sábado, 26 de outubro de 2024

José Luiz Boromelo (O padre, o prefeito e o delegado)

​Antigamente, nas cidadezinhas do interior do País, a população reconhecia as três maiores autoridades do município: o padre, o prefeito e o delegado. Cada qual, à sua maneira, exercia influência específica sobre o comportamento das pessoas, principalmente diante de algum entrevero, que inevitavelmente exigia uma providencial interferência dessas personalidades. Fosse algo mais sério que viesse realmente ameaçar a integridade física dos envolvidos, entrava em cena o delegado “calça-curta”, agente geralmente nomeado pela administração municipal e que, de maneira peculiarmente convincente à época, acabava com as divergências num piscar de olhos. 

Já o prefeito atuava nos casos em que se fazia necessário colocar cada qual em seu devido lugar, quando o assunto pendia para a área política. Naquelas paragens ele mandava e desmandava e ai de quem destoasse de sua cartilha, escrita por interesses dos mais diversos possíveis. 

Ao padre recaía a responsabilidade pela preservação da moral e dos bons costumes, a propagação da fé cristã, a busca incansável pelas ovelhas desgarradas, a resistência sistemática às incontáveis tentações impudicas e ao exercício permanente do jogo de cintura, tentando agradar a gregos e troianos.

​A vida seguiu seu rumo e o vilarejo encravado na mata virgem cresceu e viu o tempo transformar aquelas práticas bairristas em longínquas lembranças do passado. Pelo menos é o que imaginam os viventes do século 21 na majestosa Maringá. Mas eis que mesmo com o desenvolvimento, a modernidade e a tecnologia batendo à porta do cidadão, as folclóricas figuras de outrora, agora elitizadas e alçadas a níveis infinitamente superiores de competência e intelectualidade, se envolvem em uma pendenga pouco republicana, guardadas as devidas proporções de espaço, tempo e intenções. Seria uma reunião para se discutir os níveis de insegurança elevados, uma demanda legítima da população do típico e controverso lanche prensado parlamentar. 

Da tríade benfazeja do passado, apenas o religioso não se fez presente, por motivos óbvios, ante o tema proposto. Diante da exposição pelo comandante militar dos números oficiais da criminalidade, o prefeito, exaltado, foi curto e grosso. Como toda ação provoca uma reação, o imbróglio logo se estabeleceu. Ignorando o poder das palavras, cada qual mostrou sua desaprovação com a situação, sob a ótica do cargo ora exercido. A exasperação do chefe do executivo municipal foi, evidentemente, o estopim para a defesa veemente de opiniões divergentes. 

Por sua vez, a infeliz declaração da suposta degustação de pizza em casa (privilegiando a segurança familiar) teve o mesmo efeito de se tentar apagar fogo com gasolina, elevando ainda mais a temperatura do debate. Nota-se que faltou serenidade e sobrou testosterona aos protagonistas.

​Para a felicidade geral da comunidade, com os ânimos amainados e as arestas aparadas (pelo menos momentaneamente), pode-se concluir que medidas efetivas certamente serão implementadas, no intuito de oferecer um pouco mais de segurança à sociedade maringaense. E aos ocupantes de cargos públicos, seria de bom alvitre que exercitem continuamente o autocontrole deixando a emoção de lado, porque absolutamente tudo se resolve na base do diálogo. Atitudes bem diferentes de outras épocas, quando mandava quem podia e obedecia quem tinha juízo. Então, senhores, muita calma nessas horas.

