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sexta-feira, 15 de março de 2024

Comemoração do Centenário de Carolina Ramos


Prestes a completar 100 anos, no dia 19 de março, a poetisa santista Carolina Ramos foi eternizada com o plantio de uma árvore no jardim da Pinacoteca Benedicto Calixto.

Com mais de 20 livros publicados e pelo menos 5 mil trovas. Carolina presidiu o Instituto Histórico e Geográfico de Santos, a União Brasileira de Trovadores e marcou a Academia Santista de Letras e outras instituições nas quais atuou.

Carolina diz ter sido surpreendida com a homenagem: "Foi uma coisa muito significativa para mim". A iniciativa partiu da presidente da Associação de Amigos da Pinacoteca, Cristina Guedes, com o apoio do presidente da Fundação Pinacoteca Benedicto Calixto e diretor-presidente da TV Tribuna, Roberto Clemente Santini.

"Ficamos imaginando o que poderia ser feito até chegarmos nessa proposta de plantar uma pitangueira, que representa a conexão espiritual, a força da natureza, e atrai pássaros. Então, eu acho que o jardim da Pinacoteca vai ser sempre assim, fonte de alimento e de energia para homenagear esse patrimônio da Cidade de Santos e essa pessoa tão gentil e tão delicada que é a Carolina", diz Cristina.

Santini recitou uma trova em homenagem à Carolina: 

"Quem não sabe e quem não sente 
que, às vezes, nos custa caro, 
a saudade de ser gente, 
quando ser gente é raro."

Outra homenagem que a escritora recebeu partiu do presidente da União Brasileira dos Trovadores - Seção de Santos, Antonio Coiavite, que compôs uma trova especialmente para a ocasião:

"Por ser comum, solitária,
franzina igual a menina,
que ela seja centenária
tal qual dona Carolina."

O escritor santista Flávio Viegas Amoreira também esteve na homenagem e contou que Carolina Ramos tem grande importância na literatura nacional. "Carolina é de uma tradição de escritores brasileiros que cantam Santos."

CENTENÁRIO
Carolina Ramos reflete que os 100 anos são acompanhados de cansaço e realizações. "Eu acho que eu cumpri minha vida. Se não foi brilhante, foi uma vida trabalhosa, que teve seus altos e baixos."

Para Carolina, o grande segredo para completar 100 anos é acreditar na vida e vivê-la como deve ser: "Em uma estrada, de mãos dadas com Deus". 

E um centenário é o motivo de comemoração para toda a família. Uma das filhas. Márcia Ramos, de 66 anos, estimulou a arte da mãe, que começou a se dedicar à poesia enquanto cuidava dela. "Eu achei muito simbólico, porque a árvore é uma coisa que eterniza, e a obra da minha mãe também irá ficar", diz. 

A bisneta Ângela Ramos, de 17 anos, cresceu ouvindo poesias e histórias contadas por Carolina Ramos. "Eu acho que as outras gerações devem conhecê-la. Uma pessoa incrível.”
Fonte: Ravena Soares, para o Jornal Santista.

ALGUMAS TROVAS PREMIADAS DE CAROLINA

A brisa... o mar... as cigarras...
as aves... quanta beleza
nas sinfonias bizarras
da orquestra da natureza!
= = = = = = = = = 

Ante as portas do sucesso
lembra, se as queres transpor,
quatro chaves dão-te acesso:
- Paz, Trabalho...Ação e Amor!
= = = = = = = = = 

A pior crise que existe,
é a injustiça a céu aberto!
- Nem a verdade resiste
quando o errado vira certo!!!
= = = = = = = = = 

Como dói, ver tanta gente,
em dias negros, medonhos,
beber o fel do presente,
sem mais direito a ter sonhos!
= = = = = = = = = 

Com ternura, quem não sente,
nas horas quietas dos sós,
como o passado é presente,
na lembrança de uma voz?!…
= = = = = = = = = 

De esperanças carregada,
velejou por tantos portos;
hoje retorna a jangada,
trazendo meus sonhos mortos.
= = = = = = = = = 

De não saber esperar,
que ninguém jamais te culpe,
sê paciente, igual ao mar,
que aos poucos a rocha esculpe.
= = = = = = = = = 

Era o mar incalmo e escuro,
quando eu, sem temer fracassos,
ao buscar porto seguro,
fui ancorar nos teus braços!
= = = = = = = = = 

Meus netos - lindo jardim
que em primaveras me envolve!
- são pedacinhos de mim
que a natureza devolve!
= = = = = = = = = 

Nos dilemas desta vida,
e nos conflitos das almas,
quando a razão é vencida,
o coração bate palmas!
= = = = = = = = = 

O porto pulsa, fecundo,
nas chegadas e partidas,
nutrindo artérias do mundo,
dando vida a tantas vidas!
= = = = = = = = = 

O vencedor não evita
que atrás da sua vitória,
a inveja, sombra maldita,
se projete à luz da glória!
= = = = = = = = = 

Penas?! - quem as quereria?
Quisera eu uma, se fora
a que teve em mãos, um dia,
Isabel, a Redentora!
= = = = = = = = = 

Sempre, a cada passo à frente,
cuida bem dos teus intuitos,
que de um passo do presente,
depende o amanhã de muitos!
= = = = = = = = = 

Sempre acolho de mãos postas
e humilde tento aceitar
o silêncio das respostas
que a vida não sabe dar.
= = = = = = = = = 

Se pensas que tens razão,
calça as sandálias do réu
- talvez concedas perdão
a quem negavas o céu!…
= = = = = = = = = 

Vai, meu veleiro de sonho...
vai buscar teu porto certo,
que esta vida é um mar tristonho,
mas, o mar é imenso e aberto!…
= = = = = = = = = 

Veleiro... em águas incertas,
leve e branco, à luz do luar,
és cisne de asas abertas,
como tentando voar!
= = = = = = = = = 

BIOGRAFIA DE CAROLINA RAMOS

Carolina nasceu em Santos/SP a 19 de março de 1924. Filha única de Francisco G. Ramos e Alzira Hervelha Ramos.

