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quinta-feira, 7 de março de 2024

Dicas de Escrita (Como Escrever um Bom Final para uma História) – 2

(Coescrito por Christopher Taylor, PhD)

USANDO AÇÕES E IMAGENS

1 – Use ações para mostrar (e não contar) o que é importante. 

Todo mundo sabe que histórias repletas de ação chamam a atenção de gente de todas as idades, sejam elas escritas ou visuais. Você pode usar essa estratégia para passar a importância do enredo ao público.

Por exemplo: se a história terminar com a heroína salvando a vila do dragão, inclua uma cena em que um guerreiro dá a ela uma espada lendária. Dá para mostrar o quanto isso é importante até sem qualquer
diálogo. 

2 – Desenvolva o final com descrições e imagens sensoriais. 

Os detalhes sensoriais criam conexões emocionais entre o leitor (ou espectador) e a história — e os grandes enredos são cheios dessas imagens. No entanto, deixe-as mais para a parte final para pegar o público de surpresa. 

Por exemplo: "Toninho sabia que havia derrotado o monstro, cujo corpo sem vida caía no abismo à sua frente. Ainda assim, ele esperou e observou cada centímetro da criatura desaparecer, com uma expressão de calma e leveza no rosto. Só depois foi que o garoto voltou a si e foi embora".

3 – Crie metáforas para os personagens e seus objetivos. 

Dê dicas e deixas para o próprio leitor juntar as peças e interpretar a história. O público sempre prefere enredos que não sejam muito didáticos. Por outro lado, não escreva nada confuso a ponto de deixar as pessoas perplexas, ainda que inclua figuras de linguagem para não ser tão óbvio. Encontre um
ponto de equilíbrio. 

Por exemplo: "Enquanto Sarah se despedia e acelerava a motocicleta, João sentia a companheira se tornar uma lembrança — que se afastava com um barulho ensurdecedor rua abaixo, até se tornar um mero ponto de luz; um resquício daquilo que ele gostara tanto de conhecer".

4 – Pense em imagens vívidas. 

Assim como as ações e descrições sensoriais, as imagens ajudam muito a contar histórias mais impactantes. 

Pense nas imagens mentais que você quer "pregar" na cabeça do leitor — algo que capture a essência do enredo — e deixe-as para o finalzinho.

5 – Explore um tema específico a fundo. 

Você pode abordar vários temas, ainda mais se o texto for longo, como um livro ou uma novela. No entanto, também é legal se concentrar em um tema específico com imagens e ações de personagens para dar uma estrutura única ao enredo, sobretudo com histórias que têm final aberto.

6 – Repita certos momentos. 

Assim como dá para destacar um tema específico, você pode pensar em uma ação, um evento ou um momento emocional da história que tenha mais peso e "ecoá-lo" ao longo do enredo (repetindo o momento, relembrando-o etc.).

7 – Volte ao início. 

Assim como nos passos anteriores, você pode retomar o início da história para dar a ela um impacto maior no final. Essa é a chamada "narrativa moldura" e vem muito a calhar na construção do enredo.

Por exemplo: se a história começa com uma pessoa olhando para um último pedaço de bolo, mas se recusando a comê-lo, termine-a com essa mesma pessoa olhando para o confeito (mesmo que seja outro bolo).

Caso tenha superado um quadro de anorexia, ela pode comer o doce para simbolizar a conquista.

SEGUINDO UMA ORDEM LÓGICA

1 – Revise os eventos da história e a ligação entre eles. 

Lembre-se de que nem toda ação tem a mesma importância ou ligação com as demais. Use várias delas para explorar temas e mensagens diferentes no enredo e nos personagens — desde que sejam relevantes para o final. Entretanto, entenda ainda que até os protagonistas fracassam de vez em quando.

Por exemplo: em A Odisseia, de Homero, Odisseu tenta inúmeras vezes voltar para casa, mas quase sempre fracassa devido aos obstáculos do caminho. Cada fracasso deixa a história mais interessante, mas o que ele descobre de si mesmo no final é o mais importante de tudo (já que toda a sua penúria tem um significado maior).

2 – Reflita sobre o que acontece depois de cada cena. 

Às vezes, os autores ficam tão envoltos com a história que estão escrevendo que acabam se esquecendo de que até os mundos de fantasia precisam seguir certas regras lógicas, como as leis da física. É por isso que você tem que pensar em um final que seja condizente com determinada situação.

O final tem que ser condizente com o que aconteceu antes.

3 – Reflita por que os eventos acontecem em determinada ordem. 

Releia a sequência de eventos ou ações da história e, depois, reflita se determinadas ações são ou não realistas de acordo com o fluxo do enredo.

Por exemplo: se o personagem encontrar uma passagem secreta para um mundo de fantasia enquanto procura seu cachorro, retome a história do cãozinho no final. Deixe o protagonista explorar o mundo que encontrou, mas não se esqueça do que o levou a encontrar a tal passagem.

4 – Pense em variações e surpresas para o enredo. 

Ninguém gosta de histórias formuladas demais e que não trazem nada de novo. Pense no que aconteceria se os personagens fizessem determinada coisa ou vivessem um evento x — e inclua surpresas. Veja se você incluiu esses itens ao longo de todo o enredo.

