domingo, 31 de outubro de 2010

Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n.35)


Trova do Dia

Vejo em frente, ali na praça,
só lixo, trapos e panos;
e, para a minha desgraça,
no meio – seres humanos!
SELMA PATTI SPINELLI/SP

Trova Potiguar

Oi, querida, está na hora
de um "papo" sobre nós dois,
que é melhor brigar agora
do que separar depois.
TARCÍSIO FERNANDES/RN

Uma Trova Premiada

1988 > Inter Sedes/RJ
Tema > REI > 3º Lugar.

Paguei tanto pelo engano,
pelo mito que eu criei,
pois foste apenas tirano
e eu te escolhi por meu rei.
THEREZA COSTA VAL/MG

Uma Poesia livre

Humberto Del Maestro/ES
PRELÚDIOS

O poeta é flor.
Vive o momento exclusivo do beijo e do gozo,
a melodia da luz e o mel do desejo.
Depois, descansa sobre as asas do sonho
e acorda em brumas e perfumes
no regaço infinito das estrelas.

Uma Trova de Ademar

Para alcançar a pujança,
basta-me ter, sem fadigas,
a força e a perseverança
do trabalho das formigas!...
ADEMAR MACEDO/RN

...E Suas Trovas Ficaram

Bondade que tem desvãos
não salva. Nunca salvou.
Pilatos, lavando as mãos,
Bem mais sujas as tornou.
MARILITA POZZOLI/SP

Estrofe do Dia

Viajei os sete mares
E todos os continentes,
Compus mais de mil repentes,
Mandei todos pelos ares,
Tentei outro malabares
E cantei em desatino,
Mas me sinto pequenino
Se não estou ao teu lado,
Vejo o meu peito laçado
No mourão do teu destino.
PETRONILO FILHO/PR

Soneto do Dia

Maria Nascimento S. Carvalho/RJ
NUNCA MAIS

Não sei de onde é que vem tanta ansiedade
e essa angústia que me comprime o peito,
torturando, porque, na realidade,
nem de pensar em ti, tenho o direito.

E, como todo o ser mais que imperfeito,
que não doma os caprichos da vontade,
eu luto, mas sequer encontro um jeito
de me livrar das garras da saudade...

Bem sei que não entrei na tua vida,
e, mesmo tendo sido preterida,
meu amor floresceu, criou raiz...

Mas fui punida com severidade,
porque deixaste em mim tanta saudade
que nunca mais eu pude ser feliz!

Fonte:
Ademar Macedo

56a. Feira do Livro de Porto Alegre (Programação do Dia = Domingo: 31 de outubro)

(a programação do dia será postada diariamente na parte da manhã)
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Hora: 11:00
Título do evento: Orquestra Jovem do Sesi
Local: Teatro Sancho Pança - Cais do Porto - Infantil e Juvenil

Hora: 14:00
Título do evento: O mistério da mesa arranhada
Local: Arena das Histórias - Cais do Porto - Infantil e Juvenil
Participantes: Andréa Ilha, Sylvia Roesch Contação da história com Andréa Ilha e bate-papo com a autora do livro, Sylvia Roesch Obra: Ó mistério da mesa arranhada

Hora: 14:00
Título do evento: A Grande Revolução - Agapasm reflexiona na Feira do Livro
Local: Casa do Pensamento - Cais do Porto - Infantil e Juvenil
Participantes: Sõnia Zanchetta Abertura com Sõnia Zanchetta

Hora: 14:00
Título do evento: Sessão de Autógrafos
Local: Largo da Escrita - Cais do Porto - Infantil e Juvenil
Sessão de Autógrafos - Projeto Aluno Escritor - Secretaria Municipal de Cultura de Alvorada

Hora: 14:10
Título do evento: A Grande Revolução - Agapasm reflexiona na Feira do Livro
Local: Casa do Pensamento - Cais do Porto - Infantil e Juvenil
Participantes: Ana Maria Machado da Costa Emprego e a pessoa com deficiência, palestra de Ana Maria Machado da Costa

Hora: 14:30
Título do evento: Tenda.doc
Local: Tenda de Pasárgada - Praça da Alfândega - Área Geral
Horário especial de exibição de documentários ligados ao mundo das letras

Hora: 14:40
Título do evento: A Grande Revolução - Agapasm reflexiona na Feira do Livro
Local: Casa do Pensamento - Cais do Porto - Infantil e Juvenil
Participantes: Elisete Oliveira Santos Baruel Educação, palestra com Eliste Oliveira Santos Baruel

Hora: 15:00
Local: Arena das Histórias - Cais do Porto - Sessões de Autógrafos
Participantes: Sylvia Roesch
Obra: Mistério da Mesa Arranhada Editora: Editora da Autora

Hora: 15:00
Obra: Lilica, o Rabugento e o Leão Banguela
Editora: Desatino
Local: Deck dos Autógrafos - Cais do Porto - Sessões de Autógrafos
Participantes: Felipe Greco

Hora: 15:00
Título do evento: Fazenda do Tchezito
Local: Ducha das Letras - Cais do Porto - Infantil e Juvenil
Participantes: Wison Tubino, Paulo Ferrari Bate-papo com Wison Tubino e Paulo Ferrari, autor e ilustrador do livro
Obra: Fazenda do Tchezito
Editora: Fábrica de Leitura

Hora: 15:00
Título do evento: Filhote de Cruz Credo
Local: Teatro Sancho Pança - Cais do Porto - Infantil e Juvenil
Direção: Bob Bahlis

Hora: 15:20
Título do evento: A Grande Revolução - Agapasm reflexiona na Feira
Local: Casa do Pensamento - Cais do Porto - Infantil e Juvenil
Participantes: Juliana Carvalho Sexualidade e a pessoa com deficiência, palestra de Juliana Carvalho

Hora: 15:30
Obra: Visões Críticas do Direito Contemporâneo
Editora: Palmarica e IMED
Local: Praça de Autógrafos - Praça da Alfândega - Sessões de Autógrafos
Participantes: Mauro Gaglietti, Claudia Tais Siqueira Cagliari

Hora: 15:30
Obra: Antologia Poética
Editora: VCS
Local: Praça de Autógrafos - Praça da Alfândega - Sessões de Autógrafos
Participantes: Oliveira Silveira

Hora: 15:30
Título do evento: Luna e a mala de histórias
Local: Arena das Histórias - Cais do Porto - Infantil e Juvenil
Contação de história com Danielle Fritzen

Hora: 15:50
Título do evento: A Grande Revolução - Agapasm reflexiona na Feira
Local: Casa do Pensamento - Cais do Porto - Infantil e Juvenil
Participantes: Luciano Bellini Saúde Ocular, palestra com Luciano P. Bellini

Hora: 16:00
Obra: Meu herói da PAZ
Editora: Panorama
Local: Arena das Histórias - Cais do Porto - Sessões de Autógrafos
Participantes: Danielle Fritzen

Hora: 16:00
Obra: Fazenda do Tchezito
Editora: Fábrica de Leitura
Local: Deck dos Autógrafos - Cais do Porto - Sessões de Autógrafos
Participantes: Paulo Roberto Ferrari, Wilson Tubino

Hora: 16:00
Local: Memorial do RS - Térreo - Sessões de Autógrafos
Participantes: Karla Saraiva (org.), Iolanda Montano dos Santos (org.)
Obra: Educação contemporânea & artes de governar
Editora: Editora da Ulbra

Hora: 16:00
Título do evento: Cultura, guerra e terror
Local: Sala dos Jacarandás - Memorial do RS - Área Geral
Participantes: Luiz Antônio Araújo, Sergio Tutikian, Jurandir Malerba Um debate sobre o Ocidente e Oriente, cultura e religião, guerra e terrorismo

Hora: 16:00
Título do evento: Contação: A mulher vestida de histórias
Local: Tenda de Pasárgada - Praça da Alfândega - Área Geral
Participantes: Luciane Panisson Ela veste uma saia imensa, cheia de memórias. Se ela convidá-lo a retirar um papelzinho de um dos seus bolsos, prepare-se: você vai viajar para algum lugar... Histórias baseadas na obra de Eduardo Galeano

Hora: 16:00
Título do evento: A água e o planeta
Local: Estande da Refap (Pórtico Central do Cais do Porto) - Infantil e Juvenil
Demonstração, em maquete de residência urbana, sobre a utilização racional de recursos hídricos Atividade para público infantil Promoção: Refap - patrocinador especial da Área Infantil e Juvenil da Feira

Hora: 16:20
Título do evento: A Grande Revolução - Agapasm reflexiona na Feira
Local: Casa do Pensamento - Cais do Porto - Infantil e Juvenil
Participantes: Rodrigo Rosso Espaço Reação, Revista Nacional de Reabilitação - Palestra com Rodrigo Rosso

Hora: 16:30
Obra: Os seios de Joana
Editora: Insular
Local: Praça de Autógrafos - Praça da Alfândega - Sessões de Autógrafos
Participantes: Jayme Camargo Piva

Hora: 16:30
Obra: Poemas de bolso para a vida inteira
Editora: Independente
Local: Praça de Autógrafos - Praça da Alfândega - Sessões de Autógrafos
Participantes: Paulo Henrique Francisco Franco
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Hora: 16:30
Título do evento: Oficina "Con(ta)to com livros"
Local: Sala de Pesquisa - CCCEV - Área Geral
Participantes: Cláudia Zanatta, Camila Machado, Vânia Cristina Godoy, Cláudia Flores Produção de livros em cerâmica a partir da leitura e interpretação do conto O jornal e suas metamorfoses,de Julio Cortázar. Módulo 2/3

Hora: 16:30
Título do evento: In Extremis
Local: Sala O Retrato - CCCEV - Área Geral
Participantes: Jerônimo Jardim, Luiz Coronel Comentários de Luiz Coronel e Jerônimo Jardim sobre a novela In Extremis

Hora: 17:00
Local: Deck dos Autógrafos - Cais do Porto - Sessões de Autógrafos
Participantes: Maria Julia Souza Rucinski
Obra: Cinderela Moderninha
Editora: Grafine

Hora: 17:00
Obra: A Grande Revolução
Editora: Independente
Local: Casa do Pensamento - Cais do Porto - Sessões de Autógrafos
Participantes: Alex Garcia

Hora: 17:00
Obra: Concurso Literário da CORAG - Tecendo palavras, contruindo ideias
Editora: CORAG
Local: Largo da Escrita - Cais do Porto - Sessões de Autógrafos
Participantes: Keila Sannt'Anna da Silva (org.), Marcos Evangelista de Carvalho (org.)