Do primeiro casamento, três filhos, Mariza, Márcia e Marcos, quatro netos e cinco bisnetos. Desde cedo atraída pelas letras, seus amigos mais chegados eram os livros. Essa preferência aproximou-a das artes e literatura. Estudou no Colégio São José, de Santos, do Jardim da Infância à Escola Normal, que lhe deu o Diploma de Professora e Secretariado.. Completou seus estudos formando-se em música e enfermagem.

Fez o curso completo de Música, nove anos de piano e matérias concomitantes, Teoria Musical, Harmonia, Pedagogia, História da Música etc.

Vários cursos de Literatura, de Folclore, Línguas e um pequeno Curso de Enfermagem, para compensar a sua frustração de não ter podido seguir Medicina, por não haver faculdade de Medicina (na época) em Santos.

Aprendeu muito com os livros de Lobato. Desde respeitar a natureza, conversar com as bonecas, subir em árvores e amar a vida do campo, através do Sítio do Picapau Amarelo, assim como sobre Gramática, Aritmética, Geografia, História, Astronomia, Folclore etc. Depois de Lobato, e de toda a literatura clássica infantil universal, a partir dos Contos da Carochinha, de fadas, de príncipes e princesas etc, leu na adolescência, tudo o que lhe caia nas mãos, desde toda a obra de Machado de Assis, José de Alencar, e outros escritores nacionais, poesia de Bilac, poetas clássicos e românticos, Victor Hugo, Euclides da Cunha, quase toda obra de Cronin, Rilke, etc.

Atraída pelas artes em geral. Desde pequenina, desenhando tudo o que via, até retratos de artistas de cinema, famosos. Vivia moldando bichinhos de barro, e sempre cercada de música. No ginásio, costumava fazer algumas quadrinhas de pé quebrado. Fez seu primeiro poema quando a filha, Márcia, nasceu, “Se eu soubesse esquecer”. 

Sua primeira aparição pública, que marcou o início da carreira poética, aconteceu em 1961. A Comissão Municipal de Cultura lançara um Concurso de Poesias, tendo como tema, SANTOS. compôs o poema “Gosto de ti, minha terra”, 3º lugar no referido Concurso 

Começou a publicar versos num Suplemento de Arte, do Jornal local, A Tribuna. Ainda em 61, concorri a um Concurso de Trovas do Centro Português de Santos. Tema: A Amizade entre Brasil e Portugal, mais um terceiro lugar. Na premiação, conheceu o poeta Orlando Brito (falecido) que lhe falou do Movimento Trovadoresco que alvorecia, induzindo-a a participar. Em 1964, alcançou seu primeiro prêmio de relevância na Trova, em Petrópolis.

Possui vários prêmios, no Brasil e alguns no Exterior, de Contos, Poesias, Trovas e Crônicas. 

Por seu poema, Paz, foi agraciada com Diploma e Medalha de Mérito Internacional, em Nocera - Salerno, Itália. 

Luiz Otávio e Carolina conheceram-se em 1964 e uma viagem trovadoresca a Natal, RN, em 1969, fez com que acontecesse entre os dois um verdadeiro encontro de  almas. Em 1973, já bastante doente, Luiz Otávio transferiu-se para Santos unindo sua vida a de Carolina, já divorciada. Quatro anos de amarga felicidade arrebatada pela morte, afinal. Tinha filhos para criar e sua mãe já estava bastante idosa. 

Conheceu Cláudio de Cápua e com ele chegou o companheirismo, o apoio e o ombro amigo que, depois de muito repúdio, acabou por ser aceito pela sua carência de afeto e necessidade de proteção . E foram quarenta anos de um casamento (civil e religioso) sem uma rusga sequer, até o falecimento dele.

Trovadora, contista, poeta, santista ilustre, foi Presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Santos por oito anos (2001 a 2007) e é a atual Presidente da União Brasileira de Trovadores – Seção de Santos.

Carolina pertence a diversas entidades culturais, como Academia Santista de Letras, Academia Feminina de Letras, Academia Cristã de Letras de São Paulo, Centro de Expansão Cultural, Confraria Brasileira de Letras. Sócia Honorária da Casa do Poeta Lampião de Gás de São Paulo, Sócia correspondente da Academia Paulista de História, da Ordem Nacional dos Bandeirantes de São Paulo e de várias outras Academias de Letras e entidades culturais do Brasil.