Por exemplo: o leitor pode ficar entediado se o personagem só acordar, ir à escola, voltar para casa e se deitar para dormir. Pense em algo novo e surpreendente que possa acontecer, como ele encontrar uma caixa misteriosa na porta de casa com o seu nome.

5 – Reflita sobre aonde a história leva o leitor. 

Pense no que você já criou em termos de eventos, provas ou detalhes do enredo. Depois, pense também no que está faltando, nos problemas que ainda não resolveu e nas dúvidas que restam. O final pode incitar o público a refletir sobre algo e, na maioria das vezes, provoca mais perguntas do que ele tinha antes.

Por exemplo: quais são os novos conflitos que os heróis têm que enfrentar depois de derrotar o monstro? Por quanto tempo o mundo deles vai ficar em paz?

6 – Distancie-se do texto por um tempo. 

 Independentemente da natureza do enredo (ficcional ou não), releia-o da perspectiva do leitor e pense no que tem e no que não teria lógica. Enquanto escritor, pode ser que você ache que determinado evento faz todo sentido, mas que o leitor não tenha a mesma impressão. Por isso, é bom ter certa distância do texto para pensar nele de forma mais crítica.

DICAS

– Esquematize a história antes de começar a escrevê-la. Use esse recurso para mapear todo o processo sem se perder no caminho. Essa estratégia é a única forma de ver toda a estrutura do enredo de uma vez e, assim, pode ajudar você a pensar no final.

– Peça para uma pessoa de sua confiança ler a história e dar uma opinião sobre o seu trabalho.

– Preste atenção às regras do gênero que você está escrevendo. Por exemplo: um texto de ficção tem certas características que contos de terror não têm, assim como roteiros de stand-up comedy trazem elementos diferentes de revistas de viagens.

– Revise o texto até mandar parar! Depois de decidir qual é o fim da história, releia-a várias vezes para encontrar e corrigir os pontos em que o leitor possa ficar confuso.

REFERÊNCIAS
1. http://www.literarydevices.com/conflict/
2. https://www.wwnorton.com/college/english/write/fieldguide/writing_guides.asp#
BLUE03
3. http://writingcenter.unc.edu/handouts/conclusions/
4. http://writingcommons.org/process/organize/paper-structure/397-how-to-write-acompelling-conclusion
5. http://time.com/3584611/write-better-tips-from-harvard/
6. http://www.nwp.org/cs/public/print/resource/142
7. http://www.creative-writing-now.com/story-endings.html

Fonte: https://pt.wikihow.com/Escrever-um-Bom-Final-para-uma-História

quarta-feira, 6 de março de 2024

Dicas de Escrita ( Como Escrever um Bom Final para uma História) – 1

(Coescrito por Christopher Taylor, PhD)

Toda história que se preze traz eventos (ou séries de eventos) que têm começo, meio e fim. Além disso, para que gere reações positivas no leitor ou espectador, o final em particular tem que ser bastante impactante. Se está escrevendo e quer conseguir esse efeito, leia as dicas deste artigo para aprender a contar o que é relevante.

MÉTODO 1: PENSANDO NO FINAL

1 – Identifique as partes da história. 

Todo enredo tem que ser dividido entre começo (apresentação de personagens, da ambientação e do conflito), meio (a tensão crescente, as complicações e as reações dos personagens ao conflito) e fim (resolução do conflito e consequências).

A história tem que terminar quando o personagem principal cumprir (ou não conseguir cumprir) o seu objetivo.

Por exemplo: se o personagem quer ser rico, pode ser que ele passe por diversas situações inusitadas para comprar um bilhete de loteria. Ele vai vencer? Se sim, termine o enredo no momento em que ele ouve os resultados vencedores da aposta.

2 – Pense em um último evento ou ação para a história. 

O enredo pode trazer vários eventos importantes e interessantes, mas escolha qual deles sintetiza a resolução geral. Pense em uma cena que faça sentido no momento final da história e que ajude a amarrar todas as pontas soltas. Por fim, ela tem que ter importância para os personagens e os leitores em si.

Por exemplo: termine a história com uma cena que apresenta as consequências de uma decisão do personagem principal que resolveu o conflito central.

3 – Determine qual é o conflito central da história. 

A maioria dos enredos traz conflitos entre pessoas, pessoas versus natureza, pessoas versus sociedade ou pessoas versus elas mesmas. Use a cena final para resolver a situação, mesmo que o personagem principal não consiga o que quer. O importante é que ela gere impacto no leitor para tornar todo o enredo memorável.

Faça as seguintes reflexões para decidir que tipo de conflito você vai usar: 

– os personagens da história estão lutando contra a natureza? 
– Uns contra os outros? 
– Contra eles mesmos (uma batalha interna ou emocional)?

Por exemplo: se o personagem principal ficar perdido em uma floresta perigosa, é porque a história se trata de pessoa versus natureza. Nesse caso, ele tem que encontrar algum abrigo que o proteja dos elementos.

MÉTODO 2: EXPLICANDO A JORNADA

1 – Reflita sobre a significância dos eventos da história. 

