segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Antonio Manoel Abreu Sardenberg (Projeto 4 em 1) numero 1

Voz da Razão
Antonio Manoel Abreu Sardenberg
São Fidélis "Cidade Poema"

Quando minha razão fala,
com a voz do coração,
tudo em mim então se cala
e minha vida se embala
na mais sublime canção.

E quando a luz matutina
vem meiga me despertar,
a esperança descortina
e a fé, então, me ensina:
é hora de agradecer,
é momento de rezar!

E quando o silêncio cala
profundo dentro da gente,
sem querer a alma sente
que por nós é DEUS quem fala!

A Rosa e os Espinhos
Alda Corrêa Mendes Moreira

Era tão linda a rosa amarela que achei!
A sua cor jamais me demonstrou tristeza,
e ninguém percebeu as dores que amarguei
quando eu a vi murchar com tanta singeleza.

Nem ninguém saberá o pranto que abafei
ao ver que aquele viço era a grande certeza
da prova de um amor que nunca revelei,
sem esperar da vida a volta da beleza.

E agora que estou só, fitando a simples haste
daquela bela flor que espargia carinhos,
tenho em meu peito dor que só me traz desgaste.

Chorando o fim da rosa, eu procuro caminhos
que anulem este amargo e penoso contraste,
pois triste é encontrar apenas os espinhos!

Dorme
Fernando Pessoa
1888 - 1935

Dorme enquanto eu velo...
Deixa-me sonhar...
Nada em mim é risonho.
Quero-te para sonho,
Não para te amar.

A tua carne calma
É fria em meu querer.
Os meus desejos são cansaços.
Nem quero ter nos braços
Meu sonho do teu ser.

Dorme, dorme. dorme,
Vaga em teu sorrir...
Sonho-te tão atento
Que o sonho é encantamento
E eu sonho sem sentir.

TROVAS
Todas extraídas do site http://www.sardenbergpoesias.com.br/ , página de trovas nº 1, outubro de 2006, organizada pelo amigo trovador A.A.de Assis

As almas de muita gente
São como o rio profundo:
-A face tão transparente,
E quanto lodo no fundo!...
Belmiro Braga - Juiz de Fora

Mesmo soltas e espalhadas
as pétalas são formosas;
porém somente abraçadas
é que elas se tornam rosas!
A. A. de Assis – Maringá

Baú velho, tampo torto,
cartas e fotos mofando...
-Refúgio de um sonho morto
que eu vivo ressuscitando!...
José Overney - Pindamonhangaba

Quisera ser um brinquedo
ou ser fios de esperanças,
para morar em segredo
no coração das crianças!
Maria Nascimento - Rio de Janeiro

No tear da solidão,
rendeiro em dias tristonhos,
basta um fio de ilusão
para tecer os meus sonhos!
Elisabeth Souza Cruz - Nova Friburgo

Amigos que não convêm
São aves de arribação:
- Se faz bom tempo eles vêm...
- Se faz mau tempo eles vão...
Soares da Cunha – Belo Horizonte

Num dos lances mais astutos
que a vida tem-me inspirado,
eu mostro os olhos enxutos,
e escondo o lenço molhado.
Vanda Fagundes Queiroz - Curitiba

Fonte:
O Autor

Efigênia Coutinho (Silêncio)

Os sonhos estão longe, além mar.
Seguem a vida lenta e arrastada...
Quisera deitar e sonhar apaixonada
Numa noite enluarada a beira-mar!

O que está longe se veste de saudade
E nossas horas tão breves são...
Têm da pluma a mesma densidade
Os sonhos no templo de adoração!

Até os sinos se perdem quando toados
Aos caprichos do vento que vai e vem.
Assim são nossos sonhos também
Quando esperamos tempos dourados.

O longo silêncio da real verdade,
Que a nossa voz num pranto silencia,
Deixa aos sentidos apenas a saudade,
Da vontade que o coração anuncia...

Balneário Camboriú
Setembro 2010

Fonte:
A Autora

Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n.15)

Trova do Dia

Lembranças, todos nós temos...
mas só vale a pena ter,
quando algo que já vivemos
valeu a pena viver!
VANDA FAGUNDES QUEIROZ/PR

Trova Potiguar

Quem contempla o céu deduz
que, formosa em seu regaço,
a Lua é ilha de luz
no oceano azul do espaço.
JOSÉ LUCAS DE BARROS/RN

Uma Trova Premiada

2010 > São Paulo/SP
Tema : FEITIÇO ; Vencedora

Tens tal feitiço no olhar
que, em nosso adeus, por encanto,
foram gotas de luar
que escorreram do teu pranto!
WANDA DE PAULA MOURTHÉ/MG

Uma Poesia livre

Maria Luiza Walendowsky/SC
SIM, DESEJO-TE.