Foi agraciada com diversas medalhas de mérito cultural, entre as quais a de "Magnífica Trovadora", em 1973, em Nova Friburgo-RJ, e em Santos, com a “Medalha do Sesquicentenário de Santos”, outorgada pela Prefeitura Municipal; “Medalha dos Andradas”, pelo IHG de Santos e “Medalha Brás Cubas”, outorgada pela Câmara de Santos, em 2006”.

Também recebeu diversos títulos, homenagens e prêmios em Portugal e Angola. Um dos mais importantes foi o Prêmio Rui Ribeiro Couto, da União Brasileira de Escritores de São Paulo.

Em 2021 foi agraciada com o título de "Princesa da Trova" 
 
Em 2023, vencedora do Hino Oficial da Academia Cristã de Letras de São Paulo.

Livros publicados:

“Sempre” – (Poesias) – 1964
“Cantigas Feitas de Sonho” – (Trovas) 1966
“Espanha”- (Poema épico) – 1968 – 2ª ed. 1992
“Rui Ribeiro Couto” – (Biografia) 1989
“Interlúdio” – (Contos) -1993
“Paulo Setúbal – Uma Vida Uma Obra”) 1994 ( biog. parceria c/Cláudio de Cápua)
“Júlia Lopes de Almeida” – (Biografia)1997
“Evocação” (40 anos/Assoc. Ex-Alunas do C. S. José /Santos) (parc. Edith Prata Real)
“Feliz Natal!” – (Contos Natalinos) - 1998  2ª ed. 2015
“Príncipe da Trova” – (Biografia) - 1999
“Saga de uma Vida” – (Biografia) - 2002
“Um Amigo Especial” – (Aventura Infanto-Juvenil) - 2003
“Liberdade... Sonho de Todos!” – (Prosa – Poesia – Trova) - 2010
“Destino” -  (Poesias) 2011
“A Trova – Raízes e Florescimento – UBT” – (Antologia/ UBT) – 2013
”Canta...Sabiá!”  (Folclore do Brasil) - 2021
"Histórias que a Bisa conta" (livro infanto-juvenil) - 2022
”Bichos... Bichinhos... e Bichanos...” (livro infantil) – 2023
 
Nas palavras de Carolina em entrevista concedida ao blog literário de José Feldman: 
A obra do escritor não tem fronteiras. Não há limites que cerceiem a sua criação, e, muito menos, cronológicos. Mas o escritor não é imune às influências do meio e da época em que vive. Seus escritos bebem a água da inspiração, na fonte que corre perto de seus pés. A voz do escritor incorpora a voz do seu tempo e, automaticamente, através do que escreve, passa a interagir, de acordo, ou não, com a vida que rola à sua volta, e até mesmo contra suas próprias convicções, segundo as exigências da personagem criada. Note-se, que há, sempre, escritores e poetas envolvidos nas grandes causas que o cercam e que acabam por marcar suas existências. É por isso, que podemos afirmar que poetas e escritores, em qualquer tempo ou lugar, são quase sempre ativistas sociais e arautos dos grandes acontecimentos que marcam o seu tempo.”

sexta-feira, 8 de março de 2024

Décimo Aniversário da Sunshine


Hoje, 8 de março é o décimo aniversário de minha cadelinha que mora comigo, a Sunshine (Shine para os íntimos). Quando a recolhi da rua, ainda filhote junto com sua irmã de infortúnio, a Cléo (que morreu novinha de infarto fulminante), ela estava muito ruim, e por cerca de 1 semana eu estive cuidando dela, dia e noite. À noite eu dormia com as duas no meu colo. Hoje está uma moçona linda, cruzamento de Husky Siberiano com sei lá quem, ou como digo brincando, com Cruz Credo. 

Então excepcionalmente, a trova acima é para esta cadela maravilhosa, que hoje é ela quem cuida de mim 24hs por dia.







domingo, 5 de julho de 2020

Dia do Trovador Virtual (18 de Julho)



Em 18 de julho (terceiro sábado do mês) às 16 horas, comemoramos o DIA DO TROVADOR! Nessa data realizaremos um grande Sarau Virtual, no qual esperamos grande adesão por parte dos trovadores e amigos simpatizantes da trova. Durante o mesmo divulgaremos o resultado do II Concurso de Trovas Cidade de Curitiba, faremos o lançamento virtual do livreto do Concurso e muitas revoadas de trovas e de poemas de outros gêneros.

Para participar da reunião basta acessar o 

link: https://bityli.com/jrZC2 - 

ID: 996 188 6580/ 

Senha: 5phXuY

Fonte:
UBT-Curitiba. Os Trovadores. n. 103. julho de 2020.

domingo, 10 de maio de 2020

Poemas às Mães

Pintura de William-Adolphe Bouguereau
CAROLINA RAMOS
Santos/SP

CONSELHOS DE MÃE


 Meu filho, a vida é dura e fere… e nos magoa…
 mas, trata-a com respeito e guarda a dignidade.
 Ainda que a alma inteira sem clemência doa,
 não permitas que o mal altere o que é verdade!

 Sonha bem alto e segue o voo do teu sonho,
 sem pressa de alcança-lo e tendo-o sempre à vista!
 Cada dia que passa é um dia mais risonho,
 quando o amanhã promete as glórias da conquista!

 “Segura a mão de Deus!” Segue o rumo sem medo.
 Os caminhos, verás, se abrirão à medida
 que teu passo provar firmeza e, sem segredo,
 revelar o sentido e o Ideal da tua vida!

