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quinta-feira, 1 de fevereiro de 2024

O nosso português de cada dia (Erros de português que você não pode mais cometer) = 4

por Universidade Veiga de Almeida (RJ)


39. Descrição / Discrição

Mais um caso de grafia e pronúncia semelhantes e significados distintos. 

"Descrição" está relacionada ao ato de detalhar algo, reunir características. Entre seus sinônimos, dependendo do contexto, estão palavras como "exposição" e "apresentação". 

Já "discrição" é a qualidade de alguém ou algo discreto, que não chama muita atenção.

40. Sessão / Seção

A forma com S, "sessão", é o intervalo de tempo em que alguma coisa acontece, por isso sessão de cinema, sessão fotográfica, sessão da tarde... 

"Seção" é como divisão, uma parte de um todo, daí seção eleitoral, seção feminina e seção do jornal, por exemplo.

41. Admitem-se vendedores (certo) / Admite-se vendedores (errado)

No exemplo, o verbo "admitir" é transitivo direto. Como tal, não exige preposição entre ele e o objeto da frase e concorda em número com o sujeito. Portanto, o correto é dizer "admitem-se vendedores".

42. Precisa-se de vendedores (certo) / Precisam-se de vendedores (errado)

Nesse exemplo, a maneira correta é "precisa-se de vendedores". Quem precisa, precisa "de" algo, daí a necessidade da preposição. Como verbo transitivo indireto, portanto, "precisar" permanece no singular.

43. Supor / Transpor

Os verbos derivados do verbo "pôr" serão conjugados como o verbo primitivo.

Errado : Se você supor que o seu plano dará certo, nós poderemos executá-lo.

Certo : Se você supuser que o seu plano dará certo, nós poderemos executá-lo.

44. Manter / Conter

Os verbos derivados do verbo "ter" serão conjugados como o verbo primitivo.

Errado: Se você manter a rotina de treinos, alcançará excelentes resultados.

Certo : Se você mantiver a rotina de treinos, alcançará excelentes resultados.

45. Tinha chego / Tinha chegado

Existem alguns verbos, chamados de abundantes, que admitem duas formas de particípio passado, entre eles "aceitar" (aceitado e aceito), "imprimir" (imprimido e impresso) e "eleger" (elegido e eleito). 

"Por analogia, obtêm-se formas como 'chego', ainda não acolhidas pela norma culta", explica o professor Eduardo Calbucci. Ou seja, vá de "tinha chegado".

46. Na minha opinião (certo) / Na minha opinião pessoal (errado)

"Na minha opinião pessoal" é um pleonasmo, ou seja, a repetição desnecessária de uma informação, uma redundância: sua opinião já é pessoal. Por isso, diz-se apenas "na minha opinião".

47. Anos atrás (certo) / Há anos atrás (errado)

"Há anos atrás" também é um pleonasmo, pois o verbo "há", nesse sentido, já indica passagem do tempo. Diga apenas "há anos" ou "anos atrás".

48. De encontro a / Ao encontro de

Aqui temos praticamente opostos em termos de sentido. 

"De encontro a" expressa conflito, como em "sua opinião foi de encontro ao que ele acreditava". 

"Ao encontro de" expressa satisfação, "estar de acordo com", ir "em direção a": "Uma lei que vem ao encontro dos menos favorecidos".

49. Por hora / Por ora

As duas expressões existem, mas dependem do contexto. 

"Por hora" está relacionada a um intervalo de 60 minutos: "Pedala 20 km por hora". 

"Por ora" significa, simplesmente, "por enquanto".

50. Ratificar / Retificar

Verbos com sentidos bem diferentes: "ratificar" é confirmar; "retificar" é corrigir.

Fonte: Universidade Veiga de Almeida, 03  dezembro 2019  in O Globo. 

quarta-feira, 31 de janeiro de 2024

O nosso português de cada dia (Erros de português que você não pode mais cometer) = 3

por Universidade Veiga de Almeida (RJ)
26. Afim / A fim de

"Afim" pode ser adjetivo ou substantivo e, nos dois casos, é associado a "parecido", "similar" e "semelhante". 

"A fim de" é locução prepositiva e está ligada à ideia de intenção ou finalidade, como em "aceitei ir à festa a fim de conhecê-lo melhor".

27. Obrigado / Obrigada

Essa regra é muito simples. Homens dizem "obrigado". Mulheres dizem "obrigada". Pronto!

28. Bem-vindo (certo) / Benvindo (errado)

O Novo Acordo Ortográfico não alterou a escrita da palavra "bem-vindo". Apesar de novas regras gramaticais em relação ao uso do hífen, ela continua como antes.

29. Beneficente (certo) / Beneficiente (errado)

A forma correta é "beneficente". 

"Beneficiente" não existe na Língua Portuguesa.

30. Menos (certo) / Menas (errado)

Apesar de memes como "miga, seja menas", a palavra "menas" não existe na nossa gramática. Escolha sempre "menos" em suas redações e e-mails formais.

31. Deixa eu escrever / Deixa-me escrever

Quando os verbos "deixar", "fazer", "ver" e "mandar" vêm seguidos de infinitivo, usam-se os pronomes oblíquos no padrão culto da língua: "Deixa-me escrever". 

Aqui, porém, um adendo. "Esse tipo de construção com pronomes retos ('deixa eu estudar', 'deixa ele estudar') está se tornando cada vez mais comum, fundamentalmente na linguagem oral", destaca o professor Eduardo Calbucci, em uma ressalva de que o certo e o errado podem não ser absolutos se levarmos em consideração a evolução da língua.

32. Seguem anexos os documentos (certo) / Seguem os documentos em anexo (errado)

Expressões bem comuns em e-mails. Se funciona como adjetivo, indicando que algo está ligado, a palavra "anexo" não exige o uso de "em" e deve concordar em gênero e número com o substantivo a que se refere - no caso, "documentos". 

De outra forma, se o interlocutor quer dizer o modo pelo qual algo está sendo enviado, é preferível dizer "no anexo" em vez de "em anexo".

33. Proibida a entrada (certo) / Proibido a entrada (errada)

O sujeito da oração é "a entrada", feminino e acompanhado de artigo, por isso "proibido" concorda com "entrada": "Proibida a entrada".

34. Vamos nos ver amanhã? (certo) / Vamos se ver amanhã? (errado)

O sujeito do verbo "vamos" é de primeira pessoa do plural (nós), por isso a forma correta é "vamos nos ver".

35. Senão / Se não

A escolha depende bastante do que você quer expressar. 

"Senão" é "caso contrário" ou "a não ser". 

"Se não" mostra uma condição, como em "se não sabe como fazer, não faça".

36. Dia a dia / Frente a frente / Cara a cara

Nenhuma das expressões tem acento no "a". O acento grave não deve ser utilizado em termos com palavras repetidas.

37. Meio-dia e meia (certo) / Meio-dia e meio (errado)

Quando a palavra "hora", aqui implícita, é fracionada, sempre utiliza-se "meia" - portanto, "meio-dia e meia". 

