quinta-feira, 2 de maio de 2024

Carolina Ramos (Trovando) “14”

 

Mensagem Na Garrafa = 116 =

Juçara Medeiros Lasmar 
Belo Horizonte/MG

SOMBRINHAS

Sombrinhas, assim se chamavam pois eram usadas para que as mocinhas e senhoras, cujas peles eram alvas primando sempre pela brancura, se cobrissem do sol em seus passeios vespertinos.

Hoje, quando o bronzeado é a característica de beleza, elas, as sombrinhas, continuam tendo a sua utilidade, porém diferente. Sombras, não fazem mais, apesar de continuarem a ter este nome.

Olhando de minha janela a chuva que cai sem cessar, vejo várias parecendo um desfile interminável de cores. Lindas, coloridas, com estampas variadas de flores, geométricas, algumas bem humoradas em seus desenhos, outras mais clássicas, de uma só tonalidade.

Elas cobrem sim, cobrem os rostos, os corpos de quem olha, como eu, com curiosidade, tentando descobrir quem está passando nesta manhã chuvosa.

Que mistérios se escondem embaixo das sombrinhas que cobrem da chuva? Será que ainda se roubam beijos debaixo delas, como nos idos tempos de nossas avós?

Penso que não, os tempos são outros, os beijos são explícitos. Nada mais há para esconder. Estamos no século vinte e um onde tudo pode ser dito e mostrado. Nós, mulheres conquistamos nossa independência.

Mas... continuamos misteriosas... Escolhemos com esmero nossas sombrinhas, que vão nos cobrir da chuva, e talvez, de algum olhar furtivo, ao cruzarmos com alguém nas chuvas do caminho, num delicioso e clandestino flerte.

Aparecido Raimundo de Souza (Como um barquinho de papel navegando em águas procelosas)

 (Com carinho, para Heitor Melo Magalhães )

EM UMA PISCINA de plástico retangular de três mil litros de água cercada pela calmaria de um quintal de muros altos, uma simplória réplica de um bote feito pelo avô do pequeno Heitor (de seis anos) à custa de uma simples folha de papel arrancada às escondidas do caderno de sua mãe, a jovem Luana Cristina, o guri terrivelmente travesso lança à agua de um azul límpido e transparente, com muito cuidado e uma pitada enorme de esperança o seu frágil brinquedo construído pelo pai de sua mãe. Essa embarcação pintada com vários lápis coloridos (ele não sabe, não entende, mas cá entre nós), é extremamente franzino e raquítico. Em razão desse evento, o brinquedo de folha de papel se acha depauperado (debilitado), quase sem forças. Se projeta aos olhos do piá como um paquete (embarcação pequena) ágil e cauteloso, soberbo e indestrutível. Ele foi construído à base de sonhos e fantasias, se fez conhecido por carregar muitas histórias de sua dona nas antigas aulas da faculdade de enfermagem. 

E agora, do nada, a folha à imagem de um navio, desliza suavemente enlevado pela brisa amena que sopra sem pressa e parece dançar sorridente na sua lerdeza, sobre as ondas diminutas que se formam por baixo de seu casco quase todo encharcado. Bem sabemos, Heitor desconhece o futuro da criação que lhe foi dada de bom grado. Nem sempre o destino aos nossos olhos é um lago sereno, ou uma piscina de plástico retangular com capacidade para três mil litros de água no escondido de um quintal de muros altos. Às vezes, um diminuto vapor de papel pintado pode se encontrar em águas de traços estranhos, ou em situações perigosas e caóticas, onde o risco de naufragar no próximo minuto se faz cada vez mais presente –, ou melhor –, cada vez mais flagrante e iminente. As cálidas águas tranquilas da piscina, num repente podem dar lugar às correntezas impetuosas. Sendo assim, o que deveria ser um divertimento caseiro para um inocente sem visão do agora, menos ainda do porvir, pode se tornar em uma luta ferrenha pela sobrevivência. 

Nessas águas, o transatlântico de Heitor enfrenta tempestades inesperadas. Se depara com chuvas torrenciais invisíveis, e se vê colhido por ventos fortes que o fazem bater perigosamente contra a borda da piscina e também em decorrência da sua frágil construção delicada. Para piorar o quadro, ondas gigantescas açoitadas pelas batidas das mãozinhas do pirralho ao encontro das águas, ameaçam engolir a tenra folha a cada novo milésimo de segundo. Entretanto, apesar das intempéries, a piroga segue lisonjeira e destemida pervagando em frente. Peleja com o fôlego de um leão indomável e não se entrega aos percalços da má sorte que ronda a sua trajetória. Aos tapas e beijos, sopapos e petelecos, a débil folha de caderno transformada numa espécie do lendário Titanic, navega trôpego aos olhos do seu dono e senhor, com a coragem indômita de um Sansão, de um Super-Homem, de um herói afoito e peitudo, invencível, aguerrido e resoluto, que sabe e mesmo se conscientizando pequeno, possui a força hercúlea de continuar avançando, tentando não soçobrar. 

