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segunda-feira, 4 de março de 2024

Mitos Indígenas (Potyra - as lágrimas eternas)

A linda e meiga Potyra amava o jovem e valente chefe da tribo, o guerreiro Itajibá ( braço de pedra ). Ambos encontravam-se frequentemente nas areias brancas do rio, onde permaneciam durante horas admirando a natureza e trocando juras de amor, enquanto aguardavam o casamento. 

Certo dia veio a guerra. A tribo foi atacada por inimigos, partindo Itajibá para a luta. 

Ansiosa, Potyra esperava sua volta, caminhando às margens do rio. 

Muito tempo depois, os guerreiros regressaram, informando à jovem que o chefe guerreiro havia morrido. 

Inconsolável, Potyra voltava todos os dias à praia a chorar sua grande perda. 

Sensibilizado com sua dor, Tupã, o Deus do Bem, transformou suas lágrimas em diamantes. Desta maneira, as águas levavam as preciosas pedrinhas até a sepultura do guerreiro, como prova de seu eterno amor.

Fonte> Adaptação do Texto de Jayhr Gael in O Caminho de Wicca - http://www.caminhodewicca.com.br (desativado). acesso em 13/10/2023.

domingo, 3 de março de 2024

Mitos Indígenas (Mandioca - o pão indígena)

Mara era uma jovem índia, filha de um cacique, que sonhava com o amor e um casamento feliz. Em noites quentes, enquanto todos dormiam, deitava-se na rede ao relento e ficava a contemplar a lua, alimentando seu desejo de tomar-se esposa e mãe. Porém, não havia na tribo jovem algum a quem daria seu coração. 

Certa noite, Mara adormeceu na rede e teve um sonho estranho. Um jovem loiro e belo descia da lua e dizia que a amava. O sonho repetiu-se muitas vezes e ela acabou por apaixonar-se. Entretanto, não o contou a ninguém. O jovem, depois de haver conquistado seu coração, desapareceu de seus sonhos como por encanto, deixando-a mergulhada em profunda tristeza. 

Passado algum tempo, a filha do cacique, embora virgem, percebeu que espetava um filho. Contou então a seus pais o que sucedera; a mãe deu-lhe seu apoio, mas o severo pai, não acreditando no que ouvira, passou a desprezá-la. 

Para a surpresa de todos, Mara deu à luz uma linda menina, de pele muito alva e cabelos tão loiros quanto a luz do luar. Deram- lhe o nome de Mandi e na tribo era adorada como uma divindade. 

Pouco tempo depois, a menina adoeceu e acabou falecendo, deixando a todos amargurados. Somente seu avô, que nunca aceitara a netinha, manteve-se indiferente. 

Mara sepultou a filha em sua oca por não querer separar-se dela. Desconsolada, chorava todos os dias de joelhos diante do local, deixando cair leite de seus seios na sepultura. Talvez assim a filhinha voltasse à vida, pensava. 

Até que um dia surgiu uma fenda na terra de onde brotou um arbusto. A mãe surpreendeu-se; talvez o corpo da filha desejasse dali sair. Resolveu então remover a terra, encontrando apenas raízes muito brancas, como Mandi, que ao serem raspadas exalavam um aroma agradável. 

Naquela mesma noite, o jovem loiro apareceu em sonho ao cacique, revelando a razão do nascimento de Mandi. Sua filha não mentira. A criança havia vindo à Terra para ter seu corpo transformado no principal alimento indígena. O jovem ensinou- lhe como preparar e cultivar o vegetal. 

No dia seguinte, o cacique reuniu toda a tribo e, abraçando a filha, contou a todos o que acontecera. O novo alimento recebeu o nome de Mandioca, pois Mandi fora sepultada na oca.

Fonte> Adaptação do Texto de Jayhr Gael in O Caminho de Wicca - http://www.caminhodewicca.com.br (desativado). acesso em 13/10/2023.

sábado, 2 de março de 2024

Mitos Indígenas (Irapuru - o canto que encanta)

Certo jovem, não muito belo, era admirado e desejado por todas as moças de sua tribo por tocar flauta maravilhosamente bem. Deram-lhe então o nome de Catuboré (flauta encantada). 

Entre elas, a bela Mainá conseguiu o seu amor; casar-se-iam durante a primavera. 

Certo dia, já próximo do grande dia, Catuboré foi à pesca e de lá não mais voltou. 

Saindo a tribo inteira à sua procura, encontraram-no sem vida, à sombra de uma árvore, mordido por uma cobra venenosa. 

Sepultaram-no no próprio local. 

Mainá, desconsolada, passava várias horas a chorar sua grande perda. A alma de Catuboré, sentindo o sofrimento de sua noiva, lamentava-se profundamente pelo seu infortúnio. 

Não podendo encontrar paz, pediu ajuda ao Deus Tupã. Este então transformou a alma do jovem no pássaro Irapuru, que mesmo com escassa beleza possui um canto maravilhoso, semelhante ao som da flauta, para alegrar a alma de Mamã. 

O cantar do Irapuru ainda hoje contagia com seu amor os outros pássaros e todos os seres da Natureza.
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Irapuru, também chamado Uirapuru

Fonte> Adaptação do Texto de Jayhr Gael in O Caminho de Wicca - http://www.caminhodewicca.com.br (desativado). acesso em 13/10/2023.

sexta-feira, 1 de março de 2024

Mitos Indígenas (Yara - a rainha das águas)

Yara, a jovem Tupi, era a mais formosa mulher das tribos que habitavam ao longo do Rio Amazonas. Muito atraente, com longos e negros cabelos, tinha um sorriso meigo e sensual. Mantinha-se, entretanto, indiferente aos muitos admiradores, preferindo ser livre. 

