Mostrando postagens com marcador Spina. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Spina. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2024

“Spinas” Entre-Nuvens – 1 -


Ana Meireles
Belém/PA

VERSÃO SEM IGUAL 

Convoca meus versos
— Versão sem igual
 Lenta faina doce…

Qual gosto ao comer sapoti
A língua criteriosa não trava
 Remexe como se ágil fosse
Busca a rima para sonorizar
O amor no poema agridoce.
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = =  = 

Artur José Carreira
São Paulo/SP

AMORES

Amores são diferentes
Amores são diversos:
Inversos são rancores.

Seus versos rimam meio assim,
Nos perplexos olhares, não sós,
Se prestam pelos seus favores.
Amores são divinos, sem alarde
Apenas pétalas ao chão, flores.
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = =  = 

Beth Iacomini
Ponte Nova/MG

LEVEZA EM NÓS 

Gostoso é viver...
só nós, sempre
plenos de amor!

Nas manhãs, regarmos o jardim,
amar as nossas rosas amarelas...
realidade tão assim, pouca dor!
deitarmos aos pés da mangueira  
bendito Sol, mais tardinha, por…
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = =  = 

Carla Bueno Oliveira
São Paulo/SP

ESQUEÇO DE TUDO

Esqueço de tudo
Desde que conheci
Você, meu universo.

Você tornou-se a minha vida
A razão de tudo, enfim,
De existir cada novo verso
Foi tão bom isso acontecer
Não poderia ser o inverso!
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = =  = 

Cleusa Piovesan
Capanema/PR

SALDO FINAL 

Velhice sem idade,
Idade sem traumas,
Medo? Só sobreviver.

Saldo de noites mal dormidas,
Bem vividas em poesia insone,
Instigam minha ânsia de viver.
Tive amores, paz, medo, dores...
Tenho benção de não esquecer!
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = =  = 

Isabel Pernambuco
Maceió/AL

LUA…

Banhando a noite,
bela lua cheia...
Infinda de beleza

Tão linda lua, traz-me você.
Ela é dos namorados... enamorados
Basta admirá-la, foge a tristeza.
Suas fases, as tenho também
Segue sempre brilhando, só boniteza.
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = =  = 

Mari Ane Araújo
João Pessoa/PB

ELA, PERSISTE NO SORRISO

Coração, alma leve
Persiste no sorriso 
Apreciadora do mar.

Assim, coração aberto para amar;
Encantada da vida, busca alegrias.
Ela, intensidade. Ah! Sempre solar
Das estações... Prioriza o VERÃO;
Conserva, nos detalhes: O olhar!…
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = =  = 

Olema Mariz
Porto/Portugal

LENDO OLHARES

Ainda bem pequena 
Já admirava olhares,
Decifra-los ali começava...

Percebia a linguagem dos olhos,
Cedo entendeu os seus sinais...
A tristeza, alegria, via, repensava.
Quantos pares ela absorta intuiu.
Encantada com a leitura avançava.
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = =  = 

Ronnaldo de Andrade
São Paulo/SP

ALMA FRUSTADA 

Revejo meu espírito
distante, a caminhar,
olhando a paisagem.

Os passarinhos vão fazendo traquinagem,
semeando semente altiva em opulência.
Espalham no caminho esquisita ramagem;
atônita amargura estremece... Minha alma 
antagônica, zen, segue pedindo passagem.

quinta-feira, 7 de dezembro de 2023

Solange Colombara (Ramalhete de Versos) 6: Spinas

AMANHECE...

Imagem da vida 
é fonte divina,
uma doce magia.

