sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Bienal do Livro do Paraná (Programação de Sábado, 9 de Outubro)







Dráuzio Varella (Coração Amargurado)

Entrei no táxi falando no celular. Quando desliguei, percebi que o motorista me olhava de soslaio:

– O senhor não é aquele médico que dá conselho na televisão?

Pensei em explicar que não eram conselhos, mas concordar simplificava.

Assim que comecei a digitar os números do telefonema seguinte, ele interrompeu com delicadeza:

– O senhor teria paciência para ouvir um coração amargurado?

Em meu lugar, leitor, você diria não?

– Doutor, vivi com duas mulheres. A primeira era garota de programa; a segunda, uma evangélica fervorosa que nem nua na minha frente ficava. Advinha qual das duas me deu problema?

– A santa.

– Como o senhor sabe?

A garota de programa era vizinha de quarto na pensão da Alameda Glete, em que ele foi morar quando chegou em São Paulo aos dezenove anos, sem ter um gato para puxar pelo rabo, segundo ressaltou.

A moça havia fugido de Pernambuco com dezesseis anos para escapar das investidas do padrasto, que a mãe insistia em considerar simples manifestações de carinho. Aqui, conseguiu emprego numa fábrica de roupas na rua Oriente, para trabalhar doze horas por dia na máquina de costura. Três meses depois que a fábrica foi à falência, estava ameaçada de despejo do quartinho alugado no Brás, quando surgiu a inevitável amiga bem vestida que a apresentou ao dono de um inferninho na zona norte.

A solidão aproximou os dois na pensão da Alameda Glete. Nos fins de semana, passavam horas conversando; às vezes saíam para passear, mas não se tocavam.

Depois de meses de convivência, ele a beijou. Ela disse que nunca havia sido tratada com tanto respeito; por um homem como ele abandonaria a vida na noite, seria uma companheira dedicada e sincera.

Sem casar no papel, viveram em harmonia durante oito anos, num sobradinho do Jaçanã:

– Minha casa era um brinco. Se disser que ela me deu motivo para desconfiar que estivesse interessada em outro homem, estou mentindo.

Quando foi promovido a encarregado do almoxarifado da firma em que trabalhava, ele conheceu a outra, mocinha, evangélica recatada que corava na presença do chefe. A esposa ideal para constituir família, concluiu.

A separação foi dolorosa. A primeira mulher chorou muito, mas não entrou em desespero, pressentia o desenlace: ele nunca esqueceria o passado.

– Eu também sofri feito cachorro. Gostava mais dela do que da outra.

Mesmo assim, casou com a evangélica no civil e no religioso, tiveram duas filhas criadas em obediência aos princípios religiosos da mãe e um neto que havia acabado de nascer.

Com a segunda mulher não havia clima para os arroubos de paixão carnal que povoaram as noites do primeiro casamento, ausência compensada pela tranquilidade da vida familiar e de uma relação afetiva tépida, sem sobressaltos:

– Nunca usou um decote, uma saia curta. Se íamos a um aniversário, ficava entre as mulheres, nem perto dos homens chegava.

Entregue de corpo e alma à família, a esposa experimentou a sensação de vazio que se instala em mulheres como ela, quando os filhos saem de casa. Passava os dias entristecida, sem ânimo até para pentear o cabelo, à espera que o marido voltasse do trabalho.

Por sugestão de um amigo que enfrentara problema semelhante, ele comprou um computador para distraí-la durante o dia.

A transformação impressionou a família inteira. Em poucos dias, ela parou de reclamar da vida, virou uma mulher alegre e extrovertida; até roupas coloridas saiu para comprar.

Cinco dias antes de nosso encontro no táxi, aconteceu o inesperado: pela primeira vez ela não estava em casa quando ele chegou. Nem na casa das filhas. No espelho do banheiro havia um bilhete: “Conheci um rapaz pela internet. Fugi com ele. Não me procure, tenho direito de buscar a felicidade”.

– Veja quanta ingratidão. Com o computador, que ainda faltam duas prestações para pagar.

– Você foi atrás dela?

– Feito louco. Com o revólver.

– Não faça uma besteira dessas. Vai acabar na cadeia, cheio de remorsos. Suas filhas jamais o perdoarão. Mulheres não faltam, encontre outra, é a melhor maneira de esquecer.

– Agora, vou lhe dizer do fundo do coração, doutor, se um dia eu arrumar outra vai ser uma mulher de programa.

Fontes:

Pedro Ornellas (Sonetilhos)

ESTRADA DA VIDA
Francisco Neves Macedo

Nossa vida, grande estrada,
cada curva nova opção,
quem prefere a contra-mão,
vai cair numa enrascada...

