segunda-feira, 20 de maio de 2024

Recordando Velhas Canções (Trem das Onze)


Compositor: Adoniran Barbosa

Não posso ficar nem mais um minuto com você
Sinto muito, amor, mas não pode ser
Moro em Jaçanã
Se eu perder esse trem
Que sai agora, às onze horas
Só amanhã de manhã

Não posso ficar nem mais um minuto com você
Sinto muito, amor, mas não pode ser
Moro em Jaçanã
Se eu perder esse trem
Que sai agora, às onze horas
Só amanhã de manhã

Além disso, mulher
Tem outra coisa
Minha mãe não dorme
Enquanto eu não chegar
Sou filho único
Tenho minha casa pra olhar
Não posso ficar

Não posso ficar nem mais um minuto com você
Sinto muito, amor, mas não pode ser
Moro em Jaçanã
Se eu perder esse trem
Que sai agora, às onze horas
Só amanhã de manhã

Além disso, mulher
Tem outra coisa
Minha mãe não dorme
Enquanto eu não chegar
Sou filho único
Tenho minha casa pra olhar
Não posso ficar
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = =  = = = = = = = = = = 

A Saudade e o Trem das Onze: Uma Viagem pela Canção de Adoniran Barbosa
A música 'Trem Das Onze', composta e interpretada pelo icônico Adoniran Barbosa, é um clássico do samba paulista que retrata de maneira singela e bem-humorada as vicissitudes do cotidiano dos moradores dos subúrbios de São Paulo na década de 1960. A letra da canção revela a história de um homem que, por morar longe, precisa se despedir de seu amor para não perder o último trem para casa. A narrativa é simples, mas carregada de significados que vão além da preocupação com o horário do transporte.

O personagem central expressa um conflito entre o desejo de permanecer com a pessoa amada e as obrigações familiares e sociais. A menção à mãe que não dorme enquanto ele não chega e o fato de ser filho único e ter que 'olhar a casa' são elementos que demonstram o peso da responsabilidade familiar. Essa dualidade entre o amor e o dever é um tema recorrente na música popular brasileira e reflete a cultura de uma época em que os laços familiares exerciam grande influência sobre as decisões pessoais.

Adoniran Barbosa, conhecido por sua habilidade em capturar a essência da vida paulistana em suas letras, utiliza a metáfora do trem para falar sobre as despedidas, as escolhas e o tempo que não espera por ninguém. 'Trem Das Onze' não é apenas uma música sobre um trem específico de São Paulo, mas também sobre a universalidade das experiências humanas, a saudade e a necessidade de priorizar aspectos da vida que, muitas vezes, estão em conflito. A canção permanece atemporal e querida, ressoando com qualquer um que já tenha sentido o aperto no coração ao dizer adeus, mesmo que por uma noite.

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