somente espero que para isso, não proíbam nossas musas de abrilhantar nossos caminhos, pois prefiro correr o risco de uma distração, a ter toda uma viagem sem a graça feminina desfilando suas virtudes divinas pelas ruas de meu destino. (ATENÇÃO: Esta é uma obra de ficção, qualquer semelhança, seja ela comportamental ou não, com a vida real terá sido mera coincidência - Espera-se com estas últimas palavras ter ajudado a manter a integridade física do autor, principalmente no âmbito de seu lar...).

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