Cada sopapo que o atinge, é um desafio novo. Cada vento que sopra, um teste de resistência. Apesar dos pesares, a minúscula nau de papel segue altaneira e feliz. Vai capengando aos trancos e barrancos, desviando daqui e dali entremeado por uma imensidão de pedras submersas, não vistas à olho nu, porém, evitando os redemoinhos que tentam, a todo custo, arrastá-lo de sua rota para os recônditos de um fundo profundo e medonhamente colossal, ainda que daquele mar abarbarado (barbarizado) e mavórcio (bélico) que lhe parece indomável. O navegante do pequeno menino é uma espécie de metáfora transladada da vida. Apesar de inválido, sequioso por pleitear açambarcando uma margem segura, é capaz de encarar sem medos ou receios, as diversidades com resistência e determinação. Essa simples réplica do gigante dos sete mares do pequeno Heitor, a bem da verdade, nos ensina uma lição impecável e grandiosa: mesmo circundado nas ondas mais ebulitivas (ferventes) e irrequietas (ainda que de uma piscina montada num fundo de quintal) podemos apreciar a beleza e o arroubo escondidos, e não só ver, mas sentirmos a primazia e a esperança brotarem do nada em toda a sua elegância e formosura. 

Há a chance de navegar, bem ainda, de contrapeso, o desafio imperturbável de explorar e de chegar a destinos nunca antes visitados ou imaginados. Mesmo uma simples réplica de papel colorida pode realizar grandes viagens, obviamente se o seu comandante tiver a coragem de desacatar e afrontar o obscuro, ou aquilo que não está visível e palpável aos sentidos e mais, igualmente é e se faz, se mostra superior e, como tal, pugna a insultar o acaso e a vencer contrastando o anônimo. O heteróclito (eclético) não é um bicho de sete cabeças. O funambulesco (ridículo) ou o desconhecido não é o fim da linha; tampouco o ponto final; menos ainda o término da viagem. Representa, acima de nossa visão, a venustidade (graça), a força motriz, a galhardia que nos impulsiona, ou a sapiência que nos leva (ainda que a toque de caixas, a imaginar, como o pequeno Heitor) ou dito de forma mais clara e concisa, para nos lembrarmos sempre... haja o que houver, nunca devemos desistir, notadamente jamais abandonarmos os nossos sonhos e objetivos. 

Fonte: Texto enviado pelo autor

Carmem Andrea Soek Pliessnig (Carmemnatureza) (Poemas avulsos)


ESPONTANEIDADE

A nascente do rio das suas lágrimas 
lavam a alma com a beleza da sua face
que cada vez mais encanta a formosura
do seu pensamento através 
de um olhar que chora louvando
a felicidade por apreciar a vida
comparando a chuva como um banho
de revestimento surpreendente do céu,
transforma suas corridas divertidas 
para esconder-se deste clima brincalhão
feito criança.
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = =  = 

LUXO

Toda alma é revestida de um sentimento 
que ilumina a vida proporcionando 
ao exterior o vigor das emoções 
entrelaçadas aos olhares físicos e mentais. 

A força dos sonhos são o respirar 
das intenções que a todo instante 
é moldado por um fio dourado feito 
a luz do sol e o prateado da lua. 

Tece a arte de acomodar a alma, 
o ser que faz da calmaria 
o mais sublime artesanato vital. 

Cria uma peça brilhante 
com a transparência da íris 
e das lágrimas quando convém 
manifestar-se de uma alegria 
tão expressiva que somente 
um profundo suspiro proporciona 
a função de instrumento de enlaces. 

E assim, representa o próprio eu 
passeando com destino sem parada, 
pois os mistérios bordados não têm fim. 
Os lados entre aqui e lá geram 
a imersão do pensamento sábio 
sem precisar de perguntas 
e respostas diante de quem somos.
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = =  = 

OUSADIA

Um dia, tomei banho de chuva 
Era verão intenso, mergulhei
Sorrindo na felicidade molhada
Senti o sabor da água. Sorri!

