sexta-feira, 20 de maio de 2011

Tanussi Cardoso (Lançamento do Livro Del Aprendizaje Del Aire – Do Aprendizado Do Ar)


OPEN CLUBE DO BRASIL e a EDITORA FIVESTAR

convidam para o lançamento do livro

DEL APRENDIZAJE DEL AIRE
DO APRENDIZADO DO AR

de

TANUSSI CARDOSO

Antologia poética bilíngue
Seleção, tradução para o castelhano e prólogos
LEO LOBOS e ANGÉLICA SANTA OLAYA

Programação:

- Apresentação: CARMEN MORENO

- Leitura de poemas em português: SÉRGIO FONTA

- Leitura de poemas em espanhol: HELENA FERREIRA

-Lançamento do livro

- Coquetel

Dia: 25 de maio, quarta-feira, das 18h às 20h30m

Local: PEN Clube do Brasil

Praia do Flamengo, 172 / 11º andar

Tel: (21) 2556-0461

domingo, 15 de maio de 2011

Dinair Leite (Paranavaí/PR em Trovas)


Fonte:
Dinair Leite. Paranavaí em Trovas

A. A. de Assis (A Eleição da Vênus)

Venus, por Boticcelli
Era, sem dúvida, uma escola de samba muito original, descontraída até no nome: Estraga-Lar, que aliás na época andava em campanha arrecadativa de fundos. Não exatamente com vistas a cobrir os ditos das cujas; muito pelo contrário: o povão tanto mais aplaudia as moças quanto mais ventiladas fossem. Os fundos seriam para reequipar a bateria, comprar novos adornos e outros ziriguiduns.

Os diretores decidiram que para animar a campanha (e aumentar o ganho com a venda de votos) haveria de surtir bom resultado a eleição de algo assim como rainha ou miss, porém que não fosse uma coisa nem outra, títulos por demais chavonizados. “Vamos pedir umas ideias ao professor Polycarpo”, e lá se foram consultar o sábio da cidade.

Machadiano, o velho mestre sintonizou a inspiração nas graças da Grécia antiga, riu por dentro, botou pra fora a solução: “Elejam a Vênus Calipígia. Nenhum título expressará mais abundantemente o essencial nas artes do requebrado...”

“Vênus Calipígia!”, repetiu de boca unânime a diretoria da Estraga. Todos tinham razoável noção do que fosse Vênus. De calipígios, contudo, pareciam pouco entender (será?). Mas o professor falou, tava sancionado. Soava bonito, gordo, macio, solene. Vênus Calipígia ficou sendo o epíteto.

Operava-se a venda dos votos durante os ensaios da escola de samba, assim de gente nas arquibancadas, o animador de voz barroca assanhando as torcidas, as candidatas calipigiando na passarela. “Reparem no calipígio dela!”, provocava inocente o espíquer. Bum-bum... bum-bum, ritmavam os bumbos, como se soubessem traduzir o grego.

Abertas, afinal, ruidosamente, as urnas, a falta de iniciação em cultura clássica fez diferença mínima. A intuição do eleitorado mostrou-se mais uma vez atenta: por polpuda maioria de votos, deu o título a Margaridinha Pureza, sedutor arranjo de rotundas, bem-distribuídas e bronzeadíssimas virtudes.

Ah, sim, quanto ao significado de calipígio, o pessoal da Estraga-Lar só deu pela coisa muito tempo depois, quando um dos diretores, por acidental curiosidade, resolveu conferir no dicionário. A partir daí nenhuma outra Vênus se fez eleger por lá.
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Obs:
Calipigia, segundo o Dicionário Caudas Aulete é quem tem formosas nádegas.

Fonte:
ASSIS, A. A. De. Vida, verso e prosa. Maringá/PR: EDUEM, 2010.