Hora: 17:00
Título do evento: Sessão de Autógrafos
Local: Largo da Escrita - Cais do Porto - Infantil e Juvenil
Projeto Tecendo Palavras, Construindo Ideias - Instituto de Educação Paula Gama - Porto Alegre - Apoio Corag
Editora: Corag

Hora: 17:00
Título do evento: Jogos de inventar, cantar e dançar
Local: Teatro Sancho Pança - Cais do Porto - Infantil e Juvenil
Participantes: Grupo Bando de Brincantes Musical infantil com o grupo Bando de Brincantes

Hora: 17:00
Título do evento: O rapto da princesa
Local: QG dos Pitocos - Cais do Porto - Infantil e Juvenil
Participantes: Cia Crakety Teatro de bonecos com a Cia. Crakety

Hora: 17:30
Obra: A Raiz da Esperança
Editora: AGE
Local: Praça de Autógrafos - Praça da Alfândega - Sessões de Autógrafos
Participantes: Franklin Cunha

Hora: 17:30
Obra: Memórias Vivas de Leo Petersen Fett
Editora: Suliani Letra&Vida
Local: Praça de Autógrafos - Praça da Alfândega - Sessões de Autógrafos
Participantes: Leo Petersen Fett

Hora: 17:30
Obra: Roda da vida como caminho para a lucidez
Editora: Peirópolis
Local: Praça de Autógrafos - Praça da Alfândega - Sessões de Autógrafos
Participantes: Lama Padma Samtem

Hora: 18:00
Obra: Bando de Brincantes em Jogos de Inventar, cantar e dançar
Editora: Libretos
Local: Teatro Sancho Pança - Cais do Porto - Sessões de Autógrafos
Participantes: Viviane Juguero, Monika Papescu

Hora: 18:00
Obra: Câncer: vidas Ressignificadas
Editora: Editora Alcance
Local: Memorial do RS - Térreo - Sessões de Autógrafos
Participantes: Carla Mannino (org.), Sandra Rodrigues (org.), Shayara N. Torres

Hora: 18:00
Título do evento: Padaria Espiritual: Adoniran, letra ou crônica? - Cardápio: Marô Barbieri e Adão Pinheiro
Local: Tenda de Pasárgada - Praça da Alfândega - Área Geral

Em homenagem à original Padaria Espiritual - movimento intelectual brasileiro (Ceará, 1892/1898) - conclamamos escritores, leitores e afins a alimentar com pão de espírito os sócios e os povos em geral, em programações que tem o livro e a leitura como mote central

Hora: 18:00
Título do evento: Cultura gaúcha em movimento
Local: Sala dos Jacarandás - Memorial do RS - Área Geral
Participantes: Paixão Côrtes, Alcy Cheuiche, Ivo Benfatto, Luís Augusto Fischer Em pauta, a cultura do Rio Grande do Sul

Hora: 18:00
Título do evento: Concerto com Jue Wang
Local: Santander Cultural - Área Geral

Hora: 18:30
Obra: Outras Vidas
Editora: VCS
Local: Praça de Autógrafos - Praça da Alfândega - Sessões de Autógrafos
Participantes: Vladimir Santos

Hora: 18:30
Obra: In Extremis - Na alça de mira
Editora: Editora Alcance
Local: Praça de Autógrafos - Praça da Alfândega - Sessões de Autógrafos
Participantes: Jerônimo Jardim

Hora: 18:30
Título do evento: Como se perder em Barcelona e encontrar os melhores locais?
Local: Sala O Retrato - CCCEV - Área Geral
Participantes: Marcos Eizerik Debate com o autor do livro

Hora: 18:30
Título do evento: Oficina "Tradução Literária: um mal necessário"
Local: Biblioteca - CCCEV - Área Geral
Participantes: Ernani Ssó Como dizia Borges, os livros intraduzíveis não tem importância. Módulo 2/3

Hora: 18:30
Título do evento: O óbvio que ignoramos: quando o senso comum não é prática comum
Local: Sala Oeste - Santander Cultural - Área Geral
Participantes: Jacob Pétry Como identificar e capitalizar nossos pontos fortes e mudar a nossa vida

Hora: 19:00
Título do evento: Sarau Elétrico
Local: Teatro Sancho Pança - Cais do Porto - Infantil e Juvenil
Participantes: Kátia Suman , Cláudio Moreno, Cláudia Tajes , Luis Augusto Fischer Sarau com Katia Suman, Cláudio Moreno, Luiz Augusto Fischer e Cláudia Tajes

Hora: 19:00
Título do evento: Eu, aos pedaços - Bate papo sobre obras de Carlos Heitor Cony
Local: Auditório Barbosa Lessa - CCCEV - Área geral
Sérgius Gonzaga faz leituras das crônicas de Carlos Heitor Cony e comenta a obra do autor. Logo após, apresentação de um documentário realizado pela TV Cultura sobre Cony.

Hora: 19:00
Título do evento: Ciclo Fahrenheit 451: Tatata Pimentel é o gênero Ficção Científica
Local: Sala Leste - Santander Cultural - Área Geral
Participantes: Tatata Pimentel Inspirado em Fahrenheit 451, do mestre da ficção científica Ray Bradbury, o ciclo lembra a história em que, num futuro totalitário, os livros seriam proibidos e queimados. Graças a uma comunidade de homens-livros, publicações são decoradas e retransmitidas.

Hora: 19:00
Título do evento: Cine Santander Cultural
Local: Cine Santander Cultural - Área Geral
Grandes Clássicos da Ficção Científica: Alien, de Ridley Scott

Hora: 19:30
Obra: Trovas e Canções
Editora: Independente
Local: Praça de Autógrafos - Praça da Alfândega - Sessões de Autógrafos
Participantes: Romeu Andreazza

Hora: 20:30
Obra: Vamos caçar um corrupto
Editora: Cidadela
Local: Praça de Autógrafos - Praça da Alfândega - Sessões de Autógrafos
Participantes: João Ricardo Cordenusi

Hora: 20:30
Obra: Barcelona: Um Ano com 365 Dias
Editora: AGE
Local: Praça de Autógrafos - Praça da Alfândega - Sessões de Autógrafos
Participantes: Marcos Eizerik

Hora: 20:30
Título do evento: Cordão da Saideira: Signos
Local: Tenda de Pasárgada - Praça da Alfândega - Área Geral
Poemas de Sergio Napp recebem música e são apresentados na voz de Luciah Helena e do pianista Luiz Mauro Filho

Fonte:
http://www.feiradolivro-poa.com.br/feira.php

56a. Feira do Livro de Porto Alegre


No centro da Praça da Alfândega, desde 1933, existe um monumento ao General Osório. Este monumento traz a seguinte declaração: "a data mais feliz da minha vida seria aquela em que me dessem a notícia de que os povos civilizados festejavam a sua confraternização queimando seus arsenais". Todo ano, a cada Feira do Livro, Porto Alegre dá um exemplo de confraternização: pessoas de todos os cantos tomam conta da Praça. General Osório, assim, fica muito bem acompanhado. Os arsenais do mundo ainda não foram queimados, mas a Feira é uma prova de da confraternização dos povos civilizados." -Celsto Chittolina, Feira 50 Anos Impresul

A Feira do Livro de Porto Alegre é uma das mais antigas do País. Sua primeira edição ocorreu em 1955 e seu idealizador foi o jornalista Say Marques, diretor-secretário do Diário de Notícias. Inspirado por uma feira que visitara na Cinelândia no Rio de Janeiro, Marques convenceu livreiros e editores da cidade a participarem do evento.

O objetivo era popularizar o livro, movimentando o mercado e oferecendo descontos atrativos. Na época, as livrarias eram consideradas elitistas. Por esse motivo, o lema dos fundadores da primeira Feira do Livro foi: Se o povo não vem à livraria, vamos levar a livraria ao povo.

A Praça da Alfândega era um local muito movimentado na Porto Alegre dos anos 50 e de 400 mil habitantes. E, no dia 16 de novembro de 1955, era inaugurada a 1ª Feira do Livro, com 14 barracas de madeira instaladas em torno do monumento ao General Osório.

Na segunda edição do evento, iniciaram as sessões de autógrafos. Na terceira, passaram a ser vendidas coleções pelo sistema de crediário. Nos anos 70, a Feira assumiu o status de evento popular, com o início da programação cultural. A partir de 1980, foi admitida a venda de livros usados.

