Marcadores

Mostrando postagens com marcador Dicas de escrita. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Dicas de escrita. Mostrar todas as postagens

sábado, 21 de junho de 2025

Tainá Rios (Por que investir na divulgação de seus livros nas redes sociais?)


As redes sociais, seja Instagram, Facebook, TikTok ou YouTube, são consideradas como vitrines virtuais. São nesses locais que grandes marcas e pequenos empreendedores disputam um pouco da atenção do público em troca de curtidas, interações e, claro, a concretização da venda. Atualmente, esse espaço também é um local de divulgação de obras literárias.

Para Paula Simas, autora de e-books de romance hot, o Instagram é a principal vitrine de divulgação dos seus livros. Ela argumenta que o perfil online é um portal de vendas e precisa ser tão atraente quanto as suas próprias histórias. "Posts e reels que despertem a curiosidade do leitor, uma sinopse envolvente e uma capa chamativa fazem toda a diferença. No fim, é a soma desses fatores que levará alguém a escolher o seu livro entre tantos outros", explica.

Vilto Reis, escritor, roteirista de quadrinhos, professor de escrita criativa e RPGista, também acredita no potencial das redes sociais. E explica: "Se você for um autor de não-ficção, isso é ainda mais importante, pois você ganha autoridade e se posiciona dentro do nicho com o qual quer se comunicar". Além do Instagram, Vilto também investe na produção de conteúdos em vídeos para o YouTube e no formato de podcast. Apesar da constante mudança das regras dos algoritmos, essa ferramenta possibilita que os conteúdos literários cheguem a mais pessoas, conectando o livro com os autores. "Quando conversamos sobre assuntos que interessam o público, que também pode ser o potencial comprador dos nossos livros, fazemos com que o algoritmo entenda que nosso conteúdo pode se conectar com essas pessoas", explica.

Outro ganho é a identificação do mercado literário com os novos autores. Vilto relembra o convite que recebeu para participar como palestrante na Semana dos Escritores de Chapecó. "Encontraram meu trabalho no Instagram, avaliaram como interessante e me chamaram. Então, há um ganho geral, que nem sempre está diretamente ligado a vendas", afirma.

A romancista e poetisa Wlange Keindé vê as redes sociais como um meio de comunicação entre as pessoas. Para ela, esse caminho é o mais fácil para alcançar o público. "A maioria dos leitores espera encontrar por lá tanto os escritores, cujo trabalho eles já conhecem, quanto novas possibilidades de leitura. Por isso, acredito que, enquanto escritores, a divulgação dos nossos trabalhos nas redes sociais é essencial para que possamos alcançar mais gente", explica.

AS TÉCNICAS DE MARKETING DIGITAL PARA AUTORES

Desde o início de 2025, Wlange trabalha na divulgação do seu último lançamento, "O abraço morno dos muros". Para essa divulgação, ela contou com a ajuda de uma agência de marketing digital, que desenvolveu uma estratégia de funil de vendas. "Eu nunca tinha feito uma estratégia de marketing tão pensada, e estou aprendendo muito com essa experiência", ressalta.

A romancista também já aplicou a técnica de marketing de conteúdo nos seus perfis de redes sociais. De acordo com a sua experiência, o público leitor pesquisa o nome dos autores em buscadores online para conhecer um pouco mais antes da compra. "As pessoas que seguem um escritor numa rede social querem saber o que o conteúdo produzido por esse escritor pode agregar na vida delas", afirma.

Vilto também investe em estratégia de divulgação. Ele aplica a jornada de compra e o funil de vendas. "A jornada de compra funciona como um funil. Primeiro, você atrai um público amplo; depois, parte desse público se relaciona com seu conteúdo; por fim, uma parcela dessas pessoas se torna compradora dos seus livros", explica. O recomendado ao aplicar essas técnicas é criar conteúdos voltados para cada etapa do funil de vendas. Por exemplo, a cada dez conteúdos disponíveis, é interessante dividir entre: atração de novos seguidores, conexão com o público e vendas.

O roteirista de quadrinhos alerta : criar conteúdo sem clareza pode atrapalhar o desempenho de qualquer escritor. E enviar mensagens diretas oferecendo o livro também. Ele aposta na criação de conteúdos relevantes que alcancem os leitores certos e, assim, aumentam as chances de sucesso na divulgação. "O ideal é destacar os aspectos mais interessantes do livro. Se você escreve ficção, pense nos temas centrais e na jornada dos personagens. Se escreve sobre um assunto técnico ou acadêmico, encontre os pontos que podem gerar curiosidade ou resolver dúvidas do público", explica.

A autora de e-books aposta na constância de conteúdos para a divulgação das suas obras. Ela investe em produções de reels e posts para que o perfil no Instagram seja atualizado diariamente.

AS FERRAMENTAS DIGITAIS PARA DIVULGAÇÃO DE LIVROS

Entre as ferramentas digitais mais populares e usadas na divulgação dos livros nas redes sociais estão o tráfego pago, a parceria com os influenciadores literários, a produção de infoprodutos, como podcasts, e o apoio dos bookstans.

Paula Simas usa o recurso de tráfego pago para atrair novas leitoras. Pela sua experiência, essa é a ferramenta que gera mais resultados. "Isso porque alcança um público maior e entrega o conteúdo para pessoas com interesses semelhantes. Quando utilizado de forma otimizada, pode trazer resultados surpreendentes", afirma.

O escritor e professor Marcelo Spalding acredita que, para determinado tipo de livro e grupos de autores, essa estratégia pode ajudar, sim. "É preciso que o autor se envolva com a rede e participe dela. Dessa maneira, o anúncio irá funcionar como um impulsionamento mesmo", explica.

Wlange Keindé gosta de aplicar a parceira com influenciadores literários, pois se iguala a um boca a boca, porém da nova geração. Além disso, é uma maneira de produzir conteúdo sobre um livro e o autor na rede social, que podem virar resultados de pesquisas na internet. "Os seguidores de um influenciador literário confiam nas opiniões e nos gostos dele, tendo assim uma boa chance de se interessarem por um livro divulgado por ele", declara.

Por fim, a ferramenta de apoio bookstan. O termo ficou mais conhecido após a pandemia de Covid-19, mas a prática existe desde 2018 entre os produtores de vídeo no YouTube, que usam o nome de comunidade booktube, e são especialistas em conteúdos para leitores. Em tradução livre significa fã de livros, pois é a junção das palavras "book" (livro, em inglês) e "stan" (termo da cultura pop que se refere a um fã).