Caminhava pela floresta e pelas areias brancas dos rios, envolvendo-se constantemente em suas águas claras. Por sua doçura, todos os animais e as plantas a amavam. 

Numa tarde de verão, mesmo após o sol se pôr, Yara permanecia no banho, quando foi surpreendida por um grupo de homens estranhos. Tinham longas barbas, usavam roupas pesadas, botas e chapéus. Falavam uma língua desconhecida e pareciam muito agressivos. 

Sem condições de fugir, a jovem foi agarrada e amordaçada, não podendo se livrar daquelas mãos que tocavam todo o seu corpo. Acabou por desmaiar, sendo mesmo assim violentada e atirada ao rio. 

O espírito das águas transformou o corpo de Yara num ser duplo. Continuaria humana da cintura para cima, tornando-se peixe no restante. Assim permaneceria bela, podendo ao mesmo tempo viver eternamente no rio. 

Yara passou a entender os pássaros e a conversar com eles e com os peixes, como uma sereia, cujo canto atrai os homens de maneira irresistível. 

Ao verem a linda criatura, aproximam-se dela, que os abraça e os arrasta às profundezas, de onde nunca mais voltarão.

Fonte> Adaptação do Texto de Jayhr Gael in O Caminho de Wicca - http://www.caminhodewicca.com.br (desativado). acesso em 13/10/2023.

quarta-feira, 28 de fevereiro de 2024

Mitos Indígenas (O menino e a onça - como os Caiapós conquistaram o fogo)

Há muito tempo atrás os índios não conheciam o fogo, alimentando-se de polpa de madeira, frutos silvestres e carne, que preparavam sobre pedras aquecidas pelo Sol. 

Certo dia, dois meninos Caiapós caminhavam pela floresta, quando um deles percebeu sobre um rochedo um ninho de araras vermelhas. Pediu ajuda ao companheiro para encostar um tronco na rocha, conseguindo assim alcançar o ninho. Mas, ao subir, esbarrou numa pedra que caiu e feriu o amigo. 

Com raiva o menino atingido tirou dali o tronco, deixando o outro sem meios para descer. 

Após algumas horas, apareceu no local uma onça-macho que, ao ver a sombra do menino, pode localizá-lo sobre o rochedo, ao lado do ninho das araras vermelhas, pássaros que sabiam carregar o fogo. 

Em troca de ajuda, a onça pediu que este lhe jogasse os filhotes. Concordando com a proposta, o índio pode finalmente descer. 

Por haver permanecido muito tempo exposto ao calor, o menino ficou muito corado, fazendo a onça crer que tratava-se do filho do Sol. 

Convidou-o para conhecer sua toca, onde a onça fêmea passava o dia assando carne ao fogo e fiando algodão. Apresentou-o a ela, pedindo que o tratasse muito bem, e saiu em seguida para caçar. 

A fêmea, entretanto, pôs-se a ameaçá-lo, rugindo e lhe mostrando os dentes. 

Ao saber do que ocorrera, a onça-macho resolveu ensinar o menino a usar o arco e a flecha para que pudesse se proteger. 

No dia seguinte, assim que o macho saiu, a fêmea tentou atacar o índio, que com muita habilidade, matou a inimiga à primeira flechada. 

Ao voltar, a onça-macho soube o que ocorrera, aprovando e elogiando o menino, que facilmente tudo havia aprendido. 

Pediu-lhe que voltasse à sua aldeia, levando o fuso e uma tocha, cuidando para que esta não se apagasse. 

Regressando aos seus, o indiozinho os ensinou a usar o fogo e depois a fiar o algodão. Em comemoração fizeram uma grande festa, na qual o bijú, a mandioca, a carne e o peixe foram preparados ao fogo, que mantiveram aceso por muito tempo, alimentando-o com lenha seca. 

Certo dia, porém, a chuva apagou a chama, deixando a todos muito tristes. Então, Begorotire, o homem chuva, desceu do céu para ensinar-lhes a produzir fogo com dois pedaços de madeira: uma, segura com o pé, onde deveria haver um orifício; a outra, encaixada na primeira, giraria entre as mãos, até o fogo surgir. 

Neste dia voltou a alegria entre os índios Caiapós.

Fonte> Adaptação do Texto de Jayhr Gael in O Caminho de Wicca - http://www.caminhodewicca.com.br (desativado). acesso em 13/10/2023.

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2024

Mitos Indígenas (Coacyaba - o primeiro beija-flor)

Criação com IA Microsoft Bing
Os índios do Amazonas acreditam que as almas dos mortos transformam-se em borboletas. Por este motivo, elas voam de flor em flor, alimentando-se e fortalecendo-se com o mais puro néctar, para suportarem a longa viagem até o céu. 

Coacyaba, uma bondosa índia, ficara viúva muito cedo, passando a viver exclusivamente para fazer sua filhinha Guanamby feliz, todos os dias passeava com a menina pelas campinas de flores, entre pássaros e borboletas. Desta forma pretendia minimizar a falta que o esposo lhe fazia. Mesmo assim, angustiada, acabou por falecer, Guanamby ficou só e seu único consolo era visitar o túmulo da mãe, implorando que esta também a levasse para o céu. 

