domingo, 15 de novembro de 2015

Harley Clóvis Stocchero (Trovador Homenageado)

 
A mulher que a gente ama,
para nós sempre é a mais bela,
pois o coração conclama
não ver os defeitos dela!…
* * *
A Pátria não é somente
o céu, o rio e o chão;
é mais: – É a alma da gente
que vibra no coração!
* * *
A ponte é sempre quem liga
as margens, fazendo o bem!
Que nesta vida eu consiga
ser uma ponte também!…
* * *
Como é belo, nesta terra,
semeado o vale de flor;
amor numa flor se encerra,
pois flor é rima de amor…
* * *
Diz uma lenda tingui
que Tupã, Deus dos guerreiros,
enterrando a lança aqui
fez nascer muitos pinheiros …
* * *
Felicidade é o momento
que a alegria nos traduz;
é feliz no sentimento
que me une ao meu Jesus!
* * *
Manter moeda equilibrada:
– dólar valendo real…
é tentativa frustrada…
fantasia nacional!…
* * *
Meu amor sempre me espera
à tarde com um lanchinho,
mas eu fico na quimera
de tomarmos nosso vinho.
* * *
Minha mãe, que orava aqui,
é nos céus que reza agora;
foi no meu sonho que a vi
aos pés de Nossa Senhora!
* * *

O mundo de hoje nos deixa
na terrível contingência
de ver aumentar a queixa
da escalada das violência…
* * *
Para manter este sonho
de trovar com perfeição
nas mãos de Deus eu deponho
o poder da inspiração.
* * *
Quanto amor, quanto carinho,
que meu quartinho revela,
quando vens, bem de mansinho,
apagar a luz da vela…
* * *
Quem espera recompensa
pelo bem que praticou,
não tem amor e não pensa
no que Deus nos ensinou!
* * *
Quem passando nesta vida
seu próximo nunca amou,
pode assim ser definida:
– Que não viveu, vegetou!…
* * *
Quem pensa que o fim da vida
é igual lâmpada apagada,
vai constatar, surpreendida,
que esse fim é uma alvorada!…
* * *
Sonho que sempre acalento
e mantenho todo o dia:
– ser bom, mesmo em pensamento,
semeando paz e alegria!
* * *
Todo homem que se compraz
com artimanhas de guerra,
jamais vai encontrar paz
para os seus aqui na terra!
* * *
 Trovador que a dor reprova
e trovando a dor suplanta
é um beija-flor que comprova
ter sempre mel na garganta.
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Harley Clóvis Stocchero nasceu m Almirante Tamandaré/PR, em 1926, filho de Bortolo Ferreira Stocchero e Hercília de Oliveira Stocchero. Estudou na PUC-PR. Foi professor e advogado. Funcionário fazendário estadual, Exerceu cargos diretivos da Escola Normal Dr. Cícero Silva, no interior do estado e FIDES (PROMOPAR), em Curitiba.
            Delegado da UBT de Almirante Tamandaré, sócio da seção UBT-Curitiba, da Academia de Cultura de Curitiba, do Instituto Histórico e Geográfico do Paraná, da Soberana Ordem do Sapo e sócio efetivo da Academia de Letras José de Alencar ocupando a cadeira n.5, na qual foi vice-presidente.  Foi presidente do Centro de Letras do Paraná. Cadeira n.6 da Academia Paranaense de Letras, cadeira n.12 da Academia Paranaense de Poesia e cadeira 17 da Academia Sul-Brasileira de Letras.
            Recebeu o título de Vulto Emérito, pela Câmara Municipal de Almirante Tamandaré em 1994. Possui medalhas e diplomas de concursos de trovas. Possui dois livros publicados: Ermida Pobre (poesia); e Os Dois Mundos (poesia, mensagens e crônicas).
            Faleceu em 23 de março de 2005.     

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Fontes: – Antologia dos Acadêmicos: edição comemorativa dos 60 anos da Academia de Letras José de Alencar. São Paulo: Scortecci, 2001. – Os Trovadores. Boletim Cultural da UBT/Curitiba – ano 14 – n.46 – maio/2005 – artigo de Vânia Ennes. – TABORDA, Vasco José e WOCZIKOSKY, Orlando (orgs.). Antologia de Trovadores do Paraná. Curitiba: Edição de O Formigueiro. Instituto Assistencial de Autores do Paraná, 1984