 Não temas opressões nem quedas. Persevera!
 Se achares que ao final o saldo não convence,
 reage, continua… a vida tens à espera!
 Confia em teu valor! Trabalha! Luta! E vence!
****************************************

IALMAR PIO SCHNEIDER
Porto Alegre/RS

SONETO PARA A MÃE


Mãe!… Palavra sublime, amor inexprimível,
que a gente pronuncia em ritmo de oração…
É tão cálido o afeto e quase que impossível
externá-lo, pois vive em nosso coração !

Se alguma coisa existe, além do que é infalível,
e seja só no mundo e morra em solidão;
creia-me, não verá jamais tão acessível,
de quem nos deu a vida, aceitar a afeição !…

Ela é generosa e sem maldade alguma…
Seus filhos são a maior riqueza que possui,
seu aconchego tem toda a maciez da pluma…

Porém, nunca haverá poeta, cujo verso
descreva o amor de mãe, pois tudo se dilui
ao saber que ela é a dona do Universo!
****************************************

PAULO WALBACH PRESTES
Curitiba/PR

MÃE


MÃE é presente e eternidade
Que amarra a prole e a família
Por laços de verdade,
No mais nobre sentimento e magia.

MÃE é futuro da mulher…
Que DEUS faz no seu corpo crescer
A semente da mais bela flor,
Pelo filho que um dia há de nascer.

MÃE é passado de glória, agonia e ventura…
É esplendor e saudade pura
Num perene estado espiritual.

MÃE é um ser tão singular,
Da mais forte e fiel expressão
Dos verbos sofrer e amar!
****************************************

HUMBERTO RODRIGUES NETO
São Paulo/SP

MÃE!


Tu foste, mãe, na treva a claridade,
 na dor meu riso e na tormenta o norte,
 a doce companheira e a consorte
 das minhas horas de infelicidade!

 Que anjo não foste, toda vez que a sorte
 não me sorriu! E com que imensidade
 de amor, desvelo e angelical bondade
 tu me ensinaste a ser paciente e forte!

 E hoje a alegria anda a sorrir nos ares…
 é o “Dia das Mães” numa porção de lares
 e eu vou fingindo que inda o comemoro!

 Finjo, mãezinha, até que em doce jeito
 vens doer tão tristemente no meu peito,
 que eu cerro os olhos, pendo a fronte… E choro!
****************************************

MARIA NASCIMENTO SANTOS CARVALHO
Rio de Janeiro/RJ

MÃE MARINA


MAMÃE, quando retorno ao meu passado
tão rico de pobreza e de esperança,
imagino que estou ainda ao teu lado,
e volte a me sentir em segurança…

E projetando tudo na lembrança
vejo que, se houve sonho malogrado,
o amor que recebi desde criança
evitou que eu tivesse fracassado.

És milagrosa, Santa MÃE MARINA,
uma estrela radiosa, a luz divina
que enfeita meus caminhos, e me guia,

pois quando fico triste, em pensamento,
chego aonde estás e abrandas meu tormento,
minha Nossa Senhora da Alegria !
****************************************

PEDRO APARECIDO DE PAULO
Maringá/PR

MÃE, O MUNDO ENCANTADO


Sua doutrina Bendita
faz a vida mais bonita
mesmo na dificuldade.
Seu olhar tão meigo e puro
traz o seu filho seguro,
irradia felicidade.

Sua face tão serena,
de uma coisa tão pequena
faz transformação total.
A primeira frase do filho
faz-se seu nome estribilho
e o transforma em festival.

Suas mãos acariciam
seus afagos contagiam
trazendo tranquila paz.
Atrai a felicidade
amor e sinceridade
vejam, do que ela é capaz.

Seu coração envolvente
faz do seu filho inocente
um mar de sabedoria.
Ensina-o a cada passo
defendendo-o do fracasso
com prazer e alegria.

Pode ser uma rainha
ou uma mãe pobrezinha
não importa a diferença.
Se ela não tem riqueza
não sabe o que por na mesa
a Deus pede providência
****************************************

MARIA GRANZOTO
Arapongas/PR

MINHA MÃE

 
 Em teu colo
 Repouso a minha dor…
 Forte é o poema que cresce
 Por amor
 ao teu amor
 Neste solo tão agreste
 Da tua ternura…
 Daquele olhar tão cândido
 Os meus olhos a procurar
 Como em busca do alívio
 Para a dor luarizar…
 Foste para as alturas,
 Deixaste o nosso convívio para sempre!
 Eu, às penas duras,
 Confesso que o tempo não resolve,
 Pois ele também não cicatriza
 As chagas da tua ausência,
 Não enfraquece a saudade,
 Não suaviza a demência
 Que a tua falta me faz!
 Só provoca a imensa vontade
 Que eu sinto de te abraçar!
 Neste mundo, nada, ninguém,
 Há de apagar a imagem
 Do branco
 da tua tez
 E dos teus pequeninos olhos
 A olhar-me
 pela última vez…
****************************************

ANTONIO MANOEL ABREU SARDENBERG
São Fidélis/RJ

AMOR DE MÃE


Seu ventre é solo fecundo
Que gera e abriga a vida,
É paixão sem ter medida
De um sonho realizado,
É aconchego do ninho
Que acolhe com carinho
O amor tão esperado.

