sábado, 27 de abril de 2019

Thalma Tavares (Jardim de Trovas) 1


A distância para o amante
é menor que a brevidade,
porque nunca está distante
o amor que deixa saudade.

Andarilho que não cansa
de alentar um sonho antigo,
sou caracol da esperança
carregando o próprio abrigo.

Carícia em forma de prece
que no ocaso vou rezando,
teu amor é sol que aquece
um outro sol se apagando.

Coração, nunca te emendas!...
És de fato um sonhador...
Até nas duras contendas
tu vês motivos de amor!

Das bofetadas que a vida
me deu sem muita piedade,
tu foste a mais dolorida
e a que mais deixou saudade.

Enquanto a lua me encanta
e a solidão se acentua,
um galo cansa a garganta
tentando encantar a lua.

És hoje, distante e rara,
saudade aumentando o espaço
da solidão que separa
teu corpo do meu abraço.

- És meu príncipe! - dizia
vovó com seu jeito doce...
Tão doce que eu me sentia
como se príncipe fosse.

Este perdão que me negas
por "um nada" que te fiz,
é mais um cravo que pregas
na cruz de um peito infeliz.

É tão lindo o seu sorriso!...
Seu beijo é tão perfumado,
que aqui vou, perdendo o siso,
cometer mais um pecado.

Já não me sinto um proscrito
nem também um forasteiro,
se pões o olhar - tão bonito -
sobre o meu ser derradeiro.

Luz plena! A noite é bela!
E eu só, morrendo de zelos,
porque o luar na janela
faz carícia em seus cabelos.

Na minha vida sem graça,
de sonhador solitário,
a autora no céu não passa
de um por-do-sol ao contrário.

Não é saudade, é castigo
toda saudade enganada...
É sonho implorando abrigo
sabendo a porta fechada.

No aceno discreto e mudo
que entre lágrimas fizeste,
teus olhos disseram tudo
do amor que nunca disseste.

Numa pétala orvalhada,
uma gota luminosa
é um adeus que a madrugada
deixou na face da rosa.

O amor em nossa jornada
tem rumos tão divergentes,
que andamos na mesma estrada
por caminhos diferentes.

Por dar crença ao teu sorriso,
que tantas paixões atiça,
construí um paraíso
sobre a areia movediça.

Quando a saudade se esconde
pelos confins da cidade,
eu torno em sonhos um bonde
e vou matar a saudade.

Que festa! O neto correndo,
fingindo ser um robô,
erguendo os braços, dizendo:
- "Eu vou te pegar, vovô!"...

Que o teu sorriso de agora
permaneça eternamente...
Eu te quero sempre aurora...
Mesmo quando eu for poente.

Querida eu tenho ciúme,
- não há desdouro em dizê-lo...
Ciúme até do perfume
que perfuma o teu cabelo.

Teu olhar tem a beleza
de um céu claro à luz do dia,
mostrando, embora, a tristeza
que esconde a tua alegria.

Fonte:
Livro gentilmente enviado por Edy Soares.
Dáguima Verônica - Edy Soares - Thalma Tavares. Três em trovas. Vila Velha/ES: Edição do Autor, 2017.

Luiz Poeta (Sara Samira)


Vinha o trem. Serpente riscando longe.

Sol de meio - dia, cheio na face rosada, olho de vidro, trôpego reflexo, tremeluzente, suor descendo bolha-bolha, desenhando estrias, córrego de angústias,

E apitava. Fumaça clara varando o verde.

Via-se a cachoeira, faca de ponta prateada furando o chão, quedando lá embaixo, estrondo constante acordando o tempo.

Mochila parda, bota barrenta com laço solto, chapéu de couro, larga calça cáqui  amarrotada e a peixeira arranhando a coxa.

Vinda de trem, festa de chegantes, mas ele partia, Sara Samira no peito e na cabeça... batendo morena no átimo de cada impulso.

Sara Samira... um gosto suspirar seu nome.

Vira-a a primeira vez descendo caminho da lagoinha, o cesto de vime na cabeça, repleto de frutas , tangerina amarela, da doce. Sara Samira... o peito saltando da blusa, cabelo liso-preto voando no vento - sombra-de-mangueira, olhos negro-perolados, líquidos, limpos como uma noite de lua, nus, magoados
de não-sei-quê.

E o trem chegou, gente saiu-entrou-rindo-chorando-chorando-rindo.

Olhou atrás, mas já não via o verde emoldurando a choupana; não ouvia o monocórdico pio da juriti tamborilando abandonos... não tinha certeza da partida, mas se foi num pulo, como um sim que nega mas consente, a lágrima tímida olhando no canto da vista vermelho-azul.

Sara Samira... doce como a tangerina.

- Quer uma?

O riso respondeu no lugar da palavra.

Depois, a sombra, o arrulho das águas nas pedras... e o corpo moreno e liso de Sara Samira.

O pai não queria.

Jurou matar.

Adaga saudita, maldita, que por fim varou-lhe o coração.

- Foi ele, Samira, caiu, se feriu... morreu...sem querer...

Mas ela emudeceu, volveu o olhar, chorou sem soluços e sumiu... no salto da cachoeira.

- Sara ! Samira ! Sara...Samira... Sa,..

O trem se ia leve e sonâmbulo já meia-noite. Mas para onde?

Lá embaixo o vale, as casas, o rio, o precipício e o trem cruzando... - Sara Samira, não tive culpa... a adaga, o corte, o sangue... Saltou do alto do rochedo, sumiu na espuma.

Lá embaixo o vale, as casas, o rio... talvez tangerinas.

O trem sumiu na sinuosidade de mais um destino sem perspectiva.

Na próxima parada, menos um passageiro.

Ninguém viu o corpo tombar lá de cima, trezentos metros no abismo... talvez tangerinas... Sara Samira.

Fonte:
Livro gentilmente enviado pelo autor:
Luiz Gilberto de Barros. Canção de Ninas Estátuas. Ilhéus/BA: Mondrongo, 2014.

Chico Miguel (Sonetos Escolhidos) 6

Chico Miguel (Francisco Miguel de Moura)
AMOR É VIDA
Soneto de amor à moda de Camões

Quem disse que o amor não manda, tente
Ficar assim, na vida, absoluto!
Amor manda no triste e no contente,
O amor e a vida não suportam luto.