Inesquecível instante, quero mais,
O tempo passa e lembramos 
Das inocentes aventuras 
Faz bem experimentar, ousar-se

Tudo é um crescimento, avanço,
É feito tatuagem na alma, sonhos,
A realidade  encoraja a sinestesia 
Alegria, explosão no coração 

Não existe o medo nesta hora
Por muitas vezes foi planejado 
Quietinho no pensamento…
Surpresa boa a nós mesmos 

Hoje, tomei banho de chuva 
Fase adulta, coração de criança 
Nenhuma preocupação, doce paz
Páginas da vida que voltamos
Ao livro antigo e nos descobrimos 
Somos o reflexo da doce infância
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = =  = 

VIDA

Vida! Receba o meu sublime 
despertar de todas as manhãs. 
Acordo com o coração repleto de paz, 
ternura que brota em meu olhar 
com o florescer do bem-estar. 
A noite me proporciona tranquilidade 
sem pensar como será meu futuro. 
Aqui estou para ser um especial presente 
divino que me ilumina 
e me identifica com o amor.
* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * 

Carmem Andrea Soek Pliessnig (Pseudônimo: Carmemnatureza), nasceu em 1976,em Telêmaco Borba/Pr. Poetisa e professora graduada em Português/Espanhol. Pós-graduada - Língua Portuguesa/Estrangeira e Neuropsicopedagogia. Foi radialista com mensagens espirituais. Membro da Banca Examinadora Literária Projeto Chá da Vida por Hupomone Vilanova. Convidada especial da Galeria 50 + em Curitiba para criar poemas das obras da artista plástica Vivien Zanlorenzi no evento: Metamorfose. Atuante de antologias poéticas, principalmente, do novo estilo poético SPINA.  Membro da cadeira 111 da ALBAP/ Academia Luso Brasileira de Artes e Poesias. Participante de contos pela Revista Multiverso. Administradora especialista da Comunidade Literária Intercontinental de Poesias Cantinho do Amor. A convite da escritora Isabel Furini, recitou poema colombiano em Curitiba no  SESC.
Fonte: Enviado por Isabel Furini

Recordando Velhas Canções (Retalhos de Cetim)


Compositor: Benito di Paula

Ensaiei meu samba o ano inteiro
Comprei surdo e tamborim
Gastei tudo em fantasia
Era só o que eu queria
E ela jurou desfilar pra mim

Minha escola estava tão bonita
Era tudo o que eu queria ver
Em retalhos de cetim
Eu dormi o ano inteiro
E ela jurou desfilar pra mim

Mas chegou o carnaval
E ela não desfilou
Eu chorei na avenida, eu chorei
Não pensei que mentia a cabrocha, que eu tanto amei

Minha escola estava tão bonita
Era tudo o que eu queria ver
Em retalhos de cetim
Eu dormi o ano inteiro
E ela jurou desfilar pra mim

Mas chegou o carnaval
E ela não desfilou
Eu chorei na avenida, eu chorei
Não pensei que mentia a cabrocha, que eu tanto amei

Mas chegou o carnaval
E ela não desfilou
Eu chorei na avenida, eu chorei
Não pensei que mentia a cabrocha, que eu tanto amei

Mas chegou o carnaval
E ela não desfilou
Eu chorei na avenida, eu chorei
Não pensei que mentia a cabrocha, que eu tanto amei

Mas chegou o carnaval
E ela não desfilou
Eu chorei na avenida, eu chorei
Não pensei que mentia a cabrocha, que eu tanto amei
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = =  = = = = = = = = = = 

Desilusão em Festa: A Dor do Amor no Carnaval
A música 'Retalhos de Cetim', composta e interpretada por Benito Di Paula, é uma expressão melancólica que contrasta com a alegria habitualmente associada ao carnaval. A letra narra a história de um homem que se dedicou durante um ano inteiro preparando-se para o carnaval, investindo tempo e recursos em seu samba, instrumentos e fantasias, movido pela promessa de que sua amada desfilaria com ele.

A repetição do verso 'Ela jurou desfilar pra mim' ressalta a confiança e a expectativa do narrador na palavra da 'cabrocha', termo carinhoso e antigo para se referir a uma mulher jovem e bonita, geralmente associado ao universo do samba. A escola de samba, descrita como 'tão bonita' e adornada com 'retalhos de cetim', simboliza o sonho e a paixão do narrador, que se vê despedaçado quando a promessa não é cumprida.

