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quinta-feira, 17 de maio de 2012

Antonio Manoel Abreu Sardenberg (Entre Poetas)


Caríssimos amigos e queridas amigas.

Hoje estamos apresentando mais um projeto do site www.sardenbergpoesias.com.br.

O objetivo desse projeto é divulgar poesias de amigos que possuem trabalhos no nosso site bem como de novos poetas que vamos conhecendo durante nossa caminhada.

Hoje temos conosco os seguintes poetas:

Antonio Manoel Abreu Sardenberg
Yeda Araújo Pereira
Zz Couto
Amilton Maciel Monteiro
Ciducha
Roberto P. Acruche.
Sandra Lúcia Ceccon Perazzo
Maria Nogueira Martinelli
Marise Ribeiro
Edla Feitosa Costa

Espero que gostem e nos ajudem a repassar esse projeto que é de todos nós.

Um abraço terno e amigo.
Antonio Manoel Abreu Sardenberg

Encruzilhada
ANTONIO MANOEL ABREU SARDENBERG
São Fidélis "Cidade Poema"


Na encruzilhada da vida,
A dúvida bate tão forte
Que a gente perde o norte,
A reta, a rota, o rumo...
Perde o equilíbrio, o prumo,
O tino, o jeito, o porte.
Perde o fio da meada
E, para achar a estrada,
É preciso muita sorte.
=========
A razão com seu jeitinho
Fala pra gente baixinho
Qual o caminho mais certo,
Qual o atalho mais perto,
Onde fica o paraíso!
Aí vem o coração
Cheio de sonho e paixão
A discordar do juízo...
============
A incerteza aparece.
Nosso peito então padece,
Sem saber a quem ouvir.
E pra gente se encontrar,
Aonde devemos ir?
==============
Vamos partir para o norte,
O leste, o centro, o oeste
Ou esperar que, na noite,
Naquele céu todo azul
Brote o cruzeiro do sul
Nos apontando ao certo
O nosso porto seguro
E nos tirar do apuro,
Nos resgatar do deserto
===============
E com a lição aprender
Que, em toda encruzilhada,
Há uma direção errada,
E outra que é a certa,
Que nos conduz a chegada!

Quem Sou
YEDA ARAUJO PEREIRA


Em meio à multidão um exemplar apenas,
perdida entre olhares dispersos e distantes...

Mas sou única... Isto sim...
Eis o fato relevante!

Sou inédita a cada novo dia,
a cada instante... Assim como Você!

Minha história é única também...
Intransferível...

Ninguém mais viveu mesmo destino...
Ninguém mais trilhou idênticos caminhos...

Nenhum amor igual aconteceu por aí...
Nenhuma saudade teve a mesma dor...

Outro passado não tem iguais lembranças...
Outro futuro não será da mesma cor...

Minhas alegrias tão minhas!
Minhas tristezas também!

Até mesmo minhas crenças são originais,
ainda que meu Deus seja o mesmo pra Você!

Em meio à multidão, entre olhares dispersos e distantes,
sonho algum será igual ao sonho meu!

Quero Você
ZZ COUTO


Na incerteza do tempo,
viver mesmo que seja,
um curto momento,
sem juramento,
nem testamento,
em torno de ansiedades
e sem saudades...
Quero ficar com você!

Fazer da vida uma alegria,
um pacto de amor profundo
em busca de meus sonhos,
rumo ao não sei onde,
num vai e vem que não tem fim...
Só para ficar com você!

Quero sentir bem fundo,
num sorriso... num olhar...
Num beijo jogado no ar,
numa procura incessante
sem deixar de te pertencer...
Apenas quero você!

Abriguei-me nas
lembranças do vivido,
crendo haver te esquecido...
E mais e mais perto ficando,
eu de ti... pobre de mim...
Se a vida não é minha,
como querer você?

Parte de Nós
AMILTON MACIEL MONTEIRO/SP


Criar poema é qual plasmar um filho;
lhe damos todo o amor que houver na gente,
mas, depois que soltamos seu anilho,
quem toma conta dele... é o Onipotente.

