sábado, 23 de dezembro de 2023

José Feldman (Cartão de Natal)

 A todos leitores e seguidores do blog, desejo a vocês e seus familiares um ótimo Natal com muitas alegrias, muita paz. 



Mensagem na Garrafa – 62 –

Artur da Távola
(Paulo Alberto Moretzsohn Monteiro de Barros)
Rio de Janeiro/ RJ, 1936 – 2008

Natal Existencial

Que o seu Natal seja a certeza de que a vida é apenas descoberta, aventura, invenção e mistério. Que seja Natal em você ainda quando lá fora imperem o escárnio e a injustiça. Nascendo natais em você, melhor enfrentará a luta por construir o mundo com justiça e amplidão. Será Natal o que for afetivo, caloroso, verdadeiro e sem disfarces, mesmo o de Papai Noel. Será Natal sempre que o pedido de perdão seja feito e no coração se abrigue o mesmo sentimento de perdão, que cada um aprenderá a dar e pedir.

Será Natal o que se fizer sincero e grato. Será Natal onde o sorriso agradeça, peça, revele ou insinue e jamais disfarce, distraia ou seduza. Há de ser Natal quando todos festejemos por igual, e saibamos avaliar perdas, dores, erros e ofensas e comungar qualidades, feitos, capacidade de prosseguir na luta constante por ver, sentir, saber e enfrentar.

Sendo Natal você pode se comover, dar a mão, chorar à toa, beijar os filhos, pedir a benção ao pai, brincar de bola de gude, boneca ou soldadinho de chumbo. Sendo Natal, você deve se fazer mais simples, chorão ou ciumento, sentar no colo até de estátua, sem temer pedir afago, agasalho, cafuné, abraço de filho, doce de leite ou trégua. Serás o Natal se fores tu. Serás o Natal se fizeres um congresso interior dando a palavra a cada bancada interna. Serás o Natal se te identificares com o melhor e o pior de ti, crucificando-te em sacrifício para elevar-te à altura do melhor de ti e do Pai que elejas como padrão. Serás o Natal se fores presente, embrulho, dádiva, oferta, surpresa, entrega ou adivinhação.

Se, em vez de tu, preferires ser você, então que seja Natal em você quando se estabeleça a capacidade de compreender quem o ofende sem ofender quem o compreende; que seja Natal em você sempre que se descobrir também menor, mesquinho ou pequeno e fizer o esforço de halterofilista da própria moral. Seja Natal em você sempre que se sinta invisivelmente emocionado ou emocionalmente visível, tocável, perceptível, em sua melhor dimensão do sentir. Que seja Natal em você a cada recordação e reconhecimento de quem algo lhe trouxe, mesmo encapado em dor ou perda, espanto, amor ou desilusão.

Ser Natal é olhar o céu para obter silêncio. É saber olhar, pacificar, gesticular a esperança e votar na verdade. Ser Natal é ascender as próprias luzes sem brilho e ouvir, no silêncio, a voz do mistério a proclamar a verdade, numa linguagem oculta, com a qual se consiga alcançar sem saber e perceber sem conhecer. Ser Natal é pular o muro ou entrar pela chaminé para dentro de si e lá encontrar a mesma criança com as enormes barbas brancas da sabedoria milenar da espécie.

Ser Natal é descobrir que Natal é SER!

Benedita Azevedo (Véspera de Natal)

Em meu primeiro ano de trabalho no comércio, aconteceu um fato que me marcou para sempre.

No mês de dezembro trabalhava-se até as vinte e duas horas. Na última semana que antecedia ao Natal, abria-se a loja as sete da manhã e fechava-se as vinte e duas horas.

Logo cedo, colocava-se toda a mercadoria em seus devidos lugares. Após as nove, o movimento era uma loucura. Ninguém conseguia guardar nada. O bom era que ganhávamos hora extra após as dezessete horas. Os salários dobravam no mês de dezembro. Isso fazia com que todos trabalhassem  com muita dedicação.

O Sr. Nunes, um comerciante ainda jovem, muito rigoroso, ganhara fama de mulherengo e brigão, mas, muito trabalhador. Dirigia seu negócio com pulso firme. Treinava seus funcionários com tal exigência que, se alguém era despedido, todos os outros comerciantes queriam contratar. Tinha duas pequenas lojas, mas o objetivo dele era ter um negócio maior, ali, na rua principal.

Naquele ano tinha realizado o velho sonho, a loja vendia tudo que colocasse nas prateleiras. Muitas vezes os contínuos iam às outras lojas apanhar mercadorias esgotadas na nova. O estoque era renovado frequentemente.