Fonte: Portal do Rigon. 31  de agosto de 2017
https://angelorigon.com.br/2017/08/31/o-padre-o-prefeito-e-o-delegado/

Recordando Velhas Canções (Estrada do sol)

(samba-canção, 1958)

Compositor: Tom Jobim - Intérprete: Dolores Duran

É de manhã
Vem o Sol
Mas os pingos da chuva
Que ontem caiu
Ainda estão a brilhar
Ainda estão a dançar
Ao vento alegre
Que me traz esta canção

É de manhã
Vem o Sol
Mas os pingos da chuva
Que ontem caiu
Ainda estão a brilhar
Ainda estão a dançar
Ao vento alegre
Que me traz esta canção

Quero que você
Me dê a mão
Vamos sair por aí
Sem pensar
No que foi que sonhei
Que chorei, que sofri
Pois a nossa manhã
Já me fez esquecer
Me dê a mão
Vamos sair pra ver o Sol

É de manhã
Vem o Sol
Mas os pingos da chuva
Que ontem caiu
Ainda estão a brilhar
Ainda estão a dançar
Me dê a mão
Vamos sair pra ver o Sol
Me dê a mão pra ver o Sol 
Pra ver o sol, o sol, o sol

A Luz Após a Tempestade em 'Estrada do Sol'
A música 'Estrada do Sol', composta por Tom Jobim, um dos maiores expoentes da música brasileira e um dos criadores da Bossa Nova, é uma obra que transmite a sensação de renovação e esperança após momentos de tristeza. A letra utiliza a metáfora do amanhecer e do sol que surge após a chuva como uma forma de representar o fim de um período difícil e o início de um novo capítulo mais alegre na vida do eu lírico.

A repetição dos versos que descrevem os pingos da chuva ainda brilhando, mesmo com a chegada do sol, sugere que as memórias das adversidades ainda estão presentes, mas a luz do sol traz consigo uma força que convida a seguir em frente. A chuva pode ser vista como as lágrimas derramadas, e o sol, como a superação e a capacidade de encontrar beleza e alegria mesmo após a dor.

O convite para dar a mão e sair para ver o sol é um chamado para compartilhar a experiência de recomeço e apreciar a beleza da vida. A ênfase na manhã e no esquecimento do que foi sonhado, chorado e sofrido reforça a ideia de que cada novo dia traz consigo a possibilidade de deixar para trás as mágoas e viver novas experiências. A música, portanto, é um hino à resiliência e à capacidade humana de se recuperar e encontrar felicidade após os momentos de tristeza.

Interpretada por Dolores Duran, é uma ode à renovação e à esperança que a manhã traz. A letra começa com a imagem do amanhecer, onde o sol surge após uma noite de chuva. Os pingos de chuva que ainda brilham e bailam ao vento simbolizam as dificuldades e tristezas passadas, que, embora ainda presentes, são suavizadas pela luz e alegria do novo dia. Essa metáfora sugere que, mesmo após momentos difíceis, a vida continua e há sempre a possibilidade de um recomeço.

Dolores Duran, com sua voz suave e emotiva, convida o ouvinte a seguir em frente, deixando para trás os sonhos, lágrimas e sofrimentos do passado. A mão estendida é um gesto de apoio e companheirismo, indicando que não estamos sozinhos em nossa jornada. A música enfatiza a importância de viver o presente e aproveitar as novas oportunidades que surgem com cada amanhecer. A repetição da ideia de 'ver o Sol' reforça a mensagem de otimismo e a busca pela felicidade.

A simplicidade e a beleza da letra, combinadas com a interpretação sincera de Dolores Duran, fazem de 'Estrada do Sol' uma canção atemporal. Ela nos lembra que, independentemente das adversidades, sempre há um novo dia para recomeçar e encontrar a alegria. A música é um convite para abraçar a vida com esperança e coragem, valorizando os momentos de luz e superando as sombras do passado.

Fontes
https://www.letras.mus.br/tom-jobim/49039/significado.html 
https://www.letras.mus.br/dolores-duran/396856/significado.html

sexta-feira, 25 de outubro de 2024

Concursos de Trovas do Blog (Trovas Premiadas)

Trovas Premiadas nos dois concursos realizados pelo Blog Literário Singrando Horizontes

Participaram 101 trovadores, com 276 trovas. 

Humorística teve 6 premiados.