Desenhada no céu, exala poesia 
de um tesouro perdido, exaurido
no crepúsculo, aplaudindo o dia.
Profetizando, o sino repica, doa
no amanhecer uma doce alegria. 
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = =  = 

DEPOIS DA CHUVA 

Gorjeios no arco-íris 
encantam aos olhos,
fluem no entardecer,

aquietando todo o meu ser.
Em um relance de nuances 
carmins, a vida é benquerer.
As marcas da chuva secam
sem pressa, até o alvorecer.
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = =  = 

INTUIÇÃO 

Enquanto meu eco
levita com sutileza
sobre os corrimões,

ouço sons, talvez meras ilusões 
que emaranhados entre os vãos, 
tentam livrar-se de seus grilhões.
Fitando um soalho bem cuidado,
sinto vida em outras dimensões.
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = =  = 

O SOM DO SILÊNCIO 

Ouvindo meu silêncio,
liberto este momento
disfarçado em dilema,

em um aroma de alfazema. 
A vida devolve em sorrisos
a esperança, abre a algema
do meu silêncio, que enreda
linhas de um singelo poema.
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = =  = 

PRIMAVERA 

Invernos chuvosos saem
levando apenas saudade, 
deixando ilusões serenas.

São brisas amenas que valsam
no jardim intenso da primavera,
um beijo nas pétalas pequenas.
Os vestígios carmins das rosas
serão versos das futuras cenas.
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = =  = 

REENCONTRO

Exalas cada manhã 
tuas cores, pairando 
nas esquinas frias 

ilusões, ou serão velhas poesias?
Um badalar do sino, timidamente, 
anuncia em vozerios, tuas magias
ou será um poeta (re)descobrindo 
este renascimento todos os dias?
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = =  = 

SEMENTE

Renasço cada manhã,
ecoando em silêncios
esta intensa sensação

de sentir-se viva, uma ilusão
em que fragmentos da alma
unem-se aos ecos no chão,
germinando de novo a vida...
abraçando a voz do coração.
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = =  = 

Observação sobre o Spina: é um poema de duas estrofes. A primeira de três versos com três palavras, obrigatoriamente, iniciada por uma acepção trissílaba. Ex: valente.

A última palavra desta estrofe rimará sempre com a última do terceiro e quinto versos, não havendo obrigatoriedade de rimar com a primeira. 

– Palavras compostas com e sem hífen são censuradas no início do poema. Da mesma forma que a ênclise e a mesóclise
– O último verso da primeira estrofe rimará sempre com o terceiro e quinto verso da segunda estrofe
– O título e a métrica são opcionais. Ao optar pela métrica regular, não se deve, jamais, alterar a quantidade de palavras dos versos com o intuito de alcançar a métrica desejada.
– As conjunções: mas, e, porém, no entanto, entretanto, pois, todavia, contudo, são todas proibidas.
– As palavras compostas por hífen são contadas como uma única acepção. As compostas sem hífen são contadas individualmente.
– Somente se utilizam palavras iguais nas rimas quando os seus significados forem diferentes; não são permitidas rimas imperfeitas nas sequências obrigatórias.

Fonte: Enviados pela poetisa.

domingo, 27 de fevereiro de 2022

Ana Meireles (Caderno de Spinas)

CODINOME

Aturde meu corpo
velhas, renitentes dores.
Nenhuma tem nome.

Chegam sorrateiras, roubam meu descanso,
deitam sobre mim, são pesadas;
Querem subtrair até minha fome,
meus desejos, sonhos, minha alma
que suplica analgesia, um codinome.
= = = = = = = = = = = = =

DIAS DE RENASCER...

Auroro minha vida
pensando como parir
dias de renascer.

Ouço tocar aquela música bonita
que lembra ilusão, desejos, sonhos,
tempo que passou; melhor esquecer!
Nos planos de agora, mansidão,
a quietude para saber viver.
= = = = = = = = = = = = =

EFEMERIDADES!

Visitei teus olhos,
neles vi sonhos,
tristezas manchadas, saudades!

Um verbo que morreu sufocado
estrangulado, desdenhado por um amor
aprazível aos manejos das impetuosidades.
Os furacões que suplantam razões
guiam-se volúveis na paixão: efemeridades.
= = = = = = = = = = = = =

OLHAR DISTANTE!

Sensível demais sou,
doem-me as lembranças,
o tempo passa...

Rastreia meu deserto, páginas alheias
que me doem, rumo incerto...
Na pele que resseca, argamassa!
Sobre a ferida, uivo silenciosa,
Um olhar distante me perpassa.
= = = = = = = = = = = = =

PEQUENO COLIBRI

Esperei teu beijo,
meu pequeno colibri,
o dia inteiro.