Era quase meio dia, naquele sábado. A loja estava menos cheia. Entrou uma criança aparentado nove ou dez anos. Estava descalça, sem camisa, short sujo e rasgado, o nariz escorrendo e um saco de pipoca na mão. Olhou o manequim de um menino, na vitrine, vestido de roupa esportiva, calçando tênis e com uma bola na mão.  Os contínuos ficaram atentos. O menino saiu. Passados alguns minutos voltou. Ficou ali olhando para o manequim. Um dos contínuos falou com a criança que se afastou.

Ao meio dia, foram baixadas as portas de ferro, para que os funcionários lanchassem e colocassem as mercadorias em ordem. Uma hora depois abriram.  O movimento estava menor.

O menininho que estivera duas vezes pela manhã, olhando o manequim da vitrine apareceu. Ficou olhando da calçada. Aos poucos foi se aproximando. Já estava ao lado do manequim da vitrine, outra vez. O contínuo já se aproximava para retira-lo dali, quando o patrão se aproximou, pegou-o pelo braço e arrastou para os fundos da loja.

O quê faria com o menino aquele patrão tão rigoroso? Os funcionários ficaram aflitos. Confesso que fiquei assustada. Olhava constantemente para a porta. Perdi a paciência e resolvi que ia até lá.  Antônia, uma das funcionárias mais antigas segurou-me pelo braço.

- É melhor você não interferir.

- Mas, o menino precisa de ajuda!

- Acho bom você esperar para ver.

A minha ansiedade falou mais alto. Empurrei a colega e entrei na sala do estoque. Não tinha ninguém. Meu coração disparou. Fui até o fundo do grande salão e nada. Voltei e falei meio apavorada.

- Ele sumiu com o menino!

Todos começaram a rir olhando para a porta dos fundos. Eu não sabia o que pensar.  Ao me virar, vejo o Sr. Nunes com o menino pela mão, vestido igual ao manequim da vitrine, de banho tomado e com a bola na mão.

Soube depois, que era hábito do patrão fazer uma surpresa a uma criança, toda véspera de natal.

Fonte:
Recanto das Letras da Escritora
https://www.recantodasletras.com.br/contos/787757