Com sua voz acalenta
Com um canto delicado…
No seu peito amamenta
E com amor alimenta
O filho tão desejado!

Com a mão acaricia
Em toque meigo e sublime…
Seu brilhante olhar exprime
Na mais ardente paixão
O amor que também pulsa
No pequeno coração.

A sua boca tem beijo
Mais doce do que o mel,
Em sua prece o desejo
De dar para seu rebento
Um pedacinho do céu.

Na alma toda esperança
De um futuro promissor
Para o filho que gerou
De quem tanto quer o bem:
Que em sua caminhada
Consiga vencer também.

Que os anjos digam amém
E em coro com os arcanjos,
No mais harmonioso arranjo,
Cantem com todo fervor
Um hino de puro amor
Para a santa e amada MÃE!
****************************************

CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE
Itabira/MG, 1902 - 1987, Rio de Janeiro/RJ

PARA SEMPRE


Por que Deus permite
que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento.

Morrer acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
é eternidade.
Por que Deus se lembra
– mistério profundo –
de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho.
****************************************

EUGÉNIO DE ANDRADE
Fundão/Portugal, 1923 – 2005, Porto/Portugal

POEMA À MÃE


No mais fundo de ti,
eu sei que traí, mãe!

Tudo porque já não sou
o retrato adormecido
no fundo dos teus olhos!

Tudo porque tu ignoras
que há leitos onde o frio não se demora
e noites rumorosas de águas matinais!

Por isso, às vezes, as palavras que te digo
são duras, mãe,
e o nosso amor é infeliz.

Tudo porque perdi as rosas brancas
que apertava junto ao coração
no retrato da moldura!

Se soubesses como ainda amo as rosas,
talvez não enchesses as horas de pesadelos…

Mas tu esqueceste muita coisa!
Esqueceste que as minhas pernas cresceram,
que todo o meu corpo cresceu,
e até o meu coração
ficou enorme, mãe!

Olha – queres ouvir-me? -,
às vezes ainda sou o menino
que adormeceu nos teus olhos;

ainda aperto contra o coração
rosas tão brancas
como as que tens na moldura;

ainda oiço a tua voz:
“Era uma vez uma princesa
no meio de um laranjal…”

Mas – tu sabes! – a noite é enorme
e todo o meu corpo cresceu…

Eu saí da moldura,
dei às aves os meus olhos a beber.

Não me esqueci de nada, mãe.
Guardo a tua voz dentro de mim.
E deixo-te as rosas…

Boa noite. Eu vou com as aves!
****************************************

JACINTA  PASSOS
Cruz das Almas, BA, 1914 – 1973, Aracaju/SE

CANTIGA DAS MÃES
(Para minha mãe)


“Fruto quando amadurece
cai. das árvores no chão,
e filho depois que cresce
não é mais da gente, não.
Eu tive cinco filhinhos
e hoje sozinha estou.
Não foi a morte, não foi,
Oi!.
foi a vida que roubou.

Tão lindos, tão pequeninos,
como cresceram depressa,
antes ficassem meninos
os filhos do sangue meu,
que meu ventre concebeu,
que meu leite alimentou,
Não foi a morte, não foi,
Oi!.
Foi a vida que roubou.

Muitas vidas a mãe vive.
Os cinco filhos que tive
multiplicaram por cinco
minha dor, minha alegria.
Viver de novo eu queria
pois já hoje mãe não sou.
Não foi a morte, não foi,
Oi!
foi a vida que roubou.

 Foram viver seus destinos,
 sempre, sempre foi assim.
 Filhos juntinho de mim,
 berço, riso, coisas puras,
 briga, estudos, travessuras,
 tudo isso já passou.

Não foi a morte, não foi,
 oi!
 foi a vida que roubou.
****************************************
ISABEL PASSOS
Lisboa/Portugal

MÃE


A mulher foi por Deus escolhida
pra na maternidade gerar vida;
Com amor trazer filhos ao mundo;
O dom mais sublime e profundo.

Pode ter dor quando um filho parir
mas logo esquece, ficando a sorrir
assim que escuta o doce vagido,
e acaricía o recém-nascido.

Em suas entranhas vida semeou,
deu à luz o filho e tudo suportou.
Com altruísmo dá aquilo que tem…

Abnegação, apanágio de mãe,
é produto da Obra do Criador
que tudo planeou com muito Amor.
****************************************

JOSÉ ERNESTO FERRARESSO
Serra Negra/SP

ÉS TU MÃE!


Determinada, irreverente e persistente,
De iniciativas constantes.
Punhos fortes, nunca errante,
Mulher linda, estonteante.

Mãe, Rainha do lar,
Mostra sua resistência e sabe lutar.
Ensina coisas boas, sabe os filhos educar,
Por isso a denominamos “Dona do Lar”.

Cumpridora, fiel aos filhos e esposo,
Em todas as horas e instantes dolorosos,
É ela a grande guerreira .

Essa mãe verdadeira,
Em cada momento presente.
Divina simplesmente.
****************************************

AMILTON MACIEL MONTEIRO
São José dos Campos/SP

EXEMPLO DE MÃE


Não me admiro de sentir saudade
De meus longínquos tempos de criança,
Vividos na escassez, é bem verdade,
Mas com imenso amor e esperança.