Quanta falta faz teu carinho,
o teu amor me visitando
na solidão esquecida deste canteiro.
Espero-te com orvalho nas pétalas,
ansiando tua chegada, "seu" beijoqueiro.
= = = = = = = = = = = = =

ROSTOS RISONHOS

Sorrisos de Sol
embalam as memórias:
Primaveras de antanho.

Povoam de imagens, rostos risonhos,
coloridos sonhos; alegres crianças brincando...
Bebem alegria sem medir tamanho.
Olhares vividos, bailando, rodopiando animados…
Cabelos esvoaçando, tons de castanho.
= = = = = = = = = = = = =

TUAS MÃOS

Perfeitas são tuas
Mãos macias, ágeis
Quando me acariciam

Logo me fazem desejar mais!
Implorar que não parem; deslizam
Sobre meu corpo, ensaiando... Prefaciam
O texto dos nossos desejos
Encobertos nos gestos que evidenciam.
= = = = = = = = = = = = =

VESTIDA DE POESIA, SOU
AMOR, FANTASIA, PAIXÃO!


Imagens, melodia, paixão,
vestem minha vida,
revelam-me em poesia.

Sou de nome, combustão forte,
bailo nas músicas das sensações,
sinto na pele misteriosa ventania,
que sopra nos dias, paz.
Amar e renovar-se em alegria.

Fonte:
Ronnaldo de Andrade e Solange Colombara. Primeira Antologia Spina. SP: Ed. Areia Dourada, 2021
Livro enviado por Solange Colombara

sexta-feira, 21 de janeiro de 2022

Ronnaldo de Andrade (Colar de Spina)


Dia 10 de dezembro de 2021 fez dois anos que o SPINA veio à luz. Em comemoração, criei o Colar de Spina. Eu, enquanto criador dessa Nova forma poética, sinto-me feliz em ver sua solidificação acontecendo: Foram publicados no decorrer desse tempo (dois anos) cinco livros solos e duas Antologias exclusivamente de Spina (seis desses livros foram publicados em dois mil e vinte e um. Todos esses livros totalizam um 1.150 exemplares, sem contarmos com o sétimo livro, pois foi publicado em formato e-book e não sabemos a quantidade de exemplares), além de o SPINA marcar presença em coletâneas diversas, organizadas por outras pessoas, em revistas e blogs; estar sendo ensinado em escolas, estudado em Academias de Letras e outras entidades.

Fiquemos agora com as Regras e em seguida o Colar de Spina.

O Colar de Spina é constituído por um único título, o primeiro, e ele terá que fazer referência ao assunto (conteúdo) abordado nos oito Spinas que formarão o Colar. Antes do título é necessário colocar o cabeçalho COLAR DE SPINA ou Colar de Spina, mas o título tem que ser todo em maiúsculo. Cada texto precisa ser independente, ligado um ao outro somente pelo assunto (conteúdo), ou seja, um Spina não complementará o outro como se fosse estrofe subsequente.

É necessário que cada Spina tenha vida independente: sentido completo. Os Spinas precisam ser numerados e com espaço entre um e outro.

A primeira palavra do segundo Spina deverá ser uma trissílaba retirada da segunda estrofe do texto anterior, e assim se sucederá até o último. O último Spina, além de ser iniciado por uma acepção trissílaba retirada de um dos versos da segunda estrofe do Spina anterior, sua última rima deverá ser a palavra trissílaba que começou o primeiro Spina do Colar. No exemplo abaixo perceberemos que Atraque iniciou o primeiro Spina e finalizou o último.

O Colar de Spina pode ser composto por mais de uma pessoa. Sugiro que no máximo oito! 
 
Nota do Blog: A palavra trissílaba foi destacada em negrito para uma melhor visualização

COLAR DE SPINA

O VIAJANTE


Atraque seu barco,
atire-se nas águas,
viva esse instante.

Permita que a sereia cante
às dores de amores findos,
um hino para cada amante.
Depois siga avante. Vá, vá,
singrando o mar, ó viajante.

2
Singrando o mar,
furando as ondas,
avisto o barquinho.

Ele some assim, bem devagarinho,
naquele seu sobe, desce contínuo,
livre, semelhante a um passarinho.
Na bandeira levantada está escrito:
"Nenhum homem deverá ir sozinho".