Baú de Trovas LXXIV: Natal


Do Natal ao Ano Novo
a folga é pouca... O ideal
é deixar de folga o povo
do Ano Novo até o Natal…
A. A. de Assis
Maringá – PR
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Trovadores - renitentes -
tenhamos este ideal;
fazer das trovas sementes
para a paz universal!
Alberto Fernando Bastos 
Rio de Janeiro/RJ, 1921 - ????
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Natal; presépio, lapinha,
Missa do Galo... Afinal.
esta saudade tão minha
é que enfeita o meu Natal!
Alberto Isaías Ramires 
Vila Velha - ES
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Nos campos da minha vida,
junto a seu verde esperança,
enterrei compadecida
os meus Natais de criança.
Alda Corrêa Mendes Moreira 
Niterói - RJ
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Faz dois mil anos... e ainda
algo sobrenatural
encanta e deixa mais linda
cada noite de Natal!
Alzira de Siqueira Alves 
São Paulo - SP
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Nesta noite de orações,
pedirei, como presente,
que em todos os corações
haja um Natal permanente!
Amaryllis Schloenbach 
São Paulo - SP
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É Natal! Que ateus e crentes
sigam o exemplo da mão;
cinco dedos diferentes
repartindo o mesmo pão!
Antônio Juraci Siqueira 
Belém - PA
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Homens que lutam na guerra!
Uma trégua, por favor.
Quero harmonia na terra
e um Natal cheio de amor,
Antonio Miguel Cestari 
Bragança Paulista – SP
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É Natal no coração
de quem, com toda humildade,
auxilia o seu irmão
que passa dificuldade!
Brasília Maria de Souza Pinto 
Curitiba - PR
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O Natal chega depressa...
fico, até, entusiasmado.
E o bom velhinho regressa,
descendo pelo telhado.
Caetano Souza Ennes 
Curitiba - PR
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Paz e Amor - eram Seus planos
e por eles deu a vida.
— Mensagem que há dois mil anos
não foi ainda entendida!
Carolina Ramos 
Santos - SP
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Papai Noel, grande amigo,
neste Natal que aí vem,
já que esquecer não consigo,
traga de volta meu bem!
Celita Gondim 
Campina Grande - PB
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Que, afinal, a paz se faça
e, num mundo sem rancores,
em vez de fogo e fumaça,
os canhões atirem flores!
Darly O. Barros 
São Francisco do Sul/SC, 1941 - 2021, São Paulo/SP
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Papai Noel, por favor,
do Natal afasta os medos,
e coloca mais amor
no meio dos teus brinquedos!
Delcy Canalles 
Porto Alegre - RS
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Sons de sino na amplidão!.,.
Natal!... e somente a lua
testemunha a solidão
destas crianças de rua!...
Domitilla Borges Beltrame 
São Paulo - SP
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Natal! A casa sombria
faz da saudade um refém,
E eu ergo a taça vazia,
num falso brinde a ninguém!
Edmar Japiassú Maia 
Miguel Couto - RJ
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Eu vi dois Papais Noéis
dizendo coisas divinas.
Um recitava cordéis
o outro, trovas Natalinas...
Edy Soares 
Vila Velha - ES
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No meu Natal é rotina
deixar tudo no "capricho":
no peito faço faxina
e jogo as mágoas no lixo!
Élbea Priscila de Sousa e Silva
Piquete/SP, 1942 – 2023, Caçapava/SP
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O meu presente é singelo,
no Natal, quero um buquê
ornado em laço amarelo,
e, em meio, às flores, você!
Elisabeth Souza Cruz 
Nova Friburgo – RJ
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Ele é a mentira mais doce.
Para as crianças é um mel...
Que bom seria, se fosse
verdade, o Papai Noel...
Elza Meirelles Chola 
São Paulo - SP
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Meus filhos, não lastimeis
se a sorte às vezes vos falha...
Lembrai: Jesus, Rei dos Reis,
nasceu em berço de palha!...
Ercy Maria M. de Faria 
Bauru - SP
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Natal! Tantos já partiram,
deixando em silêncio a sala...
Quietos velhinhos suspiram,
só a saudade é quem fala.
Eva Reis 
Uberaba – MG
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O céu não chora... eu dizia,
olhando o Cristo na Cruz...
Pois se Deus chorou um dia,
verteu lágrimas de luz!...
Fábio H. Cabral 
Rio de Janeiro - RJ
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Sob um céu monumental,
aos sons de harpas e de banjos,
nesta noite de Natal
"Boas Festas", cantam anjos!
Fábio Siqueira do Amaral 
Bragança Paulista – SP
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Com jingle bell, jingle bell
muita festa, muita luz,
todos esperam Noel...
...alguém espera Jesus...
Flávio Rodrigues 
Bragança Paulista - SP
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Rogo que os cantos felizes,
que no Natal têm preceito,
curem bem as cicatrizes
das feridas do meu peito.
Francisco Gabriel Ribeiro 
Natal - RN
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Quis Deus que a Luz Redentora
nos desse o exemplo sagrado,
surgindo na manjedoura
e não num berço dourado.
Heráclito de Oliveira Menezes 
Aracaju - SE
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Natal é tempo de paz
de respeito á diferença
pois, somos iguais, assaz
indiferente de crença!
Isabele Marés de Souza 
Curitiba - PR
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Papai Noel, vê se faz
do Natal, um baluarte:
— Ergue a Bandeira da Paz,
gravando AMOR, no Estandarte!
Ivone Taglialegna Prado 
Paraguaçu - MG, ??? – 2022, Belo Horizonte/MG
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Não tem valor um cenário
de Natal todo imponente,
se quem faz aniversário,
da festa estiver ausente.
Jerson Brito 
Porto Velho - RO
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Natal do tempo presente,
Jesus, o que aconteceu?
Nas festas estás ausente,
o aniversário não é teu?
Jessé Nascimento 
Angra dos Reis - RJ
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Natal é lindo, amiguinhas,
mas se querem que eu resuma:
Perus, porcos e galinhas
não acham graça nenhuma...
João Paulo Ouverney
Pindamonhangaba - SP
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Meu Natal não tem presente,
ceia farta, cores, luz...
Meu Natal é diferente:
meu Natal só tem Jesus.
João Quintino da Silva 
Belo Horizonte - MG
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Vamos cantar o Natal,
pois é tempo de alegrias...
Porém seria ideal
cantá-lo todos os dias!!!
Joaquim Carlos 
Nova Friburgo - RJ
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Neste Natal reluzente
de uma ternura sem fim,
não peço a Deus um presente,
peço Deus presente em mim!
José Lucas de Barros  
Serra Negra do Norte/RN, 1934 – 2015, Natal/RN
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Enquanto aqui nesta mesa
ao Natal se bebe e come,
muitos, com muita tristeza,
não têm Natal... só têm fome...
José Ouverney 
Pindamonhangaba - SP
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Nesse clima aconchegante
de Natal no coração,
tratemos o semelhante
como verdadeiro irmão.
Leonilda Yvonneti Spina 
Londrina - PR
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Papai Noel, põe na mão
das crianças da favela,
esperança, amor e pão,
em vez de arma e flanela.
Lisete Johnson 
Butiá/RS, 1950 – 2020, Porto Alegre/RS
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O Natal não pode estar
num lugar de escuridão,
pois Jesus quer visitar
cada lar e cada irmão.
Luiz Damo 
Caxias do Sul - RS
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Natal... ternura...poesia...
Vem o amor... e foge o mal...
- Quem dera que todo dia
fosse Dia de Natal!
Luiz Otávio
Rio de Janeiro/RJ, 1916 – 1977, Santos/SP
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Quando uma trova anuncia:
"É Natal, nasceu Jesus",
o Natal se faz poesia!
A Trova se torna Luz!
Luiz Rabelo 
Natal/RN, 1921 - 1996
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É quando a pobreza avança
e a criança sem presente,
num Natal sem esperança,
dilacera a alma da gente.
Madalena Ferrante Pizzatto 
Curitiba - PR
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Peço a "Noel", com leveza,
que ao chegar do polo norte,
bote ao menos pão na mesa
dos que nasceram sem sorte
Manoel Cavalcante 
Pau dos Ferros - RN
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Das lembranças do Natal,
vejo que nada mudou.
Tudo continua igual...
Noel, sempre; rou, rou, rou!
Marco Aurélio Goulart 
Itapecuru-Mirim - MA
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Quem conta muita vantagem,
pelo pouco que produz,
não pensa naquela imagem
de Cristo morto na cruz.
Marcos Medeiros 
Natal - RN
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Tem natal na casa rica,
mas também lá na choupana,
e Jesus em todas fica
e linda luz Ele emana!
Maria Aparecida Ferreira Vasconcelos 
Santos - SP
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Vamos cantar o Natal,
partilhando com o irmão
o nosso amor fraternal,
na ceia... do coração..,!
Maria da Conceição Fagundes 
Curitiba - PR
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Em cada presente embrulhe
perfumes de gratidão,
para que a alma mergulhe
na paz da compreensão!!!
Maria Izabel Fanaya Borges 
Curitiba - PR
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Natal é paz! — Harmonia!
É convívio fraternal!
— Se eu pudesse, cantaria
eternamente... Natal!
Maria Madalena Ferreira 
Magé - RJ
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Meus Natais foram tristonhos,
só porque Deus não me deu
os presentes que, em meus sonhos,
a ilusão me prometeu.
Maria Nascimento Carvalho 
Rio de Janeiro – RJ
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Bate a chuva, ruge o vento,
nesta noite de Natal!...
E o cipreste, num momento,
tem pingentes de cristal!
Maria Thereza Cavalheiro  
São Paulo/SP , 1929 – 2018
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Que o Natal traga bonança...
como: paz, amor, saúde;
também encha de esperança
toda a nossa juventude!
Mário Moura Marinho 
Sorriso - MT
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É Natal! Risos.... Presentes...
Alegria e muita luz...
Revendo a lista de ausentes:
— Esqueceram de Jesus!
Maurício Norberto Friedrich 
Porto União/SC, 1945 – 2020, Curitiba/PR
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Que saudade dos afetos
lá da casa de meus pais...
Foram dias prediletos...
Eram lindos meus Natais!
Nei Garcez 
Curitiba - PR
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Neste natal desejamos
Paz, Amor, Fraternidade,
não somente a quem amamos,
mas a toda humanidade!
Neide Barros Rêgo 
Niterói - RJ
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O Natal era alegria
e a gente nem reclamava:
sobre a mesa, nada havia,
mas em volta o amor sobrava!!
Neide Rocha Portugal 
Bandeirantes – PR
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Peço a Deus que o meu Natal
seja de paz e harmonia
e de forma genial
tenha Trova e Poesia.
Neiva Fernandes 
Campos dos Goytacazes/RJ
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Outro Natal.,. E não passa,
mãe, a saudade dorida
de quando a ceia era escassa,
mas teu amor — sem medida!
Newton Vieira 
Curvelo - MG
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O meu palácio encantado
onde o ano todo é Natal
é um retângulo alugado,
chamado caixa postal.
Nilton Manoel 
Ribeirão Preto - SP
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Amigos do dia a dia,
os meus votos de amizade.
Feliz Natal, alegria...
E muita prosperidade!
Odenir Follador 
Palmeira/PR, 1948 – 2021, Ponta Grossa/PR
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Seria bem mais coerente
se na festa do Senhor,
em vez de trocar presente,
a gente trocasse amor!
Osvaldo Reis 
Bom Sucesso/PR, 1950 – 2017, Maringá/PR
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De nada vale uma imagem
de Cristo em sua parede,
se você nem tem coragem
de dar água a quem tem sede.
Olga Agulhon 
Maringá - PR
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Na manjedoura em Belém,
surge um mistério profundo:
Uma Luz vinda do além,
que se fez a Luz do mundo!
Professor Garcia 
Caicó - RN
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Neste Natal eu desejo,
com alma lavada e sã,
que esse mundo que hoje eu vejo,
veja-o melhor amanhã.
Raymundo de Salles Brasil
Santo Amaro - BA
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Feliz de quem, afinal,
consegue na humana trilha,
ver que o brilho do Natal
surge da luz da partilha!
Regina Célia de Andrade 
Magé - RJ
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Eis o voto fraternal
que desejo a todo o povo;
— Seja um dia de Natal
cada dia do Ano Novo!
Renato Alves 
Rio de Janeiro - RJ
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Neste Natal ofereço
a amigos e conhecidos
e àqueles que eu nem conheço,
meus votos mais comovidos.
René Zmekhol 
Bragança Paulista - SP
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Os meus desejos de agora,
juntei-os, pus no correio.
Destino: Natais de outrora...
mas a resposta não veio!
Rita Mourão 
Ribeiro Preto - SP
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Minha saudade e alegria
no Natal é recordar
do amor que meu pai trazia
quando vinha me abraçar!
Roberto Pinheiro Acruche 
São Francisco de Itabapoana - RJ
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O céu brilha diferente,
nesta Noite especial...
Desponta a estrela cadente,
e nos conta o quê? Natal!
Rô Caron 
Curitiba - PR
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É Natal. Vai, bom velhinho,
distribuindo presentes.
Presentes, no seu caminho,
à crianças inocentes.
Rose Mari Assumpção 
Curitiba - PR
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O Natal é a linda festa,
no seio da humanidade,
é data que manifesta
o grande amor de verdade!
Sara Furquim 
Rio Branco do Sul/PR, 1918 – 2020
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O que dorme na calçada,
sem Natal e sem guarida,
é resto d'alma jogada
nas cachoeiras da vida,
Sebastião Soares 
Natal - RN
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Minha maior alegria,
no Natal, era a emoção
do amor, que meu pai trazia
sob a barba... de algodão!
Sérgio Ferreira da Silva 
São Paulo - SP
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Que na noite de Natal
haja amor, sabedoria
entre os homens por igual!
Sejamos paz todo dia.
Solange Colombara
São Paulo/SP
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Vou pedir com insistência,
neste Natal, um presente:
— Amor e paz com urgência,
para este mundo carente!
Vânia Ennes 
Curitiba - PR
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No Natal, paz e venturas,
se deseja com ardor,
esta data de farturas...
celebramos com amor!
Walderez de Araújo França 
Paranaguá - PR
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Mais um Natal... e o garoto,
mãos vazias, diz pra gente:
— Meu sapatinho, tão roto,
deixou cair o presente.
Walneide Fagundes de Souza Guedes 
Ibiracatu/MG, ?  – 2013, Curitiba/PR
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Alberto Moravia (O peru de Natal)