A escritora Paula utiliza bastante esse recurso e aconselha: "Antes de fechar a parceria, é importante verificar se o gênero do seu livro se alinha às leituras normalmente divulgadas no perfil, garantindo que o público se identifique com a sua obra". Ou seja, não arrisque divulgar uma comédia romântica em um perfil focado nos gêneros literários fantasia ou dark.

Os profissionais bookstans são conhecidos por acompanhar todos os lançamentos de um autor ou saga, conhecer todos os detalhes de uma história, aprender as línguas criadas para as adaptações de uma série literária e participar ativamente de comunidades online de leitura. E tem como missão principal seguir e engajar com autores, editoras e criadores de conteúdo literário em todas as redes sociais.

OS BENEFÍCIOS DA DIVULGAÇÃO NAS REDES SOCIAIS

No Brasil, o Instagram é a terceira rede social mais usada pelos produtores de conteúdo. E tem muito potencial para entregar os conteúdos a novas pessoas, inclusive leitores. De acordo com os três entrevistados, a plataforma tem diversos recursos que apoiam a trajetória do autor, que são: possibilidade de criar conteúdo em diversos formatos, construção de comunidade, investimento em anúncios pagos, e possibilidade de divulgação de links de vendas.

"O Instagram possibilita diferentes estratégias: os reels para atrair, o feed para criar relacionamento e os stories para engajar os leitores. O último passo dessa jornada, que é a venda de livros, pode acontecer por meio de posts no feed ou anúncios patrocinados. Mas o ideal é que o processo ocorra de forma orgânica: primeiro, os leitores descobrem o autor, depois se relacionam com ele e, por fim, adquirem seus livros", explica Vilto Reis.

Apesar do potencial do Instagram, os entrevistados elegeram o YouTube como a plataforma que traz mais benefícios às divulgações de livros e conteúdos literários. Wlange possui canais na plataforma há bastante tempo e afirma que possui uma comunidade fiel de seguidores. Para a poetisa, o público que acessa o canal no YouTube consegue ver com mais facilidade todos os vídeos postados desde a criação do canal até o conteúdo mais recente. Essa facilidade não existe em redes como Instagram e TikTok. "Uso muito o YouTube, já que é a rede principal em que produzo conteúdo, no canal Ficçomos. Eu divulgo meus livros no YouTube porque já tenho uma comunidade por lá, e essa é uma rede social muito boa para a criação de comunidade", afirma.

Marcelo Spalding, que está à frente do canal Formação de Escritores, também vê na rede social um caminho para a divulgação das obras literárias. "A pessoa que se dispõe a ter um canal sobre determinado tema pode conseguir novos leitores e compradores para seu livro, se o tema do livro for semelhante ao do canal. Então uma pessoa que pretenda publicar um livro de literatura fantástica poderia ter um canal falando sobre livros do gênero, filmes, seriados, e com isso, ao publicar seu próprio livro, esse público teria mais potencial de interesse", explica.

Diversos benefícios e técnicas foram apresentados para responder à pergunta do título: por que investir na divulgação de livros nas redes sociais? Fato é que as plataformas online apoiam os autores na busca por leitores, na venda dos livros e, o mais importante, na promoção do nome como figura pública.

Por fim, o conselho para construir um bom planejamento na rede social escolhida pelos entrevistados, o YouTube. É necessário conhecer bem o seu nicho, qual história os seus leitores gostam de assistir e quais os perfis de youtubers mais dialogam com o seu público. "É importante entrar em contato para entender os custos dessa divulgação e a forma como ela é feita. Enviar dezenas de exemplares de livros a diversos youtubers sem que eles confirmem o interesse pela obra é um desperdício", explica Spalding.
* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * 
Tainá Rios é jornalista, especialista em Cultura Digital e Redes Sociais e aluna do Curso Formação de Escritores pela Metamorfose. Começou a escrever ainda na adolescência, enviando cartas aos amigos e familiares. Já atuou como colunista de cotidiano e apresentadora no Diário de Viamão. Desde 2019, comando o podcast Me Conta Sua História?, disponível nas plataformas de streaming.

Fontes:
Imagem criada por Jfeldman com Microsoft Bing  

sexta-feira, 13 de junho de 2025

Juan Barnav (Como escrever um livro) – 8, final. A resolução da obra

(tradução do espanhol por José Feldman)


Ao longo dos pontos-chave anteriores, focamos na origem, no desenvolvimento e nas características da nossa história e de seus personagens.

À medida que o enredo se aproxima do fim, precisamos dar-lhe uma conclusão.

Discutimos as características de um conto, que, em última análise e para os nossos propósitos, é o mesmo que um romance; a única diferença é a extensão. Estamos nos referindo à introdução, ao clímax e à conclusão.

Existem várias maneiras de chegar à conclusão de uma história, dependendo de nossas preferências. Pode haver um final feliz, onde os protagonistas alcançam seus objetivos desejados e todos ficam muito felizes; sendo uma história romântica, o casal apaixonado será muito feliz, e terminaria praticamente como o final clássico da história "eles se casaram e viveram felizes para sempre". No entanto, existem outras maneiras de alcançar a felicidade sem precisar se casar, dependendo das necessidades do nosso enredo.

Também pode acontecer de a conclusão não conter os elementos de felicidade que o leitor deseja. O autor, com os fios da trama em mãos, poderia então lograr um final trágico onde os protagonistas não alcançassem a felicidade almejada.

Outra maneira de atingir o clímax da obra é onde a justiça prevalece e todos estão em seu lugar, embora nem todos estejam necessariamente satisfeitos. E um final também pode ser exatamente o oposto, sem necessariamente decair para a tragédia; a conclusão pode ser injusta para os protagonistas em alguns aspectos e pode se aplicar ao provérbio "para o bem há males".

Da mesma forma, podemos concluir nossa história de qualquer uma das maneiras mencionadas, mas também tentar deixar uma mensagem; isto é, como no caso das fábulas, mencionar a moral clássica do conto, para que a história recém-lida possa ser tomada como uma lição; e então ela terá características didáticas.

Consequentemente, para chegar ao final desejado e para que ele seja considerado adequado, dadas as características de nossos personagens, bem como o ambiente em que se desenrolam, é necessário considerar três aspectos: a ideia geral básica da obra; que tipo de narrativa pretendemos criar; e a declaração do tema ou enredo. Por fim, o desfecho que se pretende dar, de acordo com os conceitos de gênero literário que indicamos anteriormente.