De tanta tristeza e solidão, a criança foi enfraquecendo cada vez mais e também morreu. Entretanto, sua alma não se tornou borboleta, ficando aprisionada dentro de uma flor próxima à sepultura da mãe, para com isto permanecer a seu lado. 

Enquanto isso, Coacyaba, em forma de borboleta, voava entre as flores, colhendo seu néctar. Ao aproximar-se da flor onde estava Guanamby, ouviu um choro triste, que logo reconheceu. Mas como frágil borboleta, não teria forças para libertar a filhinha. Pediu então ao Deus Tupã que fizesse dela um pássaro veloz e ágil, que pudesse levar a filha para o céu. 

Tupã atendeu ao seu pedido, transformando-a num beija-flor, podendo assim realizar o seu desejo. 

Desde então, quando morre uma criança índia órfão de mãe, sua alma permanece aguardada dentro de uma flor, esperando que a mãe, em forma de beija-flor, venha buscá-la, para juntas voarem ao céu, onde estarão eternamente.

Fonte> Adaptação do Texto de Jayhr Gael in O Caminho de Wicca - http://www.caminhodewicca.com.br (desativado). acesso em 13/10/2023.

domingo, 25 de fevereiro de 2024

Mitos Indigenas (Cervo Berá - o troféu do amor)

Em sua tribo, a jovem e bela Ponaim vivia em imensa liberdade. Corria feliz pelos prados e campos, amava a beleza das matas, deliciando-se nas águas dos rios e lagoas. Mas tudo isto não lhe bastava. Seu maior prazer era despertar paixões nos jovens, desprezando-os depois. 

Anhurawi, forte guerreiro, por ela se apaixonou. Para por em prova seus sentimentos, Ponaim pediu ao rapaz que lhe trouxesse um admirável e cobiçado cervo que havia naquelas campinas, o cervo Berá, animal de rara beleza e grande agilidade. Prometeu-lhe que se casaria com ele e que a pele do animal seria o forro do seu leito nupcial. 

Mesmo sabendo das dificuldades que encontraria, Anhurawi partiu em busca do cervo. 

Ao avistá-lo, o guerreiro usou de toda a sua força e astúcia, mas não conseguiu capturá-lo. Sendo muito veloz, o cervo fugiu em direção ao abismo da gruta do Caverá, atirando-se na lagoa Parobé. 

Anhurawi o seguiu e ambos acabaram por desaparecer. 

Desde aquele dia, a bela Ponaim, tomada de profunda tristeza e arrependimento, caminha pela beira da lagoa e lá permanece até o anoitecer, esperando que algum dia Anhurawi volte para ela, trazendo-lhe nos braços a pele do cervo Berá.

Fonte> Adaptação do Texto de Jayhr Gael in O Caminho de Wicca - http://www.caminhodewicca.com.br (desativado). acesso em 13/10/2023.

sábado, 24 de fevereiro de 2024

Mitos Indígenas (Begorotire - o homem chuva)

Begorotire era um índio feliz. Certo dia, porém, havendo sido injustiçado na divisão da caça, ficou furioso, decidindo que sairia à procura de um outro lugar para viver. Cortou os cabelos da esposa e da filha, pintando toda a família com uma tintura preta que havia retirado do fruto do jenipapo. Pegou um pedaço de madeira pesada e resistente, fazendo a primeira borduna Caiapó, com o cabo trançado em preto e a ponta tingida com sangue da caça. Chegou então ao alto de uma montanha, levando sua arma, e começou a gritar. 

Seus gritos soaram como fortes trovões. Girou fortemente a borduna no ar e de suas pontas saíram relâmpagos. Em meio ao barulho e às luzes, Begorotire subiu aos céus. 

Os índios, assustados, atiraram suas flechas, mas nada conseguiu impedir que o índio desaparecesse no firmamento. As nuvens, também assustadas, derramaram chuva. Por isso Begorotire tornou-se o homem chuva. 

Tempos depois, levou toda a família para o céu, onde nada lhes faltava, e de lá muito fez para ajudar os que na terra ficaram. Juntou sementes de suas fartas roças, secou-as sobre o jirau, entregando-as a uma filha para trazê-las. 

A índia desceu dentro de uma cabaça enorme amarrada a urna longa corda, tecida com as próprias ramas do vegetal. Caminhando pela floresta, um jovem encontrou a cabaça, amarrou-a com cipós e pedaços de uma madeira e, com a ajuda dos amigos, levou-a para a aldeia. 

A mãe, abrindo a cabaça, encontrou a índia, a filha da chuva, que estava magra e com longos cabelos, por lá haver permanecido muito tempo. A jovem foi retirada e alimentada, e teve seus cabelos aparados. Ao ser indagada, a filha da chuva explicou por que viera, entregando-lhes as sementes enviadas por seu pai e deixando a todos muito felizes. 

O jovem que encontrou a cabaça, casou-se com a moça, passando esta a morar novamente na terra. Com o tempo, resolveu visitar os pais. Pediu que o esposo vergasse um pé de Pindaíba, trazendo a copa até o chão. Sentou-se sobre ela e, ao soltarem a árvore, a índia foi lançada ao céu. 