"Meia" é numeral fracionário e deve concordar em gênero com a unidade fracionada.  Outra coisa: "meio-dia" permanece com hífen, mesmo após o Novo Acordo Ortográfico.

38. Eminente / Iminente

Formas parecidíssimas, significados diferentes e grande chance de confusão. Para memorizar: 

"eminente" está relacionado a qualidade, excelência, como em "é um profissional eminente"; 

"iminente" indica que "vai acontecer em breve".

Fonte: Universidade Veiga de Almeida, 03  dezembro 2019  in O Globo. 

segunda-feira, 29 de janeiro de 2024

O nosso português de cada dia (Erros de português que você não pode mais cometer) = 2

por Universidade Veiga de Almeida

14. Em vez de / Ao invés de

Para indicar apenas uma coisa no lugar de outra, usa-se "em vez de". 

Para mostrar opostos, vá de "ao invés de", como no exemplo: "Ao invés de ser o primeiro, ele foi o último".

15. Onde / Aonde

"Onde" é o lugar em que alguém ou alguma coisa está. 

"Aonde" está relacionado a movimento. Por isso, quem vai, vai "a" algum lugar: "vai aonde".

16. Demais / De mais

Na maior parte dos casos, emprega-se o advérbio "demais", que significa excessivamente, muito. 

A locução "de mais" é comparável à expressão "a mais", como em "nem sal de mais, nem de menos". "De mais" também é associada a estranheza: "Não vejo nada de mais naquilo".

17. Em princípio / A princípio

"Em princípio" assemelha-se a "em tese". 

"A princípio" é como "no início".

18. Uso do hífen

O prefixo terminado por vogal é separado por hífen se a palavra seguinte começar com a mesma vogal ou H. Caso contrário, sem hífen. Exemplos: autoescola, micro-ondas, semianalfabeto, autoestima.

19. Tachar / Taxar

"Tachar" significa "denominar, chamar de, considerar". 

"Taxar" é impor uma taxa ou imposto. Portanto, contextos diferentes.

20. Através de / Por meio de

Expressões com significados distintos. "Através de" expressa a ideia de atravessar, indica um movimento físico. 

"Por meio de" é semelhante a "por intermédio de" e se relaciona a "instrumento para a realização de algo". Portanto, ao começar um e-mail, por exemplo, o correto é "Venho por meio deste", e não "Venho através deste".

21. Vírgula entre sentenças

Quando as duas frases possuírem sujeitos diferentes, usa-se a vírgula antes da conjunção "e".

Errado: A mãe demorou para chegar e o filho ficou desesperado.

Certo : A mãe demorou para chegar, e o filho ficou desesperado.

22. Eu / Mim

O pronome reto "eu" é utilizado apenas na posição de sujeito do verbo. 

Nas demais situações, usa-se o pronome oblíquo "mim".

Errado: Não há mais nada entre eu e você.

Certo : Não há mais nada entre mim e você.

23. Haver / Fazer

Ambos os verbos, quando indicam passagem de tempo, não ganham plural: "Não conversávamos havia três anos" e " Faz três anos que não nos vemos".

24. Haver / Existir

No sentido de "existir", o verbo "haver" não vai para o plural. 

O verbo "existir" pluraliza normalmente: "Na reunião, existiam cerca de 60 pessoas".

Errado: Na reunião, haviam cerca de 60 pessoas.

Certo: Na reunião, havia cerca de 60 pessoas.

25. Assistir ao / Assistir o

Quando usado no sentido de "ver", o verbo "assistir" rege a preposição "a": "Assistiu ao programa". 

No sentido de "ajudar" ou "prestar auxílio", o verbo vem sem a preposição: "O técnico assistiu o cliente durante a instalação do equipamento".

Fonte: Universidade Veiga de Almeida, 03  dezembro 2019  in O Globo. 

domingo, 28 de janeiro de 2024

O nosso português de cada dia (Erros de português que você não pode mais cometer) = 1

por Universidade Veiga de Almeida

Como qualquer outra disciplina, o português pode ser fácil para uns e difícil para outros. Além disso, a língua é viva, se altera com o passar dos anos, recebe influências do meio e, claro, conta com um amplo conjunto de regras que inegavelmente podem confundir.

— É certo dizer que o tempo presente, o grau de escolaridade e a classe social impactam em como produzo meu texto. Mas também é fato que o domínio da língua é diretamente proporcional ao volume de leitura. A dica é ler jornais, livros de bons autores e não ter vergonha de procurar o significado de uma palavra que não conhece —, recomenda o professor Caco Penna , do CPV Educacional.

Segundo Caco, as mudanças dos últimos anos no Enem resultaram em provas mais focadas no caráter sociolinguístico do que propriamente na gramática. Mesmo assim, essas são questões ainda relevantes na redação e muito presentes nos vestibulares. Indo muito além dos testes, vale lembrar que em toda a vida você vai lidar com as artimanhas do português. Nada mais queima o filme do que falar errado em uma entrevista de emprego ou enviar um e-mail profissional cheio de deslizes, por exemplo.

Para evitar essas derrapadas, listamos as 50 dúvidas gramaticais que mais costumam gerar erros. A lista foi elaborada com ajuda dos professores Simone Motta, coordenadora de Português do Grupo Etapa, Eduardo Calbucci, supervisor de Português do Anglo, e do próprio Caco.

50 DÚVIDAS DO PORTUGUÊS ESCLARECIDAS

1. POR QUE / PORQUE

Para começar, uma confusão que acompanha gerações:

Usa-se "por que" para perguntas, mesmo que implícitas. Exemplos: "Por que ela ainda não chegou?" e "Ele não sabe por que está aqui".

Usa-se "porque" para respostas. Se consegue substituir por "pois", essa é a forma correta: "Não foi trabalhar porque estava doente".

2. POR QUÊ / PORQUÊ

No final de uma frase, seguido de pontuação (exclamação, interrogação, reticências), o correto é "por quê", como em: "Estou chateado. Sabe por quê?".

Já o "porquê" tem exatamente o mesmo sentido de motivo ou razão, por exemplo: "Não sabia o porquê de tanta pressa".

3. DE SEGUNDA A SEXTA (CERTO) / DE SEGUNDA À SEXTA (ERRADO)

Outro elemento de confusão frequente, a crase pode ser explicada como a junção de duas letras em uma só: a preposição "a" e o artigo feminino "a". Então, se você tenta ler uma sentença com "a a" e não faz sentido, provavelmente não há crase. Logo, o correto é "de segunda a sexta".

4. A PRAZO (CERTO) / À PRAZO (ERRADO)

Como no caso anterior, a leitura com "a" duplicado não faz sentido. Além disso, não se aplica a crase antes de substantivos masculinos, como é o caso de "prazo".

5. A VOCÊ (CERTO) / À VOCÊ (ERRADO)

Não há crase antes de pronomes pessoais (eu, você, ele, ela, nós, vocês, eles, elas).

6. DAS 9H ÀS 18H (CERTO) / DAS 9H AS 18H (ERRADO)

No caso de horas expressas, há crase quando a preposição "de" aparece combinada com artigo (de + as), mesmo que implícito como em "horário da prova: 8h às 11h". Sendo assim, o correto é "das 9h às 18h".