3
Naquele oceano imenso,
emergido nas angústias,
vislumbrava o horizonte

desconhecido, sempre à sua frente,
como certo alguém guiando alguém
silenciosamente a caminho da fonte.
O Viajante, velho barqueiro solitário,
navegava tentando criar uma ponte.

4
Tentando se libertar
da intensa sensação
de amor tresloucado,

que faz do nosso peito
um hospício, da paz (ah,
a paz!) ser rio estourado;
sim, assim vai o homem,
sem o bem mais amado!

5
Hospício das águas,
às vezes... revoltas
ou pouco cristalinas,

que abriga saudades, lágrimas, dores
de amores colossais, intensos, findos;
almas tristes, felizes, velhas, meninas.
Esse oceano infinito acolhe andarilhos,
quais as tais locomotivas clandestinas.

6
Intensos têm sido
alguns dias atuais
que não evaporam

no ar, rápidos, como desejado.
As horas trazem infindo tempo,
são bichos (às vezes devoram
os momentos felizes) um tanto
famintos. No mar, elas choram.

7
Infindo caminhar terminal,
ectoplasma do reencontro,
utópica veracidade poética

sacodem no peito o coração
como um navio tantas ondas.
Nada mais há nessa dialética,
além de um recordar contínuo
ancorado na alma já diabética!

8
Recordar é: reviver,
reassitir aos filmes,
novo ritmo – tic-tac,

tic-tac – do órgão humano – tic-tac.
O passado distante faz-se, presente,
deixando tantas vezes em destaque
uma terna ingenuidade. Oh, viajante,
jamais nessas emoções se atraque!

Fonte:
Texto enviado pelo autor.

domingo, 2 de janeiro de 2022

Ronnaldo de Andrade (Album de Spinas) 3

EM QUESTIONAMENTO

Aumento meus vícios,
destruo meus sonhos,
produzo meus versos

áridos, ásperos, azedos qual limão;
causas da estrada infinita amorosa!
A cabeça pesada, passos dispersos,
sinto-me alucinado, em um labirinto
de dúvidas; gostos vis, controversos.
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = =

NOS PASSOS DO REALISMO

Arrancam as roupas,
transam pelas vielas,
vergonha não existe.

Andam aos gritos, cantarolam bêbados,
propelem pedras contra alguns animais,
enquanto o astro-rei escaldante assiste
às peripécias desses impudentes seres;
nessa desordenância a ordem preexiste!
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = =

O VIAJANTE

Atraque seu barco,
atire-se nas águas,
viva esse instante.

Permita que a sereia cante
às dores de amores findos,
um hino para cada amante.
Depois siga avante. Vá, vá
singrando o mar, ó viajante.
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = =

O VIAJANTE II

Singrando o mar,
furando as ondas,
avisto o barquinho.

Ele some assim, bem devagarinho,
naquele seu sobe, desce contínuo,
livre, semelhante a um passarinho.
Na bandeira levantada está escrito:
"Nenhum homem deverá ir sozinho".
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = =

O VIAJANTE III

Tentando se libertar
da intensa sensação
de amor tresloucado,

que faz do nosso peito
um hospício; a paz (ah!
a paz) ser rio estourado;
sim, assim vai o homem,
sem o bem mais amado!

quinta-feira, 30 de setembro de 2021

Ronnaldo de Andrade (Album de Spinas) 2

À ESPERA

Anseio, sem receio,
pela doce presença:
sentença de paixão!

Vejo o coração sendo coração,
o amor desabrochar qual rosa
deixando de ser sublime botão.
Quando a amada chega muda
o ambiente. Amo-a com razão!
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = =

A SAUDADE VIROU TATUAGEM NA MEMÓRIA

Sentado no alpendre
do casebre solitário,
cheio de lembrança,

volto outra vezes ser criança.
Vejo-me a brincar no terreiro,
um beija-flor com sua dança
beijocando as flores (logo ali).
Ah, bom tempo! Que mudança!
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = =

EM QUESTIONAMENTO

Aumento meus vícios
destruo meus sonhos,
produzo meus versos

áridos, ásperos, azedos qual limão,
causas da estrada infinita amoroso!
A cabeça pesada, passos dispersos,
sinto-me alucinado, em um labirinto
de dúvidas; gostos vis, contraversos.
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = =

SEM VOCÊ SOU UM LIVRO
À ESPERA DO PREFÁCIO


Desabo em felicidade,
em sonhos profundos;
em desejos afogo-me.