Carlos Lúcio Gontijo (Antologia Poética)


APASSARADO

Não quero conforto de mar
Ser porto de espera não quero
Nem pacífico nem mar morto
Absorto, voo na paisagem
Sou viagem, corro atrás
Ainda que seja fugaz o sonho
Eu me ponho a procurar …

O SER POETIZADO

Em cada coisa um segredo
Na lousa do horizonte o poema
Na esteira do verso o medo-tema
História verdadeira cheira a berço
Homen realista tem apreço por estrela
A vida se entrega a quem sabe entretê-la
Àquele que se estremece poetizado ao vê-la
Pois para Tê-la torrente nos braços
Basta recebê-la feito água corrente
Em compasso de leito e docemente…

POEMA DO OUTRO

Sobre a linha dos horizontes
O meu poema liberto de palavras
Céu aberto em muitas pontes
Destino a que me doei enjanelado
Para renascer em corpo alado
Sob o ensolarado olhar do outro…

BARRO

Nosso corpo e do espírito o jarro
Para que sintamos o agir do Criador
Basta-nos o florir do amor num esbarro
Mãos amantes purificando o calor do sarro
No banco multicor do carro do coração
Resgatando em nós a canção do barro

SOL ETERNO

Há mais alegria na procura que no encontro
A poesia da vida está na surpresa das esquinas
Em liberdade as diferenças se fazem divinas
Não se toma água limpa em fonte suja
Quem não garimpa dentro de si mesmo
Enferruja com seu toque tudo que amanhece
Não se conhece nem se doa ao próximo
É como canoa que temesse a festa da correnteza
A Natureza acontece na candura da simbiose
Ao horizonte do amor basta a luz da ternura
O sabor da fruta não depende da semente
Vem do calor da mão calejada do plantador
Pôr-do-sol que não se põe no peito da gente!

PEÃO DE LETRAS

Palavras são novilhos
Novelos de rios, lã
Cavalos bravios, puro-sangue
Na escuridão esperando manhã
Mangue de fala nascente
Veneno de língua poente
Pauta sonhando som
Feno bom para a mente animal
Que não sabe ser silente
Nesta campina dou cavaleiro
Poeta visionário social
Guerreiro, desbravo o dicionário
Matagal de mel em favos
Onde enlaço palavras com laço de céu
Feito abraço, prisão que afaga
Esta é minha saga, minha sina
Que se algum dia termina
Quero meu corpo ao lado da mãe
E o conforto da inscrição final:
"Meu irmão, aqui jaz um peão de letras”

MEIA-IDADE

O tempo envelhece no meu rosto
Vai na eterna juventude do vento
Por gosto, passa e não me esquece
Mas bem lá no fundo de mim
O mundo das luzes se enriqueceram
Ainda trago manhãs que não amanheceram
Afago do destino no meu caminhar
Dando-me o direito divino de tropeçar

MARES E SHOPPINGS

Por não saber nadar
O mar eu mal conheço
Nem shopping-center sou de freqüentar
Pois na profundidade das águas
Ou na claridade das vitrinas
A chama do espírito humano
Vive o drama de afogar-se

Fonte:
GONTIJO, Carlos Lúcio. O Ser Poetizado – Poesia e prosa - 1ª ed. - Belo Horizonte 2002

Carlos Lúcio Gontijo (1952)


CARLOS LÚCIO GONTIJO, filho de Betty Rodrigues Gontijo e José Carlos Gontijo, nasceu a 27 de abril de 1952, em Santo Antônio do Monte, município do Centro-Oeste de Minas Gerais. Cursou o primário no Grupo Escolar Waldomiro de Magalhães Pinto. Fez o ginásio e parte do Curso de Contabilidade na Escola Senhora de Fátima (mais conhecida como Colégio da Dona Maria Angélica de Castro).

Acompanha-lhe vida afora o amor por Santo Antônio do Monte, onde diz que veio à luz intelectualmente, pois ali passou a infância e viveu a juventude e a alegria de vestir a camisa do Flamengo, o inefável rubro-negro local, formando um grandioso feixe de aprendizagem emocional, que lhe enraizou no peito o torrão montense, ao qual ele muitas vezes cantou (e canta) em seus artigos jornalísticos e em versos, como é o caso do poema Sangue Montense, que se encontra inserido, com declamação e paisagens do município, na página de abertura de seu espaço virtual na internet.