Se a jornada está pesada,
ponha Deus na “direção”.
Ele é a grande solução
e a certeza da chegada.

Não parar no “acostamento”
que camufla o sofrimento,
seja na volta ou na ida.

Ouça o grande Condutor
e acharás para onde for:
“Caminho, Verdade e Vida”

UM DILEMA
Thalma Tavares

Vivo um dilema terrível
entre a virtude e o pecado.
Quem dera fosse possível
voltar inteiro ao passado

Assim meu pecado horrível
seria, então, anulado
e eu, num milagre incrível,
voltaria imaculado.

Então não mais pecaria.
Sem transgressões não teria
remorsos a me culpar....

Mas quando tu apareces,
e me abraças e me aqueces,
eu quero mesmo é pecar.

MEU FILHO
Humberto – Poeta (SP)

No seu bercinho, sereno,
dorme o meu filho adorado...
é tão meigo e tão pequeno,
é tão róseo e delicado!

Às vezes ri em sono pleno
entre os véus do cortinado...
Que ventura, ou bem terreno
fá-lo rir, despreocupado?

Tão belo e doce sorriso,
talvez nem no paraíso
outro igual se tenha dado!

E ao vê-lo assim,me confranjo,
perdoa-me, Deus, ter ousado
do teu céu roubar um anjo!

SONETILHOS DA INFÂNCIA
Thalma Tavares

Dizem que eu era abelhudo,
que em tudo punha o olhar,
e depois de olhar em tudo
punha-me a sós a cismar,

que era magro, melenudo,
e andava sempre a sonhar,
que o sonho era o meu escudo,
meu refúgio, meu altar.

Mas, que apesar da incerteza
de uma vida de pobreza,
vivi com muita alegria...

Tive um lar feliz e amigo
que além de ser meu abrigo,
era abrigo da poesia.
––––
Em minha infância encantada,
sensível à dor alheia,
chorei a flor esmagada
e fiz castelos na areia.

Fiz rodas com a meninada
em noites de lua cheia.
Andei na relva orvalhada
rolando a bola de meia.

Fui até rei dos folguedos
e espantei todos os medos
que a pobreza me trazia.

E além dos livros, da bola,
eu levava na sacola
sonhos, trovas e poesia.

MUNDOS
Pedro Ornellas

Criamos sempre, em criança,
cismando, ingênuos, a sós,
cheio de paz e esperança,
um mundo dentro de nós!

Porém o tempo que avança
rude, implacável, veloz,
logo transforma a bonança
em tempestade feroz!

A inveja, o ciúme, a maldade,
a mentira e a falsidade,
juntam forças sem demora...

e aquele pequeno mundo,
vira presa, num segundo,
do mundo mau que há lá fora!

MANUELA
Gislaine Canales

Manuela, neta querida
trouxeste paz e alegria,
mais luz deste à nossa vida
numa encantada magia!

Tu ganhaste, ao ser nascida
um nome, que em Teologia,
é “Deus comigo”, e elucida
tua grande simpatia!

Tenhas em teu coração
muita bondade e carinho
e vivas apaixonada!

Viver feliz é a emoção
que abranda sempre o caminho,
e és Manuela, muito amada!

JAZINHA
Amilton Maciel

Modesta, muito quietinha,
Religiosa de verdade,
é a lembrança da Jazinha,
que eu trago da mocidade.

N´hora do terço ela vinha
rezá-lo com piedade,
mas, finda a "Salva-Rainha",
procurava atividade:

Em casa era a costureira,
Quituteira... E a educadora
que nos moldou o caráter.

Doou-se a vida inteira...
Oh! titia encantadora,
que, sem ter filhos, foi "mater."!

TIZIU
Amilton Maciel

Ouvindo um psiu, psiu...
esta manhã bem cedinho,
me acordei com um passarinho
que nem sei de onde surgiu.

Só sei que, dando pulinho,
a cada psiu, o tiziu
em meu peito descobriu
um lugar para o seu ninho...

E ao ver que eu me levanto
só para vê-lo com apreço
em seu negror reluzente,

Ele mais canta e eu me encanto!
E orando a Deus, agradeço
tão mavioso presente!

PEREGRINAÇÃO
José Lucas de Barros/RN

Foi numa tarde de estio
que eu saí de mundo afora,
pagando caro, toda hora,
o meu louco desafio.

Fiquei longe do meu rio,
pelo qual meu peito chora.
Ai, campos de doce aurora,
de sol bonito e bravio!