Lírica/filosófica teve 18 premiados

Os diplomas serão confeccionados e enviados nos respectivos emails até a próxima semana. O ebook do concurso será enviado aos premiados e não premiados.

Agradecimentos a todos/as os/as trovadores/as, sua participação foi fundamental para o sucesso dos concursos.



CONCURSO DE TROVAS “THEREZINHA DIEGUEZ BRISOLLA”

Humorística – Tema: Pinguço/s
108 Trovas Recebidas

1.
A. A. de Assis
Maringá/PR

Era uma dupla famosa:
os dois pinguços da praça.
A cada dedo de prosa,
dois dedinhos de cachaça...

2.
Solange Colombara
São Paulo/SP

Se estiver quase tombando,
o pinguço tem um lema:
lentamente vai deitando...
Levantar... é que é o problema!

3.
Léo Augusto Tarilonte Jr. 
Vila Velha/ES
O pinguço inveterado
pede mais uma cerveja.
Sorridente, vê dobrado,
há dois copos na bandeja.
4.
Mário Moura Marinho
Sorriso/MT

Examinando... o Doutor:
- Você bebe? Seu Chiquinho!
O pinguço: - Faz favor,
vou aceitar um "golinho".

5.
Ricardo Ayoub Pires
Juiz de Fora/MG
O pinguço se complica
para sair do bar quando
quanto mais parado fica,
mais sente o mundo rodando.

6.
Elvira Glória Drummond Miranda 
Fortaleza/CE

O tal pinguço aplaudia
a receita do oculista:
— Pinga três vezes ao dia! 
(Foi para o bar, otimista…)
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CONCURSO DE TROVAS “A. A. DE ASSIS”

Líricas/Filosóficas – Tema: Poeta/s
168 Trovas Recebidas

1.
Márcia Jaber
Juiz de Fora/MG

Preso às oníricas luzes
dos teus versos bem rimados,
tu, poeta, nos conduzes
por mundos nunca sonhados.

2. 
Dulcídio de Barros Moreira Sobrinho
Juiz de Fora/MG

O pensamento flutua
e em calma meditação,
o poeta alcança a lua
sem tirar os pés do chão.

3.
Francisco Gabriel Ribeiro
Natal/RN

Sou um poeta decano,
mas, apesar do que eu fiz,
quanto mais sou veterano,
mais me sinto um aprendiz.

4.
Julia Fernandes Heimann
Jundiaí/SP

Poeta, tens o Universo!
Desperta! Avante! Coragem!
A  linha frágil de um verso
divulga a tua mensagem!

5.
Maria Lúcia Spadarotto Neves
Itaperuna/ RJ

Tanta sensibilidade
tem o poeta na escrita,
que torna a dor da saudade
na poesia mais bonita.

6.
Márcia Jaber
Juiz de Fora/MG

Poeta, em líricas luzes,
traduzes teus  pensamentos:
ora ao amor nos conduzes,
ora a doridos lamentos.
7.
A. A. de Assis
Maringá/PR

Traz-me alegria completa
este prazer sempre novo:
ouvir a voz de um poeta
que canta os sonhos do povo.

8.
Maria Conceição Alves De Lima
Ribeirão Preto/SP

Esculpindo a realidade
com o cinzel da fantasia,
o poeta, na verdade,
vai semeando magia.

9.
Janete Francisco Sales Yoshinaga
São Paulo/SP

Ser poeta é projetar
no papel a fantasia:
fazer do sol o luar
e da tristeza a alegria!
10.
Julia Fernandes Heimann
Jundiaí/SP

O poeta em sua luta
muitos seixos ele apara
e faz de uma pedra bruta
uma trova, joia rara!

11.
Luciano Izidoro de Borba
Tombos/MG

Pela cadência da trova,
o hábil poeta abrilhanta
e seu legado comprova
que a magistral rima encanta!

12. 
Lucêmio Lopes da Anunciação
Gramado/RS

Ó poeta irreverente,
tens uma missão na vida:
fazer despertar na gente
cada emoção esquecida.