Determine por que eles são importantes e que lições o leitor tem que extrair deles. Que temas, ideias ou argumentos você quer passar? Não precisa falar desses detalhes diretamente ao leitor, mas mostre-os por meio de eventos, ações e diálogos.

Escreva algo como "O meu avô me ensinou a sempre fazer o que é certo em qualquer situação. Agora que sou policial, entendo por que ele considerava a moral tão importante...".

2 – Faça uma reflexão sobre a relevância da história para o leitor. 

Por que ele tem que se interessar pelo enredo? Se conseguir responder a essa pergunta, revise a história e veja se a sequência das ações que criou para os personagens levaria o público a uma reação parecida com a do protagonista.

Por exemplo: "Por que o leitor tem que se importar com o que acontece a Nina e à vila?". "Porque as mudanças climáticas provocaram um aumento no nível do mar que inundou a região. Ou seja: se não aprendermos com os erros do passado, vamos ter o mesmo destino cruel".

Use a primeira pessoa para apresentar ideias da perspectiva do narrador. Com a perspectiva em primeira pessoa, você vai poder contar a história de maneira mais próxima, já que o leitor vai estar envolvido nos eventos. 

Nesse caso, fale diretamente a ele — seja você o protagonista ou outra pessoa. Ainda assim, lembre-se de acompanhar sempre esse personagem e de usar apenas informações que ele teria.

Por exemplo: "Eu entendi que todo o meu esforço e as horas de ensaio me trouxeram até esse momento, no palco, diante da plateia...".

3 – Use a terceira pessoa para contar a história de longe. 

Você pode usar outro personagem como narrador para mostrar a importância da história. Assim, fica mais fácil injetar a sua interpretação ao enredo, já que há certa distância entre o narrador e os personagens em si.

Por exemplo: "Denise dobrou a carta, deu-lhe um beijo e repousou o papel sobre a mesa, ao lado da pilha de dinheiro. Ela sabia que todos teriam um milhão de dúvidas sobre o que aconteceu, mas também estava certa que a verdade viria à tona algum dia".

4 – Escreva a conclusão da história. 

A forma de escrever a conclusão depende do gênero. No entanto, todos os finais interessantes têm um traço em comum: deixam o leitor com caraminholas na cabeça. Ele tem que terminar a leitura pensando nos temas centrais do enredo e na importância deles.

Se está escrevendo uma redação acadêmica ou pessoal, use o último (ou os dois últimos) parágrafo para concluir o enredo.

Se está escrevendo um romance de ficção científica, conclua o enredo nos dois últimos capítulos.

Não escreva finais batidos, pois o leitor vai ficar decepcionado. 

Por exemplo: evite "Uma luz ofuscante invadiu os meus olhos, então usei as mãos para proteger a visão. Naquele momento, senti-me envolver pelos meus lençóis macios e pelo conforto do travesseiro. Reabri os olhos e percebi que tudo fora apenas um sonho".

5 – Identifique as ligações mais gerais nos eventos da história. 

Pense em como cada evento leva a outro e cria um arco narrativo completo. Encare a história como uma jornada: o personagem começa em a, mas termina em b, em uma situação bastante diferente. Assim, vai ser mais fácil ver que o enredo tem uma forma única e, portanto, merece um final digno.

Fonte: https://pt.wikihow.com/Escrever-um-Bom-Final-para-uma-História

quinta-feira, 29 de fevereiro de 2024

Dicas de Escrita (Como Escrever Histórias Engraçadas) – 3, final

(por Christopher Taylor, PhD)

REVISANDO A HISTÓRIA PARA DEIXÁ-LA MAIS ENGRAÇADA

1 – Inclua descrições cômicas. 

As descrições por si só já podem ser engraçadas e dar o pontapé inicial a uma boa cena. Você pode, por exemplo, detalhar duas coisas que não combinam tanto ou descrever o comportamento absurdo de uma pessoa ou de uma situação estranha que acontece.

Encontre formas novas e engraçadas de falar coisas que já são batidas. Elas podem ser engraçadas, mas também prender a atenção do leitor.

Use adjetivos cômicos na descrição. Mais uma vez, concentre-se em falar algo de forma surpreendente e interessante.

Muitos comediantes baseiam o seu humor em palavras, frases ou até letras que acham engraçadas.

2 – Faça comparações engraçadas. 

Para isso, descreva como duas coisas estão relacionadas, mas de forma inesperada e cômica — e que consiga passar a mensagem que você quer enviar ao leitor.

Use símiles e metáforas com as quais o leitor esteja familiarizado. Por exemplo: diga algo como "Sobreviver a esta semana vai ser tão fácil quanto pintar as unhas de um elefante".

A símile é um tipo simples de comparação, como "O seu amor é como uma flor".

A metáfora é uma comparação que descreve uma coisa como se fosse outra, como "O meu coração é um tambor furioso".

Veja um exemplo de comparação engraçada: "Ele dançava como um animal embriagado... mas ainda era um parceiro de dança melhor que eu". 

Experimente comparações diferentes até achar uma que seja eficaz e faça você rir. Em seguida, mostre-a a outras pessoas e observe a reação delas.

3 – Tire sarro de si mesmo. 