Por esses dias tristonhos,
minha bagagem de sonhos
foi ficando pela estrada.

Salvei muitas esperanças,
mas, na mala das lembranças,
há tempos não cabe nada.

MOMENTOS
Pedro Ornellas

*Nota
Agradecendo ao poeta Octávio Venturelli ao receber um de seus livros.

Pensava no amigo e, creio
que lendo meus pensamentos,
despachou pelo correio
um pacote de acalentos!

Tão simples, sem paramentos,
porém de vida tão cheio!
E eu sinto que ao ler “Momentos”
meus bons momentos releio!

O autor do livro, um “cachorro”
que à saudade me compele
sabendo que disso eu morro...

Pelo mimo precioso
obrigado, Venturelli
(ou será que é Venturoso!?)

Fonte:
Pedro Ornellas

Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n.13)

Trova do Dia

Não prometo, em nossa história,
meu amor por toda a vida,
porque a vida é transitória,
e meu amor, sem medida!...
WANDA DE PAULA MOURTHÉ/MG

Trova Potiguar

Ao voltar com muito amor,
no campo que já foi meu,
bebi no cálice da flor
o mel que abelha esqueceu.
JOSÉ LUCAS DE BARROS/RN

Uma Trova Premiada

1998 ; Sete Lagoas/MG
Tema : ANDANÇAS ; Menção Honrosa

Nas andanças... relutantes...
vão, pelas mesmas calçadas,
os nossos corpos... Distantes!...
Nossas almas... de mãos dadas!
THEREZINHA DIEGUES BRISOLLA/SP

Uma Poesia livre

A. A. de Assis/PR
DESARMAI-VOS.

Deitai as vossas espadas,
calai os vossos canhões;
vossos mísseis sepultai,
serenai vossas tensões.
Libertai-vos do egoísmo,
dominai o orgulho e a ira;
dos vossos medos livrai-vos
e da inveja e da mentira.
Amai-vos, irmãos, amai-vos,
e alegrai o coração,
que é vinda, afinal, e é linda
a universal comunhão!

Uma Trova de Ademar

No instante espetacular
quando a lua se escondia
vi uma estrela brilhar
no céu da minha poesia!
ADEMAR MACEDO/RN

...E Suas Trovas Ficaram

No seu viver temerário,
que a nenhum lugar conduz,
quem passa por um calvário
leva vestígios da cruz!...
LAVÍNIO GOMES DE ALMEIDA/RJ

Estrofe do Dia

Dia sete – feriado,
Não foi muito diferente.
Combinamos novamente,
Mais um encontro marcado...
Fiquei muito agoniado
Esperando a ligação,
Fiz uma meditação:
- Olhe, não impressione!
Quando chama o telefone
Bate forte o coração.
DJALMA MOTA/RN

Soneto do Dia

Gislaine Canales/SC
LIBERDADE.

Me sinto livre, porque sou amada,
pertenço aos céus e corro como os ventos,
vou flutuando na noite enluarada,
nas doces asas dos meus sentimentos!

Faço da liberdade, a minha estrada,
e dou amor em todos os momentos,
transformando em meu tudo, um quase nada,
e em nada, todos os meus sofrimentos!

No azul do mar, a imagem refletida,
a imagem do meu próprio coração,
num renascer eterno de emoção!

Livre e feliz, eu sigo pela vida,
com mil estrelas a brilhar, converso,
plantando os sonhos meus pelo Universo.

Fonte:
O Autor

Bienal do Livro do Paraná (Programação de Sexta-Feira, 8 de Outubro)






quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n.12)

Trova do Dia

Sem rodeio e sem firula
deixo a todos essa dica:
Impostor sempre bajula,
amigo às vezes critica!
PEDRO ORNELLAS/SP

Trova Potiguar

Mandei clonar do meu ser
uma cópia da ilusão
para jamais esquecer
as razões do coração.
FRANCISCO BEZERRA/RN

Uma Trova Premiada

2006 > Pitangui/MG
Tema > TERÇO > M/H.

Eu rezo o terço a meu jeito
e penso que Deus me aprova,
porque falo, com respeito,
em cada conta...uma trova.
THEREZA COSTA VAL/MG

Uma Poesia

Maria Emília Xavier/RJ
A SOLIDÃO DA ESTRELA.

O céu azul escuro...
Como, se palco fosse,
mostra um espetáculo belo:
uma estrela solitária,
que nessa imensidão qual luminária,
brilha, brilha, brilha,
faíscas, muitas faíscas solta
e o céu enfeita de prateado...
Fico pensando...
Esse espetáculo lindíssimo,
não será a estrela sua solidão chorando?
O brilho... As faíscas...
Olhos marejados de água...
Lágrimas que escorrem...