13.
Paulo Roberto de Oliveira Caruso
Niterói/RJ

O poeta, procurando
o frescor em arte nova,
um dia acabou achando
em quatro versos a trova!

14.
Maria Lúcia Spadarotto Neves
Itaperuna/RJ

Ser poeta é colher flores
onde só existe espinho,
ao tornar em riso as dores
deste mundo em desalinho.

15.
Jessé Fernandes do Nascimento
Angra dos Reis/RJ

No meu sonho mais profundo,
em pensamentos imerso,
poeta, deixo o meu mundo,
viajo pelo universo.
16.
Janete Francisco Sales Yoshinaga
São Paulo/SP

O poeta, a qualquer hora,
no escrito exibe a emoção;
não sabe se ri ou chora,
não manda no coração!
.
17.
Elvira Glória Drummond Miranda 
Fortaleza/CE

Poeta, na mocidade, 
plantou verso e melodia… 
no canteiro da saudade, 
hoje, colhe nostalgia!
18.
Samuel Cunha Quixote
Mossoró/RN

Em alguns delírios meus,
pelas noites inquietas,
eu vejo o rosto de Deus
nas cantigas dos poetas…

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COMISSÃO JULGADORA
Edy Soares (Vila Velha/ES)
Therezinha Dieguez Brisolla (São Paulo/SP)
Vanda Fagundes Queiroz (Curitiba/PR)

Fiel Depositário
Prof. Dr. Giuseppe Paolo Dell’Orso (Maringá/PR)

Coordenador Geral, Organizador e Editor do Blog
José Feldman (Maringá/PR)

Parabéns a todos os premiados. 

Trovadores Participantes dos dois Concursos do Blog



Participaram 101 trovadores, com 276 trovas. 

Humorística teve 6 premiados.

Lírica/filosófica teve 18 premiados

Apesar do concurso ter um prazo de 3 meses e meio para as trovas serem enviadas, mais de 200 só foram enviadas no último dia, nas últimas horas, a maioria com erros, obtiveram notas baixíssimas, erros de métrica, gramática (concordância verbal, uma enxurrada de cacófatos, etc), trovas sem sentido, construção errada, as de humor sem humor algum, etc.

Devido as notas baixas, desta vez não foi possível selecionar trovadores não premiados na classificação geral para seus respectivos estados.

Quem enviou trovas até 10 dias antes do final do prazo, as que tiveram erro, foram devolvidas pelo fiel depositário para correção e reenviadas, como constava no regulamento (ítem L) do concurso do blog.

As 24 premiadas obtiveram média 5 ou mais. 

252 trovas tiveram notas muito baixas, devido as razões expostas acima.

TOTAL DE 276 TROVAS RECEBIDAS,
101 TROVADORES PARTICIPANTES, 
CIDADES E ESTADOS POR ORDEM ALFABÉTICA

ALAGOAS

Maceió
    José Maria Luz e Silva
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CEARÁ

Fortaleza
    Dimaranje José Moraes
    Elvira Glória Drummond Miranda

Maracanaú
    Francisco Bandeira Lima Junior
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ESPÍRITO SANTO

Vila Velha
    Léo Augusto Tarilonte Jr.
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MARANHÃO

São José de Ribamar
    Pedro Oliveira Dutra Neto
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MINAS GERAIS

Belo Horizonte
    Antônio Francisco Pereira
    Dodora Galinari
    João Quintino

Bom Despacho
    Luísa Maria Garbazza Andrade

Congonhas
    Jonathan Leandro Martins Reis

Juiz de Fora
    Alice Gervason Marco Fernandes
    Célia Maria das Graças Mendonça de Melo
    Dulcídio de Barros Moreira Sobrinho
    Luzimagda De Martin Ramos da Fonseca
    Márcia Jaber
    Ricardo Ayoub Pires
    Romilton Faria