Foi nos anos 90 que a Feira ampliou-se, obrigando aos seus visitantes algumas voltas a mais, com um número maior de barracas e usos de novos espaços, incorporando a suas atividades encontros com autores, além dos tradicionais autógrafos. Em 94, algumas alamedas ganham coberturas, pois é histórica a relação da Feira com a chuva. No ano seguinte, 95, passa por uma processo de profissionalização, buscando o apoio decisivo das Leis de incentivo à Cultura e, também, criando um espaço para os novos leitores, crianças, jovens e adultos em fase de alfabetização. A Feira acoompanha a transformação e internacionalização da cidade de Porto Alegre, que passa a receber grandes festivais e exposições (como o Porto Alegre em Cena e a Bienal do Mercosul).

No inicio dos anos 2000, a partir de conquistas na área do patrimônio e criação de novos centros culturais no entorno da Praça da Alfêndega (como o Santander Cultural, o Centro Cultural CEEE Erico Verissimo, além dos já existentes Margs e Memorial do RS), a programação cultural da Feira do Livro cresce em número de autores participantes e público visitante.

Patronos

A Feira do Livro de Porto Alegre adotou a tradição de eleger um patrono na 11ª edição, escolhendo o jornalista, político e escritor Alcides Maya. Os patronos eram eleitos entre escritores e livreiros significativos para o mercado editorial gaúcho e já falecidos. Entre os anos de 1965 e 1983, foram homenageados 13 escritores gaúchos, um jornalista, três livreiros e dois escritores estrangeiros.

Em 1984, a 30ª edição inicia uma nova fase. O patrono Maurício Rosenblatt, um dos fundadores e grande incentivador da Feira, é o primeiro homenageado em vida. A partir desse ano, os patronos passaram a ser escritores gaúchos ou radicados no Estado em atividade.

Na 40ª edição, a Câmara do Livro fez uma homenagem a outros fundadores do evento. Foram escolhidos como patronos Nelson Boeck, Edgardo Xavier, Mário de Almeida e Sétimo Luizelli.

Estados e países

A partir de 1997, a Feira do Livro homenageia um estado do Brasil e um país do mundo por edição.

Fonte:
http://www.feiradolivro-poa.com.br/feira.php

sábado, 30 de outubro de 2010

Trova 183 - Dinair Leite, de Paranavaí Saúda Campo Largo

Antonio Manoel Abreu Sardenberg (Projeto 4 em 1) numero 3


Antonio Manoel Abreu Sardenberg (São Fidélis)
ALUCINAÇÃO

Tentei em vão suavizar a vida,
Tornar mais leve o fardo tão pesado,
Fazer da volta o ponto de partida,
Buscar na ida o amor tão cobiçado!

Eu quis fazer da pauta a partitura
De um canto leve, doce e tão suave,
Cantar a vida com toda a ternura,
Voar em sonhos como uma ave!

Eu quis da luz o raio de esperança
Mas, por castigo, só me veio a treva.
Não me atrevo e guardo na lembrança
O que a serpente aprontou pra Eva...

E desse jeito fico aqui quietinho,
No meu cantinho, bem acompanhado,
Pois não será por falta de carinho
Que comerei a fruta do pecado!

Antônio Roberto Fernandes (São Fidélis)
LADAINHA

Olhai pra mim, mulher da minha vida!
Senhora dos meus sonhos, me escutai!
Minh' alma já não sabe aonde vai,
neste vale de lágrimas perdida.

Com a luz de vossos olhos me mostrai
um caminho, uma chance, uma saída,
Senhora finalmente aparecida,
meus negros horizontes clareai.

Não tenho vocação para o martírio,
perdão se é heresia o meu delírio
mas nestes lábios que têm fogo e mel.

Arrebatai-me agora, ao gozo eterno
para que eu - que já conheço o inferno -
possa, convosco, conhecer o céu!....

Guilherme de Almeida (São Paulo)
NÓS

Quando as folhas caírem nos caminhos,
ao sentimentalismo do sol poente,
nós dois iremos vagarosamente,
de braços dados, como dois velhinhos...

E que dirá de nós toda essa gente,
quando passarmos mudos e juntinhos?
---" Como se amaram esses coitadinhos!
Como ela vai, como ele vai contente!"

E por onde eu passar e tu passares,
hão de seguir-nos todos os olhares
e debruçar-se as flores nos barrancos...

E por nós, na tristeza do sol posto,
hão de falar as rugas do meu rosto...
Hão de falar os teus cabelos brancos...

TROVAS

Saltando apenas num pé,
negrinho, maroto e arteiro,
o saci, nada mais é,
que o capeta brasileiro...
CAROLINA RAMOS/SP

Que falta me faz, Senhor,
um anjo de intenso brilho...
que foi exemplo de amor
e me chamava de filho!
JOÃO FREIRE FILHO/RJ

Sentimos tanta alegria
quando estamos abraçados,
que, para nós, qualquer dia
é Dia dos Namorados!
DIVENEI BOSELI/SP

Vou definir a saudade
em claro e bom português:
- A Saudade é uma vontade
de viver tudo outra vez!
ANA CECÍLIA FERRI SOARES/SP

Fonte:
Antonio Manoel Abreu Sardenberg

Dinair Leite (Saudação à Nova Delegacia de Campo Largo)


Campo Largo com amor
a Trova oferta morada...
Parabéns de um trovador
a Miguel Angel Almada!

Em Campo Largo surgiu
a rosa vermelha em flor!
Majestosa ela se abriu
perfumando o trovador!

A rosa alegre e formosa
faz em Campo Largo altares,
para sua egrégia rosa
desabrochar seus cantares!

Bem-vindo! Um cortês abraço
a Miguel Angel Almada!
Campo Largo cede espaço
e a Trova segue a jornada.

Fontes:
Dinair Leite
Imagem da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Piedade, foto de J. R. Martins

Roberto Pinheiro Acruche (Tempestade)


Você chegou a minha vida
tal qual uma tempestade...
Foi uma grande ventania
que me arrostou,
arrasando tudo que podia.
Abalou meu coração,
desfez meu compromisso
e além disso
arrancou de mim a razão.
Você passou por mim
com a pressa e a velocidade de um tufão!
Derrocou a minha vida,
modificou o meu rumo
levando-me a inflexível adversidade...
Deixando-me o martírio do infortúnio,
a solidão, naufragando no mar da saudade.

Fonte:
O Autor

Roberto Pinheiro Acruche (Lançamento de Trovas & Poemas n.21 – Novembro de 2010)


Faça o download AQUI.

Pra falar sozinho, a esmo,
o louco quis inovar,
telefonando a si mesmo
do orelhão pro celular!...
Sérgio Bernardo-RJ

Meu coração, tem cuidado...
embora ilusões recolhas,
és como o arbusto cansado
que se despede das folhas...
Carolina Ramos – Santos-SP

Quem só vive de aparência
maquilando o que é real,
é vidro na sua essência...
bem longe de ser cristal.
Francisco José Pessoa-CE

As pessoas nunca morrem,
simplesmente elas encantam...
vivem sempre e nos socorrem

com as obras que aqui plantam!
Nei Garcez-PR

Para mim era uma ofensa
se acaso erguias a voz,
mas foi tua indiferença
que ergueu um muro entre nós.
Tereza Costa Val – MG

A moça perdeu o rumo
quando o namoro esquentou...
E atrás da moita de fumo
quase que a cobra fumou...
Maria Nasc. Santos Carvalho-RJ

Com dose medicinal
e um equilíbrio perfeito,
não há carinho anormal
e nenhum homem sem jeito!
Marilene Bueno– RS

Estas trovas, e muito outras, além de poemas, você pode fazer o download aqui do impresso Trovas e Poemas n.21, de Roberto Pinheiro Acruche.

Fonte:
R. P. Acruche

Antonio Brás Constante (Até o Fim pelas Chamas)

Fotografia: Marcelo Barroso
Natanael era o poderia se chamar de pessoa obstinada. Quando resolvia que faria algo, nada nem ninguém conseguiam fazê-lo mudar de idéia. Ele tinha duas metas naquela tarde, uma delas era entrar no prédio mais alto da cidade, com seus vinte e oito andares.

Foi com grande surpresa que ao chegar próximo ao local onde se localizava o prédio, percebeu a grande movimentação de pessoas que corriam e gritavam. Soubera ali que o edifício estava em chamas. Qualquer outra pessoa teria mudado os planos, mas não Natanael, que seguiu em frente disposto a tudo para cumprir seus objetivos.

Em meio a todo aquele tumulto não foi difícil se aproximar do edifício, passar pelos guardas e começar a subir pelas escadarias. A fumaça era densa e sufocante. Gritos de desespero ecoavam de todos os lados. Um verdadeiro inferno em terra. Já nos primeiros andares orientou algumas pessoas sobre os locais de saída ajudando-as a descer até o primeiro andar.

Voltou a subir. Ao chegar ao oitavo andar ouviu um pedido de socorro. Duas crianças estavam presas no meio do fogo. Natanael pulou através das chamas, queimando-se um pouco, agarrou os dois pequenos no colo, cobriu-os com um pano molhado, improvisado de uma cortina, e voltou a atravessar o fogo.

O calor queimando-lhe a carne. A fumaça entorpecendo seus sentidos e ferindo seus pulmões. Conseguiu atravessar o corredor de labaredas e voltar às escadas, descendo com as crianças até o terceiro andar, e ao perceber a aproximação dos bombeiros largou-as ali e continuou a sua jornada para cima.