7. MAL / MAU

"Mal" é substantivo quando precedido de artigo, como em "o mal do mundo", e advérbio quando acompanha verbo ou adjetivo. Resumidamente, é o contrário de "bem".

"Mau" é adjetivo quando vem antes de substantivos, com os quais concorda. É o oposto de "bom".

8. MAS / MAIS

"Mas" é conjunção adversativa e tem o mesmo valor de "porém", "contudo" ou "entretanto".

"Mais" é advérbio de intensidade ou conjunção aditiva, indicando adição ou acréscimo. É também o oposto de "menos".

9. HAVER / A VER

"A confusão entre as expressões se dá porque a pronúncia é a mesma", explica o professor Eduardo Calbucci. 

"Haver" é verbo e significa "existir". "Ter a ver" é "ter ligação".

10. TRAZ / TRÁS / ATRÁS

Segundo a professora Simone Motta, é bem comum se deparar com trocas de letra entre as palavras - erroneamente 'tras' e 'atráz' - por conta da sonoridade semelhante entre elas. 

Apesar disso, é fácil diferenciar: 
"traz" vem do verbo "trazer" (com Z, portanto); 
"trás" e "atrás" são advérbios e indicam posição ("ficará para trás", "atrás da porta").

11. HAJA / AJA

Novamente a semelhança sonora induzindo ao erro. Para esclarecer: 

"haja" é conjugação do verbo "haver", de existir. 

"Aja" vem do verbo "agir": "Aja com cuidado".

12. INTERVEIO (CERTO) / INTERVIU (ERRADO)

Esse é um verbo que se conjuga como "vir", de que é derivado, sendo "interveio" a forma correta: "A polícia interveio na briga".

13. VÊM / TÊM

Os verbos "ter" e "vir" devem ser acentuados quando estiverem na 3ª pessoa do plural: "Eles sempre vêm de táxi, porque eles não têm carro".
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continua…

Fonte: Universidade Veiga de Almeida, 03  dezembro 2019  in O Globo. 

quarta-feira, 14 de outubro de 2020

O Nosso Português de Cada Dia (Por quê, Porquê, Porque e Por que)


 1- Por quê: separado com acento

Trata-se da junção entre uma preposição (classe de palavras que tem a função de ligar um termo ao outro) com um pronome interrogativo (quê). É usado apenas em final de oração, pois o “quê” vira tônico antes de ponto de interrogação (lembre-se que na fala é necessário uma entoação na voz para fazer perguntas).  Pode ser trocado, sem nenhum prejuízo por “por qual motivo” e “por qual razão”.

Exemplo:
Se os mantimentos estão embrulhados, a Maria está nervosa por quê?

2- Porquê: junto e com acento

É um substantivo e deve vir acompanhado por um artigo “o/os”.  O “porquê” junto e acentuado é sinônimo da palavra motivo e razão (nesse caso sem a preposição “por”).

Exemplo:
Nunca me disse o porquê não falar mais comigo.

3- Por que: separado e sem acento

Nesse caso, é semelhante ao “por quê” separado com acento. Forma-se a partir de uma preposição (por) mais um pronome interrogativo ou relativo (que) e pode ser usado tanto em frases interrogativas quanto nas orações afirmativas. Desse modo, aqui também pode ser trocado pela palavra “motivo” ou razão” e serve para perguntas diretas e frases terminadas com ponto final.

Exemplos:
Por que você chegou correndo? (Por qual razão você chegou correndo?).

Maria sabe por que eu não pude trabalhar hoje. (Maria sabe por qual motivo eu não pude trabalhar hoje.).

4- Porque: junto e sem acento

É uma conjunção explicativa, assim, para não ter erro, você pode substituir por outra conjunção explicativa como “pois”, “já que”, “porquanto”, se não houver prejuízo no sentido, o uso está correto. Ele serve para indicar causa, explicação ou justificativa.

Exemplos:
Não consegui fazer a lição de casa porque estava doente. (Não consegui fazer a lição de casa, pois estava doente.).

Cheguei muito adiantado porque não quis incomodar os convidados. (Cheguei muito adiantado, pois não quis incomodar os convidados.).

Fonte das diferenças:

Infoenem.

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Erros Comuns em Redação IV

62.

Não "se o" diz.

É errado juntar o se com os pronomes o, a, os e as.

Assim, nunca use:
Fazendo-se-os, não se o diz (não se diz isso), vê-se-a, etc.

63.
Acordos "políticos-partidários".

Nos adjetivos compostos, só o último elemento varia:
acordos político-partidários.

Outros exemplos:
Bandeiras verde-amarelas, medidas econômico-financeiras, partidos
social-democratas.

64.
Andou por "todo" país.

Todo o (ou a) é que significa inteiro:

Andou por todo o país (pelo país inteiro).
Toda a tripulação (a tripulação inteira) foi demitida.

Sem o, todo quer dizer cada, qualquer:

Todo homem (cada homem) é mortal.
Toda nação (qualquer nação) tem inimigos.

65.
"Todos" amigos o elogiavam.

No plural, todos exige os:
Todos os amigos o elogiavam.
Era difícil apontar todas as contradições do texto.

66.
Favoreceu "ao" time da casa.

Favorecer, nesse sentido, rejeita a:

Favoreceu o time da casa.
A decisão favoreceu os jogadores.

67.
Ela "mesmo" arrumou a sala.

Mesmo, quanto equivale a próprio, é variável:

Ela mesma (própria) arrumou a sala.
As vítimas mesmas recorreram à polícia.

68.
Chamei-o e "o mesmo" não atendeu.

Não se pode empregar o mesmo no lugar de pronome ou substantivo:

Chamei-o e ele não atendeu.

Os funcionários públicos reuniram-se hoje: amanhã o país conhecerá a decisão dos servidores (e não "dos mesmos").

Fonte:
www.info-vest.com.br

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Erros Comuns em Redação III

56.
Ficou contente "por causa que" ninguém se feriu.

Embora popular,a locução não existe.

Use porque: Ficou contente porque ninguém se feriu.

57.
O time empatou "em" 2 a 2.

A preposição é por:
O time empatou por 2 a 2.

Repare que ele ganha por e perde por. Da mesma forma: empate por.

58.
À medida "em" que a epidemia se espalhava...

O certo é:
À medida que a epidemia se espalhava...

Existe ainda na medida em que (tendo em vista que):
É preciso cumprir as leis, na medida em que elas existem.

59.
Não queria que "receiassem" a sua companhia.

O i não existe:
Não queria que receassem a sua companhia.

Da mesma forma:
passeemos, enfearam, ceaste, receeis

(só existe i quando o acento cai no e que precede a terminação ear: receiem, passeias, enfeiam).

60. Eles "tem" razão.

No plural, têm é assim, com acento.

Tem é a forma do singular.

O mesmo ocorre com vem e vêm e põe e põem: Ele tem, eles têm; ele vem, eles vêm; ele põe, eles põem.

61.

A moça estava ali "há" muito tempo.

Haver concorda com estava.

Portanto:
A moça estava ali havia (fazia) muito tempo.