A dor do protagonista é evidenciada pelo choro na avenida, lugar onde a festa acontece e onde ele esperava compartilhar a felicidade com sua amada. A traição e a mentira são reveladas no clímax do carnaval, momento de celebração que se transforma em palco de sua desilusão. A música, portanto, aborda temas como a expectativa, a traição e a dor do amor não correspondido, tudo isso emoldurado pelo cenário festivo do carnaval brasileiro.

Concursos de Trovas com Inscrições Abertas

 
52º JOGOS FLORAIS DE NITERÓI / RJ (PRAZO: 31 DE JULHO)
A trova deve ser inédita e o tema deve constar no corpo da trova, valendo cognatas 

Máximo 1 (uma) trova.

TEMAS:

NACIONAL / INTERNACIONAL 
(para o Brasil e demais países de língua portuguesa, exceto o Estado do Rio de Janeiro).

Veteranos: PANORAMA (lírica/filosófica) 

Enviar para:
Renato Alves rajesy@hotmail.com

Novos Trovadores: TURISTA (lírica/filosófica) 

Enviar para:
Regina Rinaldi        concursoubt@gmail.com
= = = = = = = = = 

ESTADUAL  
(para todos os municípios de Estado do Rio de Janeiro)

Veteranos: PASSAGEM (lírica/filosófica) 

Enviar para:
Andréa Motta Paredes andreamottactba@gmail.com

Novos Trovadores: TURISTA (lírica/filosófica) 

Enviar para:
Regina Rinaldi               concursoubt@gmail.com 
* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * 

CONCURSO DE TROVAS DE NATAL (PRAZO: 30 DE JUNHO)

A trova deve ser inédita. 

A palavra tema deverá constar no corpo da trova. 

No máximo 1 (uma) trova.

NACIONAL/INTERNACIONAL E ESTADUAL 

Tema: LENÇO(S) (lírica/filosófica) 

NACIONAL/INTERNACIONAL E ESTADUAL 
Neste concurso, o Novo Trovador não pode participar em Humorismo
Porquê, não soube.

(Humorística): PALPITE(S)

Nacional/Internacional, enviar para: 
Magnus Kelly magnuskelly@yahoo.com.br

Estadual, enviar para:
Jerson Brito  jersonbrito.pvh@gmail.com 
* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * 

XXIII CONCURSO DE TROVAS DO CLUBE DOS TROVADORES DO SERIDÓ/RN (PRAZO: 30 DE JUNHO)

 A trova deve ser inédita . 

A palavra tema deverá constar no corpo da trova. 

No máximo 1 (uma) trova.

ÂMBITO NACIONAL/INTERNACIONAL (exceto Rio Grande do Norte)

Veteranos e Novo Trovador
Tema: RUMO (S) (lírica/filosófica) 

Deverá haver menção à categoria (veterano ou novo trovador);

Enviar para:
Francisco Ribeiro    franciscoribeiro.natal@gmail.com
= = = = = = = = = 

ÂMBITO ESTADUAL (Estado do Rio Grande do Norte)

Veteranos e Novo Trovador
Tema: RUMO (S) (lírica/filosófica) 

Enviar para: 
Jerson Brito jersonbrito.pvh@gmail.com 
* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * 

CONCURSO DE TROVAS DE TAUBATÉ-SP (PRAZO: 30 DE JUNHO)

NACIONAL / INTERNACIONAL
(Trovadores do Brasil e do mundo, exceto Estado de São Paulo):

Veteranos, Novos Trovadores e Mestres da Trova
Tema: ALIMENTO (lírica/filosófica) 

Enviar para 
Raul Filho  ubttaubateconc@gmail.com
= = = = = = = = = 

ESTADUAL 
(Trovadores do Estado de São Paulo, exceto Taubaté)

Veteranos e Novos Trovadores

Tema: IMENSIDÃO (lírica/filosófica) 

Enviar para 
Raul Filho  ubttaubateconc@gmail.com
= = = = = = = = = 

MUNICIPAL 
(Taubaté/SP)

Veteranos e Novos Trovadores

Tema: "FAZER O BEM" ou "CARIDADE" (lírica/filosófica) 

HUMORÍSTICA
(Todos trovadores independente de categoria, inclusive Mestres da Trova em Humor)

Tema: CADEIA

Enviar para 
Raul Filho  ubttaubateconc@gmail.com
= = = = = = = = = 

- Máximo de 2 (duas) trovas por participante para todas as categorias;

- Valem palavras derivadas, cognatas e mesmo somente a ideia do tema contida na trova; a trova deve ser inédita, escrita em língua portuguesa e de autoria própria; proibido plágio; evitem ditados populares e citações;