Sugere-se, portanto, que escrevamos uma sinopse, um resumo dos pontos principais da nossa história, que servirá de guia para o esboço do enredo. Uma vez conhecido o tema e a evolução que ele sofrerá, será necessário considerar como a obra será narrada, destacando o básico em oposição ao que será meramente episódico: os eventos fundamentais versus os adicionais, o que ajudará a "vesti-la" melhor. No entanto, existem histórias que não contêm diálogos, mas apenas narração, mesmo quando escritas exclusivamente em primeira pessoa.

Se quisermos conseguir um final dramático para a nossa história, é principalmente na ação que devemos concentrar nossa atenção.

No final trágico, são os protagonistas que morrem, ao estilo de Romeu e Julieta, por conta própria, devido à impossibilidade de seu amor.

Exercício:

Escreva uma sinopse com as características indicadas, no máximo uma página: personagens principais, situações, tema definido. Ensaie três finais diferentes: um trágico, um humorístico e um com uma mensagem.

CONCLUSÕES

Depois de terminar seu trabalho...

Faça uma pausa:

Embora possa não parecer, o esforço despendido na escrita de uma obra literária, por menor que seja, merece uma pausa. Mas não de você, mas da própria obra.

Em outras palavras, você precisa deixá-la descansar para que seu ânimo se acalme um pouco e você possa revisá-la com calma e entusiasmo, ao mesmo tempo, fazendo os ajustes e correções que julgar necessários; especialmente aqueles relacionados a aspectos estritamente gramaticais, em especial a ortografia.

Com o espírito satisfeito por ter concluído seu trabalho, por ter dado o toque final a um projeto que pode ter várias páginas, é importante encarar as coisas com calma.

Esta é a razão fundamental para o merecido descanso do nosso trabalho. Depois de revisarmos nosso conto ou romance e darmos o que consideramos o toque final para confirmar que está pronto para ser apresentado ao público em geral, passaremos para a segunda fase do trabalho do escritor, que consiste em efetivamente concluir o registro da obra.

O número de cópias da primeira edição. Pode variar de 1.000 a 3.000 na primeira edição, embora haja exceções. O número de edições que pretendem fazer do seu trabalho. A qualidade do papel em que será impresso. Isso está diretamente relacionado ao preço pelo qual será vendido ao público. Se será uma edição econômica, uma edição de bolso, uma edição de luxo ou uma edição pautada, já que as editoras atendem a diferentes mercados e têm linhas especiais para cada um. 

Da mesma forma, a capa ou a contra-capa apresentarão apenas letras, letras e algumas ilustrações, ou letras e uma fotografia marcante. 

A qualidade da encadernação é importante. Você sem dúvida já teve livros em mãos e as páginas começaram a se soltar simplesmente ao folheá-los. É importante garantir uma encadernação de boa qualidade, caso contrário, isso será prejudicial às vendas do seu livro. 

É importante compreender todos os itens acima para que um autor iniciante possa ter certeza de que os editores conduzirão o trabalho com bom gosto e propriedade.

Fontes:
http://www.mailxmail.com/curso-como-escribir-libro/ Acesso em 20.06.2022
Imagem criada por Jfeldman com Microsoft Bing

quarta-feira, 11 de junho de 2025

Juan Barnav (Como escrever um livro) – 7. Os sentimentos dos personagens

(tradução do espanhol por José Feldman)


O romancista é um manipulador de personagens. Como criador de seus personagens, ele os conhece íntima e perfeitamente, sabendo quais devem ser suas reações em qualquer situação. Além de ser altamente criativo, o escritor atua como um manipulador de marionetes. Consequentemente, deve compreender e penetrar na personalidade do personagem. Não é fácil adotá-la, como observado na parte 3 deste curso, mas é importante, agora, determinar o tipo de sentimentos, habilidades e preocupações que cada um dos envolvidos na história experimentará. Embora valha a pena lembrar, como os personagens são integrais, que seus sentimentos de amor, ódio ou desprezo podem mudar.

A raiva e a sede de vingança podem andar de mãos dadas e, ao longo de uma trama, podem mudar o comportamento de um personagem que inicialmente era doce, gentil ou tímido.

Sentimentos, paixões, emoções... características que fazem o destino de uma pessoa mudar de um momento para o outro na vida real. Essas são as ferramentas que o escritor usará para fazer com que sua história tenha uma ação inesperada se ele souber dosar seus ingredientes passo a passo, para obter um resultado muitas vezes surpreendente.

A importância de traços de caráter bem definidos reside no fato de que eles permitirão ao autor situá-los nas situações mais adequadas para que sua história se desenvolva de forma que não percam o controle de todas as situações.

Quando começamos a escrever, muitos de nós precisamos saber como controlar nossas reações em certas situações nas quais um toque de desprezo pode surgir.

Em uma história atual e cotidiana, que ocorre em qualquer família, em quase qualquer situação, podemos reconhecer tal interpretação, seja porque a vivenciamos como protagonistas ou porque a testemunhamos, o que também é muito comum, e nos permite inspirar-nos em certas pessoas conhecidas para transformá-las em autores de nossas tramas.

A maneira como gerenciamos o comportamento e as reações de nossos personagens, como se fosse um vai e vem, é determinada pelos cenários em que situamos a ação de acordo com o desenvolvimento de nossa trama. Se o personagem central for, digamos, um detetive, o herói deve ser um personagem durão e violento; É improvável que uma profissão que exija ações violentas resulte em uma pessoa afável, tímida ou retraída na vida real. Em certas circunstâncias, a coragem deve prevalecer sobre o medo para ter sucesso. Mas um ser humano, por mais corajoso que seja, não tem o direito de sentir medo?

Os personagens criados com os exercícios-chave acima possuem características físicas e psicológicas que são retratos fiéis de pessoas facilmente identificáveis ​​e ganharão vida de acordo com o papel que desempenharão em nossa história.

Quando falamos de personagens de uma só peça, nos referimos ao fato de que seu comportamento e reações são sempre lineares, sem reviravoltas que os façam parecer duvidosos, tanto para os outros personagens quanto para os próprios leitores. Tudo isso nos ajuda a entender a necessidade de muita prática, já que nossos personagens, como pessoas reais, têm o direito de combinar dois ou mais elementos que podem produzir resultados incríveis: ódio e astúcia, amor e inteligência, medo e ressentimento... As possibilidades são infinitas. Tudo depende da capacidade criativa do autor.

Exercício

– Desenvolva um texto de uma página onde o protagonista seja um professor tímido que confronta um grupo de adolescentes raivosos.