Se você disser que os seus parentes e colegas de trabalho são todos burros e feios, por exemplo, o leitor vai achar o texto cruel e critico demais. No entanto, se você for o centro das piadas, as pessoas vão entender que o enredo é uma versão exagerada da realidade e, assim, achar o texto mais engraçado.

Você pode tirar sarro dos seus entes queridos (amigos, família etc.), desde que não exagere e nem pareça arrogante ou maldoso.

Não deixe o seu medo de ser ofensivo atrapalhar o enredo e a comédia. Tire sarro de si mesmo para mostrar ao leitor que ele pode rir à vontade, já que ninguém está "a salvo".

Fale de experiências pessoais, coisa que aconteceram com os seus amigos, parentes ou colegas ou qualquer outro aspecto da vida que renda histórias engraçadas — sem se esquecer de fazer graça consigo mesmo.

4 – Nunca diga ao leitor que algo é engraçado. 

Ninguém conta uma piada e logo em seguida diz coisas como "Era para ser engraçado" (pelo menos, não quando o leitor entende o humor). 

O mesmo vale para as histórias escritas: se você tiver que anunciar quando algo é cômico, é porque a piada não deu certo.

Deixe o leitor descobrir por conta própria o que é engraçado. Isso torna a história mais interessante e eficaz.

Isso tem a ver com a parte da descrição. Assim como você mostrou ao leitor um personagem ou uma cena com descrições precisas e poéticas, é melhor descrever as sequências do enredo sem ter que forçar a graça.

5 – Lembre-se da "regra dos três". 

Muitas obras de humor escritas brincam e subvertem as expectativas do leitor (o que ele acha que vai acontecer). Assim, ele entende que a história não vai na direção "tradicional" e que a graça é justamente essa. Para isso, você pode usar a seguinte regra:

Junte duas ideias, dois eventos ou duas pessoas parecidas para que o leitor reconheça certo padrão.

Quando o leitor esperar que esse padrão se perpetue, apresente um terceiro elemento (ideia, evento ou pessoa) que leve a história em uma direção nova.

Isso funciona com grupos de três porque o número é baixo e, assim, o leitor memoriza melhor todos os elementos que fazem parte da história.

Por exemplo: diga algo como "Eu não sei que há de errado com o meu cachorro; já levei ele às aulas de adestramento e aprendi a fazê-lo obedecer, mas ele ainda não me ajudou a conhecer ninguém quando estamos passeando no parque...".

6 – Tenha um bom timing cômico. 

Todo autor precisa desse timing para saber quando certos eventos têm que acontecer na história, mesmo que seja contar uma piada ou tirar sarro de um personagem. É ele que dá (ou tira) a graça de toda a situação.

Esse timing pode envolver um elemento de surpresa, uma ilusão ou um pouco de suspense.

Por exemplo: é preciso ter timing para que algo como "Esse conselho amoroso sempre dá certo e deixa qualquer pessoa louca... a menos que dê errado".

7 – Não exagere no humor. 

Quem não tem experiência com esse tipo de história pode acabar tentado a enfiar piadas no texto a todo momento. Ainda assim, é preciso ter parcimônia para não afetar a qualidade da história.

Tente equilibrar o humor com as partes mais sérias e úteis à progressão do enredo (em vez de adaptar o enredo ao humor).

Não se esqueça do foco da história. Ela pode até ser engraçada, mas também tem que ser bem escrita.

Limite o uso do humor ao longo da história. Assim, quando uma frase engraçada surtir efeito, ela vai ser memorável e eficaz.

8 – Edite a história. 

Não deixe nenhum erro passar quando você for revisar o texto, seja para aumentar ou diminuir o número de elementos cômicos.

Passe um pente fino em cada trecho do enredo e veja se há erros de digitação, repetições desnecessárias, descrições fracas, clichês e outros problemas.

Deixe a história de lado por alguns dias antes de fazer a revisão. Quando você recomeçar a trabalhar nela, vai notar melhor os pontos que precisam de melhorias.

Peça para um amigo ler a história e dar uma opinião. Ele pode até destacar as partes problemáticas, os erros ortográficos e gramaticais e afins.

DICAS

Escreva uma paródia. As paródias podem ser hilárias — e, como são baseadas em enredos que já existem, é mais fácil começar por elas.

Torne as suas histórias imprevisíveis. Sempre tente antever as expectativas do leitor e subvertê-las ao máximo.

Lembre-se de que as ideias não surgem quando você quer. Tenha paciência e busque inspiração.

Reflita se a história faz sentido e se o conflito central foi resolvido (se é que há resolução). Concentre-se em escrever um bom enredo antes e só tente torná-lo engraçado depois.

Não exagere no humor. A história pode ficar forçada e entediante se você tentar enfiar cenas engraçadas nela o tempo todo. É melhor ter parcimônia para gerar um efeito mais memorável nos leitores.