Amor é flor, depois se torna em fruto,
Um fruto que ao cair deixa semente,
Semente onde o amor é mais enxuto,
Dela nascendo o amor mais inocente.

E sei que amor maltrata, mas não mata,
Dentro de si milagres fazem curas
E em suas transformações tudo retrata.

Sei que um sorriso esconde as coisas duras,
Mas sua língua em verdades se dilata
Pra sepultar num beijo as amarguras.

AS MIL ESSÊNCIAS DO AMOR

Quantas essências há pra se aspirar
Depois da noite. Sinta sutilmente,
Pela glória e a graça de ser gente,
As belezas que o vento traz do mar.

Ponha o nariz adiante da janela,
Sinta a menina a rua atravessando,
Sinta mais, sinta a vida começando
Cheia de flores pelos passos dela.

São as aves cantando em cada vão,
São as flores cheirosas, são as palmas,
Fortalecendo as fibras onde estão

A saltarem pra vida como estrelas.
Veja as essências todas, tagarelas,
Como a enfeitarem nossas próprias almas.

DENTRO DE MIM

Duas forças me fazem torvelinho:
A máscula firmeza do homem franco,
E uma espécie de força quase em branco,
Quando a mulher se põe no meu caminho.

Sei que sinto mais força e alegria,
Junto à mulher que está longe da pista
E se acerta um olhar para conquista,
Não avança, nem esconde ou desafia.

Porém,  dentro de mim, a ansiedade
Me agarra e se prolonga... Eternidade
Trazendo mil soluços tão profundos

Que nem chorar consigo... E, inconsciente,
Então pergunto a Deus se estou doente,
Ou se alço voos para estranhos mundos.

ÊXTASE E SUOR

Sou perfume de mim e odor do mundo
para que a terra me cuspa.
O sopro que me der
me enterrará fundo,
frio de fazer corpo e alma se unirem.
E, ao infinito e à luz,
que meu suor
jamais sirva de foice ou gume.

A dor com que me cortam
com  explosão
seja lembrada em mansa contramão.

Ao meu último perfume, o mundo furta
a cor e o cheiro:
- Mau bocado ao cão que ama.
   
O frio há de sarar-me
com seu branco lençol sem dobras,
de areia, nos olhos amorosos.

Deito-me agora, em êxtase de fé,
No cuspido chão que longe erra,
levando o vento limpo à pele
e ao imo
em que me arrimo,
sem perder a mão.

INCIDENTE NUMA LOJA

Nunca vi uma compra de mais sorte:
Era manhã, entramos num armazém,
Onde aos panos tesouras cortam forte,
No momento era aquele vai-e-vem.

A companheira, ao lado, alteia o tom:
“Olhe a moça, é café para os fregueses!”
E avisa que eu me sirva: “É muito bom!”
Mas enfrentei ausências: – dois reveses:

Nem do café sorvi nem vi a moça,
Quando a busquei já ia longe, oculta,
Num balanço de corpo que me adoça.

Mas, tão logo, ela volta, o olhar brejeiro,
Disse um doce sorriso, e mais adulta:
“Oh, me desculpe! Enfim, senti teu cheiro!”

LENDA, OU FADA?

Ave ou nave?  voava musical,
vestido em linho a desenhar-se toda,
delgado corpo bailando ao vento,
dentes brancos, lábios em carmim...
que frio, que medo em mim!

Oh signo sensual! exclamo,
por ti pecarei, só por querer-te,
e tentarei tantas vezes... tonto!

E que jamais meus olhos negros
venham  pousar sobre os teus, sim
ou não, nem  cruzar teus caminhos,
nunca de perto ou de longe.

Se teus punhais vi-o(s) tão lentos
ferirem-me os olhos e a razão,
e logo me fizeram de inútil
oh, não! nunca jamais, não!

Quero um sonho para sempre.

E então, por que ondas me vens
o'  ânsia de noite inapagada?
agora? por onde? por nada?

A que levou meus olhos,      
a que me encheu os olhos
até secarem para sempre?
ai de ti, mundo claro-escuro!

Lenda ou fada! de novo estou,
agora e para sempre impuro!

OPOSTAS APOSTAS

A aranha tece e retece,
e não para nem cansa,
emaranha-se na teia
e dança. E desce, desce...

O espelho mostra o irreal,
direito x esquerda,
e quem sabe não aposta
em tantos mais erros?

O homem, como se não visse,
desconhece a face de ontem,
desde que emoção alguma,
o mundo em redor lhe pinte.

A mulher aparece e logo vê
tudo em redor. E desaparece
para voltar, se sente amor,
e mais refletir e parecer.

Em suma, todos nós viventes,
gente, animal ou coisa,
apostamos no impossível.   

O QUE EXISTIU

Se o que existiu resiste
À queda do fio de cabelo,
À pele que sentiu o cheiro,
Viu o amanhecer pelo sereno,
Ouviu seu "bem" dizer com alma:
- “Dou-te o meu DNA”!
Existir é só querer.

O risco no papel resiste,
Depois que o fogo o devorou,
O verso que o poeta fez,
A linha do tempo que não para,
O risco invisível no céu, sem cor,
Como um relâmpago sutil,
Quando Deus mandar a eternidade:
Tudo existirá, tudo precisa
Existir como a dor
Que a não-dor separa.

E há o “nós” como ser sem “eu”,
E há o feito e o desfeito
E ainda o defeito e o “por fazer”
Que só Deus, sábio, sabe
Como acontecer.

SENTIMENTO PRESO

Um sentir puro e preso - tortura
Marcada nos primeiros dias
De alguém que apenas nascia
Entre trancos e barrancos, o futuro
De olhos fixos nos braços,
Pedindo calor de peito e mãos,
Desgarrado dos primeiros tatos
Olhos feridos no segundo teto,
Em novas mãos e outros braços...

Calar pra sempre, quem condenaria?

Mas se um ferrão plantou-se noite e dia,
No fundo de dois corações?

E o que dizer, então? Num poema
Que ninguém vai ler nem ver?
Numa palavra só, balbuciada
Em vão, que ninguém quer saber?

Há culpa sem perdão? Não há.
Mas dúvida e covardia, sim.
E a indecisão imprecisa, fria
Da paixão a rolar e morder-se,
A-mor-da(n)çando sem guia?

Um sentir puro e preso tortura
Dois entes: o ser e a criatura.