Jogo-me para fora de mim,
assim eu enxergo meu riso,
o seu, você perto. Jogo-me
calmo nos seus braços; faço
o que nunca fiz. Prologo-me!
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = =

SOLILÓQUIO REFLEXIVO

Divago nas ruas
cheio dos sonhos
que sempre trago,

vagos, na memória do pretérito.
Observo que minha nova história
está me cometendo seu estrago.
Amargo: o amanhã nunca chega;
meu presente: Cigarro que trago.
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = =

5x9

Aceitar a morte,
viver nosso luto,
avançar em paz

mesmo com as feridas abertas
expelindo pus, com forte cheiro,
faz-se essencial. Quem é capaz?
Morrem vida, os amores, paixões;
lembranças a morte não desfaz!

Fonte:
Versos enviados pelo autor.

domingo, 19 de setembro de 2021

Ronnaldo de Andrade (Album de Spinas*) 1

6x7


Sumiste, de repente,
aterrando uma pedra
no simplório sapato

deste que agora, de fato,
manca com bolhas no pé.
É! Faltou-me ter mais tato
no romance. Sofro o efeito
do meu sã, verdadeiro ato!
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = =

BOTÃO X ROSEIRA

Velhice: grande dádiva,
presente perfeito para
quem sabe envelhecer.

Quando enxerga a vida florescer,
se vive experiência, tem sonhos,
as mãos rugosas ganham poder.
Gera-se (é comum) tantas vidas,
tantos vivem tanto — Sem viver!
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = =

NA AUSÊNCIA DO SEU CORPO
ENTREGO-ME ÀS FANTASIAS


Pensando em você
fico na madrugada
a numerar estrelas.

Ausculto cânticos alegres de corujas,
a ventania pronunciado-me seu nome
causar sensações... Não sei dizê-las!
Reputo as pardas paisagens noturnas
sem eu nem sequer compreendê-las!
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = =

NÃO HÁ PROGRESSO SEM DESTRUIÇÃO

Naquele estreito caminho
caminhei inúmeras vezes;
hoje descomunal estrada!

O progresso apareceu de madrugada
extirpando árvores, rasgando a terra,
barulhento, com a rapidez exagerada.
Esticando o caminho, toda paisagem
foi, para minha amargura, modificada!
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = =

QUANDO SE VIVE O PRESENTE
COM SAUDADE DO PRETÉRITO


Embaixo da braúna,
cheio de ferrugens,
aquele velho arado.

Amigo, companheiro de minhas labutas,
dos momentos inimagináveis de solidão;
ouvinte imparcial, quase sempre calado.
Hoje estamos ultrapassados, é verdade:
somos museus daquele tempo passado.
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = =

*Algumas Regras da Estruturação do Spina

O Spina é um poema constituído por duas estrofes. A primeira estrofe é iniciada, necessariamente, por uma acepção trissílaba. Com três versos com três palavras em cada.
A segunda estrofe é composta de cinco versos com cinco palavras em cada, e não há a obrigatoriedade de ser iniciada por uma acepção trissílaba.
O sistema rímico é ABC//DECFC ou ABC//CDCEC.
Algumas conjunções estão proibidas no SPINA.
1) Aditiva: e;
2) As adversativas: mas/ porém/ todavia/ contudo/ no entanto/ entretanto;
3) A conclusiva e explicativa: pois;
4) Nas causais fica vetada unicamente: pois Nas subordinativas, censura-se somente uma. Ela faz parte das conjunções causais: pois;

Mais regras do Spina no link
https://singrandohorizontes.blogspot.com/2020/07/ronnaldo-de-andrade-spina-nova-forma.html


Fonte:
Spinas enviados pelo poeta.

domingo, 6 de setembro de 2020

Antologia Spina (Inscreva-se!!)