No dia de Natal, quando o comerciante Policarpi-Curcio ouviu no telefone a mulher pedindo-lhe que chegasse em casa pontualmente porque tinha peru, alegrou-se muito, visto que, com o passar dos anos, não lhe restara outra paixão a não ser a gula. Imensa porém foi sua surpresa quando, ao chegar em casa por volta de meio-dia, encontrou o peru não na cozinha, enfiado no espeto e girando lentamente sobre um fogo de carvão, mas na sala de visita. O peru, vestido com elegância antiquada, com um paletó preto com debruns de seda, calças em tecido xadrez preto e branco e colete cinza com botões de osso, conversava com a filha de Curcio. A surpresa de Curcio ao encontrar o peru numa atitude e num lugar tão insólitos foi tão grande que, após as apresentações, aproveitando um momento de silêncio, ele não pôde deixar de inclinar-se para frente e dizer com cortesia mas também com firmeza: "Com licença, senhor... não sei se estou enganado... mas... mas me parece que o seu lugar não deveria ser aqui... repito, não sei se estou enganado... mas... o seu lugar deveria ser..." ia dizer "na panela", quando a mulher que, como ela mesma dizia, conhecia o seu rebanho, pisou-lhe no pé; e Curcio, que sabia por longa experiência o que significava aquele gesto, calou-se. A mulher, então, fez-lhe um sinal e, arrastando-o para fora da sala, disse-lhe em voz baixa e excitada que, pelo amor de Deus, não estragasse tudo. O peru era nobre, rico e influente; enfim, um excelente partido; e já demonstrava um interesse particular e evidentíssimo por Roseta; por acaso, com seus estúpidos comentários, ele queria acabar com o casamento que estava quase para se concretizar? Curcio desculpou-se com a mulher e jurou que não abriria mais a boca. Quanto ao peru, a pergunta do anfitrião desavisado teve apenas o efeito de fazê-lo pegar o monóculo e examinar o infeliz de cima a baixo. Logo depois voltou a conversar com a filha de Curcio.