Onde?
Por quê?
Qual será a reação principal deles?
O que você sente por dentro?
Como você resolverá o problema? 
= = = = = = = = =  = = = = = = = = =  
continua… 8, final. A resolução da obra

Fontes:
http://www.mailxmail.com/curso-como-escribir-libro/ Acesso em 20.06.2022
Imagem criada por Jfeldman com Microsoft Bing

domingo, 8 de junho de 2025

Juan Barnav (Como escrever um livro) – 6. Sucessos fundamentais da obra


Definir os eventos que você deseja capturar em sua obra é um dos pontos fundamentais, além de constituir o principal exercício do nosso trabalho.

Nos anteriores, acumulamos uma série de elementos que nos ajudam a moldar as características do tipo de obra que desejamos criar. E, seja uma obra de conteúdo histórico ou ficcional, devemos enfrentar o desafio de desenvolver o enredo.

Já vimos no anterior o que consiste um enredo do ponto de vista etimológico; isto é, esclarecer as coisas. Isso significa simplesmente que, uma vez escolhido o tema, para esclarecer as coisas sobre ele, devemos desenvolver seu conteúdo. Isso é tudo o que queremos dizer sobre o propósito, o que nos preocupa, o que sabemos, o que podemos descobrir por meio da pesquisa, a fim de chegar a um objetivo, a uma conclusão.

Devemos partir do enfoque específico que queremos dar à obra, seja ela um romance ou uma obra histórica, uma biografia. Se tomarmos Napoleão, por exemplo, e não pretendemos uma obra exaustiva, podemos restringir o foco de sua biografia: um ensaio sobre a importância de Napoleão como estrategista; ou a vida amorosa do Grande Corso. Um foco nas circunstâncias que levaram Bonaparte a criar seu famoso Código, que incorpora valores que ainda são relevantes, mais de 200 anos após sua existência.

Se a política traduzida para a literatura produziu temas tão importantes na ficção quanto as intrigas de Macbeth, de Shakespeare, na realidade o notório Caso Dreyfus levou Émile Zola a se esforçar para desvendar a corrupção do regime francês em 1900. E, mais recentemente, o jornalismo investigativo de dois repórteres americanos que levou à queda do líder da nação mais poderosa do mundo, há apenas 27 anos, como lemos em Todos os Homens do Presidente.

Questões cotidianas fornecem exemplos de temas desenvolvidos de forma inteligente que levam a trabalhos interessantes.

Se a seção financeira do jornal pode parecer árida para alguém, seria uma boa ideia escrever um conto sobre as dificuldades enfrentadas por um grupo de empresários diante de uma hipotética quebra da bolsa de valores de Hong Kong. Quais seriam as repercussões em cada país? Qual dos protagonistas, profundamente envolvido em atos ilícitos, tiraria a própria vida, como aconteceu em muitas partes do mundo durante a famosa quebra de 29?

E não nos esqueçamos de uma seção com grande público: a seção de esportes. As aspirações de atletas em ascensão de cumprir o lema olímpico: mais rápido, mais alto, mais forte. Esse é o lema de muitos que dedicam boa parte de suas vidas à prática de alguma modalidade esportiva.

Para além de uma mente sã em um corpo são, o esporte compõe um mundo que só quem se aprofunda consegue entender os problemas enfrentados tanto pelo próprio atleta quanto pelos chamados "atletas de calças compridas", aqueles que geram homens e recursos, envoltos em circunstâncias que o escritor que adota essa temática pode tornar mais ou menos sombrias, mais ou menos dramáticas, repletas de aspirações para os praticantes ou até mesmo uma história sentimental diferente, em meio às circunstâncias que cercam os atletas em determinados momentos.

Da criação dos mitos mais antigos aos temas atuais que exploram os labirintos insondáveis da mente, eles criaram obras literárias gigantescas que perduram.

O que é fantasia?

Afirmamos que é a capacidade criativa para coisas impossíveis. Embora muitos neguem possuí-la, ela pode estar escondida em algum recesso da mente e só precisa ser exercitada para que irrompa incontrolavelmente. Como em todos os casos, é necessário exercitar os órgãos para que não atrofiem e, embora o cérebro não seja um músculo, deve ser exercitado para produzir os sonhos mais loucos que se possa ter.

A literatura é a porta de entrada para as manifestações humanas mais íntimas, que um autor se permite colocar por escrito para que outros leiam. É aqui que sentimentos e preocupações emergem, e medos, sejam eles próprios ou alheios, são frequentemente anotados quando a criatividade permite que se tome essas experiências de outros e que o escritor tenha se inspirado a colocar essas expectativas no papel.

Esse tipo de texto, onde o medo impera, tem um aspecto muito especial, pois dá origem a histórias repletas de suspense, drama e angústia diante do desconhecido ou da certeza opressiva do futuro. A partir daí, é possível expressar pensamentos como aqueles que fizeram de Edgar Allan Poe o mestre das histórias de terror.

A soma de todos os temas que podem ser desenvolvidos nos guiará para definir os eventos importantes que formarão o núcleo da nossa história.

Exercício:

– Descreva a cor azul. O que ela evoca em sua imaginação, como uma paixão, como um objeto, como um símbolo?

– Escreva uma sinopse de uma página dos eventos mais marcantes da história que você deseja escrever, com base em um tema específico. 
= = = = = = = = =  = = = = = = = = =  
continua… 7. Os sentimentos dos personagens

Fontes:
http://www.mailxmail.com/curso-como-escribir-libro/ (tradução do espanhol por Jfeldman)
Imagem criada por Jfeldman com Microsoft Bing

sexta-feira, 6 de junho de 2025

Juan Barnav (Como escrever um livro) – 5. Definição da época e do lugar

tradução do espanhol por José Feldman


Definição da época

Uma vez definidas as características de nossos personagens, precisamos determinar o período em que eles se moverão. Ou seja, em que momento histórico os situaremos, pois este também é um fator que influencia fortemente a ação da trama.

É normal que alguém que está começando no desconhecido universo da ficção ambiente sua história na contemporaneidade, a época em que vivemos atualmente. Isso acontece pela simples razão de ser a época que eles melhor conhecem. Isso não é de forma alguma algo ruim. Pelo contrário, é um bom começo para um novo autor.

O que acontecerá quando alguém decidir escrever uma história futurista, uma daquelas chamadas "ficções científicas", agora que computadores, voos espaciais e os instrumentos mais sofisticados são comuns, e que os autores do pós-guerra de 1945 — a era de ouro da ficção científica — ainda sonhavam como algo irrealizável?

Essa situação nos leva a um aspecto que não podemos e não devemos negligenciar: a linguagem. Para ser congruente com a situação, o modo de expressão é muito importante.

Se formos prolixos na forma como detalhamos as vestimentas dos personagens, devemos pesquisar as características da moda da época.