Desejo teus olhos como duas estrelas,
tua boca como a lua,
teu sorriso a me aquecer
tal qual um sol de inverno!
Desejo entrelaçar nossas mãos,
e caminhar a teu lado...
E que tuas mãos
explorem meu corpo
como um mar profundo...
Desejo sentir longos suspiros
do teu coração!
Sim, desejo-te por inteiro...

Uma Trova de Ademar

A chuva é para o sertão
como se fosse um troféu.
Deus abre com um trovão
a caixa d’água do céu!
ADEMAR MACEDO/RN

...E Suas Trovas Ficaram:

Amigo é aquele que estende
sua mão para servir,
antes que aquele a que atende
seja obrigado a pedir.
NEY DAMASCENO/RJ

Estrofe do Dia

Eu não sei pra onde vou
Mas eu acho a vida linda,
Meu sonho não se acaba
Meu prazer nunca se finda,
E o meu castelo de verso
Ninguém descobriu ainda.
FENELON DANTAS/PB

Soneto do Dia

Palmira Wanderley/RN
MANDACARU

De manhãzinha é sempre o meu cuidado
dar-te o bom-dia e olhar se tu floriste...
E eu vou-me embora sem te ver florado
e tu nem sabes como eu parto triste!

Quando cheguei tinhas desabrochado
a flor mais alva!... E tu nem pressentiste
a pena que sofri, vendo fechado
o teu floral. E o meu desejo insiste.

Dizem que, vez por outra, reflorindo,
tal qual um pé de estrela-d’alva abrindo
Nossa Senhora vem te olhar assim...

E eu me fico a esperar que, na partida,
quando eu disser-te adeus, na despedida,
abras, ao menos, uma flor pra mim!

Fonte:
O Autor

IX Concurso de Trovas do CTS/UBT/CAICÓ-RN 2010 (Resultado Final)

Tema Nacional: OCASO (S)

1° LUGAR:
THEREZINHA DIEGUEZ BRISOLLA
Chego à velhice, contente
e o meu ocaso é bem-vindo,
ao ver que o sol, no poente,
faz o entardecer mais lindo!

2° LUGAR:
WANDA DE PAULA MOURTHÉ
Se agora o ocaso me alcança,
ao desalento me oponho
porque o lume da esperança
mantém aceso o meu sonho!

3° LUGAR:
ELEN DE NOVAIS FÉLIX
A vida é um barco divino
tendo ao leme, a mocidade...
Porém, no ocaso, o destino
me leva ao cais da saudade!

4° LUGAR:
JOSÉ TAVARES DE LIMA
Já na idade das fadigas,
pressentindo o ocaso perto,
só as lembranças amigas
vêm povoar meu deserto!

5° LUGAR:
MARIA LÚCIA DALOCE
No ocaso da natureza,
com raridades infindas,
dos casulos sem beleza...
voam borboletas lindas!

6° LUGAR:
MARIA CAMPOS DA SILVA VELHO (CIDOCA)
Folhas secas vão rolando
O ocaso é um palco tristonho
Que aos poucos vai se fechando
Sobre as cinzas do meu sonho!

7° LUGAR:
MARINA BRUNA
Vivo, no ocaso, otimista
pois, quando o sol vai-se embora,
vejo o pincel de um Artista
pondo, em meu céu... tons de aurora...

8° LUGAR:
DARLY O. BARROS
O ocaso... o ajuste da lente...
o clique... a fotografia:
- a imagem do sol poente,
nos braços do fim do dia...

9° LUGAR:
MARIA MADALENA FERREIRA
Desculpe, Amor, se me atraso
na volta ao lar... – Acontece
que eu me perco, olhando o ocaso,
enquanto o sol adormece!!!

10° LUGAR:
EDERSON CARDOSO DE LIMA
Sua lira foi – em suma –
de romantismo repleta.
Hoje uma orquídea perfuma,
esse ocaso do poeta!

11° LUGAR:
ADILSON MAIA
Se o amor nos invade o peito
que importa o ocaso da vida?
No espaço de um quarto estreito
surge a manhã colorida.

12° LUGAR:
JOÃO FREIRE FILHO
Se o tempo é que marca os prazos,
com tantas tardes cansadas,
eu guardo, para os ocasos,
o encanto das alvoradas!