Ele doara sangue ao filho havia (fazia) poucos meses.

Estava sem dormir havia (fazia) três meses.

(O havia se impõe quando o verbo está no imperfeito e no mais-que-perfeito do indicativo.)

Fonte:
www.info-vest.com.br

terça-feira, 7 de maio de 2013

A Estética De Uma Redação

No nosso primeiro contato com a redação, podemos achar que é muito fácil mas, na realidade, surge algo que torna importante o nosso ato de escrever que se mantém na forma de passar a mensagem ao nosso leitor e a estética do trabalho redacional, que mostra o quanto estamos interessados em que nosso pensamento seja bem compreensível com lógica e clareza.

Surge então a busca por um trabalho mais limpo e com estética para a estrutura. Observando os exemplos de redações da dica passada, podemos notar que a estética não é tão ordenada, por isso a sequência lógica se perde no meio do caminho e fica sem sentido no que diz respeito ao desenvolvimento de seus argumentos centrais e finais para uma conclusão mais segura e estruturada.

Lembre-se sempre que, ao formar um Plano de Trabalho para escrever sua redação, você deve visualizar também a sua ESTÉTICA:
 
= Nunca comece uma redação com períodos longos. Basta fazer uma frase-núcleo que será a sua idéia geral a ser desenvolvida nos parágrafos que se seguirão;

= Nunca coloque uma expressão que desconheça, pois o erro de ortografia e acentuação é o que mais tira pontos em uma redação;

= Nunca coloque hífen onde não é necessário como em penta-campeão ou separação de sílabas erroneamente como ca-rro (isto só acontece em espanhol e estamos escrevendo na língua portuguesa);

= Nunca use gírias na redação pois a dissertação é a explicação racional do que vai ser desenvolvido e uma gíria pode cortar totalmente a sequência do que vai ser desenvolvido além de ofender a norma culta da Língua Portuguesa;

= Nunca esqueça dos pingos nos "is" pois bolinha não vale;

= Nunca coloque vírgulas onde não são necessárias (o que tem de erro de pontuação !);

= Nunca entregue uma redação sem verificar a separação silabica das palavras;

= Nunca comece a escrever sem estruturar o que vai passar para o papel;

= Tenha calma na hora de dissertar e sempre volte à frase-núcleo para orientar seus argumentos;

= Verifique sempre a ESTÉTICA: Parágrafo, acentuação, vocabulário, separação silábica e principalmente a PONTUAÇÃO que é a maior dificuldade de quem escreve e a maioria acha que é tão fácil pontuar !

= Respeite as margens do papel e procure sempre fazer uma letra constante sem diminuir a letra no final da redação para ganhar mais espaço ou aumentar para preencher espaço;

= A letra tem que ser visível e compreensível para quem lê;

= Prepare sempre um esquema lógico em cima da estrutura intrínseca e extrínseca;

= Não inicie nem termine uma redação com expressões do tipo: "... Eu acho... Parece ser... Acredito mesmo... Quem sabe..." mostra dúvidas em seus argumentos anteriores;

= Cuidado com "superlativos criativos" do tipo: "... mesmamente... apenasmente." . E de "neologismos incultos" do tipo: "...imexível... inconstitucionalizável...".

Se você prestou atenção nas redações da dica anterior, percebeu que elas estavam seguindo a estrutura redacional intrínseca (interior) quanto a INTRODUÇÃO, DESENVOLVIMENTO E CONCLUSÃO, mas não obedeciam a parte extrínseca (exterior) que é a apresentação da Redação, ou melhor, a aparência da escrita mostrando um conteúdo limpo e claro.

O que notamos é que nas redações faltaram parágrafos e respeito às margens (estética do trabalho) e a DISSERTAÇÃO do estudante que colocou várias idéias na introdução sem definir uma geral e tornou odesenvolvimento confuso, pois faltou dissertar sobre as tais conveniências comerciais do ovo de páscoa da introdução e centrou muito na História da Figura do Cordeiro sem explicar o que a ver a malhação de Judas e o Domingo de Páscoa. A conclusão começa a ficar em apuros e o fechamento das idéias da introdução e do desenvolvimento terminam prejudicadas. Nosso desafio é escrever esta dissertação usando todas as dicas para uma redação boa.

Como disse meu colega, o Professor Rogério: "A melhor dica para Redação: é Pensar. Penso logo escrevo" O segredo é simples: EU ESCRITOR TAMBÉM SOU LEITOR . ( Tudo que estou escrevendo vem do que penso e preciso montar um bom plano para entender o que escrevo e deixar minha leitura mais compreensível para os demais leitores )

A LÓGICA ESTRUTURAL: FRASE-NÚCLEO

Observe o texto dissertativo e analise a sua parte lógica na introdução, desenvolvimento e conclusão:

A PÁSCOA CRISTÃ

A Páscoa é uma festa cristã. Nela celebramos a Libertação dos Hebreus por Móises e Javé (Jeová -verbo hebraico para Ser) como também a Ressurreição de Cristo.

A Bíblia relata no Velho Testamento a saída do povo hebreu perseguido pelo Faraó e libertos pelo Senhor na passagem do Mar Vermelho, mas no Novo Testamento a Ressurreição abre uma idéia de salvação, de vida nova, de libertação do corpo pela vida eterna após a morte e eleva o sonho de um mundo novo: A Nova Jerusalem. Por estes eventos comemoramos a Páscoa.

Em todo mundo cristão comemora-se a Páscoa como a festividade mais significativa de libertação e ressurreição por dois momentos bíblicos que marcam a mesma esperança de encontrar a Nova Jerusalém.
Nota-se claramente que além da estética exterior e da simples idéia de seguir a estrutura interna, o escritor prezou pela lógica de sua redação e não só pelo segmento da introdução, desenvolvimento e conclusão mas nota-se uma definição muito clara de uma idéia geral (central) na introdução que fortaleceu o encadeamento das idéias e protegeu o sentido argumentativo do contexto e fechou a conclusão trazendo ao leitor a visão do que o tema pediu a Páscoa Cristã e que foi mencionada no núcleo frasal: "... A Páscoa é uma festa cristã...".

Veja o esquema lógico montado em cima da estrutura redacional: TEMA: A Páscoa Cristã; Núcleo ou Tópico-frasal: A Páscoa é uma festa cristã (idéia geral) Desenvolvimento (idéias encadeadas ou periféricas que sustentam a idéia central)

Saída do povo hebreu (EXODUS)

Ressurreição de Cristo (PROMESSA DE DEUS)

Promessa de Vida Eterna (NOVA JERUSALEM) Conclusão (Conversão das idéias proclamadas na redação)

"... todo mundo cristão..." "... festividade significativa..."(puxa a idéia central da introdução)

"...dois momentos bíblicos..." "... Nova Jerusalem..." (puxa o argumento do desenvolvimento)
O que ocorreu na dissertação anterior a esta foi a confusão de idéias e isto complicou a estrutura então podemos dizer que dentro da introdução surge a primeira idéia a ser construída na redação e a conclusão termina a montagem de nosso pensamento escrito. E como fica o desenvolvimento ? Isto vamos mostrar em suas formas de ordenações que é o mais simples de se fazer dentro de um tópico frasal bem estruturado e vamos mostrar todas as formas de ordenações do desenvolvimento. Não percam!