Falta pouco mais de um mês para o encerramento das inscrições da Antologia SPINA.

Quem desejar participar, ainda dá tempo. As pessoas que escrevem SPINA's e não receberam o regulamento, mas desejam recebê-lo e fazer parte da Antologia, deixem um e-mail inbox para Solange Colombara ou Ronnaldo de Andrade que enviaremos. As que receberam e não se decidiram, reforçamos o convite.

Clique no link abaixo para entrar na página SPINA – Nova Forma Poética – Associação Brasileira de Poetas Spinaístas para se inscrever ou para obter mais informações sobre esta nova forma poética
https://www.facebook.com/groups/623841465028682

Esta é a Primeira Antologia exclusivamente de SPINA's. É um marco importante, por mais que não pareça.

Como estudioso de literatura, sei a importância de uma Antologia como essa na vidas dos autores participantes; talvez não imediatamente, mas em um futuro distante. Como, só para ilustrar nossa fala, os primeiros participantes da revista  Noigrandes (1952) dos poetas concretistas.  A revista Praxis (1961?)  da poesia-práxis, criada pelo ex-integrante da poesia Concreta, Mario Chamie, que com seu livro Lavra Lavra (1962) instaura o poema-práxis. Lembremos que o  livro mecionado foi o vencedor do prêmio Jabuti em 1963. E citamos  a Antologia Meus Irmãos Trovadores (1956). Este livro marcou o início do Primeiro Movimento Literário Genuinamente Brasileiro: O Trovismo. Existente até o momento. Muitos dos participantes desses livros/revistas são estudados e referências até hoje. Almejo isso para todos nós!

A Antologia SPINA será o nosso "Primeiro Manifesto" Spinaísta! O caminho é árduo, mas com objetividade, foco, determinação e estudos iremos alcançar, ao menos, parte do que desejamos e somos merecedores.

Vamos unir nossas vozes para que ecoem mais distantes.

Todos os participantes da Antologia ganharão uma página/brinde e participarão com no mínimo 8 SPINA's, além de mais um brinde para aquele que publicar um livro solo por uma das editoras parceiras nossas!

Desejamos a todos paz e bênção!

Os Organizadores
________________________________________

Nota do blog:
Sobre esta Nova Forma Poética, mais detalhes neste blog em 29 de julho, no link:

Fonte:

Spina (facebook)

quarta-feira, 2 de setembro de 2020

Ronnaldo de Andrade (Antologia Poética Spina) 1


À PROCURA DE VOCÊ

Estrela cadente alumia
minhas noites escuras,
meus vastos caminhos.

Traga-me sorte, guie-me os passos
em direção à nova existencialidade,
onde irei encontrar menos espinhos.
Desenhe nesse céu grandioso, claro,
aquela que receberá meus carinhos!
****************************************

CARREGO UMA GRANDE DOR
ENCRAVADA EM MEU ÂMAGO

Divido minha cama
com uma angústia
que alguém deixou

oponente à vontade. Amigo inseparável,
meu coração perdeu força, deprimiu-se;
sentimental como sempre, quase parou.
Passaram-se décadas após tal episódio,
infelizmente, minha tristeza não passou!
****************************************

ENQUANTO PROCRASTINAVA
UM ADEUS SE FEZ PRESENTE

Rascunho de versos
escritos com paixão
carrego na memória.

Versos que nunca foram entregues;
– não houve tempo suficiente para
lhe entregar! Partiu... – Sou escória,
indivíduo que procrastina a própria
felicidade, frauda toda sua história!
****************************************

NA ABSÊNCIA DO SEU CORPO
ENTREGO-ME ÀS FANTASIAS

Pensando em você
sigo na madrugada
a numerar estrelas.

Ausculto cânticos alegres de corujas,
o vento pronunciando-me seu nome
causar sensações... Não sei dizê-las!
Reputo as pardas paisagens noturnas
sem eu nem sequer compreendê-las!
****************************************

NAS ASAS DO DESEJO ARDENTE,
VEJO-NOS CAÇADORES X CAÇAS

Decante um vinho,
se possível merlot,
pegue duas taças.