Exercício:
Escolha um período da história humana que mais lhe agrade. Tente definir as características da época, em termos do modo de vida das pessoas, forma de sociedade, regime político, modos de se vestir e o que comiam. Utilize textos especializados para auxiliá-lo.

Onde a obra se passará

Em nosso trabalho de escrita de uma peça literária, uma vez estabelecidos os personagens e suas características físicas, emocionais ou psicológicas, se também definimos o momento histórico e a época em que a ação se passará, o próximo passo é determinar o lugar onde nossa história se desenrolará.

Não podemos esquecer que, dependendo do tipo de livro que realizamos, precisaremos adotar um certo grau de rigor científico; ou seja, conferir-lhe credibilidade ou autenticidade para validar nossos argumentos. Seja uma obra histórica ou de ficção, é muito importante definir o local das ações.

Se esclarecermos o local das ações, teremos dado um passo importante em nosso trabalho. Se o assunto for histórico — uma biografia, por exemplo —, é vital ressaltar que os lugares citados devem ser necessariamente aqueles onde ocorreu o evento histórico que estamos narrando ou revisando, para evitar erros.

Daí a importância de nossas fontes de pesquisa, sejam elas documentários, livros, revistas ou jornais, até mesmo correspondências entre o sujeito de nosso trabalho e certas figuras que também podem ser importantes para conferir maior autenticidade ao trabalho.

No caso do trabalho histórico contemporâneo, como apontamos anteriormente, as entrevistas ou pesquisas sociais, assim como as chamadas pesquisas de campo, ou seja, ir ao local dos acontecimentos para fazer observações diretas sobre determinados acontecimentos que nos interessam, são técnicas que nos permitirão enriquecer nosso trabalho de escritório: a pesquisa documental e a redação.

Na literatura criativa, pode-se escolher livremente o local para desenvolver a trama. Qualquer canto do mundo fornecerá o cenário ideal, se soubermos reconhecer o habitat dos personagens, já que até mesmo o clima pode afetar significativamente seu comportamento e reações, pois constitui o ambiente natural e cultural em que se desenvolvem.

Um homem que vive na cidade, com todos os luxos e confortos proporcionados por morar em uma área residencial, não pode reagir da mesma forma que alguém que vive no meio da selva, onde a eletricidade é simplesmente desconhecida e a principal preocupação é a chegada de uma estação chuvosa benéfica — não muito abundante, aliás — para que não prejudique as plantações ou o suprimento de óleo para as lamparinas que iluminam a escuridão de suas noites.

Entre as muitas possibilidades oferecidas por essas pistas, o local pode parecer insignificante à primeira vista. O importante para um escritor iniciante é aproveitar sua inventividade escolhendo um local adequado para sua história, mas sempre tentando descrevê-la da forma mais realista possível para convencer o leitor de sua autenticidade.

Exercício:
Descreva como seria a superfície do planeta Vênus. Como ele está sempre envolto em nuvens de água, deve conter muita água. 
= = = = = = = = =  = = = = = = = = =  = = = = 
continua… 6. Sucessos fundamentais da obra

Fontes:
Imagem criada por Jfeldman com Microsoft Bing  

quinta-feira, 5 de junho de 2025

Juan Barnav (Como escrever um livro) – 4. Os personagens de sua obra


(tradução do espanhol, por José Feldman)

No início, foi mencionado que existem duas maneiras de abordar um tema: por meio da ficção ou recriando a realidade. Ou seja, um romance ou talvez uma obra histórica será escrita.

Como essas obras são tipicamente repletas de ação, e não reflexões filosóficas, alguém deve realizá-las; ou seja, deve haver um ou mais personagens. Em outras palavras, o primeiro passo em nossa chave de quatro é determinar os personagens que nossa obra apresentará.

Se optamos por escrever uma biografia histórica, o personagem principal já estará definido: Napoleão, Hipócrates, etc. Depois de determinar as características fundamentais do personagem escolhido, devemos identificar outras figuras importantes que também foram decisivas na evolução de sua existência.

Quando se trata de uma obra com rigor histórico — ou seja, aderindo aos fatos de forma indispensável, como é o caso de uma biografia — é necessário pesquisar inúmeras fontes documentais ou, se o personagem for contemporâneo, entrevistar pessoas que o conheçam, a fim de obter informações em primeira mão.

Isso significa que nosso sujeito não precisa necessariamente ter falecido para ser o objeto de nosso estudo.

Por outro lado, se decidimos escrever um romance, nossos horizontes se expandem enormemente em termos de determinar o número de personagens e suas características. Pode ser apenas um ou um grande número de personagens.

Se, durante o desenvolvimento de sua obra, seja ficção ou realismo, você perceber que alguém está faltando, não se preocupe; sempre haverá tempo para introduzi-lo na trama. Mesmo que em algum momento você se encontre preso e não saiba como resolver as coisas, você pode inventar alguém que saiba toda a verdade ou que recupere a memória repentinamente.

As infinitas possibilidades que existem para a escrita são incríveis; por exemplo, em uma obra de ficção, de um conto a um grande romance, podem ser criadas personagens cuja história única, graças à inventividade do autor, cada uma possui sua própria história e, portanto, a trama pode seguir uma ampla variedade de caminhos.

Ao criar personagens, é essencial determinar sua identidade e outros aspectos interessantes de suas vidas, desde quem são seus familiares, como foi sua infância, se são saudáveis ou sofrem de alguma doença física ou mental (personagens com doenças mentais sempre foram um recurso para autores de obras dramáticas ou de ação); seu local de residência, sua condição social e econômica, já que nem sempre estão relacionados, e até mesmo sua morte e a forma como ela ocorreu devem ser observadas.

Se tivermos dificuldade em criar personagens, podemos recorrer a pessoas que conhecemos: amigos, familiares, professores, colegas de trabalho, vizinhos. Todos eles podem servir de modelo para um dos personagens da nossa história.

Você também pode fornecer ao personagem "armas" para ajudá-lo a ter um melhor desempenho, especialmente se for uma obra de suspense. Um deles pode possuir "o segredo" que resolverá a trama; outro pode se desenrolar com base em mentiras, complicando a história, o que ajuda a criar confusão entre os demais.

Mas mudemos de assunto. Nem todos nós temos inclinação para escrever histórias de suspense. As crianças não têm o direito de ler? Para elas, pode-se inspirar em Esopo, o escravo núbio que entrou para a história graças às suas fábulas, bem como no francês Lafontaine e no espanhol Samaniego, que deram personalidade a objetos e animais.