Estava chegando ao décimo nono andar quando escutou um barulho estranho vindo dali. Os andares de baixo já estavam tomados pelas chamas, que subiam em sua direção, cada vez mais rápido. Andou pelos corredores escuros, até identificar a origem do barulho. Era um apartamento com dois gatos que miavam apavorados. Junto a eles uma senhora encontrava-se desmaiada, caída próxima a cama.

Voltando ao corredor, viu uma mangueira de incêndio. Amarrou-a na velha senhora, junto com seus gatos presos em um lençol. Começou a descê-los lentamente, por uma das paredes sobre a qual o fogo ainda não estava aparecendo.

Os policiais e bombeiros esticaram uma escada e conseguiram resgatar a mulher e seus bichanos. Mas não viram mais o rapaz na janela. A escada não subia até o andar onde ele se encontrava. Mas afinal quem era aquele homem?

Natanael continuou subindo, passando pelos andares que faltavam. Pensando no que fizera. Ninguém deveria morrer ali. “Não era o destino deles”, ele pensava. Aquelas pessoas não queriam morrer e por isto ele as salvou.

Por fim conseguiu chegar ao alto do prédio. A fumaça subia aos céus em colunas gigantescas e disformes. As chamas logo abaixo dele começavam a comprometer a estrutura do edifício. Ele se aproximou do parapeito e ficou ali por alguns momentos, olhando o céu azul manchado de fuligem. Os sons de sirenes e pessoas muito abaixo, parecendo apenas sussurros.

Seu corpo estava leve. Conseguira cumprir a primeira etapa de seus propósitos. Sentia-se como se estivesse no topo do mundo. A cidade inteira aos seus pés. Abriu os braços como um pássaro e saltou para morte. Um anjo com a missão de executar seu próprio fim. No bolso da calça as suas justificativas para o ato. E no coração das pessoas por ele socorridas, o eterno agradecimento para com aquele estranho suicida, que deu sua vida para salvá-las.

Fonte:
O Autor

Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n.34)


Trova do Dia

Deu trambique sim senhor!
Não negue que estou sabendo...
– Responde o Salim: "Doutor,
eu nunca dei nada... Eu vendo!"
JOSÉ TAVARES DE LIMA/MG

Trova Potiguar

Pescaria só tem graça,
Se, lá na ponta do anzol,
vem um litro de cachaça,
limão e carne-de-sol.
FRANCISCO MACEDO/RN

Uma Trova Premiada

1994 > Nova Friburgo/RJ
Tema > “LIVRE” > 3º Lugar

Por um engano semântico
deu mancada o Seu Manoel,
que pensou que “transatlântico”
fosse um navio-bordel!
Arlindo Tadeu Hagen/MG

Uma Trova de Ademar

Por ter a “língua de trapo”,
disse ao ser mandado embora:
– É moleza engolir sapo;
o duro é botar pra fora!
ADEMAR MACEDO/RN

...E Suas Trovas Ficaram

Aquela velha coroca
de discrição sempre à míngua
fez tanta, tanta fofoca
que deu nó cego na língua.
ROMEU GONÇALVES/RJ

Estrofe do Dia

É comum encontrar homem casado
que só vive implorando a viuvez,
quando perde a mulher não passa um mês
sem ficar novamente apaixonado;
antes mesmo do luto ter passado
vai a tudo que é baile namorar,
compra nova mobília e monta o lar
e na igreja faz novo juramento,
todo mundo acha ruim o casamento
mas ninguém quer morrer sem se casar!
PALMEIRAS GUIMARÃES/PE

Soneto do Dia

PEDRO ORNELLAS/SP
OPERAÇÃO

Indo ao mecânico o cirurgião
para buscar o carro consertado
foi de maneira rude contestado
pelo profissional que disse então:

“Abro o motor do carro avariado
e troco a válvula com precisão
tal qual faz o senhor na operação,
e fecho a tampa com igual cuidado.

Por que ganha bem mais pela função
de abrir e consertar, igual serviço,
seja motor ou seja coração?”

O cirurgião sorri de um jeito brando
e diz apenas: “Tente fazer isso
com o motor do carro funcionando!”

Fonte:
Ademar Macedo

Folclore Brasileiro (Lenda do Uirapuru)



Dizem que no Sul do Brasil, havia uma tribo de índios, cujo cacique era amado por duas moças muito bonitas.

Não sabendo qual escolher, o jovem cacique prometeu casar-se com aquela que tivesse melhor pontaria.

Aceita a prova, as duas índias atiraram as flechas, mas só uma acertou o alvo. Essa casou-se com o chefe da tribo.

A outra, chamada Oribici, chorou tanto que suas lágrimas formaram uma fonte e um córrego.

Pediu ela a Tupã que a transformasse num passarinho para poder visitar o cacique sem ser reconhecida.

Tupã fez a sua vontade. Mas verificando que o cacique amava a sua esposa, Oribici resolveu abandonar aqueles lugares.

E voou para o Norte do Brasil, indo parar nas matas da Amazônia

Para consola-lá, Tupã deu-lhe um canto melodioso. Assim canta para esquecer as suas mágoas, e os outros pássaros quando encontram o uirapuru, ficam calados para ouvir as suas notas maravilhosas.

Por causa de seu canto belo, chamam de professor de canto dos pássaros

O uirapuru (Leucolepis arada) é o cantor das florestas amazônicas. Tem um canto tão lindo, tão melodioso que os outros pássaros ficam quietos e silenciosos, só para ouvi-lo.

Todavia este canto somente pode ser ouvido 15 dias por ano, na época em que constrói o seu ninho.

Não bastasse isto, ele canta somente ao amanhecer, por 5 ou 10 minutos.

Neste pássaro o real e o lendário se confundem, dizem que ele não repete frases musicais.

Por todas estas qualidades os indígenas e sertanejos acham que ele é um pássaro sobrenatural.

Na verdade o seu nome quer dizer: "pássaro que não é pássaro".

Depois de morto o seu corpo é considerado um talismã que dá felicidade a quem o possui.

Para os tupis o uirapuru é um deus que toma a forma de pássaro e anda sempre rodeado de outros, a ele atribuem a virtude de conduzir um refluir de pessoas à casa de quem possui um deles .

O maestro Heitor Villa-Lobos compôs em 1917 o poema sinfônico "Uirapuru", baseado em material do folclore coletado em viagens pelo interior do Brasil. Na lenda que inspirou a obra, o pássaro encantado - "rei do amor" - é flechado no coração por uma moça embevecida com a suave canção e transforma-se em um garboso jovem.

CARACTERÍSTICA FÍSICA: Tem bico forte, pés grandes e, às vezes, nos lados da cabeça, um desenho branco.

COMPRIMENTO: 12,5 cm.

CANTO: Com um canto longo e melodioso, sua "intenção" é outra: a atração para acasalamento. Esses cantos duram de dez a quinze minutos ao amanhecer e ao anoitecer, na época de construção do ninho. Durante o ano todo, o uirapuru canta apenas cerca de quinze dias. O canto do uirapuru ecoa na mata virgem. O som, puro e delicado como o de uma flauta, parece ter saído de uma entidade divina. Os caboclos mateiros dizem com grande convicção que, quando canta o uirapuru, a floresta silencia. Como se todos os cantores parassem para reverenciar o mestre.

Fonte:
http://www.uirapurumidis.hpgvip.ig.com.br/lenda_do_uirapuru.htm

Ernane Gusmão (Uirapuru)


Voa,voa,passarinha
vai dizer ao meu amor
que ela ainda vai ser minha
com ternura e com fervor.

pra melhor a conheceres
vou te dar os traços seus
tem os olhos os mais lindos
os mais belos,deu-lhos Deus.

Seu cabelo é aloirado
os seus lábios um primor
sua pele é rosada
ela é bela como a flor.

28.10.2010
Bahia
–––––––-
Sobre o autor: http://singrandohorizontes.blogspot.com/2010/06/ernane-gusmao-1941.html

Fonte:
Efigênia Coutinho

Efigênia Coutinho (Canto do Uirapuru)


Ó pássaro de belo canto!
Pousa leve e dá teu recado.
Trazes pra mim o encanto
Dos beijos de meu amado?

Uirapuru do canto belo,
Quero ouvir o teu cantar.
Nele escuto o sonho que velo
De meu amor encontrar.

Uirapuru volta e pra ele diz
Que recebi o seu recado.
Que ele deixou muito feliz
Meu coração enamorado.

Mando-lhe festivos beijos
Para os seus lábios afagar.
Vão assim cheios de desejos,
De poder lhe enamorar!...

Balneário Camboriú
Outubro 2010

Sobre a autora
http://singrandohorizontes.blogspot.com/2010/08/efigenia-coutinho.html

Fonte:
Efigenia Coutinho

Rodrigo Petronio (Oficina de Escrita Criativa, em São Paulo)



Professor Rodrigo Petronio

Duração 5 encontros

Dias 3, 10, 17, 24 de novembro e 01 de dezembro - quarta-feira, das 18h30 as 20h30

Local Fundação Ema Klabin - Rua Portugal 43, Jardim Europa

Valor R$ 150,00 na inscrição + uma parcela de R$ 170,00

O objetivo da Oficina de Escrita Criativa é desenvolver alguns procedimentos técnicos ligados à escrita literária em ficção, poesia e não-ficção, sobretudo nas áreas de poesia, ensaio e conto. Como se sabe, a literatura tem um amplo arsenal de recursos dos quais os escritores se valem para produzir os efeitos desejados.

Mesmo na literatura contemporânea, na qual há uma flutuação muito grande de estilos, propostas, padrões e normas, é possível chegar a alguns critérios objetivos, que nos levam a compor um texto de maior ou menor qualidade literária. O objetivo do curso é justamente dar instrumentos teóricos e práticos para aqueles que se interessam por literatura e desejam refinar as técnicas de escrita.