"Não adianta falar", pensava Curcio daí a pouco, sentado à mesa, enquanto a mulher se desdobrava em cortesias com o peru, "com um tipo como este, mais que dar-lhe a filha em casamento, a gente gostaria de torcer-lhe o pescoço". Curcio estava irritado sobretudo com o ar de superioridade e displicência que o peru assumia toda vez que lhe dirigia a palavra. Curcio sabia muito bem que vinha, como se costuma dizer, do nada, e que suas maneiras não eram tão elegantes como a mulher e a filha desejariam que fossem. Mas ele trabalhara a vida toda e ganhara muito dinheiro, era essa a razão pela qual não tinha tido tempo de cuidar da sua educação. O peru, ao contrário, com toda aquela empáfia, não poderia dizer o mesmo. Belas maneiras, sem dúvida, ares de grão-senhor, mas no final das contas, Curcio poderia jurar, pouca substância. Outra coisa que irritava Curcio era a maneira com a qual o peru, após ter dito alguma coisa espirituosa ou profunda, atirava a cabeça para trás, enfiando o bico e os barbilhões na gravata preta de plastrão e estufando o peito debaixo do colete. E finalmente o peru falava com a mulher de Curcio com a mesma escolha cuidadosa de palavras e a mesma modulada preciosidade de acento com que se dirigiria a uma duquesa. Mas Curcio enfurecia-se porque lhe parecia perceber certa dose de ironia neste respeito excessivo. "Para a panela", pensava, "para a panela...”