UM DIA QUALQUER

Até a minha dor é branca
e me nega.

Preciso de um susto longo,
Para me levantar da cama.

Quero palavras de fogo,
Ouvir se alguém ainda me ch(ama).

Preguiça não é. É provação!
Sempre acordei às quatro da manhã.

E hoje estou besta, entre cobertores
Brancos, ontem tão escuros...
       Onde as outras cores?

O calendário é branco, o céu, a lua,
Até o sol me parece que flutua
               Como neve.

Preciso de um elo que não seja branco.
             E que venha breve.

Fonte:
Chico Miguel

Francisco Miguel de Moura (Chico Miguel, por ele mesmo)


Francisco Santos/PI nada mais era do que o povoado “Jenipapeiro”, município de Picos, sertão do Piauí, quando Chico Miguel, do signo de Gêmeos, nasceu aos 16 de junho de 1933. Estudos primários com seu pai; ginasial e contabilidade, em Picos, onde casou com Maria Mécia Morais Araújo Moura, fez o Ginásio e a Escola Técnica de Contabilidade, e morou cerca de 8 anos. Formado em Letras pela Universidade Federal do Piauí e pós-graduado na Universidade Federal da Bahia. Funcionário aposentado do Banco do Brasil. Radialista, professor de língua e literatura, atividades que não mais exerce. Dedica-se, atualmente apenas à família e a ler e escrever. Mora em Teresina, onde produziu e publicou a maior parte de suas obras.

Dirigiu as revistas “Cirandinha” e “Cadernos de Teresina”, colaborou em quase todos os números de “Presença” (órgão do Conselho Estadual de Cultura) e no “Almanaque da Parnaíba”. Atualmente colabora nos jornais de seu Estado; nas revistas “Literatura”, editada inicialmente em Brasília (hoje em Fortaleza), “Poesia para Todos”, e “Vozes”, ambas do Rio de Janeiro. É também colaborador permanente dos jornais “O Dia” (onde publica artigos e crônicas, aos sábados), “Diário do Povo”, de Teresina; do “Correio do Sul”, de Varginha/MG; do “Diário dos Açores” - Ilhas dos Açores e d“O Primeiro de Janeiro” - Porto, os dois últimos em Portugal. Ainda no exterior, publicou poemas nas revistas “Clarim”, na Espanha, e “Jalons”, na França.

É membro da Academia Piauiense de Letras (APL), cadeira nº 8, da Academia de Letras da Região de Picos (ALERP), da União Brasileira de Escritores – SP, membro - correspondente da Academia Mineira de Letras e da Catarinense de Letras. Por diversos mandatos participou do Conselho Estadual de Cultura. E, na década de 1980, foi presidente da União Brasileira dos Escritores do Piauí, da qual é sócio-fundador. No exterior, integra o quadro de sócios da Associação Internacional de Escritores e Artistas – IWA (sigla em inglês), com sede em Toledo, OH, Estados Unidos.

Além da cidade de Picos, onde assumiu, por concurso, a atividade de funcionário do Banco do Brasil, morou na Bahia e no Rio, e por último em Teresina, onde, ao chegar, junho com os companheiros Hardi Filho e Herculano Morais, fundou o Círculo Literários Piauiense (CLIP). A maioria de suas obras foram concebidas e publicadas em Teresina.

Estreou-se na poesia, com o livro “Areias”, Teresina, 1966. Publicou depois “Pedra em Sobressalto”, 1972; “Universo das Águas”, 1979; “Bar Carnaúba”, 1983; “Quinteto em mi(m)”, 1986; “Sonetos da Paixão”, 1988; “Poemas Ou/tonais”, 1991; “Poemas Traduzidos”, 1993; “Poesia in Completa”, 1998 (comemorando os 30 anos de “tensa comunhão com a palavra”, no experiente dizer da Profª. Nelly Novaes Coelho); Vir@, 2001, e Sonetos Escolhidos, 2003, na área da poesia. Participou da antologia “A Poesia Piauiense do Século XX”, organizada por Assis Brasil, e de outras antologias poéticas publicadas desde o Nordeste até o Rio Grande do Sul, inclusive no exterior (Estados Unidos, França, Cuba e Portugal).

Em prosa, é autor de três livros de contos (“Eu e meu Amigo Charles Brown”, de 1986; “Por que Petrônio não Ganhou o Céu”, de 1999 e “Rebelião das Almas”, de 2002); quatro romances (“Os Estigmas” 1984, reeditado em 2004; “Laços de Poder” 1991; “Ternura” 1993 e “D. Xicote” 2005), com o qual ganhou o prêmio Fontes Ibiapina em 2003, prêmio que, aliás, já lhe tinha sido conferido pela Fundação Cultural do Piauí ao romance “Laços de Poder”, nos idos de 1980.

Mas não pode ser esquecida sua obra crítica, em cuja atividade ganhou nome nacional com o livro “Linguagem e Comunicação em O.G. Rego de Carvalho” (1972), publicando depois “A Poesia Social de Castro Alves” (1979) e “Moura Lima, do Romance ao Conto” (2002), além de sua grande produção na imprensa, que um dia deverá será recolhida em livro. Obra inédita de poesia, editada apenas no site www.usinadeletras – poesias: “Testemunho – versões e traduções”.
Endereço eletrônico: franciscomigueldemoura@gmail.com

Fonte:
O Autor

sexta-feira, 26 de abril de 2019

Antonio Cabral Filho (org) 1º Colar de Trovas (ABC)

Criação da Imagem: José Feldman

Organizador: Antonio Cabral Filho - RJ

*ABC EM TROVAS*

O "ABC EM TROVAS" é uma modalidade de COLAR. Sua regra básica - seguir o último verso da trova anterior - é similar ao colar popularmente conhecido no  ambiente trovístico. O único detalhe que destoa e que representa a diferença é seguir o abecedário, o que leva o trovador a iniciar a sua estrofe numa letra e concluir na outra. Ou seja, o primeiro verso da estrofe inicia com a letra A e o ultimo com a B, ate atingirmos todo o abecedário. Só temos que excluir as letras K,W e Y porque temos correspondentes para elas.

Outro detalhe importante é não repetir autores, a menos que seja por necessidade - quando não se tem gente suficiente.

Cabe ainda registrar que esta modalidade de colar não é familiar ao movimento dos trovadores e que foi desenvolvida em oficinas literárias nas quais participei, ora como instrutor ora como aprendiz.