O autor complementou o último ano de Contabilidade no Colégio Visconde de Cairu, na capital mineira. Em seguida, diplomou-se em Jornalismo pela FAFI-BH, hoje UNI-BH, no ano de 1976, passando então a atuar como jornalista – durante 30 anos –, no “Diário da Tarde”, veículo de comunicação impressa que circulou, ininterruptamente, de 14 de fevereiro de 1931 a junho de 2007.

Foi revisor, supervisor de revisão (no IV turno/”Diário da Tarde”, em horário que invadia madrugada adentro), articulista, secretário de página, subeditor e, depois, editor de Opinião do “Diário da Tarde”.

Trabalhou, também, nos jornais “PrOeste”, do qual foi um dos fundadores e redator-chefe (1976); “Tribuna de Mariana”, onde foi editor; “Diário de Minas”, como revisor e articulista; e “Hoje em Dia”, como revisor.

  • É portador de título de Honra ao Mérito da Prefeitura de Santo Antônio do Monte (1977), por indicação do então vereador José Magela Couto, diploma que lhe foi passado às mãos pelo ex-governador de Minas Gerais e ex-ministro de Estado, José de Magalhães Pinto;
  • do “Troféu Magnum de Cultura”, homenagem do Colégio Magnum Agostiniano, em comemoração aos 100 anos de Belo Horizonte (1997);
  • Destaque Profissional Regional 2003/Conselheiro Lafaiete-MG;
  • membro titular e correspondente da Academia Interamericana de Literatura e Jurisprudência e da Academia de Estudos Literários e Linguísticos (ambas de Anápolis/GO);
  • dá nome à biblioteca comunitária do Bairro Flávio de Oliveira e, também, à biblioteca do Instituto Maria Angélica de Castro (Imac), ambas em Santo Antônio do Monte.
  • É membro da Academia de Letras do Brasil-Mariana (ALB-Mariana), onde ocupa a cadeira nº 15 cujo patrono é o poeta Bueno de Rivera.
  • Possui assento, também, na Academia Virtual Sala dos Poetas e Escritores (Avspe), com sede no Balneário Camboriú/SC;
  • na Academia de Letras de Teófilo Otoni (ALTO) e
  • na Academia Santantoniense de Letras (ACADSAL).
Foi presidente da Associação Mineira de Imprensa – AMI (2002/2005), à qual retornou, como vice-presidente, na diretoria administrativa de 2008/2012.

Em março do ano 2000, expôs alguns de seus poemas, emoldurados e acompanhados das respectivas ilustrações com que foram impressos em livro – trabalho batizado por ele de “telaescrita” –, na galeria do ICBEU, em Belo Horizonte. A mostra, que deveria ficar aberta ao público por 15 dias, acabou sendo estendida por 35 dias, devido à intensa receptividade obtida.
Nos anos de 2005 e 2007, seu romance Cabine 33 foi indicado e adotado no vestibular da Faculdade de Administração de Santo Antônio do Monte – FASAM.

Gontijo morou na cidade de Contagem/MG (de 1985 a dezembro de 2010), onde foi agraciado com o título de cidadão honorário.

O poeta e escritor é contemplado com mais de uma página de referência no site de busca “Google”, conceituado arquivo mundial de informação, bastando digitar o seu nome para encontrá-lo presente em várias páginas virtuais, dentre elas o “cama-redonda/maria beatriz soares” (www2.uol.com.br/camaredonda/center/favoritos/poesias/poesias.htm – 89k -), ao lado de nomes consagrados como Carlos Drummond de Andrade, Vinícius de Moraes, Mário Quintana, Pablo Neruda, Chico Buarque, Caetano Veloso, Carlos Lyra etc.

O autor participa da coletânea Poetas Del Mundo em Poesias (Volume I), nas páginas 46 e 47, publicada em 2008; e do Guia de Autores Contemporâneos – Galeria Brasil 2009.