Aula 1:
Conceitos fundamentais de poesia, poeta, poema e poética. Distinção entre esses vários termos à luz de alguns poemas. Distinção de gêneros. Limites entre poesia e prosa. Prosa poética e poema em prosa. As três unidades fundamentais da poesia: imagem, música, conceito. Coisas a serem evitadas: clichês, redundâncias, cacofonias, lugares-comuns, inverossimilhança, ludismo, conteudismo, expressão de sentimentos, entre outras. Produção de texto a partir de temas sugeridos.

Aula 2:
O reino da imagem. A importância da imagem na literatura. Analogia x Ironia: os dois signos da modernidade. Os usos da imagem. Teoria das correspondências. A imagem poética: definição. Leitura de escritores da imagem. Escrita de textos utilizando imagens.

Aula 3:
A música acima de tudo. A importância da música na poesia. Música e prosódia: entre o canto e a fala. A teoria das sugestões e a musicalidade. Distinções entre ritmo e metro. Polirritmia e verso livre. O ritmo na prosa. Ensaio: a cadência do pensamento. Leitura de escritores que exploram as possibilidades do ritmo seja na prosa ou na poesia. Escrita de poemas utilizando ritmo e música.

Aula 4:
Literatura e pensamento: a beleza pensada. A importância do conceito na poesia. Poesia e filosofia. A doutrina do conceito engenhoso. Distinções entre conceito poético-literário e conceito intelectual. Leitura de poetas do pensamento. Escrita de poemas utilizando recursos do conceito.

Aula 5:
Leitura crítica da produção final dos textos dos participantes. Fechamento de principais ideias levantadas ao longo do curso sobre as técnicas que podem ser usadas na escrita. Coletânea dos textos produzidos e leitura final como preparativo de um pequeno livro dos participantes.
–––––––––––––––-

Rodrigo Petronio é editor, escritor e professor. Formado em Letras Clássicas e Vernáculas pela USP. Professor e cofundador do curso de Criação Literária da Academia Internacional de Cinema (AIC), professor-coordenador do Centro de Estudos Cavalo Azul, fundado pela poeta Dora Ferreira da Silva, e coordenador de grupos de leitura do Instituto Fernand Braudel. É membro do Nemes (Núcleo de Estudos de Mística e Santidade) da PUC-SP. Autor dos livros: História Natural, Transversal do Tempo, Assinatura do Sol, Pedra de Luz e Venho de um País Selvagem, entre outros.

Fonte:
Projeto Cultura

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Rogério Recco (Lançamento de dois títulos sobre cooperativas pela Flamma Comunicação)



Trajetórias do Sicredi União PR e da Unimed Regional Maringá são assinadas pelo jornalista Rogério Recco

Dois novos títulos sobre trajetórias relacionadas ao sistema cooperativista na região de Maringá, produzidas pela Flamma Comunicação Empresarial, serão lançados ainda neste ano. O primeiro, denominado “A Ousadia Que Fez Acontecer”, descreve os 25 anos do cooperativismo de crédito a partir da fundação pela Cocamar, em 1985, da antiga Cooperativa de Crédito Rural de Maringá Ltda (Credimar), hoje Sicredi União PR. O segundo, “O Caminho do Tempo”, relata as três décadas da Unimed Regional Maringá, fundada em 1982 e atualmente a terceira maior em seu segmento do Estado.

As duas obras, assinadas pelo jornalista Rogério Recco, são resultado de um intenso trabalho de pesquisa que conseguiu recolher documentos, fotografias e colher mais de uma centena de depoimentos. “Ambas as histórias estavam dispersas em fragmentos que, ao final, permitiram uma sequência lógica, que foi sendo aprimorada”, informou Recco.

O livro “A Ousadia Que Faz Acontecer”, com 188 páginas, será lançado no dia 24 de novembro como parte da programação de aniversário do Sicredi União PR, que comemora 25 anos de fundação. Segundo o autor, como os bancos estavam cada vez mais restritivos em relação ao crédito rural, as cooperativas de produção, orientadas pela Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar), fundaram suas cooperativas de crédito praticamente na mesma época para que os produtores associados dependessem menos daquelas instituições.

Por sua vez, o lançamento de “O Caminho do Tempo”, também com 188 páginas, está programado para o início de dezembro. O livro faz uma retrospectiva da história da medicina na cidade, que começou em 1946 com a chegada do primeiro médico, Lafayete Tourinho. Nos anos seguintes foram construídos os primeiros hospitais, todos de madeira. Era uma época em que esses profissionais andavam de jipe ou a cavalo para atender pacientes em propriedades rurais. A publicação cita que a classe médica teve participação importante no desenvolvimento da cidade, ao longo de sua história. A Unimed foi fundada em 1982 e, em quase três décadas, teve apenas quatro presidentes: o atual, Durval Francisco dos Santos Filho, é o único nascido em Maringá, cujo pai foi um dos primeiros moradores da cidade.

O clínico e cirurgião Leandro Lobão Luz, de 89 anos, que chegou a Maringá em 1951 e ainda está em atividade, é um dos médicos pioneiros cuja história está relatada em “O Caminho do Tempo”.

Fonte:
Olga Agulhon

Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n.33)


Trova do Dia

Vendo o orvalho na campina,
enfeitando a madrugada,
pude ver a mão divina
sobre a noite enluarada...
J. B. XAVIER/SP

Trova Potiguar

Dela sempre eu ouço os passos,
audíveis só para mim;
cai de repente em meus braços,
sinto o gosto do carmim.
MANOEL DANTAS/RN

Uma Trova Premiada

2007 > UBT-Natal/RN
Tema > DESTINO > Menção Honrosa

Que não me julguem culpado
por não achar a saída...
meu destino está traçado,
nos labirintos da vida!
FRANCISCO JOSÉ PESSOA/CE

Uma Poesia livre

MARIZE CASTRO/RN
SETA

Atrás do amor, um tentáculo.
Um túmulo. Uma sede de flor e sol.
Retorno para a menina que grita:
— Horror! Horror! Horror!
Mostro-lhe a seta que me acertou.
Coloco seu rosto entre minhas mãos
— e lanço-me.

Uma Trova de Ademar

A floresta vem sofrendo
cortes profundos no peito...
Tal qual rio que está vendo
jogarem lixo em seu leito...
ADEMAR MACEDO/RN

...E Suas Trovas Ficaram:

Ao arrancar-te do peito,
tristonho, mas consciente,
eu conquistei o direito
de ser feliz novamente.
MARISOL ARAGÃO/RJ

Estrofe do Dia

O meu sonho sempre voa
nas asas que o verso cria;
na minha imaginação
ele cresce e se irradia,
toma beleza e formato
faz um passeio abstrato
e pousa em minha poesia.
ADEMAR MACEDO/RN

Soneto do Dia

EDMAR JAPIASSÚ MAIA/RJ
A REZADEIRA.

Na cancela o cão magro já não late
à passagem da intensa romaria.
Hoje o destino fez mais triste o dia,
na dor da perda que no lar se abate...

Às mazelas do povo ela se via
com ervas e com rezas no combate;
porém não teve a graça do resgate
da saúde que a tantos devolvia...

Quem se doa no amor o Bem espalha...
E aquele frágil corpo, na mortalha,
o humilde lugarejo não despreza.

No último adeus à velha rezadeira,
em gratidão eterna, a vila inteira,
doando o coração, pranteia...e reza!

Fonte:
Ademar Macedo

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Trova 182 - Dinair Leite (Paranavaí/ PR)


Montagem da trova com várias imagens obtidas na internet e modificadas

A. A. de Assis (Lançamento da Revista Virtual Trovia n.131– novembro de 2010)

Trovas do Paraná que estão na Revista
São de cristal ou de barro
nossas vaidades... tão só.
Um baque, um tombo, um esbarro,
e tudo reduz-se a pó...
A. de Assis
Herdou floresta do avô,
“um matuto sem visão”.
E o legado que deixou:
um deserto em erosão!
Eliana Palma
Sobrepujando conflitos
em que o mundo se compraz,
seus braços, ninhos benditos,
são meu refúgio de paz!
Jeanette De Cnop
E’ troca de amor fecundo
a toda mãe concedida:
ela põe vida no mundo,
nela o mundo põe mais vida.
Lucília Decarli
Meu amor da mocidade
foi efêmera ilusão;
dele só resta a saudade,
nas cinzas de uma paixão.
Maurício Friedrich
Viajei pelo mundo inteiro
e nunca mais pude achar
o que no instante primeiro
encontrei em seu olhar.
Olga Agulhon
Tinha coreto na praça,
e ela era alegre e florida...
Quem hoje por ela passa
perde a bolsa... ou perde a vida!
Osvaldo Reis
A Terra, no seu início,
foi palácio verde em flor.
Agora ela é um precipício
de enchentes e dissabor.
Otavio Leite Goetten
Causa-me dupla aflição
ver meu amigo fumar...
Sem respeitar seu pulmão,
o que mais vai respeitar?
Roza de Oliveira
Lembranças, todos nós temos...
mas só vale a pena ter,
quando algo que já vivemos
valeu a pena viver!
Vanda Fagundes Queiroz
O que sei da faculdade,
das viagens e coisas mais
não representa a metade
do que aprendi com meus pais.
Vânia Ennes
A semente adormecida,
a sonhar com benfeitor,
pede terra umedecida
para ser a planta e a flor!
Vidal Idony Stockler
Além destas,