A gente era pobre e a cidade
Nem possuía luz ou segurança
De algum Doutor. Mas nessa qualidade
Aquilo é um sonho em minha lembrança…

Pois o importante é que então vivendo
De modo simples, “remendando o pano”,
só de carinho a gente ia crescendo…

A grande fé em Deus nos consolava,
Mudava em alegria o desengano…
Tal o exemplo que mamãe nos dava!
****************************************

DIVANILDE VITORIA CAMPOS(DIVA)
Mirassol/SP

MAMÃE MAMÃEZINHA


Ciranda cirandinha,
mamãe hoje vamos cantar
embora já tão velhinha
jamais deixou de me amar!

Como toda jovem, sonhou,
lindos sonhos não realizados
mas nunca desanimou
de ter-me tanto amado!

Seus cabelos branquinhos
como um punhado de neve
a pele enrugadinha
mãos trêmulas, passos trôpegos
corpo franzino, encurvadinha!

Dizer que te amo não é preciso
sabes que sempre te amei
nos teus braços sempre feliz
enquanto me embalava
uma linda cantiga cantava!

Hoje é teu dia, Dia das Mães.
Nesta tua longa caminhada
me ensinou os bons caminhos
não me deixou me afastar do teu ninho
por isso sou muito abençoada!!!
****************************************

LENIR MOURA
Rio de Janeiro

TRIBUTO À MINHA MÃE


E um dia Deus a chamou.
e você foi indo,
sem pressa, bem devagar.
foi obedecendo àquele chamado calmamente.
Você sabia que a dor seria grande demais,
e então sem querer nos fazer sofrer,
fez assim:
preferiu nos acostumar com a idéia
de não mais ter você,
e aos poucos,
foi se afastando.
Foi nos ensinando a sentir
que não a tínhamos mais,
mesmo estando ao nosso lado.
E com isso,
a dor não doeu tanto,
e mais uma vez,
mesmo na hora final,
poupou-nos um sofrimento maior.
Dignidade na vida, altivez na morte!
atitude digna de você,
que sempre foi mãe,
em toda sua magnitude.
Descansa minha mãe
e ilumina com a sua luz,
o pedaço de céu que a você foi reservado.
Encanta com o seu amor
e embala com a sua canção de paz
a missão que, com certeza,
Deus lhe destinou:
a de ser no céu
mais uma estrela a brilhar.
****************************************

MARIA DA FONSECA
Lisboa/ Portugal

A MINHA MÃE


Ao observar-me no espelho
Vejo os teus traços, Mãezinha,
Ouço ainda o teu conselho,
Tua alma junto à minha.

Da minha face, o oval
Lembra-me teu rosto lindo,
Teu sorriso maternal
Os teus olhos colorindo.

Enquanto os meus são castanhos,
Os teus eram ‘sverdeados,
Mas meu cabelo que apanho
Teve cachos ondeados.

De ti herdei as feições
Que recordo tão saudosa.
Sei que viveste aflições
E mas poupaste, ansiosa.

Ao teu coração bondoso
Presto singela homenagem.
“Doou-me amor precioso
E deu-me sempre coragem”.
****************************************

DÁRIA FARION
Pinhais/PR

SER MÃE


É extasiar-se:
– Meu Deus! A mim confiaste,
a maravilha de Tua criação.

É abrigar-se:
– Debaixo da Graça Divina,
em seus eflúvios haurir
alento, coragem e fé.

É expor-se:
– Na sua Luz se energizar
e por caminhos iluminados
seus filhos conduzir.

Ser mãe é amar,
tanto, tanto. Vida própria não ter,
de tristeza e alegria sorrir,
de alegria e tristeza chorar.

Ser mãe,
é orar pedindo,
é orar agradecendo,
é orar abençoando.

Feliz é o filho que tem
uma mãe orando.
Benditos os filhos que ensinam a amar.
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HILDA PERSIANI
Curitiba/PR

MINHA MÃE


Não existe palavra mais doce
Desde que se aprende a falar,
Pronunciá-la é como se fosse
O mais saboroso manjar.

Mãe, sempre pronta a me aconselhar,
Seus exemplos que sempre admirei,
Foi o espelho onde me espelhei
E na vida me ajudaram a caminhar.

Tentei escrever uma poesia
Para homenageá-la no seu dia,
Mas não consegui terminar,

Ao relembrar seu olhar de santa,
Um nó me aperta a garganta
E eu só consigo chorar …
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ADEMAR MACEDO
Santana do Matos/RN, 1951 – 2013, Natal/RN

MÃE… MULHER!


Ser mãe é negar a dor,
a dor maior que ela sente.
Ser filho é ter muito amor
para amá-la eternamente…
– Minha mãe foi meu tesouro,
meu escudo e meu troféu;
hoje, uma medalha de ouro
entre as mães que estão no céu!
Minha mãe, minha rainha,
só para o bem me conduz.
Pra ser mãe igual a minha,
só mesmo a mãe de Jesus!
Tal qual Mãe celestial,
mamãe também não tem preço!
Toda mãe é sempre igual…
muda apenas de endereço.
Toda mãe é protetora
e guarda em si, um mister;
no papel de genitora,
é simplesmente…Mulher!
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MARTINS FONTES
Santos/SP, 1884 – 1937

MINHA MÃE


Beijo-te a mão que sobre mim se espalma
Para me abençoar e proteger.
Teu puro amor o coração me acalma;
Provo a doçura do teu bem-querer.