Depois de ler estas recomendações, você certamente nunca se sentiu tão livre para criar histórias e personagens que fluem em sua imaginação, apenas esperando a oportunidade de brotar dela e ganhar forma nas páginas que você está prestes a escrever. Vá em frente, então.

Exercício:
Seguindo o seguinte formato, descreva seus personagens. Lembre-se de que nem todas as suas características precisam ser necessariamente preenchidas, nem todos os personagens precisam ser tão ricos nelas. Mas é uma boa maneira de começar a defini-los.

Sexo Idade Nome: Informe sua escolaridade, se tiver. Indique sua profissão, se tiver, tipo e motivos. Filho(a): Chefe de família. Sem família. Sem dinheiro, com meios para sobreviver, rico ou milionário. Ascendência nobre, títulos. Descendente de criminosos, etc. Classe social baixa, média ou alta. Saúde física boa ou ruim. Características físicas, ascendência média: olhos, cabelo, constituição física, altura, características distintivas, etc. 
= = = = = = = = =  = = = = = = = = =  = = = = 
continua… 5. Definição da Época

Fontes:
Imagem criada por Jfeldman com Microsoft Bing  

quarta-feira, 4 de junho de 2025

Juan Barnav (Como escrever um livro) – 3. Tenha seu próprio espaço para escrever e todos os implementos necessários

(tradução do espanhol por José Feldman)

É importante ter um espaço para desenvolver o trabalho criativo que confiamos a nós mesmos, evitando distrações que interrompem nosso trabalho e nos fazem perder o foco constantemente. Isso pode fazer com que a inspiração e a vontade de trabalhar se percam devido aos constantes contratempos que nos impedem de prosseguir com o nosso projeto.

Portanto, é uma boa ideia ter um lugar em sua casa que se torne seu santuário; um lugar onde somente você terá acesso às suas coisas. Em última análise, isso é uma questão de expressão pessoal. Quando você considerar apropriado, você deixará os outros saberem o que está fazendo.

Não se trata de ter um lugar inacessível a outras pessoas durante suas ausências, mas sim um lugar onde você pode relaxar, evitar interrupções constantes e trabalhar confortavelmente. Aqui, você terá a oportunidade de se concentrar e deixar sua imaginação fluir, se inspirar e escrever livremente. Em suma, é um lugar onde você pode ter privacidade suficiente para desenvolver suas ideias e, assim, escrevê-las de uma só vez.

Muitas vezes, descobrimos que o espaço é a principal limitação quando se trata de ter um lugar para escrever. Tenha você um estúdio para trabalho isolado ou alguém que more em um apartamento simples, você pode criar um espaço em um canto do cômodo.

O que realmente importa é que você consiga escrever confortavelmente; você deve ter uma série de ferramentas de apoio para desenvolver melhor sua escrita.

É sempre uma boa ideia ter outros recursos para aprimorar sua escrita; por exemplo, você pode obter um bom dicionário, de preferência um etimológico, já que você deve se acostumar a consultá-lo com frequência. Um dicionário de sinônimos também é aconselhável, pois nos ajuda a expressar nossas ideias de diversas maneiras e evita a monotonia de usar as mesmas palavras repetidamente.

Sua área de trabalho deve ser bem ventilada e iluminada. Recomenda-se ter um local perto de uma janela que permita livre circulação de ar, com luz vinda de trás e do lado esquerdo. Dessa forma, você não projeta sombra na mão nem sofre ofuscamento se a luz incidir diretamente sobre você, além de reduzir o cansaço visual.

Muitas pessoas acham mais relaxante escrever à noite. Há mais silêncio e tranquilidade, e a mente está mais disposta à criação. Portanto, recomenda-se que a luz artificial venha de uma fonte brilhante, do lado superior esquerdo, acima do ombro, para facilitar a escrita e a leitura.

A música é um bom acompanhamento para muitas pessoas. Quando se trata de colocar ideias em prática, também pode ser útil ter um sistema de som, como rádio, toca cds ou mp3, mas em volume baixo para evitar distrações. Recomenda-se também selecionar músicas relaxantes, de preferência clássicas, sem melodias altas ou conhecidas, justamente para não atrapalhar a concentração do escritor.

Exercício:
Quando tiver o tempo que deseja escrever em uma única sessão, divida-o pela metade;

Após concluir a primeira etapa, sente-se ao lado de sua mesa, onde você terá sua máquina de escrever ou computador, papel e outros utensílios para seu trabalho criativo diário. Faça cinco minutos de exercício para aliviar a rigidez, movimentando pernas, braços e cintura sem se cansar. Sente-se novamente e escreva.
= = = = = = = = =  = = = = = = = = =  = = = = 
continua… 4. Os personagens de sua obra

Fontes:
http://www.mailxmail.com/curso-como-escribir-libro/
Imagem criada por Jfeldman com Microsoft Bing  

domingo, 1 de junho de 2025

Juan Barnav (Como escrever um livro) – 2. Tenha sempre um caderno e uma caneta à mão


Muito já foi escrito sobre inventividade e criatividade.

Há quem diga que é algo que nasce com você junto com o talento e que só aqueles dotados de inclinação especial para escrever são aqueles que podem desenvolver a atividade prazerosa de criar histórias, textos ou livros. 

Acreditamos que existem pessoas que realmente nascem com a inclinação ou o dom especial de usar as palavras como instrumento de expressão e que são reconhecidas pelo mundo como grandes autores.

Mas é nosso desejo abrir espaço para nós mesmos no mundo da literatura, para provar a nós que também podemos criar páginas, às vezes bonitas, muitas vezes interessantes, que nos dão a satisfação de expressar o que queremos e, além disso, fazê-lo bem.

A sabedoria popular diz que "um escritor nasce ou se faz escritor".

Devemos reconhecer que ele nasce, mas também podemos demonstrar que ele é feito. O que se necessita principalmente é "o ofício"; Ou seja, a prática para se tornar um mestre. Isto é efetivamente alcançado através da escrita. E a questão que surge imediatamente é de onde ele tirará ideias para escrever e desenvolver os temas.

Como se trata de um assunto que exige muita inspiração, ela pode surgir no momento menos esperado. Então é muito importante que não sejamos pegos de surpresa e, quando temos uma boa ideia, não sabemos o que fazer com ela. 

A técnica para preservar ideias é tão simples quanto ter sempre um pequeno caderno e uma boa caneta à mão, no bolso da camisa ou na bolsa, para que as ideias não saiam da sua cabeça.

A ideia que pode ser a base da nossa história, o personagem que buscávamos para completar o elenco da mesma; A situação-chave para resolver o mistério que estamos desenvolvendo pode surgir no momento menos esperado. Ela aparecerá no teatro, num café ou nos lugares mais inusitados.