Trovadores Inesquecíveis e suas trovas
Adauto Gondin
Armando Pereira
Américo Falcão
Bastos Tigre
Geraldo Guimarães
Hélio Nogueira
J. G. de Araújo Jorge
José A. Costa
Josué Tabira da Silva
Lindouro Gomes
Orlando Brito
Raul Serrano3
Serafim França
Tobias Barreto

Trovadores do Brasil:
CEARÁ
Francisco Pessoa

ESPIRITO SANTOHumberto Del Maestro

MINAS GERAISConceição Abritta
Conceição de Assis
Eduardo A. O. Toledo
Olympio Coutinho
Thereza Costa Val
Wanda Mourthé

RIO DE JANEIROAgostinho Rodrigues
Edmar Japiassú Maia
Evando Marinho Salim
Evandro Sarmento
Gilvan Carneiro
Jota José
Ma. Madalena Ferreira
Maria Nascimento
Marilu Moreira
Renato Alves
Roberto Acruche

RIO GRANDE DO NORTEAdemar Macedo
Djalma da Mota
Eva Yanni Garcia
Joamir Medeiros
José Lucas de Barros

RIO GRANDE DO SULCarmen Pio
Flávio Stefani
Lisete Johnson
Marisa Vieira Olivaes

SANTA CATARINAAri Santos de Campos
Gislaine Canales

SÃO PAULOAngélica Villela Santos
Carolina Ramos
Darly O. Barros
Divenei Boseli
Ercy Marques de Faria
José Ouverney
Mª Thereza Cavalheiro
Marina Bruna
Mifori
Nilton Manoel
sué de Vargas Ferreira
Selma Patti Spinelli
Sérgio Ferreira da Silva
Terezinha Brisolla
Thalma Tavares

Baixe a Revista em seu computador AQUI

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Fonte:
Colaboração de A. A. de Assis com a Revista Trovia n.131 – novembro de 2010.

Aidenor Aires (Desencantamento)


Feliz é quem se encanta. Descobre nas pequenas coisas um mapa de mistério. Isto faz falta ao mundo. Originalidade. O homem, farto da surpresa, faz tudo igual. Palavra da moda: clone. O leitor já viu no supermercado, as embalagens: uma a cara da outra. Os frangos todos depenadinhos, plastificados, em formação, como se houvessem saído de um mesmo ninho. As flores e jardins, dispostos e podados, tão harmoniosos que não ousam estirar um galhinho atrevido, nem mesmo um despetalar mais afoito. Obedientes à tesoura do jardineiro. É a estética cemiterial dos paisagistas. Dê uma olhada nas avenidas dos condomínios fechados. Lembram logo aléias de cemitérios, bem talhadas aos moradores semi-sepultos, encolhidos, passando mortuários nos carros de vidros escurecidos, quase invisíveis. Espetam aqui um pinheiro exótico, acolá várias palmeiras alienígenas. Vivendas, reclusas, tomam um ar único de túmulos bem cuidados. Parece que paisagistas e arquitetos não olham ao redor, fogem da euforia da flora tropical, e se entregam ao gozo fácil das revistas com cenários artificiais e arvorezinhas importadas.

Dê atenção aos jornais da televisão. Os repórteres esforçam-se para exibir o mesmo design. Cabelo, maquilagem, entonação e voz. Quem se lembra das frutas? Mamões de cinco ou seis quilos. Mangas de cores, tamanhos e sabores surpreendentes. Bananas, então, onde estão as chamadas roxas, santomé, goiabinha, chiadeira, naniquinha, ourinho? Restam três ou quatro tipos, medidas para caber nas embalagens. Laranjas... Já se foram: joão nunes, baiana, fofó, sangue, lisa... Há uma pera, quase sempre seca, e brilhante com um adocicado sabor de agrotóxico. Se as coisas da terra andam assim, o que dizer daquelas que o homem manufaturou? O horror da gastronomia universal, os sanduíches que encobrem em fatias de pão molhos imperscrutáveis e carnes inconfessáveis. Redondos, fofos, melosos de maionese e catchup. Os devoradores ficam na incômoda posição de cachorro que abocanhou osso grande de mais. Vai mordendo, remoendo, lambuzando a cara, respingando em montanhas de papel o rejeito da merenda. Depois empurra o embucho pra dentro, a copos ou litros de cáustico refrigerante. Com o olho na televisão, na mídia, essa gente foi perdendo alguns sentidos, a começar pelo paladar. E as mulheres... Adeus corpinho de violão! O novo estilo é de cabide das grifes de moda. Pegam as mocinhas impúberes, treinam, adestram. Vão adelgaçando, esfiapando até virarem umas garcinhas anoréxicas que enchem as burras dos fotógrafos, dos donos dos desfiles, dos olheiros do mercado de carne magra. Umas já nasceram assim, outras se fizeram assim por amor do ofício. Um dos olheiros, perito em encontrar essas carninhas novas por aí, foi didático, enquanto formava novo plantel:

- Esta é até boa. Podia ser aproveitada. Porém tem um nariz ruim. Seria preciso uma plástica. Mas como a oferta é grande, não vamos perder tempo, vamos escolher quem já tem nariz no jeito.

Fonte:
http://aidenoraires.blogspot.com/

Aidenor Aires (1946)


Aidenor Aires Pereira (Riachão das Neves, 30 de maio de 1946) é poeta brasileiro, radicado em Goiânia. Por sua importância cultural para o estado de Goiás, recebeu o título de "Cidadão Goiano" da Assembleia Legislativa daquele estado, no ano de 2009.

Filho de Wilton Santos e de Valeriana Aires Pereira, após cursar as primeiras letras na cidade natal, mudou-se para Goiânia, onde completou a formação na Escola Técnica Federal. Depois cursou o Liceu de Goiânia e bacharelou-se em Letras pela Universidade Católica de Goiás e, mais tarde, em Direito.

Trabalhou na advocacia e no magistério, quando por concurso integrou o Ministério Público até sua aposentadoria.

Membro da Academia Goiana de Letras e da Academia Goianiense de Letras. Atual presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Goiás.

Por seu livro Reflexões do conflito, de 1970, escrito em parceria com Gabriel Nascente, passou a pertencer ao grupo pós-GEN, ou Novo Grupo de Escritores Novos. Detentor de diversos prêmios de poesia, entre eles, o Fernando Chinaglia de 1978 e o prêmio Bienal Nestlé de Literatura Brasileira de 1986. É um dos fundadores da Academia Goianiense de Letras.

Livros Publicados
Reflexão do Conflito, Goiânia: Departamento Estadual de Cultura de Goiás, 1970;
Itinerário da Aflição, Goiânia: Oriente, 1973. Prêmio Bolsa de Publicações Hugo de Carvalho Ramos;
Lavra do Insolúvel, Goiânia: Oriente, 1974. Prêmio Bolsa de Publicações Hugo de Carvalho Ramos;
Rio Interior, Goiânia: Líder, 1977. Prêmio Fernando Chinaglia;
Amaragrei. Brasília: Ipiranga, 1978. 1º lugar no 3º Concurso Nacional de Literatura de Goiás;
Canto do Regresso, Goiânia: Edição do Autor, 1979;
Tuera – elegia carajá, Brasília: Thesaurus, 1980;
Aprendiz de Desencantos, Goiânia: Inigraf, 1982;
Os Deuses são Pássaros do Vento. Goiânia: Cerne, 1984; Prêmio Bolsa de Publicações Hugo de Carvalho Ramos, 1984;
Via Viator. São Paulo, Melhoramentos, 1986. Prêmio Bienal Nestlé.
Na Estação das Aves, 1973;
O Canto do Regresso, 1979;
A Árvore do Energúmeno, contos, 2001; Via Viator, 1986;
O Dia Frágil, 2005; Seleta Poética, antologia, 2005; XV Elegias, 2007;
Seiva Resguardada, tradução, 2007.

Fonte:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Aidenor_Aires

Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n.32)


Trova do Dia

Uma idéia, a mais ousada
que em meu peito se escondeu,
deixou minha alma marcada
e mais um sonho morreu!
SÔNIA SOBREIRA/RJ

Trova Potiguar

Quando vens, devagarinho,
junto a mim, cheio de ardor,
o nosso querido ninho,
é palco de um grande amor!
MARIA ANTONIETA BITTENCOURT/RN

Uma Trova Premiada

2001 > Amparo/SP
Tema > PAZ > Vencedora

Embora anseio profundo,
qualquer esperança some:
- não pode haver paz no mundo,
enquanto houver ódio e fome!
CAROLINA RAMOS/SP

Uma Poesia

ANTONIO MANOEL ABREU SARDENBERG/RJ
ALUCINAÇÃO

Tentei em vão suavizar a vida,
Tornar mais leve o fardo tão pesado,
Fazer da volta o ponto de partida,
Buscar na ida o amor tão cobiçado!
Eu quis fazer da pauta a partitura
De um canto leve, doce e tão suave,
Cantar a vida com toda a ternura,
Voar em sonhos como uma ave!

Eu quis da luz o raio de esperança
Mas, por castigo, só me veio a treva.
Não me atrevo e guardo na lembrança
O que a serpente aprontou pra Eva...

E desse jeito fico aqui quietinho,
No meu cantinho, bem acompanhado,
Pois não será por falta de carinho
Que comerei a fruta do pecado!