Referências
1. http://www.dailywritingtips.com/20-types-and-forms-of-humor/
2. http://jerz.setonhill.edu/writing/creative1/shortstory/
3. http://jerz.setonhill.edu/writing/creative1/shortstory/
4. http://www.helpingwritersbecomeauthors.com/how-to-write-funny-dialogue-what-ilearned-writing-storming/
5. http://www.helpingwritersbecomeauthors.com/how-to-write-funny-dialogue-what-ilearned-writing-storming/
6. http://jerz.setonhill.edu/writing/creative1/shortstory/
7. http://jerz.setonhill.edu/writing/creative1/shortstory/
8. http://www.writersdigest.com/online-editor/how-to-mix-humor-into-your-writing
9. http://www.writerswrite.com/journal/may02/seven-steps-to-better-writing-humor-5026
10. http://www.writersdigest.com/online-editor/how-to-mix-humor-into-your-writing
11. http://www.writerswrite.com/journal/may02/seven-steps-to-better-writing-humor-
5026
12. http://writetodone.com/how-to-write-funny/
13. http://thewritepractice.com/four-commandments-to-writing-funny/
14. http://www.writerswrite.com/journal/may02/seven-steps-to-better-writing-humor-
5026
15. http://www.writersdigest.com/online-editor/how-to-mix-humor-into-your-writing
16. http://writetodone.com/how-to-write-funny/
17. http://www.writersdigest.com/online-editor/how-to-mix-humor-into-your-writing

Fonte> https://pt.wikihow.com/Escrever-Histórias-Engraçadas

quarta-feira, 28 de fevereiro de 2024

Dicas de Escrita (Como Escrever Histórias Engraçadas) – 2

(por Christopher Taylor, PhD)
ESCREVENDO A HISTÓRIA

1 – Escreva um primeiro parágrafo interessante. 

É no fim do primeiro parágrafo que muitos leitores decidem se vão ou não continuar lendo a história. Por isso, você tem que começar a explorar o enredo logo nas frases iniciais do texto.

O primeiro parágrafo tem que chamar a atenção e prender o interesse do leitor.

Não se preocupe em deixar o primeiro parágrafo engraçado. Você pode deixar para inserir o humor durante a revisão. Por enquanto, tente começar a explorar a situação em que os personagens se encontram.

Incorpore elementos incomuns e inesperados no primeiro parágrafo, como um conflito interessante. Isso gera tensão e a sensação de urgência e prende a atenção do leitor.

2 – Desenvolva os personagens. 

Toda história, ficcional ou não, precisa de personagens tridimensionais e desenvolvidos. 

Não escreva sobre pessoas sem graça e que todo mundo já viu antes. Dê personalidade às suas criações e, se for falar de alguém que existe de verdade, descreva a aparência, os maneirismos e outras idiossincrasias.

O certo é que você conheça o personagem muito além do que escreve sobre ele. 

Pense bem em quem ele é antes de começar o texto para que a narrativa fique mais real.

Reflita sobre o que torna esse personagem único: pense na aparência, nos hobbies, no temperamento, nas fobias, nos defeitos, nas qualidades, nos segredos, nas lembranças mais importantes etc.

Explore pelo menos quatro características principais dos personagens: a aparência, as ações, a forma de se expressar e os pensamentos. 

Você pode explorar mais características que deixem a narrativa ainda melhor, mas esses são os quatro detalhes básicos.

3 – Escreva anedotas engraçadas. 

Antes de escrever textos longos, você pode começar com anedotas (pequenos contos) breves sobre algo engraçado ou importante, como uma experiência pessoal que dê para contar aos seus amigos durante um almoço.

Muitas pessoas acham essas anedotas mais engraçadas do que as piadas tradicionais. As piadas até arrancam risadas, mas são menos memoráveis do que histórias reais de situações constrangedoras.

Não escreva apenas anedotas ficcionais. Pense nas conversas que você já teve com os amigos, os parentes e os colegas e tente incorporar as partes engraçadas delas nas suas histórias.

Você também pode usar esses contos para falar da natureza humana e de outras experiências. Se necessário, leia obras de outros autores que também tenham essa característica.

4 – Não fique só nas descrições. 

Todo autor experiente sabe que dar uma "ideia viva" de uma história aos leitores é muito mais interessante do que descrevê-la de cabo a rabo. 

Por exemplo: em vez de usar "Em uma noite fria e tempestuosa..." para dizer que estava chovendo, você pode descrever o som da chuva no telhado, o barulho dos limpadores de para-brisa do carro, a luz dos relâmpagos no horizonte e assim por diante.

Use detalhes específicos para ilustrar a mensagem que você quer passar. 

Por exemplo: em vez de dizer que um personagem está triste, mostre-o chorando e se isolando no quarto.

Deixe o leitor juntar as peças do quebra-cabeça por conta própria para ter reações mais genuínas à história.

Seja específico e faça descrições concretas. Não diga nada muito abstrato ou intangível, e sim coisas que o leitor consiga ver, ouvir, tocar e sentir.

Fonte> https://pt.wikihow.com/Escrever-Histórias-Engraçadas

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2024

Dicas de Escrita (Como Escrever Histórias Engraçadas) – 1

(por Christopher Taylor, PhD)

O humor é parte essencial do dia a dia, já que ajuda a aliviar situações tensas, diminuir o estresse e a tristeza e criar laços afetivos entre as pessoas. Se você é bem humorado e gosta de escrever, pode combinar esses dois talentos em um só. Escrever histórias engraçadas não é tão difícil; por isso, coloque a mão na massa e dê vida à sua criatividade com as dicas deste artigo.