Montamos em nossa tela mental o que vamos fazer no papel:

TEMA: Os brasis do Brasil Frase-núcleo: O Brasil por suas variadas diversidades possui vários brasis que se moldam no território nacional e determinam algo que vai além de suas fronteiras regionais.

Desenvolvimento:

A divisão territorial;
A formação regional;
Os diferentes brasis.

Conclusão:

Cada região territorial é um Brasil diferente não só por sua divisão fronteiriça mas por sua diversidade cultural, geográfica e muito mais política fortalecendo o Brasil como Nação e Governo.

Temos um Brasil que se forma de diversas maneiras em cada região e possui uma forma diferente de observar o País como meio de sobrevivência de um povo ou de fortalecimento político das massas emergentes em suas áreas de atuações territoriais, regionais, culturais e políticas.

Quase preparamos a redação só na esquematização da lógica inicial da introdução.

Fonte:
http://www.seruniversitario.com.br

sábado, 6 de abril de 2013

O Nosso Português de Cada Dia (Pegadinhas do Português) 8

Pegadinha 42

Toda a mulher casada deveria saber dirigir automóvel.


Toda a (note a presença do artigo) significa inteira. Depois desse entendimento, a frase parece esdrúxula da cabeça aos pés!

Toda (note a ausência do artigo) significa qualquer. Agora, sim, a frase passa a ter sentido, pois se quer referir, na frase inicial, a qualquer mulher, e não à mulher inteira.

Veja os seguintes exemplos:

Todo homem deveria falar uma língua além da materna. (qualquer homem)
Todo o homem tremia de frio. (o homem inteiro)
Toda a cidade festejou a vitória do time. (a cidade inteira)
Toda cidade tem problemas com drogas. (qualquer cidade)

A frase inicial, depois da correção, fica assim:

Toda mulher casada deveria saber dirigir automóvel.

Pegadinha 43

Se você ver o Marcos, diga-lhe que a data do concurso foi adiada!


Esta frase representa uma pedra no sapato para muitos candidatos. O futuro do subjuntivo do verbo ver faz-se assim: vir, vires, vir, virmos, virdes, virem.

A frase inicial, depois da correção, fica assim:

Se você vir o Marcos, diga-lhe que a data do concurso foi adiada!

Pegadinha 44

Depois que ouvi a notícia, fiquei curioso por conhecer aquela cidade.


Eis um equívoco no uso da regência nominal. Curioso e curiosidade pedem a preposição de para unirem-se a seus complementos. Algumas vezes, ficamos curiosos de ou temos curiosidade de alguma coisa, porém jamais por alguma coisa. Exemplos:

Curioso de saber por que errava tanto, resolvi ler mais e estudar português.
Curioso de vê-lo chegar àquela hora, quis saber onde estivera.
A curiosidade infantil de entender como o rádio funcionava levou-o à faculdade de engenharia, na qual destacou-se como o mais qualificado aluno.

A palavra curioso pode ser usada sem complemento. Algumas pessoas são levadas a confundir a regência nessa construção, achando, erroneamente, que curioso pede a preposição por. Exemplo:

Sou curioso por estar sempre inquieto.

Levando a frase acima à ordem direta, comprova-se que a preposição não é exigida pela palavra curioso, mas apenas é parte integrante do adjunto adverbial de modo:
Por estar sempre inquieto, sou curioso.

A frase correta seria:

Depois que ouvi a notícia, fiquei curioso de conhecer aquela cidade.

Pegadinha 45

Na prova, pediam-se cálculos difíceis de resolverem.


A presente frase apresenta erro no uso do infinitivo. Não se flexiona o infinitivo que vem depois das expressões difíceis de, fáceis de, bons de, gostosos de etc. Exemplos:

Filmes difíceis de compreender.
As explicações da professora são fáceis de entender.
São trabalhos bons de realizar.
Bolos gostosos de saborear.

A frase acima estará correta, se assim for escrita:

Na prova, pediam-se cálculos difíceis de resolver.

Pegadinha 46

O preço do quilo da laranja varia entre um a dois reais.


Esta frase é de relativa importância para quem vai prestar provas de concursos. Entre se relaciona com e, e não com a:

O espetáculo começará entre vinte e vinte e uma horas.
Se na frase não constar a palavra entre, tudo bem! Nesse caso, usa-se a preposição a:
A altura da fogueira oscilava de trinta a quarenta metros.

A frase inicial, depois da correção, fica assim:

O preço do quilo da laranja varia entre um e dois reais.

Pegadinha 47

O touro investiu no capataz.


Nesta pegadinha, aborda-se a diferença de significado de um verbo, conforme a preposição que o acompanha. Veja, a seguir, os possíveis significados do verbo investir:

1 - usado com a preposição em, significa empossar, aplicar dinheiro:
O presidente do tribunal investiu Márcio no cargo de analista.
O corruptos investem em bolsas estrangeiras.

2 - no sentido de atacar é usado com as preposições contra ou sobre:
A onça investe contra (ou sobre) o caçador.

A frase inicial, depois de corrigida, fica assim:

O touro investiu sobre (ou contra) o capataz.

Pegadinha 48

Fiquem absolutamente tranquilos, eu ressarço os acionistas.


Nesta pegadinha falaremos sobre um verbo com certas anomalias. Trata-se do verbo ressarcir. Esse verbo só é conjugado nas formas em que o acento tônico não incide no radical. Desse modo, o presente do indicativo só possui as formas: ressarcimos e ressarcis. Quando não existe uma determinada forma verbal, substituímos por outra de mesmo significado. Em nosso caso, podemos permutar pelas correspondentes formas dos verbos compensar, indenizar ou outro equivalente.

A frase inicial, depois da correção, fica assim:

Fiquem absolutamente tranquilos, eu indenizo os acionistas.

Pegadinha 49

Estou sem nenhuma moral para fazer a prova.


O vocábulo moral (a moral, no feminino) quer dizer relativo à moralidade, aos bons costumes, que procede conforme à honestidade e à justiça, que tem bons costumes, diz-se de tudo que é decente, educativo e instrutivo (Dic. Michaelis).. Um indivíduo sem nenhuma moral é um devasso. Já, no masculino (o moral) quer dizer disposição do espírito, energia para suportar as dificuldades, os perigos; ânimo. Um indivíduo sem nenhum moral é alguém desanimado, desmotivado.

A frase inicial, depois da correção, fica assim:

Estou sem nenhum moral para fazer a prova.

Pegadinha 50


A pessoa cuja a vida é tumultuada, certamente, não consegue concentrar-se em nada.


Não se pospõe artigo ao pronome cujo.

A frase inicial, depois de corrigida, fica assim:

A pessoa cuja vida é tumultuada, certamente, não consegue concentrar-se em nada.

Fonte:
126 Pegadinhas em Língua Portuguesa. www.softwareebookecia.com.

sábado, 30 de março de 2013

O Nosso Português de Cada Dia (Pegadinhas do Português) 7

Pegadinha 35

Ele se acorda às seis horas todos os dias.