Ao retornar, trouxe consigo toda a família e cestos repletos de bananas e outros frutos silvestres. Begorotire ensinou a todos como cultivar as sementes e cuidar das roças, regressando depois ao seu novo lar. 

Até hoje, quando as plantas necessitam de água, o homem chuva provoca trovões, fazendo-a cair sobre as roças para mantê-las sempre verdes e fartas.

Fonte> Adaptação do Texto de Jayhr Gael in O Caminho de Wicca - http://www.caminhodewicca.com.br (desativado). acesso em 13/10/2023.

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2024

Mitos Indígenas (Poronominaré - o dono da terra)

O velho pajé Cauará saiu para pescar, demorando muito a voltar. A filha, preocupada, resolveu procurá-lo perto das águas mansas do rio. Após muito andar, sentou-se na relva para descansar. Anoitecia e a lua surgiu atrás das montanhas, ficando a jovem a contemplá-la. Subitamente, destacou-se do astro um vulto muito estranho que vinha em sua direção. A índia parecia hipnotizada, sendo em seguida tomada por profunda sonolência. 

Neste momento o pajé, que havia retomado à aldeia, preocupou-se com a ausência da filha. Tomou então um pote com paricá, pó alucinógeno que, inalado, lhe despertava os poderes de pajé, entrando assim em transe. 

Muitas sombras desfilaram à sua frente e entre elas surgiu a silhueta de um homem que subia aos céus em direção à lua. Aos poucos, outras imagens foram tomando formas humanas com cabeça de pássaros, anunciando ao pajé que sua filha estava numa ilha, não muito distante dali. 

Imediatamente Cauará dirigiu-se ao local revelado, encontrando a moça enfraquecida e faminta. Voltaram à aldeia. 

Passados alguns dias, a jovem, recuperada, contou ao pai um sonho impressionante: no alto da montanha ela dava à luz uma criança muito clara, quase transparente. Não havia leite em seus seios, sendo o seu filhinho alimentado por uma revoada de beija-flores e borboletas. A sua volta, outros animais que também se encantaram com o bebê, lambiam-no carinhosamente. 

Algum tempo depois, a filha de Cauará notou que, embora virgem, esperava uma criança. O pajé, estranhando o fato, entrou novamente em transe. As alucinações lhe mostraram ser o homem que ele vira subir à lua, o pai de seu neto. 

Numa madrugada em que os animais, as aves e os insetos pareciam agitados e felizes, nasceu na serra de Jacamin o neto do pajé, Poronominaré, o dono da terra. Ao ser informado do feliz acontecimento, Cauará seguiu para a montanha para conhecer o herdeiro. 

Surpreso, encontrou a criança com uma barbatana nas mãos, indicando a cada animal o seu lugar na Natureza. 

Ao cair da tarde, quando tudo já estava em pleno silêncio, ouviu-se uma cantiga feliz. Era a mãe do dono da terra que subia aos céus, levada por pássaros e borboletas.

Fonte> Adaptação do Texto de Jayhr Gael in O Caminho de Wicca - http://www.caminhodewicca.com.br (desativado). acesso em 13/10/2023

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2024

Mitos Indígenas (Thaina Khan, a estrela da manhã)

Imaeru, uma linda e vaidosa jovem Karajá, tinha como maior desejo possuir a estrela Thaina Khan (estrela Dalva), a mais brilhante da manhã. 

Seu pai, o velho pajé, vendo a angústia da filha, pediu ao Deus Tupã que lhe satisfizesse o desejo. Tupã concordou, mas avisou-lhe que a estrela só poderia descer à Terra na forma de um homem. 

Imaeru ficou radiante e numa noite de luar, elevando seus olhos em direção aos astros, pediu à almejada estrela que descesse para desposá-la. Neste instante, desceu do céu uma luz, surgindo à sua frente um velho: era Thaina Khan, que de lá viera para casar-se com ela. 

A índia, decepcionada, respondeu-lhe rudemente, alegando que, tão jovem e bela, não poderia desejá-lo. O velho entristeceu-se profundamente, lamentando seu destino, pois da mais brilhante estrela que houvera sido, transformara-se em homem, não podendo mais regressar à sua condição original. 

Danace, irmã de Imaeru, que os ouvira, resolveu aproximar-se e, sensibilizando-se com a situação do bondoso ancião, ofereceu-se para ser sua esposa. Era menos bela que a irmã, mas muito meiga e generosa, passou a cuidar com muito carinho do esposo idoso. Ambos viviam felizes. 

Certo dia, Thaina Khan não voltou da roça na hora de costume. Preocupada, Danace saiu à sua procura. Encontrou somente um jovem, todo iluminado. Era Thaina Khan, que Tupã havia rejuvenescido, tornando-o belo e forte, em reconhecimento à bondade da índia. 

Radiantes, regressaram abraçados à aldeia. Imaeru, ao saber do ocorrido, desejou ardentemente o jovem, mas Danace o havia conquistado para sempre. 

Desesperada, Imaeru desapareceu na floresta, sendo transformada por Tupã no pássaro Urutau, que, em noites de luar, entoa um triste canto, lamentando haver perdido o amor de sua almejada estrela da manhã.

Fonte> Adaptação do Texto de Jayhr Gael in O Caminho de Wicca - http://www.caminhodewicca.com.br (desativado). acesso em 13/10/2023.