PLANEJANDO A HISTÓRIA

1 – Identifique o seu estilo de humor. 

Antes de começar a contar a história, determine qual é o seu estilo pessoal de humor. Se você tentar escrever um estilo diferente do seu, o enredo já vai começar fraco. Veja uma lista de alguns estilos diferentes:

humor observacional: trata de situações engraçadas do dia a dia, além de tirar sarro das pessoas para arrancar risadas.

humor de anedota: conta histórias pessoais engraçadas, que podem ser um pouco exageradas para provocar o riso.

burlesco: envolve a produção de caricaturas e imitação, muitas vezes com características exageradas.

humor negro: usa a morte e outros tipos de eventos traumáticos de um ponto de vista pessimista (mas cômico).

deadpan (ou humor seco): usa a falta de emoção ou expressão para gerar um efeito cômico.

farsa: usa esquetes ou sátiras com circunstâncias bastante improváveis, com reações exageradas ou movimentos frenéticos.

comédia pura: envolve assuntos ou temas inteligentes e intelectuais.

humor hiperbólico: usa o excesso e o exagero das situações para gerar o efeito cômico.

 – humor irônico: desvia da realidade ou trata de situações em que o público sabe mais do que os personagens sobre o que está acontecendo.

sátira: explora os pontos fracos e defeitos de uma pessoa ou da sociedade com efeito cômico.

humor autodepreciativo: traz personagens (ou até autores) que tiram sarro de si mesmos.

comédia de situação: traz elementos da farsa, do slapstick e afins para tirar sarro das situações do cotidiano.

slapstick: envolve o chamado "humor físico", no qual os personagens são vítimas de violência (acidental) do mundo à sua volta.

2 – Decida do que a história vai tratar. 

Antes de escrever uma história engraçada, você tem que ter uma ideia do enredo que ela vai trazer. Não basta pensar em piadas ou situações cômicas; a história em si tem que ter uma boa estrutura básica para dar base aos elementos de humor.

Faça um brainstorming de ideias. Se você ficar com algum bloqueio criativo, veja filmes de comédia ou leia histórias engraçadas para se inspirar.

Escreva sobre situações estranhas ou engraçadas que você já viveu, sem se preocupar em deixá-las cômicas por enquanto. Basta descrever as suas lembranças dessas experiências e por que as achou engraçadas.

Ambiente a história em um cenário vívido e que o público consiga imaginar. As pessoas vão entender melhor o seu tipo de humor se conseguirem visualizar onde o enredo acontece. O lugar em si não tem que ser engraçado (embora possa ser), mas pelo menos precisa fazer sentido para os personagens e a narrativa.

Pense na mensagem que você quer passar com a história. Qual vai ser o principal ponto do enredo? Os personagens têm que superar alguma adversidade? É um comentário crítico sobre a sociedade moderna?

3 – Crie um conflito ou motivo de tensão. 

O ideal é que esse conflito e a sua resolução ilustrem algum aspecto da natureza humana. Depois de criar o problema central, explique aos leitores o que está em jogo e o que vai acontecer se os personagens não resolverem a situação. 

O público vai se interessar mais pelos eventos da história se houver algum elemento do tipo. 

O conflito da história tem que criar tensão. Como ela é engraçada, a tensão em si já pode ser cômica, assim como as circunstâncias que a cercam (como essa tensão surge, como aumenta e como chega ao fim). Ademais, pense em uma maneira cômica de resolver a situação final.

Toda boa história precisa de conflitos e consequências reais para os personagens, sejam eles engraçados ou trágicos (mas ainda realistas). 

Pense na ação em ascensão, no clímax e na ação em queda. O clímax é o ponto máximo da tensão, enquanto as ações de ascensão e queda criam e resolvem a tensão, respectivamente.

Por exemplo: no filme Minha Mãe é uma Peça, o conflito acontece quando a dona Hermínia, interpretada por Paulo Gustavo, "foge" dos filhos para ensinar a eles uma lição. A tensão surge a partir dessa situação, mas se resolve no fim das contas.

4 – Escolha um ponto de vista. 

Para escolher o ponto de vista, você tem que decidir quem é o melhor personagem para contar a história e como ela vai ser contada. As principais opções são a primeira, a segunda e a terceira pessoas. Não existe uma "escolha certa", já que tudo depende do que o autor acha que mais dá certo para o enredo.

– Primeira pessoa: quando um personagem de dentro da história a conta pela sua perspectiva própria. É uma forma subjetiva de encarar o enredo, já que o narrador costuma ser o protagonista ou um personagem secundário.

– Segunda pessoa: quando a história é contada diretamente ao leitor, pelo pronome "você", sem interferência em primeira pessoa. O leitor se imagina como parte do enredo. Veja: "Você o segue pela casa e fica surpreso com o que vê".

– Terceira pessoa onisciente: quando um narrador onisciente (que vê e sabe de tudo) conta a história, sem usar pronomes como "eu" ou se referir ao leitor como "você". Nesse caso, o leitor entende os eventos, os pensamentos e as motivações de cada personagem.