Nesta frase o pronome se está tornando a frase incoerente, isto é, o emprego desse pronome é inadequado. Em provas de vestibular e concurso público, esse tipo de ocorrência provoca a chamada incoerência textual ou linguagem inconsequente.

Ninguém acorda a si mesmo! Cada indivíduo, simplesmente, acorda ou, então, é acordado por alguém, algum som alto, um terremoto etc. Agora, decididamente, acordar a si mesmo é proeza que escapa à habilidade humana.

A frase equivocada, depois de corrigida, fica assim:

Ele acorda às seis horas todos os dias.

Pegadinha 36

O governo vai criar novos impostos.


A expressão criar novos é da mesma família de subir pra cima, descer pra baixo, chutar com os pés etc. Já que não é viável criar nada velho, escreva-se, pois, apenas criar, e pronto!

A frase inicial, depois de corrigida, fica assim:

O governo vai criar impostos.
Pegadinha 37

Não me importo que o Palmeiras perca.


Faz-se três construções com o verbo importar-se, sempre pronominal no sentido de ter importância ou interesse:

1 - quando o sujeito for uma oração introduzida pela conjunção integrante que, o verbo importar deve estar no subjuntivo (exclusivamente para casos como o da presente dica). Exemplos:

Não me importa que você discorde.
Não me importa que o partido perca.

2 - quando o sujeito não for uma oração, usa-se somente importa, sem a conjunção que:

Não me importa a derrota da Argentina.

3 - se ao verbo seguir a preposição com, emprega-se importo, forma do presente do indicativo. Exemplos:

Não me importo com tuas lamúrias.
Não me importo com frescuras.
Outros exemplos em outros tempos verbais:
Não me importará que ele vença a competição.
Não me importaria que Márcia dissesse a verdade.
Naquela época, não me importava que a economia fosse mal.
Não me importaram os elogios baratos.
Não me importou a vitória inglesa.
Não me importarei com divertimentos banais.
Não me importava com coisa alguma.

Depois da correção, a frase fica assim:

Não me importa que o Palmeiras perca.

Pegadinha 38

A palestra agradou os congressistas.


Esta é uma questão de transitividade verbal. O verbo agradar, usado como transitivo direto, significa fazer carinho, mimar, enfim fazer as vontades. Exemplos:

A mãe agrada o filho recém-nascido, a fim de que ele pare de chorar.
A namorada agrada o rapaz, com elogios e atenções desmedidos.

Conforme exposto acima, palestra nenhuma poderá agradar os congressistas ou quem quer que seja.

Uma boa palestra, mas só se for boa mesmo, poderá agradar aos congressistas (note a preposição a); pois o verbo agradar, usado como transitivo indireto, significa corresponder à expectativa, satisfazer, produzir agrado. Veja outros exemplos de frases com o verbo agradar, empregado como transitivo indireto. Exemplos:

O filme agradou aos estudantes.
A prova agradou aos candidatos.
O resultado não agradou a mim.

A frase inicial, depois da correção, se apresenta assim:

A palestra agradou aos congressistas.

Pegadinha 38

Ganho apenas um mil reais por mês.


Não se mistura um (singular) com mil (plural). Com mil só se usam os numerais dois, três, quatro e os que exprimirem valor superior. Exemplos:

Comprei mil quilos de farinha.
Vendemos mil quilos de peixe,
Transportamos dois mil suínos para o Nordeste.
Trouxemos seis mil sacas de cimento.

A frase inicial, depois da correção, fica assim:

Ganho apenas mil reais por mês.
Pegadinha 39

O time perdeu porque seu centroavante não chutou em gol durante toda a partida.

Neste caso, quem acaba perdendo, verdadeiramente, é quem diz ou escreve uma frase dessas, desperdiçando a oportunidade de calar-se. O verbo chutar admite as seguintes regências: chutar a, chutar para, chutar contra ou, simplesmente, chutar. Exemplos:

O jogador chutou a gol.
O jogador chutou para o gol.
O jogador chutou contra o gol.
O goleiro chutou para fora.
O jogador chutou acima da trave. (E não: ... em cima da trave.)

A expressão dar chutes pode ser usada, também, com a preposição em. Exemplos:

O jogador deu chutes na bola contra o gol adversário.
A criança dava chutes na porta.

A frase inicial, depois da correção, fica assim:

O time perdeu porque seu centroavante não chutou a gol durante toda a partida.
Pegadinha 40

Ninguém sabe aonde eu moro!


Aonde somente se emprega com verbos e expressões que indicam movimento:

E agora! Vamos aonde?
Determinaram sua ida aonde?
Já, para designar um local, usa-se onde:
Trabalho onde poucos teriam coragem de trabalhar.

A frase inicial, devidamente corrigida, fica assim:

Ninguém sabe onde eu moro!
Pegadinha 41

A obrigação do preenchimento da guia é do próprio contribuinte!


A palavra obrigação exige um tipo de preposição, conforme o elemento ao qual se refere. Referindo-se a nomes, no sentido de fazer uma determinada ação, obrigação exige a preposição a. Referindo-se a verbos, exige a preposição de. Já, referindo-se a nomes, usada sempre no plural (obrigações), no sentido de compromisso, exige a combinação das preposições para com. Exemplos:

A obrigação ao alistamento militar é intransmissível. (fazer o alistamento)
A obrigação de pagar as custas é do requerente.
Todo técnico de futebol tem obrigação para com seus jogadores.

A frase inicial, depois da correção, fica assim:

A obrigação ao preenchimento da guia é do próprio contribuinte!

Pegadinha 42

Toda a mulher casada deveria saber dirigir automóvel.


Toda a (note a presença do artigo) significa inteira. Depois desse entendimento, a frase parece esdrúxula da cabeça aos pés!

Toda (note a ausência do artigo) significa qualquer. Agora, sim, a frase passa a ter sentido, pois se quer referir, na frase inicial, a qualquer mulher, e não à mulher inteira.

Veja os seguintes exemplos:

Todo homem deveria falar uma língua além da materna. (qualquer homem)
Todo o homem tremia de frio. (o homem inteiro)
Toda a cidade festejou a vitória do time. (a cidade inteira)
Toda cidade tem problemas com drogas. (qualquer cidade)

A frase inicial, depois da correção, fica assim:

Toda mulher casada deveria saber dirigir automóvel.


Fonte:
126 Pegadinhas em Língua Portuguesa. www.softwareebookecia.com.

quinta-feira, 28 de março de 2013

O Nosso Português de Cada Dia (Pegadinhas do Português) 6

Pegadinha 27

Viemos aqui, nesta hora, expressar nosso agradecimento pelo grande favor que nos fizeram.
Neste caso, apresenta-se um verbo comumente usado de maneira errada em algumas de suas formas. Nesta oportunidade falaremos apenas sobre um desses deslizes cometidos com o uso indevido do verbo vir. Ninguém diz: "estivemos aqui, nesta hora." Diz-se, porém, no tempo certo: "estamos aqui, nesta hora." Se é "nesta hora" que o fato ocorre, então, o verbo deve estar no presente.