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2024

Mitos Indígenas (Mumuru - a estrela dos lagos)

Maraí, uma jovem e bela índia, muito amava a natureza. Passava seus dias a brincar perto do lago, tornando-se a companheira e melhor amiga dos peixes, das aves e dos outros animais. 

À noite, ficava a contemplar a chegada da Lua e das estrelas. 

Nasceu-lhe então um forte desejo de tornar-se também uma estrela. Perguntou ao pai, como surgiam aqueles pontinhos brilhantes no céu e, com grande alegria, veio a saber que Jacy, era um dos nomes indígena da Lua, ouvia os desejos das moças e, ao se esconder atrás das montanhas, transformava-se em estrelas. 

A partir deste instante, todas as noites Maraí esperava pela Lua, suplicando que a levasse para o céu, bem no alto. 

Muitos dias se passaram sem que a jovem realizassem seu sonho. 

Resolveu então aguardar a chegada da Lua junto aos peixes do lago. Assim que esta apareceu, Maraí encantou-se com sua imagem refletida na água, sendo atraída para dentro do lago, de onde não mais voltou. 

A pedido dos peixes, pássaros e outros animais, Maraí não foi levada para o céu. Jacy transformou-a numa bela planta, ganhando o nome de Mumuru, a Vitória-régia. 

Ela vive nos lagos e rios da Amazônia. Sua flor se abre sempre à meia-noite e tem o formato de uma estrela. 

Assim a linda jovem tomou-se a rainha da noite, a estrela dos lagos, a enfeitar ainda mais a Natureza com sua beleza e seu perfume.

Fonte> Adaptação do Texto de Jayhr Gael in O Caminho de Wicca - http://www.caminhodewicca.com.br (desativado). acesso em 13/10/2023.

terça-feira, 20 de fevereiro de 2024

Mitos Indígenas (Iguaçu - as cataratas que surgiram do amor)

Distribuída em várias aldeias, às margens do sereno Rio Iguaçu, a tribo dos Caingangues formava uma poderosa Nação Indígena. Tinham como Deus Tupã, o Deus do Bem e M'Boy, seu filho rebelde, o Deus do Mal. Era este o causador das doenças, tempestades, das pragas nas plantações, além dos ataques de animais ferozes e das demais tribos inimigas. 

A fim de se protegerem do Deus do Mal, em todas as primaveras, os Caingangues a ele ofereciam uma bela jovem como esposa, ficando esta impedida para sempre de amar alguém. Apesar do sacrifício, esta escolha era para ela um privilégio, motivo de honra e orgulho. 

Naípi, filha de um grande cacique, conhecida em todos os cantos por sua beleza, foi desta vez a eleita. Feliz, aguardava com ansiedade o dia de tornar-se esposa do temido Deus. 

Iniciaram-se assim os preparativos da grande festa. Convidados chegavam de todas as aldeias para conhecê-la. Entre eles estava Tarobá, valente guerreiro, famoso e respeitado por suas vitórias. 

Ocorreu que, talvez pela vontade do bom Deus Tupã, Tarobá e Naípi vieram a se apaixonar, passando a manter encontros secretos às margens do rio. Sem ser notado, M'Boy acompanhava os acontecimentos, aumentando a sua fúria a cada dia. 

Na véspera da consagração, os jovens encontraram-se novamente às margens do rio. Tarobá preparou uma canoa para fugirem no dia seguinte, enquanto todos adormeciam, fatigados com as danças e festejos e sob efeito das bebidas fermentadas. 

Iniciaram a fuga e, já à boa distância do local, M'Boy concretizou sua vingança. Lançou seu poderoso corpo no espaço em forma de uma enorme serpente, mergulhando violentamente nas tranquilas águas e abrindo uma cratera no fundo do rio Iguaçu. Formaram-se assim as cataratas, que tragaram a frágil canoa. 

Tarobá foi transformado em uma palmeira no alto das quedas e Naípi em uma pedra nas profundezas de suas águas. 

Do alto, o jovem apaixonado contempla sua amada, sem poder tocá-la. Resta-lhe apenas murmurar seu amor quando a brisa lhe sacode a fronde. 

Tarobá lança suas flores para Naípi, através das águas, como prova de seu amor. A jovem está sempre banhada por um véu de águas claras e frescas, que lhe amenizam o calor de seus sentimentos. 

Ainda hoje, M'Boy permanece escondido numa gruta escura, vigiando atentamente os jovens apaixonados. Ouve-se dizer que, quando o arco-íris une a palmeira à pedra, pode-se vislumbrar uma luz que dá forma aos dois amantes, podendo-se ouvir murmúrios de amor e lamento.

Fonte> Adaptação do Texto de Jayhr Gael in O Caminho de Wicca - http://www.caminhodewicca.com.br (desativado). acesso em 13/10/2023.

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2024

Mitos Indígenas (Mundo novo - o paraiso terrestre)

A Nação Indígena dos Caiapós habitava uma região onde não havia o sol nem a lua, tampouco rios ou florestas, ou mesmo o azul do céu. Alimentavam-se apenas de alguns animais e mandioca, pois não conheciam peixes, pássaros ou frutas. 