– Terceira pessoa limitada: o narrador tem o mesmo estilo do onisciente, mas parte de uma perspectiva limitada dos eventos da história. A narrativa acompanha o protagonista e mostra o mundo da forma como ele o vê.

5 – Crie situações engraçadas. 

Pense em um incidente inicial engraçado e, depois, crie o resto do enredo a partir dessa ideia. As situações mais incomuns e curiosas costumam gerar ótimas histórias de humor. Se preferir, você pode recorrer a alguma situação mais clássica do gênero, como o personagem estar no lugar errado na hora errada, ser confundido com outra pessoa etc.

Digamos que a sua história fala de um homem que é convidado para almoçar e aparece no restaurante de camiseta regata, bermuda e chinelo. Contudo, o restaurante é elegante demais e tem um código de vestimenta mais restrito para os clientes. Por mais que a situação em si não pareça engraçada, pode gerar boas ideias de humor porque mexe com as expectativas do leitor. Nesse caso, ao contrastar o restaurante chique com a roupa simples do homem, você pode criar cenas em que o público tenha empatia pelo personagem.

6 – Crie personagens engraçados. 

Toda história, incluindo as engraçadas, precisa de bons personagens. Embora seja difícil, não é impossível criar pessoas interessantes e cômicas. Dê traços únicos a cada uma, seja por causa da aparência, do comportamento ou das situações em que ela se encontra.

Existem vários traços de personalidade que geram humor. Os personagens podem ser sarcásticos, bobos, observadores etc.

Os Trapalhões traz um ótimo exemplo de personagens engraçados. Apesar de muitas piadas serem datadas e ofensivas hoje em dia, eles usavam bastante o slapstick — aquele tipo de humor baseado em elementos físicos, nas personalidades, nas reações das pessoas às situações etc.

Crie o humor de cada personagem de acordo com as personalidades e seja consistente.

Você não precisa pensar em toda a história do personagem por enquanto. Deixe para fazer isso na hora de escrever o enredo em si e, de início, concentre-se em formar uma imagem clara de como cada personagem age e qual é a sua aparência.

sábado, 24 de fevereiro de 2024

Dicas de Escrita (Formas de Escrever Diálogos) – 3

REVISANDO O DIÁLOGO

1 – Leia seu diálogo em voz alta. 

Isso lhe dará uma chance de ouvir como ele soa. Você pode fazer mudanças de acordo com o que ouve ou lê.

Deixe passar um tempo antes de lê-lo ou seu cérebro lerá o que você quer ler, não o que está no papel.

Peça para um amigo confiável ou parente ler o diálogo e dar sua opinião. Olhos diferentes podem falar melhor se ele soa natural ou se precisa melhorar.

2 – Pontue as falas corretamente. 

Isso vai fazer seu trabalho parecer profissional aos olhos dos leitores. Poucas coisas irritam tanto (especialmente editores e agentes) quanto o excesso de pontuação, principalmente em diálogos.

Tem que ter uma vírgula depois do fim do diálogo e as últimas aspas. Por exemplo: "Olá. Eu sou Joana", disse Joana.

Se incluir ação no meio do diálogo, você terá que usar letra maiúscula no começo da segunda parte do diálogo, ou não. 

Por exemplo: "Eu não  acredito que ele matou meu pai." Joana disse, seus olhos transbordando com lágrimas. "Ele jamais faria isso." ou "Eu não acredito que ele matou meu pai," disse Joana, seus olhos transbordando com lágrimas, "porque ele jamais faria isso".

Se não houver o disse, apenas a ação, então um ponto final deverá ser usado no lugar da vírgula, nas últimas aspas. Por exemplo: "Adeus, tia Ana." Joana bateu o telefone ao desligar.

Remova quaisquer palavras ou expressões que sejam desnecessárias à conversa ou à história. Às vezes, menos é mais.

Quando as pessoas conversam, elas não são exageradamente prolixas. Elas falam de modo simples e curto.

Por exemplo, em vez de "Eu não acredito que em todos esses anos, foi o tio João que pôs venenos no coquetel do meu pai para matá-lo," disse Joana", você poderia escrever "Eu não acredito que tio João matou meu pai!"

3 – Use dialetos com cuidado. 

Cada personagem deve ter sua própria voz, mas um sotaque ou voz arrastada demais pode se tornar irritante para os leitores. Além disso, se você trabalhar em um dialeto que não conhece, pode acabar sendo extremamente ofensivo para os falantes nativos.

Estabeleça as origens dos personagens de outras formas. Por exemplo, use termos regionais como "biscoito" ao invés de "bolacha" para definir a geografia. Não se esqueça de usar termos corretos para cada localização, como "mexerica" para São Paulo e "bergamota" para o Paraná.

Dicas

Acesse fontes que vão te ajudar a escrever diálogos excelentes. Faça uma aula de redação, ou veja livros e sites feitos especificamente para ajudar escritores a melhorarem suas habilidades de contar histórias através do diálogo.

Procure por grupos de escritores e aulas de roteiro e escrita literária em sua região e pela internet. Trabalhar em grupo e ter a opinião de colegas de oficina pode ser muito enriquecedor.