Ponte Nova
    Danusa Almeida

Tombos
    Luciano Izidoro de Borba
*********************************

MATO GROSSO

Sorriso
    Mário Moura Marinho
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PARANÁ

Bandeirantes
    Lucília Alzira Trindade Decarli

Campo Mourão
    Helder Martinez Del Col

Curitiba
    Madalena Ferrante  Pizzatto

Irati
    Caterina Balsano Gaioski
    Célia Terezinha Neves Vieira
    Luiz Vieira
    Luiza Fillus
    Sílvia Maria Svereda

Londrina
    Agnes Izumi Nagashima
    Alfredina Conceição Pascholatti
    Luiz Parellada Ruiz
    Leonilda Yvonetti Spina

Maringá
    A. A. de Assis

Ponta Grossa
    Nilcéia Albuquerque França
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PERNAMBUCO

Caruaru
    Breno Ferreira de Carvalho
*********************************

PORTUGAL

Ilhavo
    Domingos Freire Cardoso
*********************************

RIO DE JANEIRO

Angra dos Reis
    Eliana Costa da Rosa Tosi
    Jessé Fernandes do Nascimento
    Neusa Aparecida Moreira Maia

Itaperuna
    Marina Caraline de Almeida Carvalhal
    Maria Lúcia Spadarotto Neves
    Sonia Nuss

Niterói
    Paulo Roberto de Oliveira Caruso

Nova Friburgo
    Antonio Accioly

Resende
    Geisa da Silva Moreira Alves

Rio de Janeiro
    José Luiz De Sousa Santos
    José Walter Figueiredo

São Gonçalo
    Gilvan Carneiro da Silva
*********************************

RIO GRANDE DO NORTE

Caicó
    Professor Garcia

Mossoró
    Samuel Cunha Quixote

Natal
    Francisco Gabriel Ribeiro
    Marcos Antonio Campos
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RIO GRANDE DO SUL

Caxias do Sul
    Luiz Damo

Gramado
    Lucêmio Lopes da Anunciação

Santa Rosa
    Roque Aloisio Weschenfelder
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SERGIPE

Aracajú
    Massilon Ferreira da Silva
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SÃO PAULO

Americana
    Geraldo Trombin 

Atibaia
    Maria Aparecida Cassavia Zaki

Bauru
    José Marques

Campinas
    Flávio de Azevedo Levy
    Denivaldo Piaia

Capão Bonito
    Cirléia Rodrigues
    Elias Pescador
    Ricardo Peixoto

Franco da Rocha
    Adelgício Ribeiro de Paula

Jundiaí
    Julia Fernandes Heimann

Osasco
    Aline Bischoff

Peruíbe
    Elaine Cristina
    Gilson Médici
    João Libero R. Marques
    Leonice Campos

Praia Grande
    Andréa Araújo

Ribeirão Preto
    Antonio José César
    Elisa Alderani
    Maria Conceição Alves De Lima
    Nely Cyrino de Mello
    Rita Aparecida Ferreira Camargo da Cruz
    Ziney Santos Moreira

Santos
    Ana Maria Guerrize Gouveia
    Antonio Colavite Filho
    Carolina Ramos
    Guida Linhares
    Maria Aparecida Ferreira de Vasconcelos
    Maria Eulália Braz de Oliveira 
    Maria Helena Braz dos Santos
    Maria Valderez da Silva Coelho
    Maria Zilda da Cruz

São José dos Campos
MIFORI

São Paulo
    Cipriano Ferreira Gomes
    Jacyra Carneiro Montanari
    Janete Francisco Sales Yoshinaga
    Lucas Santos
    Roberto Tchepelentyky
    Solange Colombara
    Therezinha Ignes de Campos Bueno

São Roque
    André de Souza Pires
    Lothar Antenor Bazanella

Sumaré
    Arthur Thomaz da Silva Neto

Taubaté
    Luiz Antonio Cardoso
    Nazareth Ferrari
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Agradecimentos a todos os participantes que contribuíram para o sucesso dos Concursos. 
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quinta-feira, 24 de outubro de 2024

Ademar Macedo (Ramalhete de Trovas) 28

 

José Feldman (Pafúncio no Manicômio)

(mais uma aventura da série Pafúncio, o jornalista trapalhão)

Era uma manhã ensolarada quando Pafúncio, o jornalista da revista “Fuxico & Fofocas”, recebeu uma ligação do editor que o deixou perplexo. 