Certo dia, estando um índio a perseguir um tatu canastra, acabou por distanciar-se de sua aldeia. inacreditavelmente à medida que este se afastava, sua caça crescia cada vez mais. Já próximo de alcançá-la, o tatu rapidamente cavou a terra, desaparecendo dentro dela. Sendo uma imensa cova, o indígena decidiu seguir o animal, ficando surpreso ao perceber que, ao final da escuridão, brilhava uma faixa de luz. Chegando até ela, maravilhado, viu que lá existia um outro mundo, com um céu muito azul e o sol a iluminar e a aquecer as criaturas; na água muitos peixes coloridos e tartarugas. Nos lindos campos floridos destacavam-se as frágeis borboletas; florestas exuberantes abrigavam belíssimos animais e insetos exóticos, contendo ainda diversas árvores carregadas de frutos. Os pássaros embelezavam o espaço com suas lindas plumagens. 

Deslumbrado, o índio ficou a admirar aquele paraíso, até o cair da noite. Entristecido ao acompanhar o pôr do sol, pensou em retomar, mas já estava escuro... 

Novamente surge à sua frente outro cenário maravilhoso: uma enorme lua nasce detrás das montanhas, clareando com sua luz de prata toda a natureza. Acima dela multidões de estrelas faziam o céu brilhar. Quanta beleza! E assim permaneceu, até que a lua se foi, surgindo novamente o sol. 

Muito emocionado, o índio voltou à tribo e relatou as maravilhas que viera a conhecer. O grande pajé,  Caiapó, diante do entusiasmo de seu povo, consentiu que todos seguissem um outro tatu, descendo um a um pela sua cova através de uma imensa corda, até o paraíso terrestre. Lá seria o magnífico Mundo Novo, onde todos viveriam felizes.

Fonte> Adaptação do Texto de Jayhr Gael in O Caminho de Wicca - http://www.caminhodewicca.com.br (desativado). acesso em 13/10/2023.

domingo, 18 de fevereiro de 2024

Mitos Indígenas (Iamuricumas)

Em meio a uma grande festa, os índios haviam concluído a cerimônia de furar as orelhas de seus meninos, após a qual as crianças permanecem de resguardo. 

Segundo o costume, os homens da tribo foram à pesca para bem alimentá-las, enquanto as mulheres prosseguiram com o corte dos cabelos. 

Percebendo que os pais demoravam a chegar, o filho do pajé decidiu ir ao rio, onde pôde observá-los batendo o timbó e pegando muitos peixes. Repentinamente, como por encanto, os índios transformaram-se em animais selvagens. 

Assustado, o menino correu à tribo, relatando à sua mãe o que sucedera. Esta avisou as outras mulheres e, reunidas, preparavam-se para fugir dentro de poucos dias, pois os homens da pescaria agora representavam perigo! 

Pintaram-se e ornamentaram o corpo como se fossem homens. Em seguida a esposa do pajé, à frente do grupo, entoou um canto, conduzindo-o ate a floresta. Lá, untaram-se de veneno, transformando-se no espírito Mamaé. 

Após cantarem e dançarem dois dias sem cessar, pediram a um velho que pousando sobre as costas a casca de um tatu, seguisse à sua frente, abrindo-lhes passagem. 

O homem passou a agir como se fosse o próprio animal. As mulheres, indiferentes aos homens da pescaria, seguiram o seu caminho, a cantar e a dançar, levando consigo mulheres de mais duas aldeias. 

Suas crianças foram lançadas ao rio, tornando-se peixes. Ainda hoje, as Iamuricumás viajam dia e noite, armadas de arco e flecha. 

Não possuem o seio direito, para melhor manejá-los. E assim, cantando e dançando, continuam a abrir caminhos pela floresta, seguindo eternamente o homem tatu.

Fonte> Adaptação do Texto de Jayhr Gael in O Caminho de Wicca - http://www.caminhodewicca.com.br (desativado). acesso em 13/10/2023.

sábado, 17 de fevereiro de 2024

Mitos Indígenas (Iamulumulu - a formação dos rios)

Savuru era um espírito que possuía duas esposas. A pedido dos irmãos Kuát (Sol) e Iaê (Lua), que as cobiçavam, as ariranhas o mataram, ficando sua esposa mais velha com o Sol e a outra com a Lua. 

Seguiram então os casais em direção à aldeia de Kanutsipei. Durante o caminho, os irmãos encontraram dificuldades e necessitaram da ajuda de outros espíritos: Iamulumulu lhes curou a impotência, Ierêp fez com que neles nascesse o ciúme das esposas e, uma vez cansados, pediram a Uiaó algo que os fizessem adormecer. 

No dia seguinte, dispostos, retomaram a caminhada. Chegando ao local pretendido, estavam sedentos e pediram água a Kanutsipei. A água, porém, estava suja. O irmão Lua, tomando a forma de um beija-flor, voou rapidamente à procura de boa água. Ao voltar contou-lhes que o espírito os enganara, mantendo escondidos muitos potes com a mais pura água. 

Contrariados, os casais retornaram à sua aldeia, contando a todos o que ocorrera. O Sol e a Lua uniram-se a vários espíritos, Vanivani, lananá, Kanaratê, os zunidores Hori-hori, invocando também os espíritos das águas que habitavam a copa do Jatobá. Chamaram ainda as máscaras Jakuikutu, Mearatsim, Ivat, Jakuiaép e Tauari. Reunidos, dançaram e resolveram voltar à aldeia de Kanutsipei para tomarem posse de sua água, quebrando todos os seus potes, conduzindo-a a outras regiões. 