Uma Trova de Ademar

Da fonte que jorra o amor,
Deus, na sua imensidão,
faz jorrar com todo ardor
as carícias do perdão.
Ademar Macedo/RN

...E Suas Trovas Ficaram

A lua serena e pura,
quem a pesquisar se afoite,
verá que é um lírio plantado
no jarro negro da noite.
CESAR COELHO/CE

Estrofe do Dia

Às vezes vejo cansaço
nos olhos do meu irmão
que precisa de ternura,
que é carente de afeição
e, então, lhe escrevo alguns versos
carregados de emoção.
DELCY CANALLES/RS

Soneto do Dia

Olegário Mariano/PE
ENAMORADO DAS ROSAS

Toda manhã, ao sol, cabelo ao vento,
ouvindo a água da fonte que murmura,
rego as minhas roseiras com ternura,
que água lhes dando, dou-lhes força e alento.

Cada um tem um suave movimento
quando a chamar minha atenção procura
e mal desabrochada na espessura,
manda-me um gesto de agradecimento.

Se cultivei amores às mancheias,
culpa não cabe às minhas mãos piedosas
que eles passassem para mãos alheias.

Hoje, esquecendo ingratidões mesquinhas,
alimento a ilusão de que essas rosas,
ao menos essas rosas, sejam minhas.

Fonte:
O Autor

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n.11)

Trova do Dia

É de ternura o momento
em que o Sol sorri no espaço,
se faz vida e sentimento
e lança ao mar seu abraço!
GISLAINE CANALES/SC

Trova Potiguar

Todo amor que a ti proponho,
vem no afeto mais bonito;
que se esconde no meu sonho,
nas estradas do infinito!
EVA GARCIA/RN

Uma Trova Premiada

1997 ; Ribeirão Preto/SP
Tema: DROGA ; Venc.

A droga, feito um rastilho,
ampliando o seu terreno,
não poupa mãe e nem filho
que, ao seio, suga o veneno...
DARLY O. BARROS/SP

Uma Poesia Livre

Maria de Fátima Carvalho/RN
SAUDADES PERFUMADAS.

Num sentir tão sentido
Mergulha lilás minha alma
Em fonte de amor bem serena
E as rosas de orvalho molhadas
Perfumam saudades deixadas
No meu coração a chorarem.

Uma Trova de Ademar

Nesses carnavais vividos
envolto em tanta ilusão,
deixei meus sonhos perdidos
no meio da multidão.
ADEMAR MACEDO/RN

...E Suas Trovas Ficaram

Ninho de felicidade
com gravetos de ilusão,
se faz com facilidade
mas tem curta duração.
MIGUEL RUSSOWSKY/SC

Estrofe do Dia

Pra nós sermos amigos de verdade
precisamos amar e querer bem,
dividir nossos sonhos com alguém;
repartir nosso pão pela metade,
plantar uma semente de amizade
no jardim onde nasce a solidão
e dizer no ouvido de um irmão:
plante um pé de amizade em sua horta,
amizade é a chave que abre a porta
do castelo onde mora o coração.
ANTONIO FRANCISCO/RN

Soneto do Dia

Raul de Leoni/RJ
HISTÓRIA ANTIGA.

No meu grande otimismo de inocente,
Eu nunca soube por que foi... um dia,
Ela me olhou indiferentemente,
Perguntei-lhe por que era... Não sabia...

Desde então transformou-se de repente
A nossa intimidade correntia
Em saudações de simples cortesia
E a vida foi andando para a frente...

Nunca mais nos falamos... vai distante...
Mas, quando a vejo, há sempre um vago instante
Em que seu mudo olhar no meu repousa,

E eu sinto, sem no entanto compreendê-la,
Que ela tenta dizer-me qualquer cousa,
Mas que é tarde demais para dizê-la...

Fonte:
O Autor

Bienal do Livro do Paraná (Programação de Quinta-Feira, 7 de Outubro)




Bienal do Livro do Paraná (Programação de Quarta-Feira, 6 de Outubro)




terça-feira, 5 de outubro de 2010

Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n.11)


Trova do Dia

Na voragem da procela
do combate interior
é que o homem se revela
se é escravo ou é senhor!
HÉRON PATRÍCIO/SP

Trova Potiguar

Tua ausência indesejada
me causou tão forte dor,
que vivo abraçado ao nada,
no deserto desse amor.
JOAMIR MEDEIROS/RN

Uma Trova Premiada

2000 > Niterói/RJ
Tema > DELÍRIO > Venc.