13° LUGAR:
ALBA CHRISTINA CAMPOS NETO
Chega a velhice, e hesitante,
às vezes, posso até crer,
que um ocaso é tão brilhante
quanto o sol do amanhecer.

14° LUGAR:
GILVAN CARNEIRO DA SILVA
Em nosso ocaso chegando,
tanta ternura Deus pôs,
que ainda existe luz sobrando
no sol morno de nós dois!...

15° LUGAR:
ADILSON MAIA
Mesmo no ocaso da vida
do pranto, não sinto o gosto,
que a esperança, comovida,
esparge luz no meu rosto!

Tema Estadual: FONTE(s)

1º LUGAR:
ADEMAR MACEDO
O Deus que fez lago e monte,
Que fez céu, mar, noite e dia,
Fez do poeta uma fonte
Por onde jorra poesia...

2º LUGAR:
PROFESSOR GARCIA
A natureza resiste,
Mas a tristeza do monte,
É enxugar o pranto triste
Dos olhos tristes da fonte!

3º LUGAR:
MARCOS MEDEIROS
Mesmo que a vida desponte
Por trás de um gesto fecundo,
Sua verdadeira fonte
É Deus, criador do mundo.

4º LUGAR:
MARA MELINNI GARCIA
Velha fonte...O largo antigo...
Sob as ruínas...Num canto...
Hoje tu choras comigo,
Dividindo o mesmo pranto!

5º LUGAR:
HÉLIO PEDRO SOUZA
É seca e o sol no horizonte
Torna a terra ressequida,
Mas a pequenina fonte
Insiste em manter a vida.

6º LUGAR:
JOSÉ LUCAS DE BARROS
Qual a fonte de energia
Da luz de tantas estrelas?
Se não for Deus, quem teria
Um facho para acendê-las?

7º LUGAR:
JOSÉ LUCAS DE BARROS
- Numa fonte de águas claras,
Onde as musas cantam hinos,
Bebo as imagens mais raras
De meus versos peregrinos.

8º LUGAR:
MANOEL CAVALCANTI DE S. CASTRO
Sentindo o peso da mágoa,
O camponês baixa a fronte;
Nos seus olhos tem mais água
Do que nas veias da fonte...!

9º LUGAR:
PROFESSOR GARCIA
Quase seca...E, a fonte insiste,
Em seu lamento de dor!
É o canto ficando triste
E a fonte jorrando amor!

10º LUGAR:
EVA YANNI GARCIA
Por trás de tão lindos montes
Há fonte em todo lugar;
Mas a mais bela das fontes
É a fonte do teu olhar!

11º LUGAR:
FRANCISCO MACEDO
Bebo na fonte sagrada,
PDFmyURL.com
De onde vem os versos meus.
Sem ela, eu não faço nada...
-Esta fonte, amigo, é Deus!

12º LUGAR:
JOAMIR MEDEIROS
Mãe! – Fonte de amor eterno.
És um poema de amor...
Mãe, do teu ventre materno
Nasceu Cristo, o Redentor!

13º LUGAR:
ADEMAR MACEDO
Da fonte que jorra o amor,
Deus, na sua imensidão,
Faz jorrar com todo ardor
As carícias do perdão.

14º LUGAR:
JOAMIR MEDEIROS
Fonte de sabedoria
Que o mundo inteiro conhece,
A trova é a luz da poesia...
É a mais linda e doce prece!

15º LUGAR:
HÉLIO PEDRO SOUZA
Alvorada no horizonte,
Surge Sol abrasador,
Eterna e perene fonte
De vida, luz e calor.

domingo, 10 de outubro de 2010

Trova 179 - Arlene Lima (Maringá/PR)

Eunice Arruda (Poemas Avulsos II)

NOSTALGIA

Amo
os
casais

Ombro
a
ombro

Pisando a mesma calçada

Amo os casais que
atravessam
ruas
estações

Seguram as
mãos
não
o tempo

Amo
os
casais

Que permanecem

(poema publicado no site "escritoras suicidas" - convidadas - edição 36

INICIAL

mudar a sombra e a árvore
da terra do mar mudar
ser par
mudar o risco e o cabelo
o lado de dormir e o de sonhar

(do livro "Mudança de lua", Scortecci Editora, 1986 – São Paulo/SP)

ESQUECI

o meu
caminho de casa

o sono úmido
útero

o nome dos sentimentos

as mãos
dadas às praças

as flores
as estações, esqueci
o rosto de minha mãe

(poema sobre xilogravura de Valdir Rocha)