MODO DE ENVIO:
- É obrigatório que o trovador indique se é Novo Trovador, Veterano ou Trovador Mestre (no corpo do e-mail);

No campo Assunto colocar: Concurso de Trovas de Taubaté 2024;

- No corpo do e-mail são dados obrigatórios: o tema a que concorre, a trova, se é Veterano, Novo Trovador ou Mestre da Trova) e a identificação (nome - como sairá no certificado caso classificado - endereço completo com CEP, telefone/whatsApp e e-mail);

- Os Mestres da Trova (título outorgado por Taubaté desde 2015) serão comunicados individualmente; para conhecimento acerca dos critérios para a obtenção do Título de Mestre da Trova, bem como aqueles que atualmente compõe o Quadro de Mestres da Trova (L/F ou H),
* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * 

CONCURSO NACIONAL DE TROVAS CENTENÁRIO CAROLINA RAMOS (PRAZO: 30 DE JUNHO)

– TEMA: Trovas líricas e/ou filosóficas: “PRINCESA”, não havendo necessidade de citação do motivo da comemoração, nem do nome da trovadora homenageada.

máximo de 2 (duas) trovas por participante, inéditas e de autoria do próprio concorrente

– CATEGORIAS: -Veterano /Novo Trovador

– ENVIAR PARA: 

ubtnacionalconcursos@gmail.com

Não serão aceitos anexos.

As trovas, bem como, a categoria pela qual concorre o trovador deverão constar no corpo do e-mail.

É obrigatória a informação pelo participante, sob pena de desclassificação, do nome e endereço postal completo (inclusive CEP, Telefones e e-mail se houver).

Para quaisquer informações complementares deve-se usar o email: ubtnacional.1966@gmail.com
* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * 

1º CONCURSO DE TROVAS CIDADE DE ASTOLFO DUTRA/MG (PRAZO: 31 DE MAIO)

A trova deve ser inédita e o tema deve constar no corpo da trova, valem cognatas. 

Máximo de 2 (duas) trovas

TEMA 

Âmbito Nacional 
(Para o Brasil e demais países de língua portuguesa. Exceto Minas Gerais)

– Veterano e Novo Trovador: PLATEIA (lírica/filosófica) 

– Trovas humorísticas: CELULAR

Enviar para:
José Almir Loures  jloures67@gmail.com
= = = = = = = = = 

Âmbito Estadual

- Veterano e Novo trovador: CORTINA (lírica/filosófica) 

– Trovas humorísticas: DEDO

Enviar para
Jerson Brito jersonbrito.pvh@gmail.com 
* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * 

XII JOGOS FLORAIS DE ITAPERUNA/RJ (PRAZO: 31 DE MAIO)

A trova deve ser inédita e o tema deve constar no corpo da trova, valem cognatas. 

Máximo de 1 (uma) trova.

ÂMBITO NACIONAL / INTERNACIONAL 
(Exceto Estado do Rio de Janeiro)

Veterano
Tema – INCLUSÃO (lírica/filosófica) 

Enviar para:
Lúcia Spadarotto luciaspadarotto.ubt@gmail.com
= = = = = = = = = 

Novo Trovador
Tema: CARTILHA (lírica/filosófica) 

Enviar para: 
Marina Caraline    mcacarvalhal@yahoo.com.br
= = = = = = = = = 

ÂMBITO ESTADUAL (Estado do Rio de Janeiro) 

Veterano
Tema: ESPERANÇA (lírica/filosófica) 

Enviar para
Regina Rinaldi     ubtpariqueracu@gmail.com
* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * 

II CONCURSO DE TROVAS DE IRATI - PR (PRAZO: 31 DE MAIO)

Máximo 2 (duas) trovas inéditas por modalidade. 

A palavra tema deve constar no corpo da trova. Valem cognatas.

Âmbito Nacional 
(Brasil e demais países de língua portuguesa, exceto o Paraná).

Veterano: PRIMAVERA (lírica/filosófica) 

Novo Trovador: ANIVERSÁRIO (lírica/filosófica) 

Enviar para:
Lilia Souza liliasouza@uol.com.br
= = = = = = = = = 

Âmbito Estadual (Paraná)

Veterano: FLORES (lírica/filosófica) 

Novo Trovador: ANIVERSÁRIO (lírica/filosófica) 
= = = = = = = = = 

Âmbito Nacional e Estadual

Trovas Humorísticas: BOTÃO

Enviar para:
Regina Rinaldi     reginarinalditrovadora@gmail.com 
* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *  
XVI JOGOS FLORAIS DE CAMBUCI/RJ (PRAZO: 31 DE MAIO)

Lírica ou Filosófica 

Máximo: 1 (uma) trova inédita e de autoria do próprio Concorrente.

