sexta-feira, 14 de abril de 2017

Trovadora Homenageada: Nadir Nogueira Giovanelli


A contadora de estórias,
com graça e jeito de fada,
conta e reconta as vitórias,
dos heróis à criançada.

A lua e mar cor de prata,
vêm inspirar trovador,
que a sonhar faz serenata,
cantando versos de amor!

Amizade, um bem fecundo,
um presente em toda idade;
perfuma a vida no mundo,
deixa laços de saudade.

Araras voando em bando,
em tons mesclados de azul,
cortam céus sempre alegrando,
vistosas, de Norte a Sul.

Até em sonhos te abraço,
com tanto amor esperado,
 no aconchego do teu braço,
sempre meu homem  amado!!

A vida é louca corrida,
meu refúgio é navegar;
do veleiro, de partida,
sinto a brisa a me abraçar!

Bandeira tremula em festa,
em nosso amado Brasil;
rio que abraça a floresta,
sob o céu de puro anil!

Com palavras de louvor,
um brinde à prosperidade;
 o vinho expressa o amor,
saúde e bela amizade!

Desde que o dia amanhece,
até vir o por do  sol,
você é  luz que me aquece,
me ilumina, é meu farol.

Devagar, mesmo sem pressa,
espalhe a felicidade.
Um amigo, assim se expressa,
deixa marcas de saudade!

E nesta grande aventura,
entre nuvens e neblina,
vou sentindo lá na altura,
o efeito da adrenalina.

Envio-te uma mensagem,
de carinho e de afeição;
tem a mais pura linguagem,
que brota do coração!

Este trem  lembra um passeio,
que em Garibaldi eu fazia;
brindei e dancei, sem freio,
colhi flores da alegria!

É triste ver a gravura,
chaminés, negra fumaça;
poluição ganhando altura,
o sol perdeu brilho e graça.

Eu vejo voltando as flores,
as margaridas se abrindo,
voam folhas multicores
que do outono vão partindo.

Lembrança em porta-retrato,
de um tempo alegre passado...
É gente amiga de fato,
a quem tenho tanto amado!

Levantei-me bem cedinho,
quero subir pela estrada,
sem desviar do caminho,
que me leva a minha amada.

Na chuva tão perfumada,
me aconchego nos teus braços,
sou feliz por ser amada,
sem a pressa dos teus passos.

Na lembrança, este barquinho,
navegando sobre o mar,
tua ausência, como espinho,
queria me naufragar.

Na Terra é que se renova,
o tempo ou vida presente.
Na dor é que se comprova…
Quem é amigo da gente!

Nesta mistura de raça
sem  preconceito de cor,
a amizade se entrelaça
com respeito e muito amor.

O equilibrista valente,
sempre à frente bem ligeiro,
mas, seu gatinho inocente,
quem rouba a cena primeiro.

O exemplo da formiguinha,
que paciente no trabalho,
junta forças e sozinha,
leva o que restou de um galho...

Oh! Primavera adorada,
inspiras tantos amores;
és grandiosa, perfumada,
neste festival de flores.

O relógio é tão ligeiro,
não espera por ninguém;
vai mostrando o tempo inteiro,
que o tempo voa também.

O samba dá seu recado,
pois remexe o corpo inteiro.
Quem dança mostra o gingado,
que só tem o brasileiro.

Sete portas!... Uma aberta!...
A Deus imploro e agradeço;
preciso da escolha certa,
meu momento é recomeço!

Tempo é a bela passagem,
de quem na Terra viveu,
para levar na bagagem,
os frutos que recolheu…

Tem subida, tem descida,
a ponte me deixa muda;
descendo ninguém duvida,
que todo santo me ajuda!

Toda criança sadia,
tem nas mãos cola e papel;
pipas são sempre alegria,
subindo no azul do céu.

Uma deusa soberana,
passado e glória em museus;
Europa o mundo se irmana,
vendo a arte dos filhos seus.

Um caderno pequenino,
vai comigo o dia inteiro.
Fazer trova exige tino
e, este mudo companheiro.

Vaga a lua em noite escura,
flutuando como um véu,
despede minha amargura,
clareando todo o céu.

Vejo meu barco ancorado,
após  muito navegar;
no verão sob sol dourado,
e nas noites de luar.

Violação da liberdade,
fere a dignidade humana,
denuncie esta maldade,
quebre esta corrente insana.

Vive com bola no pé,
a "pelada" é sem chuteira;
menino tem garra e fé,
num  futebol, sem fronteira.

Vivemos lições de vida,
não sabemos do amanhã;
sorrindo e, na dor sofrida,
podemos ter mente sã.

Vou cortar esta corrente,
que aprisiona uma paixão;
não viverá  sorridente,
quem suporta a possessão.

quinta-feira, 13 de abril de 2017

Olivaldo Junior (Minha Esperança)

Glosando Vanda Alves da Silva*

MOTE:
Em meus tempos de criança,
pelas poças, num tropel...
lançava minha esperança
em barquinhos de papel...
Vanda Alves da Silva/UBT Curitiba-PR

GLOSA
Em meus tempos de criança,
sossegado e até baldio,
só queria ser quem lança
novas redes para o rio!...

Numa intrépida "ignorãça",
pelas poças, num tropel,
tropeçava em quem alcança
seu sertão num carrossel...

Na calçada, Sancho Pança 
sem Quixote (tão vazio!),
lançava minha esperança,
minha rede, ao meio-fio!...

Céu azul que não se cansa,
nuvens brancas a granel,
dava a vida em confiança,
em barquinhos de papel...
_________________________

* Sobre o ato de glosar trovas, assim nos diz a célebre poeta e trovadora Gislaine Canales, no blogue "Clevane Pessoa Entrevistas": 

Glosa de Trovas, é uma composição literária em forma de quadras, de que servem de mote os versos de uma trova. Mote é a trova que serve de inspiração. 

O Glosador multiplica a trova glosada em outras quatro, repetindo-a verso por verso, cada qual ajustado às novas trovas, uma a uma, numa seqüência poética peculiar das idéias recriadas. Com isso, a glosa recebe título à parte e exibe grandeza própria. 

Tecnicamente, a glosa é o desdobramento de uma outra composição mais curta - o mote. Cada um dos versos do mote começa, integra ou termina cada uma das estrofes da glosa. As estrofes da glosa serão tantas, quantos forem os versos do mote. 

Eu coloco o primeiro verso do Mote, no primeiro verso da primeira trova da Glosa, o segundo verso do Mote, no segundo verso da segunda trova da Glosa, o terceiro verso da Mote, no terceiro verso da terceira trova da Glosa e o quarto verso do Mote, no quarto verso da quarta trova da Glosa.

Cada trova glosada representa, a meu ver, uma homenagem ao seu autor.

Entrevista, na íntegra, em: 
http://clevanepessoaentrevistas.blogspot.com.br/2007/10/gislaine-canalestnis-e-sextilhas.html

Fonte:
O Autor