Muitos Mestres Populares que conheci, no âmbito da Educação Popular, faziam disso um jogo para atrair jovens a se aperfeiçoarem nos conhecimentos da poesia. Muitos achando uma "moleza", se surpreendiam com a riqueza das composições subsequentes durante o ABC.

Espero que meus amigos apreciem.

01
A
Antes que o dia pereça,
vou procurar o meu ninho,
mas sem perder a cabeça
bebo uma taça de vinho.
Antonio Cabral Filho - RJ

02
B
Bebo uma taça de vinho
e fico muito inspirado.
Para não beber sozinho
chamo a vizinha do lado.
Antonio Francisco Pereira - MG

03
C
Chamo a vizinha do lado
bebo e se der, janto e danço,
mesmo um pouco atrapalhado,
digo que sempre me canso.
Romilton Faria - MG

04
D
Digo que sempre me canso
quando não quero dançar,
mas, depois de um trago eu danço
e nem sinto-me cansar.
Henrique Davoli - ES

05
E
E nem sinto-me cansar
das correrias da vida,
o trabalho sem parar
faz-me ter uma guarida.
Aurineide Alencar - MS

06
F
Faz-me ter uma guarida,
meus esforços, seu sorriso...
Você sempre dá, Querida,
gentilmente o que preciso!
Ronnaldo Andrade - SP

07
G
Gentilmente o que preciso
só Deus sabe nesta vida.
O que busco é o paraíso,
honestamente querida.
Oliveira Caruso - RJ

08
H
Honestamente querida,
seu sorriso acolhedor
colocou mais vida à vida,
introduziu-me no amor.
Claudia Bergamini - PR

09
I
Introduziu-me no amor
esse teu sorriso lindo
teus versos e aquele licor,
juras de amor indo e vindo!
Dilercy Adler – MA

10
J
Juras de amor indo e vindo
feitas por tantos amantes,
com alma e coração rindo,
lembranças felizes d’antes.
Prof. Roque Aloisio - RS

11
L
Lembranças felizes d’antes
do meu querido sertão,
quando orvalhos radiantes
molhavam nosso torrão.
Francisco Queiroz - RN

12
M
Molhavam nosso torrão
suspiros saudosos, ais...
Talvez coubessem, irmão,
no peito meus madrigais.
Vanda Salles - RJ

13
N
No peito meus madrigais
cumprimento lisonjeiro,
meus costumes matinais,
olho as brisas no outeiro.
Madalena Cordeiro - ES

14
O
Olho as brisas no outeiro,
tenho leve nostalgia,
então mudo o meu roteiro
pra livrar-me da agonia.
Rita de Cássia - MG

15
P
Pra livrar-me da agonia
como faz com filho teu,
protege-me, oh Maria,
que me tire todo o breu!
Talita Batista - RJ

16
Q
Que me tire todo o breu
e que surja a claridade,
para que este mundo meu
reine só felicidade.
Ester Figueiredo - RJ

17
R
Reine só felicidade
na vida de toda gente,
c' alegria de verdade
sorrimos alegremente.
Araci Barreto - RJ

18
S
Sorrimos alegremente,
a vida fica melhor,
mas não mostre a toda gente,
torna o momento pior.
Midhi Paixao - Lisboa/Portugal

19
T
Torna o momento pior

para a alma feminina,
lembranças cheias de dó...
Ultimo adeus da menina.
Edvania Ramos - SE

20
U
Último adeus da menina,
seu lenço bailando no ar...
Somente o vento e a neblina
viram meus olhos chorar.
Marcia Jaber - MG

21
V
Viram meus olhos chorar,
pelas batalhas perdidas
que por você fui lutar,
xeretaram nossas vidas.
Dulcídio Barros Moreira Sobrinho - MG

22
X
Xeretaram nossas vidas
só para nos difamar,
descobrimos as saídas
zeradas por não provar.
Varneci Nascimento - SP

Fonte:
Trovadores do Brasil

Malba Tahan (Maktub!)


(Lenda árabe)
   
Afirmam os historiadores que o túmulo de Sidi-Yakub, existente em Tlemcen, data do século XI. Não nos move o desejo de contestar a opinião dos eruditos sobre um monumento quase em ruínas, perdido ou esquecido, talvez, no deserto. A única coisa realmente interessante que se encontra nessa cuba - outrora tão venerada pelos crentes - é uma inscrição ali deixada por um escravo. Resume-se essa legenda numa palavra - Maktub - gravada sobre a pedra que cobre as cinzas de Sidi-Yakub.

E sabeis, ó cristão! O que quer dizer Maktub? Essa palavra encerra a filosofia de um povo, o destino de uma civilização. Maktub é um vocábulo árabe que significa apenas - Estava escrito, ou melhor: Tinha que acontecer. Maktub é, assim, a expressão da Fatalidade (1).

Tal palavra, na laje tumular de Tlemcen, recorda um episódio ocorrido com dois namorados que o Destino caprichoso uniu para depois separar cruelmente.

Conta-nos uma lenda que na cidade de Orã, ao norte da Argélia, vivia certa moça, de origem francesa, chamada Heliete. Era filha de um negociante cristão, de Marselha, que se estabelecera, levado pelas necessidades de sua profissão, sob o céu da África.

Certa vez, durante uma feira, conheceu Heliete o jovem Iezid El-Massi, de origem nobre, descendente de uma das mais ricas famílias de Tlemcen. Viva simpatia, que deveria crescer de dia para dia, uniu desde logo, os dois namorados.

Heliete, levada por seu temperamento excessivamente romântico, apaixonou-se pelo árabe, e este - arrebatado como os homens de sua raça - sentiu que a sua vida não mais teria sentido se lhe viesse a faltar o amor de cristã.

A pitoresca cidade de Orã, por esse tempo sob o poder de Bey Mustaphá Ben Yussef, foi testemunha silenciosa daquele amor. As tamareiras, sob o sol causticante, abriam suas palmas e estendiam no chão, da praia até a montanha, um largo tapete de sombras, sobre o qual os dois jovens caminhavam felizes, longas horas esquecidas, em doces colóquios.

Grande abismo de incompatibilidade separa, entretanto, uma cristã de um adepto da religião de Maomé.