“Pafúncio, precisamos de uma cobertura especial. Você vai ao manicômio e vai fazer uma reportagem sobre a vida lá dentro.”

Pafúncio, que não tinha a menor ideia do que significava cobrir um manicômio, apenas respondeu: “Claro! Vou fazer isso! Não se preocupe!” 

Ele estava tão animado que mal conseguia pensar na seriedade da situação.

Vestindo uma camisa de estampas psicodélicas e uma gravata que parecia ter sido desenhada por uma criança, Pafúncio chegou ao manicômio. Ao entrar, foi recebido por um enfermeiro que o olhou com desconfiança. “Você é o jornalista?” perguntou o enfermeiro.

“Sim, sou eu! Estou aqui para fazer uma matéria incrível!” Pafúncio respondeu, com um sorriso largo que parecia mais uma careta.

Assim que entrou na ala dos pacientes, Pafúncio começou a fazer perguntas aleatórias, sem prestar atenção nas respostas. “O que você acha do almoço servido aqui? É tão bom quanto o que servem em um restaurante chique?” perguntou a um paciente que estava sentado em um canto, olhando para o nada.

O paciente olhou para ele, confuso, e disse: “Eu só queria um pedaço de bolo…”

“Bolo! Ótima ideia! Vou anotar isso!” Pafúncio exclamou, enquanto anotava freneticamente. Ele estava tão entusiasmado que não percebeu que a conversa não estava indo a lugar algum.

A sua primeira trapalhada aconteceu quando ele decidiu que precisava tirar fotos para a reportagem. Ele começou a disparar flashes incessantemente, fazendo com que os pacientes se assustassem. 

Um deles, que estava concentrado em montar um quebra-cabeça, se levantou e gritou: “Pelo amor de Deus, pare com isso! Eu estou tentando focar!”

“Desculpe! É para a revista!” Pafúncio respondeu, mas já estava se distraindo com um paciente que estava dançando em cima de uma mesa.

“Olha, uma apresentação de dança!” ele gritou, enquanto começava a gravar em seu celular. O paciente, animado, começou a dançar ainda mais, mas acabou escorregando e caindo, fazendo com que uma série de cadeiras se derrubassem.

“Isso vai render uma ótima reportagem sobre talento escondido!” Pafúncio comentou, enquanto os enfermeiros começavam a correr em direção ao local do acidente.

A cada nova interação, Pafúncio se aprofundava mais em sua própria confusão. Ele encontrou um grupo de pacientes jogando cartas e decidiu que precisava participar. 

“Ei, posso me juntar a vocês? O que estamos jogando? Pôquer? Ou é um jogo de tabuleiro?” ele perguntou, sem entender que estavam jogando um jogo inventado por eles, que envolvia adivinhar quem era o “rei do dia”.

Os pacientes, rindo, decidiram que Pafúncio deveria ser o “rei” por um dia. 

Ele começou a fazer declarações absurdas, como: “A partir de agora, todos devem usar chapéus de papel alumínio!” e todos aplaudiram histericamente, enquanto Pafúncio se sentia como uma verdadeira celebridade.

Depois de algum tempo, um dos médicos entrou na sala e, ao ver a cena, ficou perplexo. “O que está acontecendo aqui?” ele perguntou, olhando para Pafúncio, que estava sentado em uma cadeira com um chapéu de papel alumínio.

“Sou o novo rei! E vocês todos são meus súditos!” Pafúncio exclamou, levantando os braços como se estivesse em um espetáculo.