Também, quando criamos sonetilho,
queremos que ele seja convincente,
correto, puro e tenha certo brilho;
... nem sempre ocorre isso, infelizmente.

Mas não importa. O que conta é só amá-lo!
Quer fique lindo, ou mesmo um pouco feio,
de porte soberano, ou de vassalo;

Pois é parte de nós, porção de amor,
que quisemos doar ao nosso meio,
por vocação do próprio Criador!

Divagando...
CIDUCHA


No tempo
no ontem
no passado...
- O que restou?
Apenas imagens amareladas
semi apagadas
velhos retratos,
e uma saudade
sem fim!

Queria que acontecesse alguma coisa,
que algo absorvesse meus pensamentos,
queria dominar as horas,
não cultivar mais demoras,
acima de tudo, queria libertar-me
das piores recordações do passado.
Mas minhas melhores recordações
são de um tempo
em que o sol brilhava
diuturnamente ...

Recordo-me dos amores
e recordo-me de um deles em especial ..
que fez especial a minha vida,
meus melhores momentos...

Mas tudo se transforma em esquecimento!
Até mesmo as lembranças...
vão fraquejando lentamente,
tornando-se transparentes...
diferentes...
até que não as reconheço mais.
E então fico mais só ainda!
Mais só...
só...
só...

Brumas da Velhice
ROBERTO P. ACRUCHE.


Os anos passam correndo,
e eu acumulando idade,
os cabelos brancos aparecendo,
desfigurando a face da mocidade.
Minha alma insiste, remoça!...
Resiste o tempo e não envelhece.
A dor chega, o corpo padece...
-Deveras!

É só saudade das primaveras,
que precederam a de agora...
E nesta hora:
Inédito encanto
livra-me do pranto
renovando-me a esperança
com um riso de moço.

Entretanto:
A idade avança,
atinge a minha alma
que cansa
depois de tanto esforço...
Fazendo-me sentir as brumas da velhice!

Partida e Chegada
SANDRA LÚCIA CECCON PERAZZO


Pousou serena sobre a flor
Brincou com o vento
Partiu invisível
Deixou sua sombra
Que ficou amando a luz da flor
Chegou brilhante
No mundo fantástico das borboletas...

Fim do amor
MARIA NOGUEIRA MARTINELLI
(Sapeka)


Palavras amargas, ecoando a solidão,
despertando velhos fantasmas há tanto tempo esquecidos,
abrindo antigas feridas, escondidas no canto escuro do coração.

Velhas lembranças... a lágrima ainda é a mesma,
ardendo lentamente, corroendo aos poucos os resquícios da ilusão,
como se assim pudesse lavar qualquer vestígio do amor.

A tristeza também é a mesma companheira que já seguiu junto,
conhece bem o longo caminho, insiste até virar uma lembrança
adormecida, a espera de um outro final de amor.

Os sonhos são esquecidos, esses são os primeiros que partem,
deixando apenas a vaga sensação de que um dia existiram,
não deixam promessas de retorno,... apenas abandono.

É o retrato do amor que se esvai em pinceladas de dor,
em cada palavra dita e repetida em ecos de amarguras,
relembradas em todos os momentos de solidão.

Disfarce
MARISE RIBEIRO


Passo a mão na face,
camuflo o riso da derrota,
riso nervoso, impreciso, sem siso...
Desvio o olhar para o lado,
olhar desnivelado, distraído, traído...
Mascaro a dor, deixo-a incolor,
desmaio no disfarce o temor...
Ergo a fronte como se fosse um monte
apontando ao norte...
... e só assim encaro a morte.

A Palavra
EDLA FEITOSA COSTA


A palavra permanece presa
No cárcere do pensamento
A boca cala
A mão só afaga.

Um dia a palavra cresce,
Transcende, extrapola, escapa.
A boca fala
Então a mão escreve.

A palavra, agora,
Que já foi pensada,
Depois falada
Se transforma em palavra escrita.

Fonte:
Colaboração de A. M. A. Sardenberg