Os país de Heliete, informados das inclinações amorosas da jovem, opuseram-se tenazmente àquele casamento que se lhes afigurava desonroso. E o primeiro brigue que levantou ferro de Orã transportou para Marselha a apaixonada menina.

O Infortúnio, na vida das criaturas, escreve, às vezes, várias páginas num período durante o qual a Felicidade mal teria tempo para esboçar a curva da letra "alef". A infeliz Heliete, ferida tão rudemente em seu delicado coração, não soube resistir; e adoeceu gravemente, em consequência daquele golpe, iniciado pela separação e concluído pela desesperança.
      
Sentindo avizinhar-se dela a sombra da morte, mandou chamar, em segredo, um imã (2), que vivia no porto, entre aventureiros e embarcadiços.

- Quero morrer - confessou ela, entre soluços, ao velho maometano - na religião de Allah, que é a crença de meu noivo. A vida nos separou: quem sabe se a morte não virá pôr termo a essa separação. E morrendo fiel à religião que os árabes professam terei o consolo supremo de encontrar no céu muçulmano aquele que tanto amei na terra!

- Se o teu desejo é sincero, menina - respondeu o imã - não porei dúvida em servir de testemunha à tua conversão. Basta, para isso, que pronuncies três vezes a nossa profissão de fé!

Heliete, sem hesitar, assim falou:

- Declaro que só há um Deus, que é Allah, e que Maomé é o profeta de Allah!

E três vezes repetiu, solene, as suas palavras que constituem o dogma fundamental da religião dos árabes.

O imã tirou, então, as sandálias, abriu um exemplar do Alcorão, e voltando-se para Meca, a Cidade Santa, leu em voz alta o primeiro capítulo do Livro de Allah (3):

    - Bismillahi ahmair rahin! Em nome de Deus, Clemente e Misericordioso! Louvado seja o Onipotente, criador de todos os mundos! A misericórdia é em Deus o atributo supremo! Nós Te adoramos, Senhor! E imploramos a Tua divina assistência! Conduze-nos pelo caminho certo! Pelo caminho daqueles que são esclarecidos e abençoados em Ti.

E quando Azrail, o anjo da Morte, veio buscar Heliete, encontrou-a convertida à religião do Islã. E a alma da boa e desditosa menina foi levada para o seio de Allah, Clemente e Misericordioso.
   
No mesmo dia em que Heliete expirava em Marselha, o cheique Iezid El-Hassin agonizava no fundo de sua tenda, no oásis de Euddad, perto de Tlemcen

Junto ao leito do desventurado moço achavam-se apenas duas pessoas: um escravo, que a dedicação extrema impedira de abandonar o cheique, e um frade que ali fora ter, anuindo a um chamado. O sacerdote era um desses missionários que percorrem durante longos anos, os desertos africanos em trabalho de catequese. A declaração do jovem muçulmano deixou-o, de certo modo, surpreendido. Confessou o cheique que nutria o vivo desejo de morrer na paz da Igreja, pois só assim poderia encontrar-se entre os bem-aventurados, com sua noiva, que era cristã.

A salvação daquela alma iluminada pela Fé no derradeiro momento, comoveu o bom sacerdote. Fora Deus, na sua infinita misericórdia, que o conduzira àquela tenda. Cumpria-lhe, pois, salvar dos tormentos do Inferno, o jovem arrependido.

E o padre, depois de ouvir a confissão do cheique, e tendo-se certificado da sinceridade de sua resolução deu-lhe a absolvição plenária batizando-o segundo manda a Santa Igreja Católica - e fê-lo, ainda, receber na hóstia, em comunhão, o corpo divino de Jesus, Nosso Senhor!
   
Assim, o rico cheique Yezid El-Hassin, príncipe de Tlemcen que em vida rezara nas mesquitas e erguera preces a Allah, Onipotente, cerrou os olhos para os desenganos do mundo como um bom cristão.

Maktub! Estava escrito! A fatalidade é cega e inexorável.

Estava escrito que para os dois namorados de Orã nunca mais teria termo a cruel separação, e que nem mesmo com a morte veriam realizado o seu sonho de amor.

E isso aconteceu. Ela morreu muçulmana, ele morreu cristão.

Maktub!

E o padre, depois de ouvir a confissão do cheique, e tendo-se certificado da sinceridade de sua resolução deu-lhe a absolvição plenária batizando-o segundo manda a Santa Igreja Católica
______________________________
NOTAS:
1- Maktub - Particípio do verbo "catab", escrever.
2 - Imã - O Islã não admite sacerdotes. O imã desempenha apenas as funções de oficiante nas orações diárias nas mesquitas. O titulo de Imã é dado a certos doutores
e aos quatro fundadores do Islamismo.
3 - Livro de Allah - Alcorão.


Fonte:
Malba Tahan. Os Segredos da Alma Feminina nas Lendas do Oriente.

Sociedade Eça de Queiroz (Almoço de confraternização 27 de abril)


Data: 27 de abril de 2019
Horário: 13 horas.
Local: Hotel Flórida - na Rua Ferreira Viana, 81 - Rio de Janeiro
 
A participação no almoço, por adesão, é de R$ 73,00 (gorjeta e bebida não incluídas).

Temos o prazer em convidar o (a) ilustre associado/amigo (a) para o almoço de confraternização da SOCIEDADE EÇA DE QUEIROZ.

Na oportunidade, ouviremos a aula magna do Professor Cláudio Murilo Leal, sobre a temática “O MISTÉRIO DA CORRESPONDÊNCIA REAL E FICTÍCIA DE EÇA DE QUEIROZ”.

Preliminarmente, o Vice-Presidente desta Sociedade Luiz Gondim de Araujo Lins discorrerá sobre “Amélia – personagem do Crime do Padre Amaro-, seria uma jovem inocente e tola ou uma mulher fogosa e sensual?”

LUGAR DE MEMÓRIA: Homenagem a Luiz Gilberto de Barros – Luiz Poeta , apresentado pela Professora Idalina Gonçalves.

Saudações ecianas

A Diretoria

Mário Quintana em prosa e verso 10


ESTAMPA

Linda moça, com sua cara de louça, na moldura da janela. Passa, a cavalo, o oficial - reto, correto, linear -, como um valete de cartas. Enquanto, lento, anoitece, flores suspiram olores, no jardinzinho sincero. E lá no fim da rua a estrela Vésper, como se fora pirotécnica, irradia-se em trinta e sete cores.