ÂMBITOS NACIONAL E ESTADUAL 

Categorias Veterano e Novo Trovador

Tema: CAMBUCI (lírica/filosófica) 

– Para todos os âmbitos e categorias é obrigatório constar a palavra Tema no corpo de trova.

TROVA HUMORISTICA
Não haverá distinção de âmbito (nacional ou estadual), nem de categoria (veterano ou novo trovador) 

Tema Livre

Enviar para:
Almir Pinto de Azevedo informativoalac@yahoo.com.br 
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = =  = 

IV CONCURSO DE TROVAS CIDADE DE CURITIBA (PRAZO: 31 DE MAIO)

ÂMBITO NACIONAL 
(Brasil e demais países de língua portuguesa. Exceto o Paraná)

Veterano: “SAGA” (lírica/filosófica) 

Novo Trovador: “VIAGEM” (lírica/filosófica) 

Enviar para:
Concursos UBT Curitiba  concursosubtcuritiba@gmail.com
========================

ÂMBITO ESTADUAL
(Somente o Paraná)

Veterano: “SOLIDÃO” (lírica/filosófica) 

Novo Trovador: “VIAGEM” (lírica/filosófica) 

Enviar para:
Jerson Brito  jersonbrito.pvh@gmail.com

– É obrigatório que conste a palavra tema no corpo da trova, aceita-se a utilização de palavras cognatas, bem como flexões nominais e verbais.

Modo de Envio:

Máximo de 2 (duas) trovas por participante, inéditas:

Não serão aceitos anexos. 

As trovas, bem como, a categoria pela qual concorre o trovador deverão constar no corpo do e-mail.

É obrigatória a informação pelo participante, sob pena de desclassificação, do nome e endereço postal completo (inclusive CEP, Telefones e e-mail se houver).

Maiores informações pelo e-mail: ubtctba@gmail.com 
* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *  

CONCURSO DE POESIAS E TROVAS DA ACADEMIA CAPIXABA DE LETRAS E ARTES DE POETAS TROVADORES (PRAZO: 15 DE MAIO)

Inscrições gratuitas. 

3 (três) trabalhos de cada autor.

TEMAS: 

As Poesias e/ou as Trovas possuem dois tipos de temas:

Tema: VENDA NOVA DO IMIGRANTE. 

Poesia e/ou Trova sobre a Cidade de Venda Nova conhecida como a Capital Nacional do Agroturismo. 

No máximo três poesias ou três trovas, por pessoa.

Tema LIVRE. (Poesia e/ou Trova sobre qualquer assunto). 

No máximo três poesias ou três trovas, por pessoa.

ENVIO: 

concursodepoesiasaclaptctc@gmail.com

ENVIO DOS TRABALHOS PARA O CONCURSO: 

Ao enviar as Poesias e/ou as Trovas para o Concurso, colocar como título do E-mail, “Concurso de Poesia”, no caso do envio de até três Poesias ou “Concurso de Trovas”, no caso do envio de até três Trovas. 

No próprio título coloque Nacional se você é de qualquer cidade do Brasil ou do Exterior. Estadual se você reside numa das Cidades do Espírito Santo que não seja Venda Nova do Imigrante.

Coloque sua Poesia e/ou Trova no texto do E-mail na forma normal. 

Não envie em PDF ou JPG. 

No final de sua Poesia e/ou Trova coloque o seu nome completo verdadeiro. 

O texto deve ser INÉDITO e de autoria do próprio participante. 

Não precisa usar pseudônimo. 

Coloque também o endereço para correspondência com CEP, e-mail, telefone e minibiografia. 

CONTATOS 

Presidência, Escritor Poeta Trovador Capixaba Clério José Borges pelo WhatsApp: 27 99257 8253 ou ainda pelo E-mail: clerioborges2013@gmail.com; 

Contatos com a Secretaria Geral, Escritor João Roberto Vasco Gonçalves: robertovasco@hotmail.com; – WhatsApp: Tel.: 27 - 99963 0471. 

Informações sobre Venda Nova do Imigrante: Prefeitura - Telefone: 28 – 3546 1188
* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * 

quarta-feira, 1 de maio de 2024

Vanice Zimerman (Tela de versos) 34

 

Arthur Thomaz (Zorriso)

Cleyderson assistiu ao noticiário na TV em que o apresentador avisava que o uso de máscara seria obrigatório. Passou o dia trabalhando na fábrica sem conseguir esquecer a notícia.