Preparo nosso jantar; o ambiente
deixo perfeito. Sente-se, eu puxo
a cadeira; servir-lhe-ei as massas.
O seu batom estimula-me, inebria;
hoje nós somos caçadores, caças!
****************************************

NOS ESCOMBROS DO MEU PEITO
O AMOR PERMANECE INTACTO

Tatuei sua imagem,
seu jeito encantador,
em minha memória.

Carrego no alforge da saudade
doces recordações de nós dois;
boas partes da nossa trajetória,
bilhetes que o tempo descoloriu
sem apagar essa nossa história!
****************************************

O NOSSO AMOR NUNCA PARTIU
MESMO SE ENCONTRANDO LIVRE

"Lágrimas de saudade"
invadem a fisionomia,
inundam meu coração.

Nesse casulo nosso amor parou,
depois se tornou uma borboleta
que, "mesmo podendo voar", não
hesitou em permanecer no lugar
contemplando a sua real situação.
****************************************

SINGELA HOMENAGEM AOS MEUS AMIGOS

Estendo os braços
com muita ternura;
ofereço meu peito,

de modo verdadeiro, aos amigos.
Entusiasmado, eu acolho a todos,
fico-me à disposição. Os respeito,
amo-os como são, sem modéstia,
porque também não sou perfeito!

Fonte:
Facebook do poeta.

quinta-feira, 27 de agosto de 2020

SPINA – Nova Forma Poética (Antologia Poética) 2


Ana Cláudia Gonçalves

DO BRILHO QUE TRAGO NOS OLHOS

Menina tecendo sonhos
Em cada giro
De um cata-vento...

Ainda tenho brilho nos olhos.
Ainda acredito em minha magia.
Sigo projetando fantasias no firmamento.
Tenho poeira de estrelas, guardadas
Impregnadas em cada bom sentimento.

****************************************

Ana Meireles

SENSAÇÕES!

Transbordo, a vida
Me faz transbordar.
Sou tristezas, alegrias!

A conta dos dias pesa
Subtraído desejos, subtraído os sonhos
Tudo passa envolto em melancolias
Sem cores , dores pulsam, acinzentam
Entornam sensações, disparam emoções, agonias.
****************************************

Antonio Queiroz

ABNEGADO CALOR


Ensope meu mundo
com seu abnegado
calor, fazendo-me inflamar.

Alague minha alma com ondas
quentes, espumosas suas, regando com
salgadas chuvas meu desmedido mar.
Detenha sol abrasador, repondo-me lua
cintilante, noites a lhe amar.
****************************************

Carla Bueno Oliveira

UM NOVO AMANHECER

Contemplo novo dia
Observando sol radiante
com muito esmero!

Converto minha tristeza em alegria,
sentindo nova esperança no amanhã!
De repente, chega sorriso sincero,
um ânimo dizendo para lutar
repetindo: terei futuro que espero.
****************************************

Edith Vargas

ABUSO INFANTIL


Criança abusada, triste
A pensar. Segredos
Doloridos, para guardar.

Sua infância despirá a fantasia,
Soturno, nebuloso, será seu viver.
Momentos servís, sempre a lembrar,
Sobras de infância então  viverá.
Abuso infantil, ciranda a  castigar.
****************************************

Ronnaldo de Andrade

SÓ A MORTE SILENCIA MEU GRITO

Renego o poder
se exclui aquilo
que tenho direito;

se anula minhas condignas conquistas
alcançadas com muitas lutas, sangue;
fere-me, ignora o secular preconceito.
Eu esconjuro firmemente o retrocesso,
toda, qualquer, violência – Não aceito!
****************************************

Symone Elyas

SOBREVIVI


Armada... Sem pistolas
Nem munições. Encaro
A emboscada revestida.

Enjeito seu amor lancinante. Recuso
Migalhas do que intitula sentimento.
Alto lá... Insignificância não intimida!
Blindei mente, corpo, coração contra
Seu contempto. Pronta, bem resolvida.
****************************************

Valéria Gurgel

ESPERANÇA


Aurora Boreal cintila,
Verde no firmamento,
Cor da esperança.