Mearatsim, o primeiro a chegar, cantou para espantar o dono do local. Chegaram então os outros espíritos e, à medida que os potes foram quebrados, formou-se ali uma grande lagoa, de onde cada um dos espíritos criou um rio. 

Assim, o Sol criou o Rio Ronouro; Vani-vani formou o Rio Maritsauá; Kanaratê, o Paranajuva; Tracajá, o Kuluene e Iananá, um afluente do Ronouro. 

A formação dos rios não agradou ao Sol, pois todos corriam para Morená, a região sagrada dos espíritos. Iniciou-se ali uma grande confusão, em meio à qual a Lua foi engolida por um grande peixe. O Sol, desesperado, saiu à procura do irmão, no ventre dos peixes que encontrava. Chegou a capturar o Tucunaré, o Matrinxã, o Pirarara e a Piranha. Mas havia sido o Jacunaum que o engolira, informou o Acará. E ambos, unidos, partiram à caça dos peixe. 

Pediram a Taperá (andorinha do campo) que lhes conseguisse um grande anzol, ocultando-o num charuto. O Acará nadou à procura de Jacunaum, oferecendo-lhe fumo. Desta maneira, o Sol conseguiu fisgá-lo. Entretanto, dentro do peixe, restavam apenas os ossos de seu irmão. 

Desejando ardentemente que a Lua revivesse. o Sol arrumou no chão seu esqueleto, cobrindo-o com as folhas perfumadas do Enemeóp. Aos poucos, como por encanto, a carne foi surgindo, revestindo os ossos até formar um novo corpo. Faltava-lhe ainda a vida. O Sol então introduziu um mosquitinho em sua narina, provocando-lhe um espirro, que o fez finalmente despertar. Assim foram criados os rios e, a partir daí, iniciou-se a prática da pajelança, tendo sido o Sol o primeiro pajé.

Fonte> Adaptação do Texto de Jayhr Gael in O Caminho de Wicca - http://www.caminhodewicca.com.br (desativado). acesso em 13/10/2023.

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2024

Mitos Indígenas (Sinaá - inundação e fim do mundo)

Sinaá, o mais poderoso pajé da tribo Juruna, era filho de mãe índia e pai onça. Do felino herdara o poder de enxergar também pelas costas, o que lhe permitia observar tudo o que se passava ao seu redor. Caminhava com sua gente por toda a região, ensinando a seus companheiros serem bons e bravos. Seu povo alimentava-se de farinha de mandioca, raspa de madeira, jabutis e sucuris, cobras imensas que habitam na água. 

Certa vez, uma enorme sucuri foi capturada e queimada por haver devorado diversos índios. inesperadamente brotaram de suas cinzas diversas espécies de vegetais, como a mandioca, o milho, o cará, a abóbora, a pimenta, e algumas plantas frutíferas, até então desconhecidas para aquela tribo. 

Foi um pássaro surgido do céu que os ensinou a utilizar e preparar tais alimentos e também fazê-los multiplicar-se. A partir daquele dia, fartas roças se formaram. 

Para garantir o sustento de seu povo, Sinaá, face às fortes chuvas e à ameaça de grande inundação, construiu uma imensa canoa, onde plantou mudas de cada espécie. 

Em poucos dias o rio transbordou e a enchente cobriu toda a região, mas o grande pajé livrou seu povo da fome. 

Já mais velho, Sinaá casou-se com uma aranha, que lhe teceu novas vestes para melhor abrigá-lo. Chegando a atingir idade bastante avançada, já ostentava longas barbas brancas. Seus poderes, porém, permitiam-lhe remoçar a cada banho de cachoeira, para que pudesse viver até o fim de seu povo, como tanto queria. Quando isto ocorresse, Sinaá derrubaria a forquilha de uma enorme árvore que apontava para o céu, sustentando-o. O céu desabaria sobre todos os povos e o mundo teria o seu fim.

Fonte> Adaptação do Texto de Jayhr Gael in O Caminho de Wicca - http://www.caminhodewicca.com.br (desativado). acesso em 13/10/2023.

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2024

Mitos Indígenas (Arutsãm - o sapo astucioso)

O sapo Arutsãm foi ao encontro de seu cunhado onça, para dele tomar emprestado um arco e uma gaita de bambu.

Aproximando- se de seu território, foi alertado por outros animais, com ironia, do perigo que estava correndo. Mesmo assim prosseguiu.

A onça mostrou-se gentil ao recebê-lo, convidando-o para um banho no lago, cuidando, porém, para que sempre caminhasse atrás do convidado. Arutsãm. desconfiado, manteve-se atento.

Ao anoitecer a onça esperou ansiosa que o cunhado adormecesse, aguardando o momento ideal para devorá-lo.

Arutsãm, entretanto, colocou sobre os seus, olhos de um vagalume, ludibriando assim a onça, que o julgava acordado e não ousou atacá-lo.

No dia seguinte, já de posse do arco e da gaita, despediu-se agradecido de seu anfitrião.

Esperto que era, espalhou formigas no caminho, que, atacando a onça, faziam com que esta batesse as patas no chão, acusando sua proximidade.

Arutsãm seguia o seu caminho. Passava agora pelo território das serpentes, a quem seu inimigo incansável pediu que o apanhassem. O astuto sapo atraiu-as até o lago, saltando velozmente para outra margem, escapando à sua perseguição.

Chegando à aldeia das cobras, apressou-se em quebrar todas as panelas de barro de suas fêmeas. Ao verem o estrago, estas o perseguiram enfurecidas.