Na saída, passou na loja e comprou a máscara. Antes de entrar no “buteco”, colocou-a no rosto.
Até hoje não é sabido se ele comprou uma máscara do Zorro por brincadeira ou por total ignorância a respeito do assunto pandemia. Ouviu dos amigos de bar uma sonora gargalhada após o olhar espantado de todos.

Um gaiato, lá no fundo, gritou, perguntando onde estava o Tonto. Outro perguntou onde está o Sargento Garcia. E ainda perguntaram se ele tinha deixado o cavalo Silver lá fora.

Cleyderson abriu um largo sorriso, o que foi suficiente para alguém dizer “Zorriso”, uma mistura de Zorro com sorriso.

Enquanto tomavam suas bebidas habituais, o assunto permaneceu o mesmo. Voltando para casa, o rapaz começou, inconscientemente, a incorporar o apelido em sua mente.

Pensou horas seguidas em como capitalizar esse fato. Pesquisou na internet tudo sobre o personagem herói. Não tinha um cavalo, não tinha um amigo índio chamado Tonto, tampouco sabia manejar uma espada ou um revólver. A única coincidência era o fato de também ser solitário como o cavaleiro herói dos filmes.

Com a ideia já inexoravelmente incutida em sua mente, passou dias seguidos tentando encontrar uma solução para esse desafio que o destino lhe impunha em ser um herói. 

Passando em frente a uma loja de esportes, observou um taco de beisebol no canto da vitrine. Pechinchou até conseguir um preço adequado às suas economias.

Assistiu alguns jogos para entender o manuseio do objeto e percebeu que poderia ser uma poderosa arma em suas mãos, já que era um rapaz de forte compleição física.

Revestiu a ponta do taco com espuma de um velho travesseiro, para amortecer o impacto porque não suportava ver sangue. Como era conhecido no bairro, resolveu agir em um local distante. 

Para isso, pintou sua bicicleta de branco e passou a chamá-la de Silver. Nas primeiras noites de ronda, não encontrou ninguém praticando atos ilícitos. Já quase desistindo de se tornar herói, certa noite deparou-se com dois meliantes roubando um carro.

Partiu como uma flecha em sua bicicleta na direção da dupla, gritando: “aiou Silver”, como no filme. Os bandidos ficaram tão surpresos com essa aparição, que nem esboçaram reação e foram atingidos com o taco.

Zorriso amarrou-os com a corda que trazia, e afastando-se do local, informou à polícia. Esta cena repetiu-se algumas vezes, causando-lhe a sensação de ser um verdadeiro herói. Sabendo que se contasse suas proezas no “buteco” seria zombado pelos amigos, jamais compartilhou seus heroicos feitos.

Determinada noite em ronda, localizou três pessoas em atitude suspeita na frente de uma loja. Sem titubear, entrou em ação, golpeando-os. Quando estava amarrando os bandidos, surgiu uma equipe da ROTA, que ordenou a ele que levantasse as mãos.

Zorriso abriu um imenso sorriso. Inadvertidamente, ao ver outros heróis, ergueu a mão com o taco para saudá-los, o que foi considerado pelos policiais um ato hostil.

Baleado, foi a óbito no local.

Conduziram seu corpo ao IML. O legista atestou a morte como anemia aguda, causada por perfuração de projétil de arma de fogo. Comentou com os outros profissionais nunca ter visto um cadáver estampando tão largo sorriso. Cleyderson não teve honras de herói em seu funeral.

Fonte: Arthur Thomaz. Leves contos ao léu: imponderáveis. Volume 3. Santos/SP: Bueno Editora, 2022. Enviado pelo autor 

Recordando Velhas Canções (Oceano)


Compositor: Djavan

Assim que o dia amanheceu lá
No mar alto da paixão
Dava pra ver o tempo ruir
Cadê você? Que solidão!
Esquecera de mim

Enfim, de tudo o que há na terra
Não há nada em lugar nenhum
Que vá crescer sem você chegar
Longe de ti, tudo parou
Ninguém sabe o que eu sofri

Amar é um deserto e seus temores
Vida que vai na sela dessas dores
Não sabe voltar, me dá teu calor
Vem me fazer feliz, porque eu te amo
Você deságua em mim, e eu, oceano
E esqueço que amar é quase uma dor