Contudo, essa antipatia de Curcio era mais do que compensada pela enfatuação das duas mulheres, mãe e filha, pelo peru. A mulher de Curcio e Roseta ficavam simplesmente suspensas aos lábios, ou melhor, aos barbilhões do peru, que as fascinava com seus relatos incríveis de festas, divertimentos, viagens, sucessos mundanos. A familiaridade respeitosa de um peru como aquele, que tinha intimidade com a alta sociedade, envaidecia a mãe. Quanto a Roseta, ela enrubescia, empalidecia, tremia e dirigia ao peru olhares ora suplicantes, ora inflamados, ora lânguidos, ora assustados. Acontece que desde o início do almoço o pé do peru, calçado numa antiquada mas elegante bota de camurça cinza com botões de madrepérola, não parava um instante sequer de molestar a sapatilha da moça.

Depois que o peru foi embora, houve uma discussão violentíssima entre Curcio e a mulher. Curcio dizia que estava na hora de parar com esses elegantões sofisticados e esnobes que, como todo mundo sabe, escondem sob a arrogância um monte de trapaças. Ele tinha trabalhado a vida toda e não se sentia inferior a nenhum peru deste mundo. A mulher respondia que este furor era inútil; o peru nunca afirmou que era superior a ele; que bicho o tinha mordido? Quanto a Roseta, tendo-se deitado como costumava fazer todo dia depois do almoço, já estava sonhando com o peru. Via-o inclinado sobre ela que estava deitada de costas, as asas em volta de seus ombros, o bico sobre seus lábios entreabertos. 0 peru olha para ela carrancudo, e começa a estufar-se, a estufar-se, enchendo o quarto com suas penas cinzentas; mas, embora seja imenso ele parece leve ao colo de Roseta que suspira no sono e murmura: "Querido peru".

Nos dias seguintes apesar da crescente e visível antipatia de Curcio, o peru acabou se instalando na casa. Almoçava com eles; em seguida, ia para a sala de visita com a filha e lá ficava até a hora do jantar. Os dois, disse a mulher a Curcio, estavam praticamente noivos, embora o peru por motivos de família não quisesse que fosse feito, por enquanto, o anúncio oficial. "Belo genro", resmungava Curcio, “aceito um homem trabalhador, simples, de bom coração, mas um peru..." Curcio, entrando em casa, podia ver, através dos vidros da porta da sala, a graciosa cabeça da filha ao lado da cabeça oca, feroz e estúpida do peru. Ele pensava que aquelas mãozinhas tão brancas e miúdas podiam estar acariciando aqueles barbilhões vermelhos e enrugados e sua antipatia aumentava.

Acontece que, mesmo continuando a cortejar Roseta, o peru não se decidia a pedi-la em casamento. Até a mãe começava a ficar preocupada. Se era um peru sério, disse ela um dia para a filha, devia apresentar-se aos pais e pedi-la em casamento. Roseta, ao ouvir essas palavras, olhou assustada para a mãe e não disse nada. Na realidade, o peru tinha conseguido desde os primeiros dias obter da moça os extremos favores. E agora ela, não menos que a mãe, estava ansiosa para que o peru regularizasse , por assim dizer, sua situação.