O médico, já desconfiado, decidiu acompanhar o “jornalista” por mais um tempo. Pafúncio, ignorando completamente a seriedade do ambiente, começou a fazer perguntas sobre os tratamentos dos pacientes. 

“Então, como é receber terapia? É como ir a um spa, mas sem as toalhas quentes?” ele perguntou a uma mulher que estava desenhando.

A mulher olhou para ele, incrédula. “Depende… você gosta de água fria?” ela respondeu, enquanto Pafúncio anotava tudo como se estivesse em uma conferência de imprensa.

A situação foi se agravando quando Pafúncio decidiu que precisava entrevistar o diretor do manicômio. Ele se dirigiu ao escritório do diretor, sem saber que estava invadindo uma reunião importante. 

“Oi, sou Pafúncio! Estou aqui para fazer uma reportagem sobre a vida no manicômio! Posso fazer algumas perguntas?” ele interrompeu, enquanto os médicos olhavam para ele, atônitos.

“Desculpe, mas estamos ocupados,” respondeu o diretor, tentando manter a compostura. “Isso é uma reunião de emergência.”

“Uma emergência? Isso é ótimo! Posso fazer uma matéria sobre isso! ‘Emergência no Manicômio: O Que Está Acontecendo?’” Pafúncio disse, enquanto tentava se acomodar na mesa.

Os médicos começaram a se olhar, preocupados. 

“Acho que precisamos conversar com você,” disse um deles, levantando-se.

Com a confusão tomando conta, Pafúncio decidiu que era hora de fazer uma pausa e se dirigiu ao banheiro. Ao entrar, ele se deparou com um espelho e começou a fazer caretas, como se estivesse se preparando para uma grande apresentação. “E se eu me tornar o novo rosto da fama? Pafúncio, o jornalista que transforma manicômios em palcos!” ele pensou alto, rindo de sua própria ideia.

Enquanto isso, os médicos decidiram que ele era um risco para si mesmo e para os pacientes. Quando Pafúncio saiu do banheiro, foi cercado por enfermeiros e médicos que tentaram convencê-lo a se sentar e “conversar”.

“Mas eu só quero fazer uma reportagem!” ele protestou, mas os médicos não estavam ouvindo.

“Precisamos te internar por um tempo, você está se comportando de maneira estranha.” disse um dos médicos, enquanto Pafúncio olhava em volta, confuso.

“Estranho? Eu sou apenas um jornalista divertido! Olhem para mim!” ele exclamou, fazendo uma pose exagerada. “Não sou louco! Sou apenas… bem, um pouco excêntrico!”

Os médicos, já sem paciência, começaram a levá-lo para uma sala. 

“Pafúncio, por favor, não faça mais alarde! Você está atrapalhando a rotina do manicômio!” um deles gritou, enquanto Pafúncio tentava escapar.

“Isso não é uma prisão! Isso é uma reportagem!” ele respondeu, mas no fundo sabia que a situação tinha saído do controle.

Finalmente, em um último esforço para se libertar, Pafúncio começou a agir como se estivesse em um espetáculo, fazendo gestos grandiosos. 

“Eu sou o rei do manicômio! Vocês não podem me internar! Eu tenho que escrever sobre o talento escondido aqui!”

Mas, ao ouvir a palavra “internar”, um dos médicos, que já estava estressado, decidiu que já era suficiente. “Vamos colocar um ponto final nisso,” ele disse, enquanto Pafúncio continuava a protestar.

Finalmente, em uma cena digna de um filme de comédia, Pafúncio foi levado para fora do manicômio, enquanto gritava: “Isso vai ser uma ótima matéria! ‘Pafúncio, o jornalista que se tornou paciente!’”

E assim, ele saiu, rindo, sem saber que sua trapalhada se tornaria a maior história de todas. Afinal, a vida de Pafúncio era um grande espetáculo.

Fonte: José Feldman. Peripécias de um jornalista de fofocas & outros contos. Maringá/PR: IA Poe. Biblioteca Voo da Gralha Azul, 2024.