Integra o Movimento Poetas del Mundo; é verbete do Dicionário Biobibliográfico Regional do Brasil, de Mário Ribeiro Martins, via internet, dentro de ENSAIO, no site www.usinadeletras.com.br; e mantém no ar o site Flanelinha da Palavra (www.carlosluciogontijo.jor.br), no qual disponibiliza aos internautas toda a sua obra literária (13 livros), fotos, músicas e alguns artigos jornalísticos etc.

OBRA LITERÁRIA

· Ventre do Mundo (Poesia – 1977).
· Leite e Lua (Poesia – 1977).
· Cio de Vento (Poesia – 1987).
· Aroma de Mãe (Poesia – 1993).
· Pelas Partes Femininas (Poesia e prosa – 1996).
· “Coletânea” (Editada em dois volumes, no ano de 1998, contendo os cinco primeiros do autor).
· O Contador de Formigas (Romance e poesia – 1998/1ª edição; 1999/2ª edição).
· O Ser Poetizado (Poesia e prosa – 2002).
· O Menino dos Olhos Maduros (Novela e poesia – 2002).
· Virgem Santa sem Cabeça (Romance e poesia – 2002).
· Cabine 33 (Romance e poesia – 2004). Foi indicado para o vestibular da Faculdade de Administração de Santo Antônio do Monte (FASAM) nos anos de 2005 e 2007.
· Lógica das Borboletas (Romance e poesia – 2007).
· Duducha e o CD de Mortadela (Livro infantil – 2009).
· Jardim de Corpos (Romance e Poesia – 2009)

Fonte:
Carlos Lúcio Gontijo

Luiz de Miranda (Lançamento de Vozes do Sul do Mundo)

Clique sobre a imagem para ampliar
Fonte:
Convite enviado por Luiz de Miranda

Ialmar Pio Schneider (Soneto a Omar Khayyäm)


Nascimento do poeta em 15.5.1048

Omar Khayyām, poeta e trovador,
do vinho e das mulheres mais formosas,
símbolo de fenomenal amor,
lembrará sempre as donzelas gostosas !

Nunca se considerou pecador,
todas as horas tem que ser ditosas,
porquanto no prazer espanta a dor,
não enxerga espinhos, apenas rosas...

Faz muito tempo li o Rubaiyat,
tradução fiel de Manuel Bandeira,
vi que obra mais romântica não há !...

E o que me disse o mestre da poesia,
foi que se deve amar a vida inteira,
na realidade e até na fantasia !

Fonte:
Soneto enviado pelo autor.

Monteiro Lobato (Histórias de Tia Nastácia) XXXII – O Jabuti e a Caipora


O jabuti entrou num oco de pau e começou a tocar a sua gaitinha. A caipora, lá longe, ouviu e disse: "Não pode ser outro senão o jabuti. Vou agarrá-lo."

Veio vindo. Parou perto do oco, a escutar.

Li, ri, li, ri...
Lé, ré, lé, ré...

— Olá, jabuti!

— Oi! — respondeu o tocador de gaita.

— Saia do buraco, jabuti, para vermos qual de nós dois tem mais força.

O jabuti saiu, enquanto a caipora cortava um cipó.

— Eu puxo uma ponta e você outra — eu em terra e você n'água.

— Pois vamos a isso, caipora — respondeu o jabuti.

O jabuti entrou na água e amarrou a ponta do cipó no rabo dum pirarucu, que é o peixe de rio maior que há. A caipora, lá em terra, puxou o cipó — mas o pirarucu a arrastou para a beira d'água; e como não tinha mais força, foi puxando-a para dentro do rio. O jabuti, que já estava em terra, bem escondidinho no mato, ria-se, ria-se.

Não podendo mais de tão cansada, a caipora gritou:

— Basta! Você venceu.

O jabuti, sempre a rir-se, entrou n'água e foi desatar o cipó do rabo do pirarucu. Em seguida voltou para terra.

— Está cansado, jabuti? — perguntou a caipora.