Uma Trova de Ademar

Na massa Deus pôs engodos,
feitos de fé e carinho...
O pão que Deus fez pra todos
não há quem coma sozinho!...
ADEMAR MACEDO/RN

...E Suas Trovas Ficaram

O que torna este martírio
mais duro de suportar
é que eu chamo, em meu delírio,
por quem me faz delirar ...
WALDIR NEVES/RJ

Estrofe do Dia

Eu desde muito criança
Que procurei me manter,
Vivendo da cantoria
Para vestir e comer;
Já que ser grande poeta
Lutei, mas não pude ser!
DOMINGOS FONSECA/PI

Um Sonetilho

FRANCISCO MACEDO/RN
ESTRADA DA VIDA

Nossa vida, grande estrada,
cada curva nova opção,
quem prefere a contra-mão,
vai cair numa enrascada...

Se a jornada está pesada,
ponha Deus na “direção”.
Ele é a grande solução
e a certeza da chegada.

Não parar no “acostamento”
que camufla o sofrimento,
seja na volta ou na ida.

Ouça o grande Condutor
e acharás por onde for:
“Caminho, Verdade e Vida”

Fonte:
Ademar Macedo

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Eliane Potiguara (Fortalecendo Nossos Sonhos: Mulher, Literatura Indígena e a Paz)

Clique sobre a imagem para ampliar
Poeta, Professora e Ativista, Eliane Potiguara é convidada central para uma palestra sobre “nossas conquistas sociais e políticas enquanto indígenas e mulheres no Brasil, nossos instrumentos jurídicos nacionais e internacionais”.

O seu discurso vai buscar inspiração à sua história e a história das mulheres indígenas no Brasil, cosmovisão, espiritualidade e aspectos literários que, segundo a escritora, vão fortalecendo nossas vidas.

Eliane Potiguara estará em Portugal para um ciclo de palestras, sob o título: Conhecimentos tradicionais e biodiversidades indígenas e etnoculturas brasileiras e defesa do meio ambiente, e a literatura indígena como estratégia de consciencialização para o futuro do planeta.
_______________

Sobre Eliane Potiguara
http://www.elianepotiguara.org.br/

Abílio Pacheco (Escritor, Por Quê?)


Em Como e porque sou romancista, José de Alencar tenta responder denotativamente a pergunta que tantas vezes se faz aos autores. A maioria dos escritores parece dar respostas metafóricas, poéticas, até românticas. Neste livro de seus livros, nosso arqui-romancista se pergunta se não teria sido a “leitura contínua e repetida de novelas e romances que primeiro [lhe] imprimiu no espírito” o desejo de ser escritor dessa forma literária de sua predileção.

Ora ou outra esbarro também na pergunta, embora eu seja um projeto de escritor. Escrevo meus versinhos, uns continhos curtos, agora crônicas e tenho cá uns esqueletos de romances. No meu blog/site, a indicação escritor é mais um desejo, uma pretensão e uma presunção que necessariamente uma verdade. Mas fico tentado a refletir sobre esta pergunta, feita nestes termos ou de forma parafrásica: Por que você escreve?

Se digitar a pergunta no google, você vai encontrar mais de meio milhão de links. É uma pergunta recorrente. Para mim, foi Oscar D’Ambrósio, da Rádio UNESP, quem mais recentemente me perguntou isso numa entrevista que concedi ao programa Perfil Literário. Ele me perguntou como foi meu primeiro contato com o objeto livro e se eu venho de uma família de leitores.

Na resposta, eu aponto três tipos de leituras que potencialmente tenham impresso em mim esta vontade de escrever. A coleção Vagalume que eu pegava de empréstimo nas bibliotecas das escolas onde estudei em Marabá (especialmente a Biblioteca da Escola Jonathas Pontes Athias), os best-selleres de Sidney Sheldon, que meu irmão Ezequiel me motivou a ler, e os discos da Coleção Taba Cultural, que ganhei de minha mãe. Na verdade, são leituras de três momentos diferentes. A Taba mais na infância, Vagalume entre a segunda e a quarta séries e Sidney Sheldon de quinta série em diante. Depois da entrevista lembrei de outras leituras que fizeram parte de meu cotidiano de criança e adolescente e que poderiam ingressar na resposta de modo a deixá-la mais completa. Por exemplo: minha alfabetização em Coroatá e a forma como a professora Elza me motivou a ler placas de ruas, cartazes, etc. e, na adolescência, o contato com uns exemplares da coleção Verbo, em que encontrei e li textos incompreensíveis para mim à época, como Tartarin de Tarascon e Bispo Negro. Poderia acrescentar ainda que minhas escolhas entre a compra de um objeto utilitário (um tênis, um relógio ou uma camisa) e a compra de um livro, muitas vezes me levaram a escolher o livro.

Existem dois longos períodos que me fizeram conviver hodiernamente com a leitura de textos literários. Um deles foi o tempo que passei trabalhando na biblioteca Goncalves Dias, da Escola Salomé Carvalho, em Marabá (de 96 a 2002). Fazia parte de minha rotina diária a leitura de um livrinho de história infantil, capítulos de livros de infanto-juvenis e algumas páginas de romance. Se a biblioteca estivesse muito cheia, ia para uma narrativa curta (conto ou crônica) ou para leitura de poemas. O outro, antes deste (de 92-97), foi o período em que participava ativamente do circuito alternativo literário, escrevendo, recebendo e respondendo cartas, recebendo livros e devorando-os tão logo chegassem, escrevendo poemas e mandando-os para revistas, jornais e fanzines, além de participar de concursos literários.

Este decênio, que ocorreu em parte antes de eu ingressar no curso de Letras, deve ter sido o maior responsável pelo meu desejo de ser escritor. Foi principalmente durante meu período missivista que mais escrevi (além das cartas, poemas, muitos poemas, rascunhos de romances, coisas que foram para o lixo), pois paralelamente ao trabalho de bibliotecário, eu já lecionava, fazia graduação e tinha essas preocupações de casa que acabam com qualquer estro.

O desejo de ser escritor foi também cultivado por duas premiações ocorridas pouco antes de eu começar a trabalhar em biblioteca: o primeiro lugar num concurso nacional de poemas e um primeiro lugar num concurso municipal de redação. Ambas premiações ocorridas quando eu tinha 17 anos (depois talvez dedique uma crônica apenas a isto).

Meu caminho na literatura começou, mais ou menos assim. É provável que eu ainda dê respostas desencontradas sobre minha formação de leitor e escritor. Fale, por exemplo, da motivação escolar, das poucas vezes em que a redação era uma coisa prazerosa (especialmente na 2ª e na 6ª série). Certo é que, exceto os concursos literários dos quais participei (mesmo os que não me renderem premiação alguma), a gênese de minha formação de escritor está diretamente relacionada com minha história de leitor. Diferentemente do romancista de Mecejana, não me é possível apontar uma única motivação ou a motivação principal. Talvez seja melhor eu começar a preparar umas respostas metafóricas, menos denotativas. Afinal, amanhã tem outra entrevista.

Belém, 19 de outubro de 2010.

Fonte:
http://abiliopacheco.com.br/category/criacao-cronicas/
Imagem obtida na internet, de autoria de J. Robson.

Mario Lucio (Prazer de Viver)


O meu grito de amizade é mais forte que o teu grito de amor. E não basta apenas viver, tem que viver amando, com muita amizade para dar e conhecimento para entender o que está acontecendo em sua volta. E para concluir todo o enigma, não basta ter o conhecimento, é mais importante ser o conhecimento!

Sim! Vamos plantar, colher, semear tudo que está latente dentro de nosso coração. Esperando o momento certo de gritar aos cinco ventos: Eu te amo! Espera por mim. Espera pela minha amizade, pois as respostas do tempo são pragmáticas, como são pragmáticas os fatos acontecidos na hora de acontecer.

“Hoje se pregam palavras e pensamentos, antigamente pregavam-se palavras e obras. Palavras sem obras são tiros sem balas: fazem barulho, apenas barulho. O pregar que é falar, faz-se com a boca; o pregar que é semear faz-se com a mão. Para falar ao vento, bastam palavras; para falar ao coração, são necessárias obras”. Padre Antônio Vieira.

Os conhecimentos de amor, de amizade, de carinho, surgem com a própria vida, através de nossos passos em direção ao desconhecido, que damos sem saber aonde vamos. Só sabemos que vamos. Olhe nos meus olhos e você vai ver o que representa pra mim. É como se fosse uma chegada no momento de partida, onde os desencontros acontecem. Mesmo assim, procure-me no seu coração, procure-me na sua alma e, quando me achar lá, você não irá procurar mais ninguém e não me diga que não valeu a pena tentar. Você sabe que isso é verdade; pois tudo que faço é te proteger. Me aceite como eu sou. Aceite a minha vida. Não me diga que não vale a pena lutar. Lutar por você!

Alguém te disse alguma vez que te amava mais do que eu?

Não é preciso responder! Como nunca foi preciso dizer! Nunca ninguém te disse que você surgiu num raio de luz em plena tempestade. Você é dona de todos os elogios. Você é dona de todos os adjetivos. Você é o delírio de todas as fantasias que alguém pode ter por você. Você vai além do sonho! Você vai além da imaginação! Você é a própria fascinação. Você é linda e vai continuar linda, pelo tempo que a eternidade dirá. Ultrapassando os limites de ser mulher!