Porque a mão te beijei, a minha palma
Olho, analiso, linha a linha, a ver
Se em mim descubro um traço de tua alma,
Se existe em mim a graça do teu ser.

E o M, gravado sobre a mão aberta,
Pela sua clareza me desperta
Um grato enlevo que jamais senti:

Quer dizer Mãe este M tão perfeito,
E, com certeza, em minha mão foi feito
Para, quando eu for bom, pensar em ti.

sábado, 2 de novembro de 2019

Olivaldo Júnior (Trovas sobre Saudade)


02 de novembro: Dia de Finados

No caminho da existência,
vão-se as flores da saudade!...
Todas unas pela essência,
mas, na essência, sem idade...

Cemitério, no Finados,
vira, enfim, contradição:
bate pelos sepultados,
mas 'sepulta' o coração.

Cada lágrima que escorre
por aquilo que eu não tive
vira a benção que socorre
quem, por mim, ainda vive...

Por não ter quem eu queria,
fui querer quem não me quis;
mas, ao largo, eu nunca via
que, no fundo, eu fui... feliz.

Sob a lápide, e sem flores,
jaz meu corpo já sem sangue;
feito céu sem beija-flores,
ou palmeiras sem o mangue...

Meu amor não crê no fim,
mas bem sabe que jamais
sobre as ondas do jardim
nosso barco chega ao cais...

Minha lágrima, meu bem,
faz de um pobre o vencedor;
venço a morte, sigo além,
quando choro, e é por amor.

terça-feira, 29 de outubro de 2019

Jorge Fregadolli (Minha Namorada… Maringá)


Ó Maringá… terra amada,
canto tuas mil riquezas.
És a bela flor alada
nos voos, trazes surpresas.

Maringá nasceu na mata,
o seu ninho, um denso verde,
nas noites, teu céu é prata,
ao sol, bonito ouro-verde.

O café, tua riqueza,
tens história não distante,
deu-te um mundo de certeza,
veio a geada castigante.

Outros rumos tu tomaste,
recomeço por inteiro;
e para trás não deixaste
com a garra do pioneiro.

Eras tão linda, menina,
em dez de maio, nasceste.
Aos setenta anos, divina…
os desafios venceste.

Não és mais a caboclinha
de outrora, vês, Maringá?
Tens o garbo de rainha,
que te aplaude o Paraná.

Teus progressos, que pujantes,
seguem direções distintas.
Há esferas conflitantes,
com as nuanças das tintas.

Louvo seu templo sagrado,
nosso ícone, a Catedral.
A Mãe, gesto idolatrado,
de puro amor filial.

Nasceste para ser bonita,
ó querida Maringá.
Exibes graça infinita
nas filhas que Deus te dá.

Terra de gente de fibra.
Maringá urbe garbosa,
tem alma sensível, vibra.
Que cidade glamorosa!

És a Cidade Canção,
de povo gentil, feliz,
que, de alegre coração,
que no cantar te bendiz.

É filha de Maringá
a querida Academia,
orgulho do Paraná…
um canteiro de poesia!

Belas praças… avenidas,
desfilam-se arranha-céus…
são riquezas incontidas
sob o azul de belos véus.

Projetos e mais paixão…
escolas, saúde e arte –
conquistas do coração,
que do homem a luta é parte.

A medicina, altaneira,
modelo de prontidão,
abre caminho, é ligeira,
conquista espaço, atenção.

O engenho da linha férrea
é progresso, admiração.
Trilhos debaixo da terra
gorjeiam linda canção.

Gigantesco aeroporto
leva Maringá ao mundo;
uma conquista e conforto
de progresso tão fecundo.

O comércio, com lampejos
atende a todo querer,
desde o pequeno desejo
até mais alto poder.

É o Parque do Japão
uma lembrança constante,
vida, beleza, e emoção
de um recanto bem distante.

Maringá, hoje, faz anos,
quero mesmo te abraçar
ao declarar-me que te amo!
Para sempre vou te amar!

Fonte:
Poema enviado pelo autor.

sexta-feira, 20 de setembro de 2019

20 de Setembro (Dia do Gaúcho)



Céu, Sol, Sul, Terra e Cor
letra de Jader Moreci Teixeira, mais conhecido como Leonardo (Bagé, 30 de novembro de 1938 – Viamão, 7 de março de 2010)

Eu quero andar nas coxilhas
Sentindo as flechilhas das ervas do chão
Ter os pés roseteado de campo
Ficar mais trigueiro como o sol de verão

Fazer versos cantando
As belezas dessa natureza sem par
E mostrar para quem quiser ver
Um lugar pra viver sem chorar

É o meu Rio Grande do Sul
céu, Sol, sul terra e cor
Onde tudo que se planta cresce
O que mais floresce é o amor
É o meu Rio Grande do Sul
céu, Sol, sul terra e cor
Onde tudo que se planta cresce
O que mais floresce é o amor

Eu quero me banhar nas fontes
E olhar horizontes com Deus
E sentir que as cantigas nativas
Continuam vivas para os filhos meus

Ver os campos cheios de crianças
Sorrindo felizes a cantar
E mostrar para quem quiser ver
Um lugar pra viver sem chorar

É o meu Rio Grande do Sul
céu, Sol, sul terra e cor
Onde tudo que se planta cresce
O que mais floresce é o amor
É o meu Rio Grande do Sul
céu, Sol, sul terra e cor
Onde tudo que se planta cresce
O que mais floresce é o amor

Assista o vídeo da música, na voz de seu compositor em https://www.youtube.com/watch?v=8vf-m-DbWqw

sexta-feira, 23 de agosto de 2019

Carolina Ramos (Ser Emília... )



Ah! Lobato, bom amigo,
que minha infância enfeitaste...
Os caminhos que hoje sigo,
sem querer, delineaste!