Só sei viver se for por você

Enfim, de tudo o que há na terra
Não há nada em lugar nenhum
Que vá crescer sem você chegar
Longe de ti, tudo parou
Ninguém sabe o que eu sofri

Amar é um deserto e seus temores
Vida que vai na sela dessas dores
Não sabe voltar, me dá teu calor
Vem me fazer feliz, porque eu te amo
Você deságua em mim, e eu, oceano
E esqueço que amar é quase uma dor

Só sei viver se for por você
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = =  = = = = = = = = = = 

Navegando pelas Emoções Profundas de 'Oceano' de Djavan
A canção 'Oceano', do renomado artista brasileiro Djavan, é uma obra que mergulha nas profundezas do amor e da paixão, explorando a intensidade e a complexidade dos sentimentos que acompanham um relacionamento amoroso. A letra da música utiliza metáforas náuticas para descrever a experiência de estar apaixonado, sugerindo uma viagem pelo mar agitado das emoções.

A expressão 'mar alto da paixão' evoca a ideia de um amor grande e profundo, mas que também pode ser turbulento e incerto, como o mar. O tempo que 'ruir' pode representar as dificuldades e os obstáculos que surgem em um relacionamento, enquanto a solidão sentida pelo eu lírico reflete a ausência da pessoa amada. A repetição da frase 'Enfim, de tudo o que há na terra' reforça a ideia de que nada tem significado ou pode prosperar sem a presença do ser amado.

A música também aborda a dor intrínseca ao amor, como expresso nos versos 'Amar é um deserto e seus temores' e 'E esqueço que amar é quase uma dor'. Essas linhas sugerem que amar pode ser uma jornada solitária e cheia de desafios, mas apesar disso, há um desejo ardente pelo calor e pela felicidade que apenas o ser amado pode trazer. A declaração final 'Só sei viver se for por você' é um testemunho da dedicação total do eu lírico ao seu amor, indicando que a vida sem a pessoa amada é inconcebível. Djavan, com sua habilidade lírica e melódica, consegue transmitir a profundidade e a paixão de um amor oceânico, onde o eu lírico se vê imerso e dependente da presença do outro para encontrar sentido na vida.

Humberto de Campos (Aparências)

Em toda a rua São Gabriel, naquele movimentado bairro operário, o assunto mais em evidência era, há muitos dias, aquele: a saída furtiva, a horas altas da noite, daquela rapariga tão linda, desde que morrera o marido.

— É uma falta de vergonha, D. Inácia, o que está fazendo aquela desalmada — informava, de janela para janela, a vizinha da direita. — Ainda ontem, à noite, eu fiquei de vigília aqui por dentro da rótula*, e vi tudo: a atrevida esperou que se fechassem todas as casas, abriu a porta, espiou para um lado e para outro, e, como não visse ninguém, pôs um xale, e saiu. Imagine o que ela não foi fazer por ali...

— Dizem que vai para um clube dançar o maxixe com o Manoel português, — adiantava D. Inácia.

— A Vitalina, outro dia, quando voltava do baile do Alfredo, alta madrugada, encontrou-se com ela, que saía de casa. A desnaturada ficou tão envergonhada que cobriu o rosto, para não ser conhecida.

— Que mulher cínica! — terminava uma.

— Que falta de vergonha! — confirmava a outra.

Divulgada a notícia do escândalo, toda a rua ficava, horas e horas, à espreita, aguardando, pelas frestas das janelas, a saída clandestina da viúva. E quando esta desaparecia, ao longe, na esquina, as rótulas se escancaravam, as cabeças emergiam, e começavam as observações!

— Viu?

— Vi!

— Sim, senhora! Quem diria?!...

— Que escândalo!

— Que horror!...

Certa noite, porém, instigados pelas mulheres, resolveram alguns operários acompanhar de longe a notívaga, fiscalizando-lhe os passos, para desagravo do morto. Pé ante pé, espiando de canto em canto, escondendo-se pelos portais, andaram os homens de rua em rua, até que foram ter a um campo deserto, em frente a um mercado. E ali viram, enxugando os olhos rasos de pranto: a "pervertida" saía todas as noites, embuçada na treva, para disputar aos porcos, no monturo, uma fruta podre, para a fome do filho!…
==========================================
* Rótula = Grade de madeira de certas janelas e portas que deixa entrar luz e ar pelo intervalo das ripas entrecruzadas de que é feita.

Fonte> Humberto de Campos. A Serpente de Bronze. Publicado originalmente em 1925. 
Disponível em Domínio Público.