Ao longo do dia, seja indo para o trabalho, no transporte público, no carro, ouvindo rádio ou assistindo televisão, um comentário ou uma notícia pode despertar a ideia que buscamos ansiosamente. Mesmo que nosso trabalho seja de pesquisa, quando encontramos dados importantes, é sempre necessário ter um lugar para registrar aquela informação inesperada.

Um escritor popular de romances policiais reconstrói suas histórias com base em notícias do gênero que aparecem nos jornais. Seus personagens são pessoas de carne e osso que viraram manchete de fato, com sangue ou pelo menos violento, e o autor não precisa necessariamente saber a história completa dos protagonistas dos eventos para criar suas histórias.

Ele usa uma técnica praticamente detetivesca, ou seja, o resultado constrói uma história ao contrário. Você já sabe o que aconteceu, agora, como um bom pesquisador, você tem que reconstruir na sua ficção, os eventos anteriores que levaram ao desfecho que produziu a notícia violenta. Naturalmente, ele muda os nomes dos personagens, coloca os eventos em outros contextos, até muda o gênero dos personagens nas notícias e, de alguma forma, ele tem uma história nova e diferente.

É uma boa ideia praticar anotar ideias, muitas ideias, que nos ajudarão a completar a história que estamos criando. Lembre-se da anedota daquele senhor que, em sua ânsia de se tornar escritor, acordava várias vezes à noite, quando, no meio do sono, aquelas ideias brilhantes o assaltavam. Ele adotou a disciplina de anotar tudo o que lhe vinha à cabeça e acabou colocando o caderno no criado-mudo para evitar que os pensamentos lhe escapassem. Certa manhã, ao abrir os olhos, lembrou-se de que havia acordado no meio da noite para escrever algo, e de fato, em seu caderno estava escrito às pressas: "Anote, anote".

Exercício:

Leve um caderno na bolsa, começando cedo pela manhã. Escreva durante o dia as ideias que vêm à mente e que podem ser tópicos a serem desenvolvidos.

Conte quantas ideias você anota quando chega em casa à noite.

Desenvolva aqueles que você considera mais interessantes em uma página. 
= = = = = = = = =  = = = = = = = = =  = = = = 

continua… 3. Tenha seu próprio espaço para escrever e todos os implementos necessários

Fontes:
http://www.mailxmail.com/curso-como-escribir-libro/ (tradução do espanhol por Jfeldman)
Imagem criada por Jfeldman com Microsoft Bing  

sexta-feira, 30 de maio de 2025

Juan Barnav (Como escrever um livro) – 1. Defina o que você quer escrever


Apresentação do Curso

Muitos de nós, em algum momento da vida, fomos assaltados pelo desejo de saber o que uma celebridade sente quando é reconhecida sua obra.

Seja você um ator, um pintor ou um escritor; São personalidades que entregam ao público um pouco de si através do seu trabalho.

Para aqueles que desejam se expressar por meio da palavra escrita, colocamos em suas mãos Como Escrever um Livro! Um breve guia de treinamento que ajudará você a encontrar o caminho que pode ser sua vocação: a literatura.

Você verá que ao longo desta obra vários textos aparecem entre aspas ("..."); Isso significa que elas não são originais do autor deste manual.

É muito comum que quando alguém começa a escrever, seja influenciado pelos seus autores favoritos. Isso se chama plágio e não é correto. O crime de plágio é punível, pois a lei de direitos autorais é responsável por proteger obras intelectuais de toda natureza, em favor de seus produtores.

Você não gostaria que alguém a quem você mostrou seu trabalho o publicasse em seu próprio nome.

1. DEFINA O QUE VOCÊ QUER ESCREVER

Dizem que uma pessoa se realiza plenamente depois de ter um filho, de plantar uma
árvore e escrever um livro.

Quando se tem o desejo de ser escritor, de expressar o que nasce no mais profundo do ser.

Qual é o tópico que mais atrai sua atenção?

Encontramos dois grandes campos que abrangem toda a literatura: realidade e ficção. Neste último campo há coisas de humor, poesia, romances... Os romances incluem temas de terror, mistério, romance, espionagem, ficção científica ou futurista; Resumindo, existem muitos gêneros de criatividade pessoal.

Não ficção inclui tópicos sobre história, medicina, ciência em geral e textos educacionais. Há quem diga que os livros que mais vendem são aqueles que falam da vida e dos milagres das pessoas, principalmente dos artistas; isto é, biografias. E podem ser o seu artista favorito, a pessoa mais importante deste século, o atleta que mais se destacou na sua especialidade... políticos, escritores, cientistas; Homens e mulheres que deixaram sua marca na história da humanidade e são conhecidos pelas mais diversas vertentes, e... esquecemos do personagem principal que mais nos chama a atenção: nós mesmos.

Um livro sobre a minha vida? Você pode perguntar, mas quem poderia estar interessado em um livro? 

Então? Bem, você, para começar. E suas famílias e amigos.

Não se trata de ganhar prêmios literários com a primeira coisa que sai da caneta (ou do computador agora que estamos na era cibernética), mas por que não?

A primeira coisa que se deve levar em conta ao começar a escrever é a sua ocupação. Você pode começar mantendo um diário.

Sim, não se surpreenda com sua própria ocupação, colocar no papel as experiências do dia é o primeiro passo para quem quer escrever. E também é válido anotar seus sonhos.

Assim como a televisão e o cinema apresentam histórias retiradas da vida cotidiana, onde acontece algo que transforma a vida dos protagonistas, o mesmo pode acontecer com nossos textos.

Você já viu livros que parecem sem importância: A Melhor Coleção de Piadas de Despedida de Solteiro. Quem se importa com um texto como esse? você pode perguntar. Bem, para começar, ao editor que publica o livro. Ele sabe que, de fato, o conteúdo de 250 contos curtos e engraçados para esses eventos, despedidas de solteiro, tem um mercado constante: aparecem todos os dias nas notícias dos jornais sobre o casal - muitos casais - que acabaram de se casar. E pelo menos na noite anterior, alguém organizou uma despedida de solteiro para o noivo, e houve muitas brincadeiras de todos os tipos e sabores.

Esse é o mercado deles. E como as pessoas se casam todos os dias, seus compradores serão permanentes.

Você já escolheu o tema, precisamos desenvolver o argumento: já sabemos disso, agora nos falta o como.