QUEM BATE?

Cecilia. Cecilia que chega de um pátio da infância... Traz ainda sereno nas tranças, seus sapatinhos andaram pulando na grama... Depois assenta-se nos degraus da torre, e canta...

Mas o chaveiro do sonho pegou-lhe as tranças, teceu cordoalhas para o seu navio. Mas o chaveiro do Sonho pegou-lhe a canção... E fez um vento longo e triste.

E eu pensava que toda a minha tristeza vinha apenas do vento, da solidão do mar, da incerteza daquela viagem num navio perdido...

ENVELHECER

Antes, todos os caminhos iam,
Agora todos os caminhos vem.
A casa é acolhedora, os livros poucos.
E eu mesmo preparo o chá para os fantasmas.

EXEGESE

- Mas que quer dizer esse poema? - perguntou-me alarmada a boa senhora.

– E que quer dizer uma nuvem? - retruquei triunfante.

- Uma nuvem? - diz ela. - Uma nuvem umas vezes quer dizer chuva, outras vezes bom tempo...

QUIEN SUPIERA ESCRIBIR!

O menino de joelhos sujos que chega em casa correndo e mal pode falar...

A velha dama que é agora obrigada a fazer renda para vender.., de casa em casa, a coitada!... e que senta na ponta da cadeira, suspira discretamente e murmura: "A minha vida é um romance....

Aquela moça que diz: Não quero ouvir isto!" e tapa os olhos...

Ah, quanta coisa deliciosamente quotidiana, quanto efêmero instante, eu não gravaria para sempre na memória dos homens, se...

QUE HAVERÁ NO CÉU?

Se não houver cadeiras de balanço no Céu.., que será da tia Élida, que foi para o Céu?

CÂNTICO DOS CÂNTICOS

Maria, com um vinco entre as sobrancelhas, escolhe o segundo prato. Depois sorri-me deliciosamente. Como não encantar-me? Como não comparar-me a Salomão? "Sustentai-me (diz-lhe a Sulamita), sustentai-me com passas, confortai-me com maçãs, que desfaleço de amor.

DA DÚVIDA

Felizmente parece que o Além não resolve coisa alguma, e a confusão continua a mesma, senão maior...

Posso, pois, morrer descansado e levar os meus problemas comigo, que não me faltará distração. Não me refiro à quadratura do círculo, que pouco se me dá, nem ao moto-contínuo. Penso é nas mil e uma perplexidades da minha condição de escriba, nesses cruciantes imponderáveis, no eterno problema da subjetividade da partícula se...

DO TEMPO

Nunca se deve consultar o relógio perto de um defunto. É uma falta de tato, meu caro senhor... uma crueldade... uma imperdoável indelicadeza...

INTERCÂMBIO

Vovô tem um riso de cobre surdo, velho, azinhavrado - um riso que sai custoso, aos vinténs.

Mas Lili, sempre generosa, lhe dá o troco em pratinhas novas.

DA HUMILDE VERDADE

O quotidiano é o incógnito do mistério.

Mudança de temperatura

Nos fios telegráficos pousaram uma, duas, três, quatro andorinhas.

Olham de um lado e outro... Irão partir?

Sobre as cercas rasas do arrabalde, os girassóis espiam como girafas...

BOCA DA NOITE

O grilo canta escondido... e ninguém sabe de onde vem seu canto... nem de onde vem essa tristeza imensa daquele último lampião da rua...

Fonte:

Concursos de Trovas da UBT com Inscrições Abertas

SÃO JOSÉ DOS CAMPOS - SP

Prazo: 30 junho    (correios ou e-mail)


1 trova por concorrente

Tema    Nac/Inter e Novos Trovadores: Surpresa (L/F)

Correio   
Concurso UBT São José dos Campos
A/C Glória Tabet Marson
Rua Major Dietrich Ott, 71-Jardim das Colinas
Cep 12242-111 - São José dos Campos - SP

Email: Fiel Depositário: Hélio Castro    helio.castro@techsearch.com.br

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NITERÓI - RJ

Prazo: 30 junho    (correios)

1 trova por tema

Tema:

Nac/Inter – Afeto (L/F)   

Novos Trovadores: Esperança (L/F)

Estadual (RJ)- Paz (L/F)

Correio   
47. JOGOS FLORAIS DE NITERÓI - 2019
A/C de Alba Helena Corrêa
Rua Miguel Frias, 48, apt. 1lO1 - Icaraí
Niterói-RJ    Cep 24.220-002


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ITAOCARA

Prazo: 31 julho    (correios)


1 trova por tema

Tema   
Nac/Inter (Veteranos) Liberdade (L/F)
Novos Trovadores Praça (L/F)

Municipal (Veteranos) Praça

Humorístico (Veteranos e Novos Trovadores) Democracia

Correio   
III JOGOS FLORAIS DE ITAOCARA/RJ
A/C de Rogério Marques
Praça Coronel Guimarães, 41 - Centro
28.570-000 Itaocara-RJ

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CANTAGALO - RJ

Prazo: 30 abril    (correios)


3 trovas por tema

Tema   
Nac/Inter (Veteranos) - Festa (L/F)
Novos Trovadores - Jardim (L/F)

Estadual (Rio de Janeiro) – Palmeira (L/F)

Humorístico Todos trovadores (categorias e lugares) – Careca

Correio   
XV JOGOS FLORAIS DE CANTAGALO/RJ - 2019
A/C Andréa Teresinha Ramos Reis
Rua Professora Dulce Barros Lutterback, 121
Cantagalo-RJ    Cep 28.500-000

 Como remetente colocar: "Ruth Farah"=========================================================

PINDAMONHANGABA - SP

Prazo: 30 abril    (correios)


3 trovas por tema

Tema   
Nac/Inter (Veteranos e Novos Trovadores) Manhã (L/F)

Estadual: Noite (L/F)   

Estudantil:  Família (L/F)

Professores da Rede de Ensino de Pindamonhangaba: Mestre

Correio   
XXIX Concurso de Trovas de Pindamonhangaba Z019
Biblioteca Municipal "Ver Rómulo Campos D'Aracê"
Ladeira Barão de Pindamonhangaba s/n - Bosque da Princesa
Cep. 12401-320 Pindamonhangaba -SP

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CAMBUCI – RJ 

Prazo: 30 de junho (correios)