Teu olhar não me diz nada
mas, sem querer, eu me iludo
e em delírio, apaixonada,
transformo o teu nada... em tudo!
MARINA BRUNA/SP

Uma Poesia

Daniel Patrício Szebralcikowski/SP – “13 Anos”
IDADE CONFUSA...

Nas químicas de minha vida
faço filosofias,
curo feridas,
desarmo armadilhas.

Minha vida é uma equação,
que tento em vão resolver...
se chego ao xis da questão
os nós não sei desfazer

Porque os fatos, verdadeiros,
contados nos meus versos,
são uns falsos curandeiros
curando sonhos dispersos....

Uma Trova de Ademar

Com todos os caracteres
do mais puro devaneio
pude amar muitas mulheres
mas a que eu amo... não veio!
ADEMAR MACEDO/RN

...E Suas Trovas Ficaram:

Para ter felicidade
na minha vida futura,
não preciso de saudade,
só preciso de ternura.
EZEQUIEL PINTO DE SOUZA/CE

Estrofe do Dia

Pela união fraternal
serei sempre agradecido
por ter apoio integral
no desfecho acontecido;
quando eu mais necessitei
de cada amigo ganhei
um abraço enternecido.
MARCOS MEDEIROS/RN

Soneto do Dia

José Antônio Jacob/MG
O VENDEDOR DE BONEQUINHOS.

De manhãzinha à beira da calçada
Todo dia uma corda eu estendia
E pendurava nela uma braçada
De bonequinhos feios que eu vendia.

Eram polichinelos que eu fazia
De trança de algodão, à mão desfiada...
No pano das feições não conseguia
Puxar-lhes traços de melhor fachada.

Ao desbotar o azul no fim do dia,
Quando eu os desatava dos alinhos,
Desse varal de cordeação brilhante,

Esses desengonçados bonequinhos
Desciam-me nas mãos com alegria
E me davam abraços de barbante!

Recomendo os Blogs:

http://poesiasemprepoesia.blogspot.com/
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Fonte:
O Autor

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Trova 178 - Ialmar Pio Schneider (Porto Alegre/RS)

Paraná em Luto pelo Falecimento de José Carlos Veiga Lopes (1939 - 2010)


Nascido em Curitiba em 07 de maio de 1939, filho do ex-prefeito Ângelo Lopes e Rosina Veiga Lopes.

Formado em Engenharia Civil pela Universidade Federal do Paraná, apaixonado por História, presidente da Academia Paranaense de Letras, ocupando a cadeira de numero 14, pecuarista por paixão, proprietário da Fazenda Butuquara uma das mais antigas fazendas do Sul do Brasil localizada nos Campos Gerais do Paraná, próximo a São Luiz do Purunã.

Desde a infância teve convívio com a região dos Campos Gerais do Paraná, de onde lhe veio a inspiração para seus escritos, quer sejam os estudos históricos, quer sejam os contos regionalistas. No campo da História, possui vasta produção e tem publicadas várias obras referenciais, provenientes de exaustivas pesquisas em documentos e fontes primárias. Seus livros são freqüentemente citados e constituem fontes fidedignas para as consultas dos estudiosos da História do Paraná. Mantem um Museu de Arte Popular Brasileira na sua fazenda (Fazenda Butuquara, uma das mais antigas fazendas do Sul do Brasil, localizada nos Campos Gerais do Paraná, próximo a São Luiz do Purunã).

Faleceu em 3 de outubro de 2010, aos 71 anos, em Curitiba, de enfarte fulminante.

Livros:

– Sapecada - Contos regionalistas dos Campos Gerais (1972).
– Esboço Histórico da Fazenda Santa Rita - edição mimiografada em 1973, e 2ª edição em 1974.
– As Aves do Céu tem ninhos - Romancete Regionalista dos Campos Gerais - (1977).
– Curucaca - Ensaios sobre a ave símbolo dos Campos Gerais - (1981).
– Açoiteira - Contos regionalistas dos Campos Gerais - (1991).
– Origens do Povoamento de Ponta Grossa - Estudo Histórico - (1999).
– Raízes da Cidade da Palmeira - Estudo Histórico - (2000)
– Informações sobre os bens de Nossa Senhora das Neves no Paraná - Estudo Histórico (2000)
– Antecedentes históricos de Porto Amazonas
- Superagui: informações históricas

Fontes:
http://www.pousadacaina.com.br/
http://www.institutomemoria.com.br/

Gazeta do Povo - nota de falecimento.

Parana Online