Um dia Roseta recebeu o peru na sala com um rio de lágrimas. Ela não podia viver daquela maneira, balbuciava entredentes, mentindo para si mesma e para os pais O peru percorria a sala com largas passadas, as penas desalinhadas fora do colete, o bico entreaberto e enfurecido, os olhos injetados de sangue. Finalmente disse-lhe que ela podia tirar da cabeça a idéia de casamento. Em vez de casar, se ela quisesse, podia fugir com ele para o exterior. Naquela noite ou nunca mais. Após muitas hesitações, Roseta acabou concordando.

Naquela noite, Curcio, que sofria de insônia, levantou-se para ir tomar um pouco de ar na janela. Era uma noite de verão com a lua no auge de seu esplendor. Os Curcio moravam num palacete. Olhando pela janela, sem fazer barulho nem acender as luzes para não acordar a mulher, a primeira coisa que viu foi a sombra gigantesca do peru, com a cabeça erguida e o pescoço estufado, o bico verruguento virado para cima, refletida nitidamente na parede da casa inundada pela branca luz do luar. Ele baixou os olhos .e ainda teve tempo de ver a filha pular de uma janela do primeiro andar entre os braços do peru. Este, carregando-a nos braços como se fosse uma trouxa, com uma força de que ninguém suspeitaria, rapidamente levava a moça em direção ao portão. Curcio acordou a mulher, correu a buscar uma velha espingarda. Mas quando desceu não encontrou nenhum sinal dos fugitivos.

No dia seguinte, Curcio deu parte à policia do rapto. Mas nas delegacias ninguém acreditou. Um peru, diziam, como é possível que um peru tenha raptado sua filha. Os perus ficam nas gaiolas. Aliás a filha era maior de idade e não havia nada a fazer.

Mas as trapaças do peru foram descobertas assim mesmo. Descobriu-se que era casado, com filhos. Descobriu-se ainda que não era nem nobre nem rico, mas apenas um simples garçom expulso de vários lugares por furto. Curcio exultava, embora cheio de bílis. A mulher só chorava e chamava a filha.

Tudo acabou com o costumeiro pedido de resgate; e Curcio teve que desembolsar muitos daqueles "belos tostões" ganhos com tanto sacrifício para ter de volta em casa a filha desonrada. Isso aconteceu em dezembro. No dia de Natal, a mulher telefonou para Curcio pedindo que não demorasse a voltar para casa já que havia peru; para eliminar qualquer equívoco, acrescentou que se tratava de uma pessoa muito séria que demonstrava uma visível inclinação por Roseta. Não era, enfim, um peru como aquele do ano passado, quanto a isso podia confiar. "Eis como são as mulheres", pensou Curcio. Mas desta vez ele jurou que abriria bem os olhos, e não se deixaria enganar pelas falsas aparências e pelas palavras vazias de nenhum peru, fosse ele aristocrático ou plebeu.

Fonte: Os cem melhores contos de humor da literatura universal. RJ: Ediouro, 2001

Juliano Martinz (Como Escrever Diálogos Realistas em Livros e Textos)

Diálogo é aquele momento em que você se despe da função de narrador, e entrega a responsabilidade para a personagem. O problema é quando ela não tem a mínima ideia de como se desimcubir disso.

A descrição da cena vai bem. A personagem faz o que tem de fazer. O enredo se encaminha para um grandioso clímax. E, de repente, lá estão as duas personagens-chave, frente a frente. O grande momento. Uma delas abre a boca para a grande declaração… e fica com a boca aberta durante vários minutos, sem saber o que dizer.

Não, o súbito silêncio não faz parte da trama. O problema é o branco na mente do escritor, diante da necessidade de criar um diálogo realista e intenso. Uma situação bastante comum entre autores iniciantes.

Você deveria se preocupar com o diálogo de suas personagens? É evidente que sim. Um diálogo bem construído é capaz de enlaçar a atenção dos seus leitores. Por outro lado, diálogos ruins causam o efeito contrário: fazem com que os leitores larguem o livro e procurem algo mais interessante para entretê-los.

Por isso, os diálogos não podem ser colocados na lista dos elementos menos importantes em um livro. O bom escritor precisa dar a devida atenção aos diálogos de suas obras se há de conseguir manter a atenção dos leitores até o fim.

Mas como fazer isso? Como escrever diálogos realistas e envolventes? As dicas a seguir podem ajudá-lo.

OUÇA AS PESSOAS

Você presta atenção no que as pessoas à sua volta dizem? Não, não me refiro à essência do que elas dizem. Estou me referindo à maneira como elas se expressam, como utilizam as palavras para construir suas ideias, como conversam. Este tipo de exercício é essencial para ajudar você a entender um pouco mais a natureza humana e em como as pessoas utilizam o recurso da fala para se expressarem.

Será que o diálogo abaixo é realista?

– Bom dia, Amanda. Que prazer reencontrá-la aqui. Estava com saudades!