— Cansado, eu? Nem um tiquinho! — e a caipora viu mesmo que nem suado estava. Não teve remédio senão confessar que o jabuti era mais valente do que ela — e lá se foi muito desapontada.
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— Sempre a esperteza vencendo a burrice! — observou Emília. — Mas que bicho caipora é esse?

— A caipora — explicou dona Benta — é um dos monstros inventados pela imaginação da nossa gente do mato. Vocês bem sabem que para o povo existem na natureza muito mais coisas do que os naturalistas conhecem, como lobisomens, sacis, mulas-sem-cabeça que vomitam fogo pelas ventas e também caiporas.

— Mas como é a caipora?

— Dizem que é um bicho peludo que gosta muito de fumar. Cerca os viajantes nas estradas, de noite, para pedir fumo para o cachimbo. Descrever como é a caipora não é fácil, porque as coisas que só existem na imaginação do povo variam de lugar em lugar. Aqui é dum jeito, ali é do outro. Se querem saber como é a caipora, perguntem ao tio Barnabé. Só negro velho entende bem disso.
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Continua… XXXIII – O Jabuti e a Onça
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Fonte:
LOBATO, Monteiro. Histórias de Tia Nastácia. SP: Brasiliense, 1995.

Este livro foi digitalizado e distribuído GRATUITAMENTE pela equipe Digital Source

Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n. 215)

Francisco José Pessoa (CE) e Ademar Macedo (RN)
Uma Trova Nacional

Os meus amigos são tantos,
de uma bondade sem fim,
que não preciso ter prantos
pois eles choram por mim!
–FRANCISCO JOSÉ PESSOA/CE–

Uma Trova Potiguar

Demonstra afetividade,
quando é preciso, te acolhe,
um amigo é na verdade...
Um irmão que a gente escolhe.
–FRANCISCO MACEDO/RN–

Uma Trova Premiada

2002 - Amparo/SP
Tema: FOME - Venc.

Num mundo de ódio repleto
há tanta fome de amigo
que um pequeno grão de afeto
vale por mil grãos de trigo!
–ANTONIO JURACI SIQUEIRA/PA–

Uma Trova de Ademar

De alma pura, Deus decreta
que assim seja o trovador:
bom amigo e bom poeta,
sem jamais guardar rancor!
–ADEMAR MACEDO/RN–

...E Suas Trovas Ficaram

Quando a vida se complica
nas horas de solidão,
amigo é aquele que fica
depois que os outros se vão!
–ALOÍSIO ALVES DA COSTA/CE–

Simplesmente Poesia

–HENRIQUE MARQUES/RJ–
Cantiga de Amigo

Meu amigo é feito uma ave
que meu corpo sobrevoa
e me canta sem cessar.

Meu amigo é feito um tigre
que me rasga, me maltrata,
cala os meus cálidos gritos.

Meu amigo é feito um rio
que, sem margens, corre solto,
e, quando quer, me naufraga.

Estrofe do Dia

Amigo, tens boa imagem,
és um Trovador querido,
bom poeta e bom marido,
um marujo de coragem;
mereces minha homenagem
no céu azul, verde mar,
teus versos vou proclamar,
falo com sinceridade;
eu quero a tua amizade
oh! Meu confrade Ademar.
–SEVERINO CAMPÊLO/RN–

Soneto do Dia

– THAMA TAVARES/SP –
Soneto da Amizade

Eis que a vida me deu grandes riquezas!...
Não me refiro à prata nem ao ouro,
mas a amigos que tive nas tristezas,
que são ainda o meu maior tesouro.

São amigos no incerto e nas certezas,
no efêmero e também no duradouro,
que sabem perdoar minhas fraquezas,
e rir e ser na dor ancoradouro.

Assim, quando eu partir para o outro lado
após pagar, talvez, algum pecado
recobrarei a paz na consciência...

Mas lá, no Céu, serei quem nunca dorme,
só por velar, numa saudade enorme,
os amigos que fiz nesta existência.

Fonte:
Textos enviados pelo Autor