Doce expectativa, o céu espelha.
Sentimento último que se morre,
Porque quem espera tudo alcança.
Quem bem semeia, planta, colhe.
Acredite nos frutos da bonança.

Fonte:
Facebook – Spina, Nova forma poética

sábado, 15 de agosto de 2020

SPINA – Nova Forma Poética (Antologia Poética) 1

Da esquerda para a direita
(1a. Linha) – Antonio Queiroz, Ana Cláudia Gonçalves - Ronnaldo de Andrade - Tânia Maria Gimenes Brochini, Iran Maceno dos Santos.
(2a. Linha) – Artur José Carreira, Ana Meireles, Solange Colombara, Beth Iacomini

ANA CLÁUDIA GONÇALVES

DOS FARDOS QUE NÃO ME CONVÉM

Carrego pesada bagagem.
Um fardo desnecessário
De sentimentos hostis...

Peso morto que não convém.
Âncora de amarguras, de dissabores
Toda sorte de sentimentos vis.
Hei de banhar- me em desapego.
Recompor alforjes de sonhos pueris.
- - - - - –

ANA MEIRELES

AMBÍGUA VIDA !

Padeço de dor
Agora, nesta hora
Ninguém me ouve.

A gemer contorço meu corpo
Não sabia que saudade doía
Choro, pergunto o que houve?
Dizem-me: a vida é ambígua
Morre-se, vive: Deus nos louve.
- - - - - –

ANTONIO QUEIROZ

INTENTO

Intento ser desbravado,
na odisséia vivente,
firme sob ações.

Alma a tragar levianas paixões,
exaltando da pureza da vida
suas dúvidas, encantos, quiçá senões.
Ser massa suada do trabalho,
noites inteiras de despertos serões.
- - - - - –

ARTUR JOSÉ CARREIRA

ÁRVORE

Raízes ao largo
Desenhando todo tronco
Até a ramagem

Espalham folhas todas ao léu,
Movimentos de vento em balanço
Sem direção, sentido, apenas imagem.
Dançam num balé sem contentamento
Numa vaga sempre longa viagem.
- - - - - –

BETH IACOMINI

RENASCER DAS CINZAS

Imploro ao Céu
Amanhece minha alma
Fugidia de mim!

Poesia sombria a me perseguir
Nesta noite vazia de amor.
Caminho pelos ares, busco-me assim!
Estrelas radiantes chegam com abraços...
Que eu possa dormir, enfim…
- - - - - –

IRAN MACENO DOS SANTOS

CORSÁRIOS

Vestido de inspiração,
feito astro incandescente
rasgo céus imaginários.

Desnudo letras vivas em poesias
que brilhantes feito belas estrelas
romanciam mitos, da Arte, templários.
Trazendo doce magia, fascínio encanto
Lembrando histórias de antigos corsários.
- - - - - –

RONNALDO DE ANDRADE

AQUELAS LINDAS PROMESSAS
TORNARAM-SE TERREMOTOS

Abalam as paredes
de minha memória,
arrancam meus ais

ao descosturar certos desejos adormecidos
nos despenhadeiros implacáveis do coração,
causando-me uma consternação que jamais
considerei possível acontecer, aquelas juras.
Infelizmente, restou enfermidade, nada mais!
- - - - - –

SOLANGE COLOMBARA

MIRAGEM

Relances do tempo
traduzem em ecos
sua suave história,

apenas resquícios de uma trajetória.
A memória não distingue momentos
futuros, talvez breve lacuna aleatória.
Um oásis reflete diversas passagens,
estremeço em cena, intuo dedicatória.
- - - - - –

TANIA MARIA GIMENES BROCHINI

Naquela boca suculenta
Cabem tantos sabores.
Doce suspiro, apetece!

Anoitece, deita-se em qualquer cama
Despudorada, vive como Diabo gosta.
Luxuria da madrugada não amanhece,
Agua benta lava pecados. Purificada,
Alimenta famintos. Caridade Deus agradece!

____________________________________________

Sobre esta nova forma poética veja em https://singrandohorizontes.blogspot.com/2020/07/ronnaldo-de-andrade-spina-nova-forma.html


Fonte:
Facebook Spina (Nova Forma Poética)