– Ah, obrigada. Também sentimos sua falta. Até estávamos falando em você, esses dias. Como tem passado?

– Estou bem. Naquela velha correria de sempre. E você? O que tem feito?

Queeeeee??? Quem fala assim?

Conversas são mais dinâmicas, e isto precisa ficar evidente nas conversas entre suas personagens.

No entanto, há uma palavra de cautela. O que nos leva imediatamente ao passo seguinte.

CORTE O IRRELEVANTE

Corte o irrelevante ao escrever diálogos

Ok, você prestou atenção em como as pessoas falam. Agora imagine que você grave um diálogo e depois transcreve-o, palavra por palavra. Como definiria o resultado? Uma chatice de dar nó no estômago.

– E aí?

– Fala.

– Beleza, cara?

– Tudo na paz.

– E as novis?

– Nem te conto.

– O quê?

Para!!! Ou vou fechar o livro e assistir TV.

Sim, as “conversas faladas” possuem elementos que só são significativos quando pronunciados. Mas quando escritas em um livro, perdem o sentido e podem torná-lo chato e cansativo. Assim, você precisa cortar o irrelevante. Retire os elementos das frases que não contribuem para o enredo.

Assim, você precisa casar as duas dicas acima: escreva como as pessoas falam (ou seja, conversas mais dinâmicas), mas cortando o que é irrelevante.

USE SOMENTE DIÁLOGOS INDISPENSÁVEIS

Cada linha de um diálogo precisa ter uma razão de existir. Mas, se as palavras estão ali apenas para acrescentar volume aos textos, será necessária uma pequena dose de ousadia para cortá-las. Em caso de dúvidas, experimente eliminar alguns dos diálogos e veja se isso desestrutura todo o bom andamento do enredo. Após fazer isso, caso seu texto ficar “manco”, você saberá que o referido diálogo é indispensável.

USE DIÁLOGOS COM FALAS CURTAS

Aquela coisa de construir diálogos onde cada personagem tem uma fala de umas 70 palavras – além de irreal, é bastante cansativo. Pense na primeira dica listada acima: observar as pessoas falando. São raros os casos em que as pessoas ficam discursando enquanto as outras apenas ouvem. Diálogos costumam ser dinâmicos. O próprio termo “diálogo” subentende isso. Portanto, não exagere nas palavras em cada fala. Não use 10 palavras quando 5 dão conta do recado. Isto ajuda a fluir as ideias com mais facilidades, conferem dinamismo à conversa, e são bastante envolventes.

INSIRA DESCRIÇÕES ENTRE AS FALAS

Os olhos dos seus leitores precisam de descanso, e isto se aplica principalmente nos princípios aplicados a como escrever diálogos.

Assim, você pode fazer isso por inserir breves descrições ao longo dos diálogos. Portanto, nada de manter um longo diálogo sem interrupção por uma página inteira (ou várias).

De fato, este tipo de quebra dos períodos ajuda o leitor a visualizar melhor o que está acontecendo ao redor da conversa, além de ser mais fácil para os olhos assimilarem o conteúdo.

CUIDADO COM GÍRIAS E ESTEREÓTIPOS

Tentando deixar os diálogos realistas, muitos escritores apelam para o uso de gírias, estereótipos e até tentam evidenciar o sotaque da personagem.

No entanto, tenha cuidado! Estes recursos costumam levar a distrações, e podem chamar a atenção do leitor para as palavras, fazendo com que ele se desconecte da trama. Isto não significa que não seja bom usar este recurso. Não estou dizendo isso. Mas, é claro que você não deseja que alguns elementos de sua narrativa chamem tanto a atenção dos leitores a ponto de distrai-los do ponto principal.

Por isso, se for utilizar gírias, faça-o com moderação.

DEIXE QUE A PERSONAGEM FALE

Uma boa história precisa de personagens únicas. Isto significa que elas possuem personalidade e carregam seu próprio tom de voz.

Por isso, na hora de construir diálogos, estas características precisam vir à tona. Não permita que você, escritor, fale por eles. Assim, não fique recorrendo a dicionários. Deixe que a personagem assuma controle sobre o que vai dizer.

Sem dúvida, isto faz com que sua fala seja autêntica.

CONCLUSÃO

Como escrever diálogos realistas e envolventes? Bem, como visto, isto é um dom que você precisa estimular. Tais diálogos possuem um potencial tão grande que, em muitos casos, são os elementos da narrativa que realmente fazem diferença. Eles têm o poder de envolver os leitores.

Portanto, dê bastante atenção aos diálogos dos seus contos e romances. Isto vai ajudá-lo a se tornar um bom escritor.

Fonte> https://corrosiva.com.br/como-escrever-um-livro/como-escrever-dialogos-livros-textos/