Neste momento, partiu Arutsãm para seu grande salto: como um toque mágico, pulou para a lua, onde, zombeteiro, está eternamente a tocar sua gaita. Ainda hoje, em noites claras, a onça contempla a lua (Iaê), lamentando o fracasso do seu plano traidor.

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quarta-feira, 14 de fevereiro de 2024

Mitos Indígenas (Igaranhã - a canoa encantada)

 Um índio da tribo Kamaiúra iniciou a construção de uma canoa com a casca do jatobá. Ao terminá-la retomou para junto de sua mulher, que há pouco dera à luz, permanecendo por alguns dias. 

Algum tempo depois, voltando à mata onde havia deixado a canoa, não mais a encontrou. Entristeceu-se e, pensativo, tentou imaginar o que ocorrera. Talvez a tivessem roubado, ou algum animal a tivesse destruído. Como poderia pescar agora? 

Absorto, despertou com um ruído. Foi grande o seu espanto ao perceber que em sua direção movimentava-se lentamente, por si mesma, uma canoa, a mesma que ele construíra, agora com vida e olhos na proa. Talvez houvesse se transformado em um animal, pensou. Dar-lhe-ia então um nome: Igaranhã - o crocodilo. 

Entrou na canoa, ordenando-lhe que seguisse em direção ao lago. Assim que Igaranhã tocou a água, cobriu-se com muitos peixes, dos mais variados tipos, cores e tamanhos, que saltavam sem cessar da água para dentro da embarcação. 

Os primeiros, a própria canoa devorou, ficando no entanto a maior parte para o índio. Á sua mulher, maravilhada, falou apenas de um lugar ideal para a pesca, que houvera encontrado. 

Dias depois, retomando ao mesmo local, nada encontrou sob a frondosa árvore. Como por encanto a canoa surgiu novamente da mata, dirigindo-se ao lago e o fenômeno repetiu-se. 

O índio ambicioso recolheu rapidamente os peixes, sem deixar à Igaranhã sua parcela do alimento. Esta então, muito contrariada, acabou por devorar seu próprio dono.

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terça-feira, 13 de fevereiro de 2024

Mitos Indígenas (Kuat e Iaê – A conquista do dia)

No princípio só havia a noite. Os irmãos Kuát e Iaê - o Sol e a Lua - já haviam nascido, mas não sabiam como conquistar o dia. Este pertencia a Urubutsim (Urubu - rei), o chefe dos pássaros. 

Certo dia os irmãos elaboraram um plano para capturá-lo. Construíram um boneco de palha em forma de uma anta, onde depositaram detritos para a criação de algumas larvas. 

Conforme seu pedido, as moscas voaram até as aves, anunciando o grande banquete que havia por lá, levando também a elas um pouco daquelas larvas, seu alimento preferido, para convencê-las. E tudo ocorreu conforme Kuát e Iaê haviam previsto. 

Ao notarem a chegada de Urubutsim, os irmãos agarraram-no pelos pés e o prenderam, exigindo que este lhes entregasse o dia em troca de sua liberdade. 

O prisioneiro resistiu por muito tempo, mas acabou cedendo. Solicitou então ao amigo Jacu que este se enfeitasse com penas de araras vermelhas, canitar e brincos, voasse à aldeia dos pássaros e trouxesse o que os irmãos queriam. 

Pouco tempo depois, descia o Jacu com o dia, deixando atrás de si um magnífico rastro de luz, que aos poucos tudo iluminou. 

O chefe dos pássaros foi libertado e desde então, pela manhã, surge radiante o dia e à tarde vai se esvaindo, até o anoitecer.

Fonte> Adaptação do Texto de Jayhr Gael in O Caminho de Wicca - http://www.caminhodewicca.com.br (desativado). acesso em 13/10/2023.

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2024

Mitos Indígenas (Tucumã - O surgimento da noite)

No início não existia a noite. Esta pertencia a uma enorme serpente, que a mantinha no fundo das águas. 

Quando a filha desta se casou, exigiu que viesse a noite, sem a qual não poderia se deitar. O esposo então avisou três mensageiros para que a trouxessem. 

A serpente, senhora da noite, recebeu-os com indiferença. Mesmo assim, entregou-lhes um coco, Tucumã, lacrado com cera de abelha, dizendo-lhe que ali estava o que vieram buscar. Não deveriam entretanto abri-lo, pois a noite poderia escapar. 

Na volta, os índios perceberam que do coco saiam ruídos de sapos e grilos. Um deles, o mais curioso, convenceu os companheiros a abrirem o fruto. E assim o fizeram. 

Logo que derreteram a cera, a noite saiu através do coco, escurecendo o dia. 

A filha da serpente aborreceu-se, pois agora ela deveria descobrir como separar o dia da noite. Desta forma, ao surgir a grande estrela da madrugada, criou o pássaro Cujubim, ordenando que este cantasse para que nascesse a manhã. Em seguida, criou o pássaro Inhambu, que deveria cantar à tarde, até que viesse a noite. Criou ainda os outros pássaros para alegrar o dia, diferenciando-o da noite. 

Aos mensageiros desobedientes, lançou toda a sua ira, transformando-os em macacos de boca preta – devido à fumaça - e risca amarela - pela cera derretida. 

Assim, a filha da serpente pôde finalmente se deitar e todos os seres puderam dormir.
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continua…

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