Não se prenda muito ao diálogo quando você estiver escrevendo seu primeiro rascunho. Não ficará muito bom e não tem problema, pois você voltará a esse ponto em outros rascunhos e o melhorará.

Referências
1. http://www.folhetimonline.com.br/2011/12/05/dicas-melhores-dialogos-7-dicas-paraescritores/

Fonte> https://pt.wikihow.com/Escrever-Diálogos

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2024

Dicas de Escrita (Formas de Escrever Diálogos) – 2

ESCREVENDO DIÁLOGOS

1 – Seja simples. 

Use "ele disse" ou "ela respondeu" em vez de termos chiques como "ele protestou" ou "ela exclamou." 

Você não quer tirar a  atenção do diálogo entre os personagens com palavras ou frases incomuns. A palavra "disse" é discreta o suficiente para não distrair o leitor. Ocasionalmente você pode quebrar o ritmo do "disse" ou "respondeu", quando for apropriado. Por exemplo, você poderia usar "interrompeu", "gritou", "sussurrou", mas apenas se fizer sentido na história — e só de vez em quando.

2 – Avance a história com os diálogos. 

Eles devem fornecer informações ao leitor ou espectador. Diálogos são ótimos recursos para mostrar como um personagem se desenvolveu e informar o leitor de coisas que ele não poderia saber.

Não faça conversas fiadas sobre o tempo ou como o personagem fulano tem passado, mesmo que seja algo natural em uma conversa. 

Agora, um jeito que dá pra incluir esse tipo de papo é para criar a tensão. 

Por exemplo, um personagem precisa muito de uma informação sobre outro personagem, mas o interlocutor dele fica enrolando e insiste nesse ritual do papo furado. Isso fará com que o seu personagem e o seu leitor roam as unhas de ansiedade!

Todos os seus diálogos devem ter um propósito. Quando estiver escrevendo um, pergunte-se "O que isso acrescenta à história?", "O que eu estou tentando mostrar ao leitor sobre o personagem ou sobre a trama?" 

Se você não souber responder essas simples questões, risque esse trecho.

3 – Não encha seu diálogo com informações da história. 

Isso é algo que todo mundo tende a fazer. Você pensa "Quer jeito melhor de passar a informação para o leitor do que fazer os personagens discutirem isso detalhadamente?", mas pare agora! Informações e histórico dos personagens devem ser distribuídos ao longo da trama!

Um exemplo do que não fazer: Joana olhou para Carlos e disse "Oh Carlos, lembra que meu pai morreu de causas misteriosas e que minha família foi despejada pela minha tia malvada Ana?"; "Lembro sim Joana, você tinha apenas 12 anos e teve que abandonar a escola para ajudar sua família!".

Uma versão melhor dessa conversa seria: Jane virou para Carlos, seus lábios quase sorrindo: "Falei com tia Ana hoje." Carlos se lembrou — "Não foi ela que despejou sua família? O que ela queria?"; "Vai saber, mas ela me deu pistas sobre a morte do meu pai."; "Pistas?" Carlos ergueu uma sobrancelha. "Parece que ela não acredita que a morte dele foi natural".

4 – Inclua entrelinhas. 

Conversas, especialmente em histórias, são assuntos em camadas. Geralmente tem mais de uma coisa acontecendo, tente captar as sutilezas de cada situação.

Existem várias formas de falar as coisas. Se você quer que o seu personagem diga algo como "Eu preciso de você", tente fazer com ele diga a mesma coisa, sem usar essas palavras especificamente. 

Por  exemplo: "Carlos ligou o carro. Joana repousou a mão em seu braço; ela mordia o lábio." — "Carlos, eu... você realmente tem que ir tão cedo?" ela perguntou, retirando a mão. "Nós nem sabemos o que vamos fazer ainda."

Não faça seus personagens falarem tudo que se passa na cabeça deles ou tudo que estão sentindo. Isso dará informação demais e não dará espaço para o suspense.

5 – Misture! 

Você quer que o seu diálogo seja interessante, para manter seu leitor engajado na trama. Isso significa pular as conversas vazias de ponto de ônibus, sobre o tempo e o passado, e incluir mais conversas com conteúdo importante, como Joana confrontando a sorrateira tia Ana.

Faça seus personagens discutirem ou falarem coisas surpreendentes. Os diálogos devem ser interessantes. Se todos concordam ou fazem questões simples e as respondem, o diálogo pode ficar entediante.

Intercale a conversa com ação. Quando as pessoas conversam elas ficam mexendo nas coisas, dão risada, lavam os pratos, tropeçam etc. Adicionar esses elementos aos diálogos os deixará mais reais.

Por exemplo: "Você não acha que um homem forte e saudável como o seu pai teria simplesmente adoecido e morrido, não é?" disse tia Ana com uma risada. Joana se agarrou ao resto de sua paciência, dizendo "Às vezes as pessoas ficam doentes". "E às vezes elas têm uma ajudinha externa." Tia Ana foi tão convencida que Joana quis alcançá-la pelo telefone e estraçalhar seu pescoço. "Se alguém o matou, tia Ana, você sabe quem foi?"; "Ah, eu tenho uma ideia, mas vou deixar você adivinhar."
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continua…