Então, depois da correção, tem sua frase inicial assim escrita:

Vimos aqui, nesta hora, expressar nosso agradecimento pelo grande favor que nos fizeram.

Pegadinha 28

O político que se pode confiar ainda não nasceu.


Este é erro próprio da fala popular, linguagem que não está nem aí para a regência verbal. Erros desse tipo são muito explorados em provas de vestibulares e concursos públicos. Esteja alerta, caro leitor. A regência do verto confiar exige a preposição em, pois quem confia, confia em alguém, e não confia alguém.

Este tópico, depois da correção, tem sua frase inicial escrita assim:

O político em que se pode confiar ainda não nasceu.

Pegadinha 29

Traze-me uns pastelzinhos.

Neste tópico, focalizamos um aspecto muito explorado em provas de vestibulares e concursos públicos - o plural dos diminutivos em -zinho -, que é feito do seguinte modo:

A - leva-se o substantivo ao plural em seu grau normal: pastéis;
B - retira-se o s final: pastei;
C - acrescenta-se -zinhos, e pronto: pasteizinhos.

Outros exemplos:
pãezinhos
carreteizinhos
limõezinhos
caracoizinhos
aneizinhos

Depois da correção, a frase correta fica assim:

Traze-me uns pasteizinhos.

Pegadinha 30

O relógio marcou meio-dia e meio.

Esta pegadinha que, de vez em quando, figura em provas de vestibular e concurso, sempre acaba tirando candidatos do páreo. A palavra que se refere a horas é meia e não meio. Diz-se nove horas e meia, vinte horas e meia e assim por diante.

Então, depois da correção, temos a seguinte frase:

O relógio marcou meio-dia e meia.

Pegadinha 31

Ao comer, tenha cuidado com os espinhos de peixe.


Esta pegadinha apresenta mais uma popularização errônea de uma palavra. Peixe não tem espinhos. Isso é próprio de certas plantas e, quando muito, do porco-espinho. Peixe tem espinhas. É bom estar preparado para a ocorrência de casos como o desta dica, em provas de vestibular e concurso.

Então, depois da correção, temos a seguinte frase:

Ao comer, tenha cuidado com as espinhas de peixe.


Pegadinha 32

Nossa situação está russa.

Esta pegadinha nos adverte para não confundir estado físico ou mental com estado político. Russa refere-se à Rússia. Quando se quer dizer que a situação está feia, diz-se que está ruça (com ç), que significa a cor pardacenta, escura. Em provas de vestibular e concurso, não é raro questões desse gênero.

Então, depois da correção, temos a seguinte frase:

Nossa situação está ruça.

Pegadinha 33

O juiz leu os 3º, 4º e 5º parágrafos.

Eis um tema frequentemente cobrado em provas de vestibular e concurso — a concordância nominal. A frase em destaque, acima, está mal formulada quanto ao aspecto da concordância nominal. Mesmo que haja uma lista ou uma série de elementos antes do artigo, este deve concordar com o elemento mais próximo. O artigo deve ficar no singular, diante de palavra no singular. Exemplos:

Este cartório serve a 2ª e 3ª varas de família.
A revogação atingiu o 4º, 5º, 6º e 7º artigos da antiga lei.
Estamos discutindo o I e II itens do contrato.
A 1ª, 2ª e 3ª séries terão aulas de educação física.

Então, depois da correção, temos a seguinte frase:

O juiz leu o 3º, 4º e 5º parágrafos.

Pegadinha 34

O chefe reclamou porque a secretária não tinha entregue o relatório.

Nesta pegadinha, temos que considerar que existem duas línguas faladas no País — a culta e a popular. Esta é falada sem nenhuma preocupação com o idioma, enquanto aquela cujo conhecimento é exigido em provas de vestibular e concurso, subordina-se às normas da língua portuguesa falada no Brasil.

O verbo entregar possui dois particípios — entregue e entregado. Com os verbos ter e haver, usa-se entregado. Por outro lado, a forma entregue é usada com os verbos ser e estar. Exemplos:

A moça não havia entregado o bilhete.
João já tinha entregado as passagens.
Uma lista nova é entregue todas as manhãs.
Não se preocupe, a encomenda foi entregue.
A mercadoria está entregue.

A frase acima, depois de corrigida, fica assim:

O chefe reclamou porque a secretária não tinha entregado o relatório.

Fonte:
126 Pegadinhas em Língua Portuguesa. www.softwareebookecia.com.

terça-feira, 26 de março de 2013

O Nosso Português de Cada Dia (Pegadinhas do Português) 5

Pegadinha 20

Depois de vinte minutos de interrupção, o árbitro deu continuidade ao jogo.

Esta seção de dicas de português para concursos expõe um grande equívoco de uso das palavras continuidade e continuação, conforme se explica a seguir.

continuidade — propriedade física da superfície dos corpos;

continuação — prosseguimento;

Exemplos:

A continuidade do grande espelho do salão foi afetada por uma rachadura na parte superior direita.
A continuidade do leito da ponte foi interrompida por uma trinca de uns dez centímetros, de lado a lado.
Em continuação a esta exposição de razões, falarei, agora, sobre os meninos de rua.
Precisamos dar continuação àquela partida de xadrez, no prazo máximo de cinco dias contados de sua interrupção.
Depois que o aluno alterado retirou-se da sala, o professor deu continuação à aula.

Então, depois da correção da frase inicial, fica assim:

Depois de vinte minutos de interrupção, o árbitro deu continuação ao jogo.

Pegadinha 21

A polícia não pode prendê-lo porque ele é de menor.

Eis uma seção de dicas de português para vestibulares e concursos cuja sutileza muita gente boa não percebe. O predicativo dessa frase liga-se ao sujeito com auxílio de verbo de ligação sem preposição. O povo é que construiu essa anomalia. Veja outros exemplos de predicativo:

Ele é sargento do exército.
Ela é maior de 14 anos.
Ela é a rainha do colégio.
Ele é menor de 6 anos.
Meu pai é professor.
Então, depois da correção da frase inicial, fica assim:

A polícia não pode prendê-lo porque ele é menor de idade.

Pegadinha 22

Sou difícil de fazer amizade.

Neste tópico de dicas de português para concursos, a frase já se inicia por uma incoerência, pois ninguém é difícil ou fácil de coisa alguma. Pelo menos, assim se espera. O que é difícil não é a pessoa, mas sim a ação de fazer amizade. O sujeito dessa frase é oracional — fazer amizade — e o predicativo é difícil. O verbo é de ligação — ser.

Então, depois da correção da frase inicial, fica assim:

É-me difícil fazer amizade. – ou - Fazer amizade me é difícil. – ou – Fazer amizade é difícil para mim.

Pegadinha 23

Já comuniquei o chefe que a mercadoria chegou.

Esta pegadinha de português para vestibular e concurso aborda um deslize sutil e corriqueiro, ideal para uma questão de concurso. Não devemos, jamais, comunicar uma pessoa, seja ela quem for. O que se comunica é o objeto da comunicação, isto é, o assunto, o fato ocorrido.