1 trova por tema

Tema    Nac/lnter/Estadual - Livre para Veteranos   
Novos Trovadores: inspiração

Correio   
JOGOS FLORAIS DE CAMBUCI – 2019
A/C Almir Pinto de Azevedo
Praça da Bandeira, 79
28.430-000 - Cambuci - RJ

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PORTO ALEGRE - RS

Prazo: 30 junho (correios)


3 trovas por tema

Tema:   
(Valendo derivados e palavras cognatas]

Nac/ínter (Veteranos e Novos Trovadores) – Ouro (L/F}    ;

Humorísticas : Bronze (Todos trovadores exceto R5)

Estadual – Prata (L/F)
Estadual – Joia{Humorística)

Integrantes da Brigada Militar do RS (ativos ou inativos) - Honra (L/F)

Correio   
XXV JOGOS FLORAIS DE PORTO ALEGRE
Rua Otto Niemeyer, 2460
CEP 91910-001 - Porto Alegre - RS


Concurso Brigadiano – trovas serão remetidas exclusivamente via internet para Lisete Johnson: zetejohnson@hotmail.com
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IRATI - PR

Prazo: 30 abril    (correios ou e-mail)


3 trovas por tema

Tema   
Nac/lnter
Veteranos e Novos Trovadores: Colmeia (L/F)

Estadual:
Veteranos e Novos Trovadores:

Municipal
Veteranos e Novos Trovadores: Abelha (L/F)

Humorístico - Abelhudo (Todos trovadores)

Correio   
I Concurso de Trovas de Irati
Rua XV de julho, 310, salas 1 e 2
84.500-000    Irati-Pr

E-mail: Fiel depositária – Lília Souza - liliasouzaiguol.com.br_

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CURITIBA - PR   

Prazo: 31 maio (correios ou e-mail)


2 trovas (Nac/Inter/Estadual)   

Tema    Nac/Inter/Estaduaí (L/F) para Veteranos e Novos Trovadores - um dos 17 objetivos constantes da Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável.

Objetivo l. Acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares;

Objetivo 2. Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável;

Objetivo 3. Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades;

Objetivo 4. Assegurar a educação inclusiva e equitativa de qualidade, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos;

Objetivo 5. Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas;

Objetivo 6. Assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água e o saneamento para todos;

Objetivo 7. Assegurar a todos o acesso confiável, sustentável, moderno e a preço acessível à energia;

Objetivo 8. Promover o crescimento econômico sustentado. Inclusivo e sustentável, emprego pleno e produtivo e trabalho decente para todos;

Objetivo 9. Construir infraestruturas resilientes, promover a Industrialização inclusiva e sustentável e fomentar a inovação;

Objetivo lO. Reduzir a desigualdade dentro dos países e entre eles;

Objetivo ll. Tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis;

Objetivo 12. Assegurar padrões de produção e de consumo sustentáveis;

Objetivo 13. Tomar medidas urgentes para combater a mudança do clima e os seus impactos;

Objetivo l4. Conservar e usar sustentávelmente os oceanos, os mares e os recursos marinhos

Objetivo 15. Proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, gerir de forma sustentável as florestas, combater a desertificação, deter e reverter a degradação da terra e deter a perda de biodiversidade;

Objetivo 16. Promover sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável, proporcionar o acesso à justiça para todos e construir instituições eficazes, responsáveis e inclusivas em todos os níveis;

Objetivo 17. Fortalecer os meios de implementação e revitalizar a parceria global para o desenvolvimento sustentável.

Tema: Nac/Regional - Estudantil (Ensino Fundamentai e Médio)
"Preservação da Natureza" - Não é necessário constar o tema na trova

Tema: Concurso Paralelo - Para todos os trovadores, com idade superior a 1S anos sem distinção entre Veteranos e IMovosTrovadores.

Conjunto de 17 trovas: 1 trova por objetivo da Agenda 2010 de Desenvolvimento Sustentável. Encaminhamento: sistema de envelope - conjunto das 17 trovas digitadas/datilografadas em folha branca tamanho A4 sem identificação, a identificação deverá ser encaminhada dentro do envelope pequeno; sistema eletrônico: digitar as trovas no corpo do e-maíl, colocar a identificação e incluir: XX Jogos Florais de Curitiba.

Correio:   
XX Jogos Florais de Curitiba.
A/C Centro de Letras do Paraná.
Rua Fernando Moreira, 370. Centro.
80.410-120. Curitiba - Paraná.


E-mail:   
fiel depositário: Talita Batista    e-mail: talitabatista2012fS>email.com

Fonte:
Informativo da UBT Seção São Paulo – n. 488 – março de 2019

quinta-feira, 25 de abril de 2019

José Feldman (Cascata de Trovas sobre Sonhos)

1
Cada trova que, hoje, faço,
cada verso que componho,
é qual fosse um grande laço
para amarrar o meu sonho…
 2
Cada um tem o seu sonho...
no sonho tem seu amor.
O amor faz alguém risonho...
Não eu...pois só tenho a dor!
3
Cada verso que componho,
carrega em si um apelo:
– Faça a minha vida um sonho,
que até hoje é um pesadelo!
4
De sonhos somos moldados,
sobre a forja da esperança...
Emitindo nossos brados
ao futuro... nossa herança!
5
De tantos sonhos insanos
e anseios por seu amor,
restaram só desenganos
e o triste perfil da dor!
6
Em verdade, é uma ousadia,
tentar realizar um sonho:
Dando ao universo poesia,
fazendo o mundo risonho.
7
Era uma noite estrelada
quando o meu amor partiu...
e mirando a madrugada,
vi que o meu sonho ruiu!...
8
É um ensaio a minha vida,
rumo ao sonho, no porvir:
– Muitas vezes, bem vivida…
– Outras, um mero existir!…
9
Minha vida vai sem rumo
buscando um sonho encantado.
Em seus braços me consumo...
Sou mais um pobre enganado!
10
Não posso te dar dinheiro,
pois minha casa é a ilusão
e os meus sonhos, um canteiro
onde está meu coração!
11
Na penumbra, a solidão
acalenta tantos sonhos,
cuja sala é o coração
embargando olhos tristonhos...
12
Neste mar de desenganos,
levado pela maré,
em tantos sonhos insanos,
minha força é sempre a fé.
13
No teu corpo perfumado,
no brilho do teu olhar,
há sempre um sonho encantado,
o sonho do eterno amar!
14
Onde existe independência
os grilhões serão quebrados...
Se é exercida com consciência,
sonhos serão realizados!
15
Paz!! Tu carregas em ti,
todo um mundo de esperanças.
És um sonho em frenesi,
a embalar nossas crianças...
16
Pleno de alegria e dor,
para o meu sonho alcançar,
o caminho para o amor
é um enigma a desvendar!
17
Perdido em sonhos insanos,
em jardim, cego e sem rumo,
venci os meus desenganos,
e nas trovas me consumo!
18
Quando nós somos crianças
tantos sonhos são sonhados
Hoje… adultos, são lembranças
daqueles tempos passados.
19
Tanta gente em si perdida
e entre sonhos se escondendo…
Nasce o dia… é outra vida
que em disfarces vai morrendo…
20
Vejo uma luz no horizonte,
a paz no mundo a brilhar.
Pode ser sonho distante...
Um dia ele irá vingar...