Fontes:
http://tucupi.wordpress.com/
Imagem = http://www.lifeconsulting.multiply.com/

Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n.31)


Trova do Dia

Mesmo soltas e espalhadas,
as pétalas são formosas;
porém somente abraçadas
é que elas se tornam rosas!
A. A. DE ASSIS/PR

Trova Potiguar

Soluções, para esta vida,
cabe a todos procurar.
Não se veja assim vencida,
antes mesmo de lutar!
IEDA LIMA/RN

Uma Trova Premiada

2008 > Balneário Camboriú/SC
Tema > LÁGRIMA (s) > Vencedora

No teu adeus fui altiva,
silente calei meus ais,
mas a lágrima furtiva,
disse tudo e muito mais...
CAMPOS SALES/SP

Uma Poesia livre

Evaldo da Veiga/RJ
SINTO QUE SIM.

Se um dia nos encontramos por aí,
nesses doces acaso da vida,

garanto que vou te reconhecer,
como sendo o que sempre busquei.

Tanta ternura no ar,
uma expectativa suave de amor,

é você que está próxima,
sinto você chegando...

VEM!

Uma Trova de Ademar

Do fogo no matagal,
na fumaça que irradia,
vejo um câncer terminal
no pulmão da ecologia!...
ADEMAR MACEDO/RN

...E Suas Trovas Ficaram:

Juventude, não me afeta,
se na vida és passageira.
Quem tem alma de poeta
será moço a vida inteira...
ORLANDO BRITO/MA

Estrofe do Dia

Nem o grande Rui Barbosa,
nem nosso mestre Cascudo,
puderam um dia explicar
como um homem sem estudo
arranca do seu juízo
tanto verso de improviso
com beleza e conteúdo!
FRANCISCO MACEDO/RN

Soneto do Dia

Amilton Maciel Monteiro/SP
PEDRA BRUTA

Pedra bruta que sou, me dá trabalho
Tirar de mim as lascas a cinzel...
Quantas vezes que eu já errei o malho,
Deixando a outra mão feito um pastel!

Quantas vezes também eu me atrapalho,
Mandando o que já fiz pro beleléu...
E o recomeço deixa-me em frangalho,
Pois bem sei eu como isto é cruel!

Já foram, assim, dez lustros de labuta,
Mas continuo ainda pedra bruta...
E mil pedaços já arranquei de mim!

Vou ter que contratar alguém bem destro
Que a essa lapidação coloque um fim,
E eu volte a trabalhar só com meu estro!

Fonte:
Ademar Macedo

Academia Paulista de Letras (Conferências em Homenagem a Miguel Reale)



A ACADEMIA PAULISTA DE LETRAS convida para a série de conferências em homenagem a MIGUEL REALE, cujo centenário de nascimento se celebra em 6 de novembro de 2010.

Elas ocorrerão às 18,30 horas na sede do Largo do Arouche, 324, todas as quintas-feiras de novembro - 4, 11, 18 e 25 - e a primeira quinta-feira de dezembro - 2 de dezembro de 2010.

Falarão, pela ordem:
MIGUEL REALE JÚNIOR, EBE REALE, CLÁUDIO DE CICCO, CELSO LAFER, ADA PELLEGRINI GRINOVER e JOSÉ PASTORE.

O contexto equivale a um Curso de Extensão de 20 horas de duração.

Os que comparecerem a 4 conferências receberão um certificado expedido pela ACADEMIA PAULISTA DE LETRAS.

Inscrição pelo e-mail acadsp@terra.com.br

Venham e divulguem entre os amigos.

ACADEMIA PAULISTA DE LETRAS

José Feldman (Publicação do E-Book Santuário de Trovas vol.3)


Foi publicado o e-book Santuário de Trovas vol.3, contendo cerca de 90 trovas com imagens. Homenagens in memoriam, dedicatórias.

Organização e montagem por José Feldman.

Faça o download de seu exemplar aqui.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n.30)


Trova do Dia

Fiz de você minha musa
minha vida e coração,
meu pijama, minha blusa,
a taboa de salvação.
JOSÉ FELDMAN/PR

Trova Potiguar

Na fauna de estimação
tem bicho como tu és.
Com plumas feito pavão
mas sem olhar para os pés!
MARCOS MEDEIROS/RN

Uma Trova Premiada

2010 > Camboriú/SC
Tema > SEGREDO > Vencedora

Eu já fui um beija flor
em outras vidas passadas:
- era segredo em louvor
às flores desamparadas.
MARIA LUIZA WALENDOWSKY/SC

Uma Poesia livre

Suely Nobre Felipe/RN
UM SOPRO DE VIDA.

A vida jaz lá fora.
Aqui dentro,
Contento-me com o som das ruas.
Alenta-me o balé descompassado das nuvens
Levitando na pequena fenda da minha janela.
É o que me resta do dia.
Inerte, sinto um sopro de vida
Quando o vento beija o meu rosto
E, mançamente abraça o meu corpo.
Alegro-me também,
Quando de tempos em tempos
Um pequeno pássaro desfila inocente
Cruzando a pequena fenda da minha janela,
Assobiando uma bizarra cantoria
Ali donde antes,
Bailavam nuvens descompassadas
Trazendo a ilusão do movimento.
Inerte, porém, sinto a noite chegar
Sorrio para o último pássaro.
Aqui dentro,
A vida jaz em mim.
Lá fora,
O dia escurece.

Uma Trova de Ademar

Quando o amor se consolida,
mesmo que vire rotina;
termina tudo na vida,
mas esse amor não termina!...
ADEMAR MACEDO/RN

...E Suas Trovas Ficaram

Tudo é festa quando assomas
e com festa me seduzes,
teu beijo, festa de aromas,
teus olhos, festa de luzes!
VENTURELLI SOBRINHO/MG

Estrofe do Dia

Vi no jardim da poesia
Botões de versos se abrindo,
As rimas todas sorrindo,
Estrofes em harmonia...
Nesta cena de alegria,
A tristeza sobressai...
Uma borboleta cai
Na grande teia de aranha.
Vendo a agonia tamanha,
EU SOLTEI A BUTTERFLY.
DJALMA MOTA/RN

Um Sonetilho

Thalma Tavares/SP
UM DILEMA

Vivo um dilema terrível
entre a virtude e o pecado.
Quem dera fosse possível
voltar inteiro ao passado

Assim meu pecado horrível
seria, então, anulado
e eu, num milagre incrível,
voltaria imaculado.

Então não mais pecaria.
Sem transgressões não teria
remorsos a me culpar....

Mas quando tu apareces,
e me abraças e me aqueces,
eu quero mesmo é pecar.

Fonte:
O Autor

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

João Barbosa (Balaio das Letras)


MINHA MORADA

Encostada ao pé da serra,
Num pedacinho de terra,
Construí minha morada.
Vivo cheio de esperança,
Como vida de criança,
Não desconfio de nada.

Minha casa é amarela,
Bem na frente uma janela
E uma varanda espaçosa.
No meu pequeno jardim,
Um belo pé de alecrim
E muita flor perfumosa.

Uma coisa mui bonita,
Toda tarde nos visita,
Um casal de seriema.
São coisas da natureza,
Num recanto de beleza,
Num pedacinho de Extrema.

Tem muito amor e vida,
Nesta Terra querida,
Que me viu nascer.
É motivo de emoção,
Bate forte o coração
Que o peito faz doer.

EXTREMA

Subi no alto da serra
E não pude me conter,
As belezas desta terra
Que Deus fez pra se ver.

Vi os montes e as matas;
Também os vales e colinas;
Vi montanhas muito altas
E as verdejantes campinas.

Vi também minha cidade
Encostada ao pé da serra;
Quão grande felicidade
No meu coração encerra.

- Extrema cidade querida,
Berço de encantos reais;
Tu és a mais preferida
No Sul de Minas Gerais.

VIDA SOFRIDA

Meu amigo está velho
E muito cansado;
Quanta recordação
Do tempo passado!
Eu perguntei:
- E a sua vida?
Ele respondeu:
- Está muito sofrida!

Há tempos atrás
Eu vivia contente;
Sempre cantava
Muito sorridente;
Chegou a velhice
E a necessidade,
Deixei o sertão
E vim pra cidade.

Procurei meu direito
Na previdência;
Fiz meu pedido
Com certa urgência,
Que me concedesse
O meu benefício;
Pra conseguir
Foi um sacrifício.

Esta é a vida
De um trabalhador,
Que muito lutou,
Derramou suor,
E nunca enjeitou
Serviço pesado;
E hoje só vive
Num banco sentado.

NA SOMBRA DO BOSQUE

Na sombra do bosque
A brisa refrescante
Passa, a todo instante;
E as borboletas multicores
Ruflam as asas, com singeleza;
Saudando a natureza
Por entre as belas flores.

Na sombra do bosque
O garboso bem-te-vi
Pousando aqui e ali
Na ramagem perfumada
Solta seu belo canto,
Que se admira tanto
O caminheiro da estrada.

Na sombra do bosque
Tem pássaros canoros
De cantos sonoros
Com tanto queixume.
A relva florida
Tem beleza, tem vida,
E suave perfume.

HERÓIS DA LIBERDADE

Em terras estranhas,
Distante das montanhas
Desta Terra brasileira,
Muitos foram obrigados
A ficarem exilados
Além da nossa fronteira.

Alguém até inocente,
Longe da nossa gente,
Cabisbaixo e calado;
Enfrentou sério dilema,
Pra resolver o problema
E voltar ao nosso lado.

Os heróis da nossa Terra
Enfrentaram fortes guerras
E lutaram pra vencer;
Em busca da liberdade,
Lutaram com fidelidade
Sem jamais esmorecer.

A nossa liberdade,
Devemos na verdade,
Aos heróis altaneiros,
Que com grande glória,
Alcançaram a vitória
Neste país brasileiro.

Fonte:
http://www.balaiodasletras.com.br