A solidão - dobra quando,
no fim da tarde, eu medito,
ao ver o Sol se apagando
na solidão do infinito!
Beijaste a flor ressequida
e a rosa mudou de cor;
teu beijo de amor, querida,
mudou a vida da flor!
De uma roseira, tão pobre,
que lindo gesto o da flor:
Perfuma a casa do nobre,
enche a do pobre de amor!
Em minhas preces pequenas,
faço um pedido, e afinal...
Quero apenas Pai, apenas,
ser feliz neste Natal!
Enquanto a noite se aninha,
a saudade me seduz
e a tarde, bela e sozinha,
enche os meus versos de luz!
Escravo, do teu assédio,
refém de tua ternura,
sofro, por não ter remédio,
para um mal que não tem cura!
Esse orgulho que te ronda,
que entulha o teu peito aflito;
impede que o amor responda
aos apelos do teu grito!
Hoje, eu despertei cantando,
molhando os pés no mormaço
das nuvens soltas brincando
tecendo rendas no espaço!
Lembranças, são pergaminhos,
onde o tempo, por maldade,
vai rabiscando os caminhos
dos perfis da mocidade!
Mãe! um temor me assedia,
nesta idade que me alcança:
É o de esquecer, que algum dia,
em teus braços fui criança!
Não temo o tempo que avança!
Envelhecer, na verdade...
É voltar a ser criança
no fim da terceira idade!
O cego percebe o filho,
pelo cheiro do suor!...
Por trás, desse olhar, sem brilho,
brilha um olhar, muito maior!
O poeta encontra meios,
de às vezes, mesmo sozinho...
Ser feliz, sem ter receios
da solidão do seu ninho!
Por descartar teus conselhos,
mas por teu beijo roubado...
Beijo os teus lábios vermelhos
no guardanapo encharcado!
Por mais que outro alguém te ofenda,
mantém firme a compostura,
que a mão, do tempo, remenda
a cicatriz da amargura!
Quando a tarde me entristece,
roubando a luz da razão,
pinta no ocaso uma prece
com versos de solidão!
Rondando o circo do sonho,
num suspiro derradeiro,
velho, o palhaço tristonho,
diz adeus ao picadeiro!
Semeia filho, a semente
do amor, que te dei um dia!...
Que um neto meu, certamente,
há de colher alegria!
Se o remorso, se agasalha,
num coração descontente...
Sem gume, é velha navalha
cortando o peito da gente!
Somos pobres passarinhos,
que a vida, em seus rituais,
dá-nos os mesmos caminhos
com destinos desiguais!
Tempo!... Ó tu, que me devoras,
não sejas ingrato assim!...
Se és tu, meu pastor das horas,
prendas as horas por mim!
Um sabiá, na janela,
toda tarde canta um hino,
regendo a canção mais bela
das tardes do meu destino!
no fim da tarde, eu medito,
ao ver o Sol se apagando
na solidão do infinito!
Beijaste a flor ressequida
e a rosa mudou de cor;
teu beijo de amor, querida,
mudou a vida da flor!
De uma roseira, tão pobre,
que lindo gesto o da flor:
Perfuma a casa do nobre,
enche a do pobre de amor!
Em minhas preces pequenas,
faço um pedido, e afinal...
Quero apenas Pai, apenas,
ser feliz neste Natal!
Enquanto a noite se aninha,
a saudade me seduz
e a tarde, bela e sozinha,
enche os meus versos de luz!
Escravo, do teu assédio,
refém de tua ternura,
sofro, por não ter remédio,
para um mal que não tem cura!
Esse orgulho que te ronda,
que entulha o teu peito aflito;
impede que o amor responda
aos apelos do teu grito!
Hoje, eu despertei cantando,
molhando os pés no mormaço
das nuvens soltas brincando
tecendo rendas no espaço!
Lembranças, são pergaminhos,
onde o tempo, por maldade,
vai rabiscando os caminhos
dos perfis da mocidade!
Mãe! um temor me assedia,
nesta idade que me alcança:
É o de esquecer, que algum dia,
em teus braços fui criança!
Não temo o tempo que avança!
Envelhecer, na verdade...
É voltar a ser criança
no fim da terceira idade!
O cego percebe o filho,
pelo cheiro do suor!...
Por trás, desse olhar, sem brilho,
brilha um olhar, muito maior!
O poeta encontra meios,
de às vezes, mesmo sozinho...
Ser feliz, sem ter receios
da solidão do seu ninho!
Por descartar teus conselhos,
mas por teu beijo roubado...
Beijo os teus lábios vermelhos
no guardanapo encharcado!
Por mais que outro alguém te ofenda,
mantém firme a compostura,
que a mão, do tempo, remenda
a cicatriz da amargura!
Quando a tarde me entristece,
roubando a luz da razão,
pinta no ocaso uma prece
com versos de solidão!
Rondando o circo do sonho,
num suspiro derradeiro,
velho, o palhaço tristonho,
diz adeus ao picadeiro!
Semeia filho, a semente
do amor, que te dei um dia!...
Que um neto meu, certamente,
há de colher alegria!
Se o remorso, se agasalha,
num coração descontente...
Sem gume, é velha navalha
cortando o peito da gente!
Somos pobres passarinhos,
que a vida, em seus rituais,
dá-nos os mesmos caminhos
com destinos desiguais!
Tempo!... Ó tu, que me devoras,
não sejas ingrato assim!...
Se és tu, meu pastor das horas,
prendas as horas por mim!
Um sabiá, na janela,
toda tarde canta um hino,
regendo a canção mais bela
das tardes do meu destino!
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