Contos e Lendas do Mundo (Nordeste: O Menino o Burro e o Cachorro)




Um menino foi buscar lenha na floresta com seu burrico e levou junto seu cachorro de estimação.

Chegando no meio da mata, o menino juntou um grande feixe de lenha, olhou para o burro, e exclamou:

– Vou colocar uma carga de lenha de lascar nesse burro!

Então o burro virou-se para ele e respondeu:

– É claro, não é você quem vai levar.

O Menino muito admirado com o fato de ter o burro falado, correu e foi direto contar tudo ao seu pai. Ao chegar em casa, quase sem fôlego, ele disse:

– Pai, eu estava na mata juntando lenha e depois de preparar uma carga para trazer, disse que ia colocá-la na garupa do burro, e, acredite se quiser, ele se virou para mim e disse: “Claro, não é você que vai levar…”

O Pai do menino, olhou-o de cima a baixo, e meio desconfiado, repreendeu ele:

– Você está dando para mentir agora. Onde já se viu tal absurdo, animais não falam.

Nesse momento, o cachorro que estava ali presente, saiu em defesa do garoto e falou:

– Foi verdade, eu também estava lá e vi tudinho!

Assustado o pobre camponês, julgando que o animal estivesse endiabrado, pegou um machado que estava encostado na parede e o ergueu para ameaçar o cachorro. Nesse momento, aconteceu algo ainda mais curioso. O machado começou a tremer em suas mãos e falou com a voz temerosa:

– O senhor tenha cuidado, esse cachorro pode me morder!
___________
Nota:
Conto popular do Nordeste de origem desconhecida.

Fonte:

II Troféu "Camões de Literatura" - para as Academias de Letras do PR (Prazo 28 de maio)


Conselho Estadual da Comunidade Portuguesa do Paraná
CECPP
(fundado em 6 de março de 1981)

 
CONCURSO DE OBRAS DE ACADÊMICOS
2019

Definição:
Concurso de  obras publicadas por acadêmicos  envolvendo a valorização da Língua  Portuguesa e de obras, caso hajam,  que envolvam Luiz Vaz de Camões, serão também aceitas.

Objetivo:
Divulgar obras de acadêmicos envolvendo a valorização da Língua Portuguesa e avaliar a capacidade criativa de talentos literários.

REGULAMENTO
1 – Participantes: Acadêmicos pertencentes a Academias de Letras situadas no Estado do Paraná.

1.1 – As Academias de Letras deverão encaminhar o nome de apenas um acadêmico acompanhado de currículo e de sua obra, escolhido dentre os confrades e confreiras.

1.2 -As Academias de Letras deverão enviar, junto com a indicação do acadêmico escolhido, um resumo da importância dos trabalhos do autor para a Língua Portuguesa, ressaltando, caso haja, obra ou obras do autor que destacam a figura de Luiz Vaz de Camões.

1.3Não poderão participar membros do Conselho Estadual da Comunidade Portuguesa pertencentes a uma das  Academias de Letras inseridas no Estado do Paraná, bem como seus parentes próximos.

2 – Identificação
 2.1 – O envelope  com os nomes dos acadêmicos escolhidos e  as devidas obras deverão ser endereçados ao Conselho Estadual da Comunidade Portuguesa do Paraná  – CECPP, aos cuidados da Presidente Maria Inês Botelho, residente à Rua Luiz Rezende, nº 1009, Jardim Bela Vista – Mandaguari (PR), CEP: 86.975-000.

 3 – Prazo
3.1 - O prazo para postagem do envelope tem data limite até 28 de maio de 2019, considerada a data carimbada pelo serviço postal.

4 – Seleção
4.1 – A Comissão  que avaliará e classificará a  obra  apresentada  será constituída por pessoas idôneas e capacitadas, indicadas pelo CECPP.

5 – Premiação
5.1 – Será entregue o II Troféu “Camões de Literatura” em  reunião prevista para tal fim, no Centro Português de Maringá, sito à Rua Luiz de Camões, nº136, centro, Maringá (PR), em dia e hora a ser divulgado, posteriormente, ao acadêmico vencedor e à Academia na qual está inserido.

5.2 - Aos demais acadêmicos participantes será entregue certificado de reconhecimento pelo trabalho desenvolvido em prol da literatura e da língua portuguesa.

6 – Disposições Finais
6.1 – As obras de acadêmicos selecionadas pelas Academias respectivas integrarão o acervo do Conselho Estadual da Comunidade Portuguesa do Paraná – CECPP.

6.2 – O Conselho Estadual da Comunidade Portuguesa do Paraná – CECPP
 reserva o direito de divulgar as obras recebidas sem prévia autorização de seus autores.

6.3 – Não haverá apelação às decisões da Comissão.

6.4- As Academias e autores inscritos comprometem-se na aceitação deste Regulamento, na íntegra.

6.5 – Os  documentos e obras enviadas pelas Academias de Letras do Estado do Paraná em desacordo com este Regulamento serão desclassificados.

Mandaguari (PR), 23 de abril  de 2019
   Conselheira Maria Inês Botelho
Presidente

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Ficha de Inscrição


Conselho Estadual da Comunidade Portuguesa do Paraná
CECPP

Fundado em 6 de março de 1981


1. Nome da Academia de Letras:

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    2.  Acadêmico participante:

2.1. nome:

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2.2. nome da obra:

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3 . Observações:

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Assinatura do (a) Presidente da Academia