Comunica-se, sim, à pessoa um determinado fato. O verbo comunicar possui dois objetos. Um deles é o objeto indireto, que é a pessoa que recebe a comunicação. A esse objeto o verbo se liga sempre por meio de preposição. O outro complemento verbal é o objeto direto, que representa o fato comunicado.

Veja os seguintes exemplos:
Daniel comunicou ao Mário a demissão da antiga secretária
.O presidente comunicou ao povo a decisão que tomara quando decidiu o caso.
O marido comunicou à mulher que naquele dia não iria almoçar em casa.

Então, depois da correção da frase inicial, fica assim:

Já comuniquei ao chefe que a mercadoria chegou.

Pegadinha 24

A rapariga está meia aborrecida.

Mais um exemplo de pegadinha que tirou preciosos pontos para a aprovação de muitos vestibulandos e concursandos. Meia, modificando substantivo, é adjetivo e varia em gênero e número. Exemplos:

Meio litro de água. (metade do litro)
Meia xícara de café. (metade da xícara)
Ele fala em meias palavras. (metade das palavras, como metáfora de "não dizer tudo")
Ele se expressa em meios termos. (idem, explicação acima)
Meio, modificando adjetivo, é advérbio e, como tal, não varia. Exemplos:
Ela está meio triste.
As duas moças permanecem meio confusas.

Então, depois de corrigida a frase inicial, fica assim:

A rapariga está meio aborrecida.

Pegadinha 25

Mais de um artista cantarão.

Este caso exige-nos atenção redobrada. Embora saibamos que a expressão "mais de um artista" representa, no mínimo, duas pessoas, devemos levar o verbo à forma da terceira pessoa singular cantará, fazendo a concordância gramatical com o numeral um da expressão "mais de um".

Veja outros exemplos:
Mais de um automóvel foi sorteado.
Mais de uma mulher assistiu à cena.

Do mesmo modo, é feita a concordância de frases do tipo Menos de dois alunos fizeram a prova. Nessa frase, embora compreendamos que a expressão "menos de dois alunos" representa, quantitativamente, um aluno; a concordância também é gramatical, com base no numeral dois da expressão "menos de dois alunos", e não ideológica, isto é, com a idéia ou sentido que a frase puder sugerir.

Outros exemplos:
Menos de dois livros, foram queimados no incêndio.
Menos de duas moças saíram antes de o espetáculo se findar.

Então, depois de corrigida a frase inicial, fica assim:

Mais de um artista cantará.

Pegadinha 26

Eu nasci há trinta e cinco anos atrás.

Esta pegadinha nos lembra uma famosa música dos anos setentas — Eu nasci há dez mil anos atrás. Há excesso nessa frase! Quando ocorre excesso desse tipo, dizemos que existe redundância, isto é, repetição viciosa, que só empobrece a linguagem de quem a comete. O verbo haver, por si só, já representa "tempo transcorrido", a palavra atrás é redundante. Deve-se, portanto, escolher — ou se escreve há, do verbo haver, ou atrás.

Então, depois de corrigida a frase inicial, poderia ser escrita de duas maneiras:

Eu nasci há trinta e cinco anos.
ou Eu nasci trinta e cinco anos atrás.

Fonte:
126 Pegadinhas em Língua Portuguesa. www.softwareebookecia.com.

domingo, 24 de março de 2013

O Nosso Português de Cada Dia (Pegadinhas do Português) 4

Pegadinha 14
Costuma se fazer bons negócios nesta feira.

O verbo concorda com o seu sujeito, na voz passiva. Observe que temos dois verbos, um auxiliar e outro, principal.

Veja outros exemplos de uso da voz passiva em situações semelhantes:

Não se podem prever essas situações. (Não podem ser previstas essas situações.)
Devem-se devolver os crachás ao final do evento. (Devem ser devolvidos os crachás ao final do evento.)

A frase inicial estaria corretamente escrita da seguinte maneira:

Costumam se fazer bons negócios nesta feira.

Pegadinha 15

Não exceda da dosagem alcoólica permitida.

O verbo exceder não admite preposição. Outros exemplos:

O motorista foi multado porque excedeu os limites de peso de carga de seu caminhão.
(Errado: O motorista foi multado porque excedeu dos limites de peso de carga de seu caminhão.)

Lotação: 42 passageiros. Não exceda este limite. (Errado: Lotação: 42 passageiros. Não exceda deste limite.)

O certo seria escrever a frase original do seguinte modo:

Não exceda a dosagem alcoólica permitida.

Pegadinha 16

Não estacione! Sujeito a guincho.

Nada pode estar sujeito a um objeto que, neste caso, é o guincho, mas sim a uma ação, que seria a de guinchamento. Em outras hipóteses, os que transgridem a lei penal estão sujeitos a prisão, mas não a preso; se a transgressão for grave, podem até estar sujeitos a banimento, mas não a banido; como também, uma latinha de cerveja, no freezer, está sujeita a congelamento, mas não a gelo.

A frase inicial, corretamente grafada, ficaria assim:

Não estacione! Sujeito a guinchamento.

Pegadinha 17

Não fiz o dever de matemática.

Para muitas pessoas, há uma confusão muito grande, envolvendo os significados das palavras dever e deveres. Inicialmente, determinemos suas semânticas, conforme os bons dicionários:

dever: obrigação;

deveres: tarefas (sempre no plural).

O exemplo seguinte economiza muita explicação e esclarece a questão:

O dever de cada estudante é fazer seus deveres escolares.

Talvez, esta regrinha ajude a estabelecer com mais clareza a distinção:
deveres (tarefas) se fazem;
dever (obrigação) se cumpre.

Outros exemplos:
Ele cumpriu o dever de pai.
O dever de todo militar é servir o seu país.
Deixei de fazer os deveres de geografia.
Ela não dá conta de realizar os deveres domésticos. Precisa de uma empregada.

A frase original, corrigida, fica assim:

Não fiz os deveres de matemática.

Pegadinha 18

Pare de atazanar os outros!

Eis uma pérola da linguagem popular. Se formos a um dicionário e chegarmos à excrescência atazanar, teremos como significado a remissão ao vocábulo atenazar, que significa torturar, aborrecer, irritar, apertar com tenaz. Atazanar é uma palavra sem origem, é uma anomalia resultante da pronúncia atrapalhada de atenazar. Fica-se, portanto, com esta grafia, que é a correta.

A frase original deve ser reescrita, assim:

Pare de atenazar os outros.

Pegadinha 19

O comandante nos disse que ficássemos alertas.

Aqui está uma dica de português para vestibular e concurso, a qual tem gerado muita controvérsia. A palavra alerta pertence à classe dos advérbios e, como tais, é invariável. Não se flexiona para indicar gênero (Ele está alerta.), como também para indicar número (Permaneço alerta. Permanecemos alerta. Eles permanecem alerta.). Só se admite variação, quando substantivada, isto é, quando a palavra estiver acompanhada de artigo (Esqueci os alertas do comandante.).

Então, depois da correção da frase inicial, fica assim:

O comandante nos disse que ficássemos alerta.

Fonte:
126 Pegadinhas em Língua Portuguesa. www.softwareebookecia.com.