Se em algum momento acreditamos que podemos escrever uma história como as novelas de hoje, onde há um grande número de personagens, então a única coisa que devemos fazer — e isso só se consegue com a prática — é ter muitas histórias individuais que confluem em um dado momento para dar razão à existência de todas elas na história principal. Isso acontece porque na vida desempenhamos muitos papéis ao mesmo tempo: na família, na escola, no trabalho, com os amigos, etc.

O que precisamos para construir uma história, para desenvolvê-la, é dar-lhe uma estrutura. Para escrever textos curtos, contos, por exemplo, que sejam a base de histórias longas, precisamos administrar uma introdução, um nó ou conflito e um desfecho. Essa é a estrutura de toda história.

O tamanho não deve ser uma preocupação, pois pode variar de algumas linhas a várias páginas antes de se tornar um romance curto. Talvez trinta páginas sejam suficientes para ainda considerá-lo uma história.

Especialistas dizem que a história mais curta do mundo se deve à imaginação fértil e engenhosa de Tito Monterroso:

"E quando ele abriu os olhos, o dinossauro ainda estava lá."

Esta é uma obra completa, não uma linha retirada de outro texto maior. Ele contém os elementos estruturais mencionados e cabe ao leitor tirar suas próprias conclusões sobre o que aconteceu antes e o que poderia ter acontecido depois que o protagonista abriu os olhos e encarou o dinossauro.

Mas tocamos em uma palavra que não havíamos mencionado antes: história. O que é uma história?

Para escrever uma história, usamos duas técnicas conhecidas como narração e descrição. O uso adequado dessas duas palavras tornará nossa história (ação de relatar ou referir, como diz o dicionário) agradável e interessante para o leitor.

Uma das coisas mais importantes a considerar ao escrever é usar uma linguagem ampla, diversa e rebuscada, permitindo que você brinque com as palavras em vez de quebrar a cabeça tentando encontrar a palavra necessária para expressar exatamente o que você tem em mente.

A posse de uma linguagem abundante é alcançada através da aplicação de duas técnicas muito simples: leitura e escrita.

O complemento da leitura é a escrita. O exercício constante nos permitirá fazer isso que é chamado de fazer um trabalho; Escrever todos os dias, mesmo que seja apenas uma página, nos dará a facilidade necessária para que, quando nos sentarmos diante da máquina de escrever ou do bloco de notas, possamos registrar com firmeza as ideias que nos vêm à mente.

Tudo isso é a base preparatória para quem quer escrever um livro. Mas do que se trata é se divertir com o que você faz.

Exercício.

Você pode começar a escrever com estes dois exercícios simples de descrição e narração:

1.-Descreva seu quarto em no mínimo 100 palavras.

2.- Conte em uma página o que você fez neste fim de semana em casa.
= = = = = = = = =  = = = = = = = = =  = = = = 
continua… 2. Tenha sempre um caderno e uma caneta à mão

Fontes:
http://www.mailxmail.com/curso-como-escribir-libro/ (tradução do espanhol por Jfeldman)
Imagem criada por Jfeldman com Microsoft Bing  

quarta-feira, 28 de maio de 2025

Carol Canabarro (Dicas para o lançamento do seu livro)


Depois de passar os últimos meses colado na tela do computador escrevendo, revisando e editando seu livro, o tão esperado momento de soltá-lo no mundo se aproxima. Nessa hora, você se pergunta: qual o melhor lugar e como fazer o lançamento do livro?

Apesar de ser uma decisão pessoal e intransferível, aqui vão algumas dicas para transformar o dia do lançamento em algo mágico para você e para os seus leitores.

1. "Conhece-te a ti mesmo"

Escolha um ambiente onde você se sinta confortável. Desde o tipo de música (se é que vai haver alguma), até a cadeira da mesa de autógrafos devem ser "a sua cara". O restaurante do seu primo pode ser uma opção em conta, não fosse uma churrascaria e o fato de você ser vegano. Tenha como base as suas preferências.

2. "Não basta acertar o alvo, tem que atingir o objetivo"

Da mesma forma que você, seus leitores também querem ser acolhidos nesse dia especial. Escolha um ambiente que gere afinidade com o público-alvo. Se as potenciais compradoras são mulheres vanguardistas, lançar no salão da igreja pode não ser uma boa. Ou não! Vai que o objetivo é divulgar o livro dentro dessa comunidade? O essencial é saber exatamente quais os efeitos que você quer causar no seu público.

3. "Filho cria asas e quer voar"

Uma vez publicado, o livro passa a pertencer também aos leitores. Crie uma experiência em que isso fique marcado no seu público. Se a história do livro se passa nos anos 70, que tal decorar o espaço com objetos que remetam a essa época? Lembre-se que o livro é a personagem principal do dia, é ele quem deve ficar em evidência.

4. "Mostre, não diga"

Aproveite o lançamento para brincar com seu público. Use uma roupa que remeta a um momento especial da história, enfeite a mesa de autógrafos com a flor preferida da personagem, seja criativo. Além de divertida, essa interação sutil criará vínculos entre você, o livro e os leitores.

5. "A memória é mais indelével do que a tinta"

Tenha alguém para tirar fotos no dia. Pode ser uma fotógrafa profissional ou um amigo sagaz. O que importa é registrar o momento. Faça com que o dia do lançamento ecoe em publicações posteriores. Para tanto, projete um lugar para as fotos: pense no plano de fundo, na luminosidade e na sua postura. Tudo é importante e você vai adorar reviver esse dia.

6. "Se jogue na sua rede de apoio"

No dia do lançamento, seu foco está em interagir com os leitores, tudo o mais que puder ser delegado, delegue. Tenha alguém para recepcionar e acomodar os convidados, outra pessoa para realizar a venda dos livros e, se possível, uma boa alma para te lembrar de tomar água ou apagar qualquer foco de incêndio que possa atrapalhar seu dia. Estabeleça sua rede de apoio, assim você se sentirá mais seguro e poderá curtir como merece esse momento.

Mas é claro, pode acontecer de você não ter tempo ou disposição para organizar a própria "festa". Tudo bem, existem outras opções de lançamento como feiras literárias, eventos coletivos com outros autores ou um singelo lançamento virtual. De novo, faça o mais parecido com você, algo que transforme esse dia em um momento tão especial a ponto de querer repeti-lo mais vezes.
* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * 
Carol Canabarro, é de Porto Alegre/RS, apaixonada por literatura e animais. Foi atleta, garçonete, especuladora financeira e professora. pós-graduanda em Literatura, Arte e Filosofia da PUC-RS. Escritora, formada no curso de Escrita Criativa da Metamorfose, autora de "Mirando o gol, acertando as estrelas".

Fontes:
Imagem criada por Jfeldman com Microsoft Bing