CLANDESTINIDADE

Vivi na clandestinidade
anos

No escuro nos bares na periferia
-------------------------------anos a fio
-------------------------------escondida
-------------------------------envolvida
em fumaças
teorias
Na paixão. Na clandestinidade

Até que um dia me entregaram

à vida

(do livro "Mudança de lua", João Scortecci Editora - São Paulo, 1989)

GABRIEL

a duras penas
o tempo parou:
enterramos o morto

nos misturamos à terra
a
duras penas
conhecemos o nosso verdadeiro nome

(do livro "Gabriel:" - Massao Ohno Editor, 1990, São Paulo/SP)

MULHERES

Mulheres
mecanizadas
simulam
vozes

De passos duros
e roupas leves
alargam a tarde
de fumaça e
objetivos

Têm pressa – não
sonhos

Mulheres mecanizadas
geram filhos e
criam o
abstrato

(do livro "Invenções do desespero", São Paulo / SP, 1973)

TÃO TRANQÜILA

Tão tranqüila a sala
A tarde caminha lenta impune
Portas fechadas
ressoam vozes
lá fora
um telefone jamais chama

Talvez chova ainda hoje
mas agora
nenhum risco ou relâmpago
Posso dormir neste barco
há árvores à margem sombreando o rio

É tão tranqüila a sala
na tarde seguindo lenta
E vibra
ardente
como uma palma de mão
Aqui descanso do sim e do não

(do livro "Risco" - Nankin Editorial, 1998 – SP)

Roberto Pinheiro Acruche (Meus Poemas n. 5)

AMOR ETERNO

Foram tantas, as juras que trocamos,
com suaves palavras e verdade,
que firmados nesta sinceridade...
Em nosso caminho continuamos!

Os cruzamentos e nossos enganos,
cada tropeço e adversidade,
fizeram de nossas juras, saudade...
Nada mais restando do que sonhamos.

Temendo submergir na memória,
os lindos momentos de nossa história...
Guardei-os, escritos, neste caderno...

E ao relê-lo, o que faço lentamente,
com os olhos molhados e um tanto ardente,
jurando-te o meu amor eterno.

DESVENTURA

Este silêncio, este vazio
deixa uma interrogação,
um sentimento de tristeza
de dúvida, incerteza,
mexe com a minha alma,
rasga-me o coração...
Como dói e machuca a solidão!
É tudo tão isolado, distante
uma ansiedade, um estado ofegante,
uma inquietação...
Até o ar que tanto preciso
não está mais comigo, também me abandonou
deixando-me sem respiração.
E o sono que não chega, o telefone que não toca,
ninguém bate em minha porta; só eu grito;
grito sem pronunciar uma só palavra...
A lágrima cai incontida,
como mudou a minha vida,
a minha alegria de existir e cantar.
Já estão pesados os meus passos,
estão vazios os meus braços
sem ninguém para abraçar.
Estou agora confinado neste quarto
que é toda a extensão do meu mundo
Não vejo mais nada lá fora,
nada que brota e que aflora...
Sou prisioneiro da lembrança... Da saudade!...

DIFERENTE

Queria um poema que fosse diferente,
que falasse de povo... de gente!
Não de rosas, de lua cheia,
nova, minguante ou crescente.
Nem de dores... Sequer de amores,
desejos ou de um beijo ardente.
Muito menos de lembranças ou paixão,
saudade, tristeza e traição.
Quero um poema que fale de gente,
de povo... Que trabalha, que luta, que sua...
Que peregrina pela rua,
enfrenta o campo, conduz o gado,
que prepara a terra,
pega no arado,
aduba e planta, sorri, chora e canta,
pesca, cai e levanta,
nunca se entrega, não perde a esperança,
leva a vida com altivez...
dignidade e perseverança.

EM VOCÊ

Em seu olhar encontrei a luz
que clareia os meus passos e meus caminhos.
Em seus braços encontrei o calor
que me aquece e me conforta.
Em seus lábios encontrei o doce
encanto do amor.
Em sua voz o prazer de ouvir.
Em seu perfume o cheiro das flores
que me embriagam.
Em suas mãos a suavidade dos seus carinhos
e o apoio.
Em seus ombros o amparo e o consolo.
Em você encontrei a vida.

ÊXTASE

Sinto uma exaltação mística
quando te vejo!
Me transporto para fora do mundo...
Você me enlouquece de desejo.
Navego pelo espaço da imaginação
e do sonhos
e flutuo magicamente pelo sobrenatural...
É uma sensação deslumbrante,
imaginar você nos meus braços.

Fonte:
O Autor

Bienal do Livro do Paraná (Programação de Domingo, 10 de Outubro)