Eu já fui menina arteira,
que brincava com boneca.
“Narizinho” reinadeira,
cheia de sonhos!... Moleca!

Tal qual “Pedrinho”, eu, também,
pelos campos cavalgava!
Sem caçadas!... sou do bem...
E amiga da bicharada!

Sem “Pó de Pirlimpimpim”,
fiz muita viagem gostosa!
Do saber, ao vê-lo afim,
conquistou-me o “Sabugosa”!

Lobato, só coisa linda,
de ti me veio, portanto,
guardo, com ternura infinda,
saudades por todo canto!

E tive um Príncipe, sim!
Lindo “Príncipe Encantado”!
Hoje... tão longe de mim...
Para os céus arrebatado...

Já fritei muitos bolinhos,
como “Anastácia” fazia...
E rodeada de netinhos,
agora, com alegria,

sou qual feliz “Dona Benta”,
entre anjos vindos do céu,
mas... a paz...nenhum alenta,
ao correr de déu-em-déu!...

Lobato... Os teus personagens,
Rabicó, a Cuca, o Anjinho,
a Emília a contar vantagens...
floriram o meu caminho!

E ao ver seres perturbando
os rumos da Pátria nossa, 
tal qual Saci “sacizando”,
lembro os Sacis lá da roça!

Os daqui...duas pernas têm...
os da roça têm só uma! 
Mas diabruras de ambos vêm,
e ...coisa boa? - Nenhuma!

Ah!... queria ser agora
essa Emília irreverente!
- Bonequinha que não chora,
mas...pensa... E diz o que sente!

Fonte:
Versos enviados pela autora.

22 de Agosto: Dia do Folclore


O Dia do Folclore é celebrado internacionalmente (inclusive no Brasil) no dia 22 de agosto. Isso porque nessa mesma data, no ano de 1846, a palavra “folklore” (em inglês) foi inventada. O autor do termo foi o escritor inglês William John Thoms, que fez a junção de “folk” (povo, popular) com “lore” (cultura, saber) para definir os fenômenos culturais típicos das culturas populares tradicionais de cada nação. O significado da palavra, segundo seu criador, era “saber tradicional de um povo”.

Sabemos que o folclore, ou cultura popular, tem despertado grande interesse de pesquisadores de todo o mundo desde o século XIX. É fundamental para um país conhecer as raízes de suas tradições populares e analisá-las, assim como as de caráter erudito. Os grandes folcloristas encarregam-se de registrar contos, lendas, anedotas, músicas, danças, vestuários, comidas típicas e tudo o mais que define a cultura popular.

No Brasil, o Dia do Folclore foi oficializado em 17 de agosto de 1965 por meio do Decreto nº 56.747, assinado pelo então presidente militar Humberto de Alencar Castello Branco e por seu Ministro da Educação, Flávio Suplicy de Lacerda. No texto do decreto, há referência direta a William John Thoms e ao seu pioneirismo na pesquisa das culturas populares.

Restrito a três artigos, o conteúdo do decreto determina o ensino do folclore como sendo de importância fundamental para a cultura do país, como pode ser visto a seguir:

Art. 1º Será celebrado anualmente, a 22 de agosto, em todo o território nacional, o Dia do Folclore.

Art. 2º A Campanha de Defesa do Folclore Brasileiro do Ministério da Educação e Cultura e a Comissão Nacional do Folclore do Instituto Brasileiro da Educação, Ciência e Cultura e respectivas entidades estaduais deverão comemorar o Dia do Folclore e associarem-se a promoções de iniciativa oficial ou privada, estimulando ainda, nos estabelecimentos de curso primário, médio e superior, as celebrações que realcem a importância do folclore na formação cultural do país.

Art. 3º Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, 17 de agosto de 1965; 144º da Independência e 77º da República.

O Dia do Folclore foi criado, portanto, com o objetivo de garantir a preservação do acervo que forma o folclore brasileiro e também de incentivar os estudos na área. Atualmente, o folclore brasileiro é um importante objeto de estudo nas ciências humanas, e sua importância é reforçada frequentemente nas escolas, sobretudo naquelas que trabalham com ensino infantil.

No Dia do Folclore, costuma-se relembrar os elementos mais importante da cultura popular brasileira, tais como as danças, os ritmos, as festas e os personagens do nosso folclore. Nas danças e ritmos, podem ser citados o frevo, o maracatu, o baião, o forró, a catira etc. Nas festas, costuma-se lembrar a Festa Junina, talvez a principal festa popular do Brasil.

Entre os personagens, estão inseridas as lendas tradicionais de nosso país. As principais lendas são a do saci e do curupira, mas outros personagens importantes do nosso folclore são: a Iara, o boto cor-de-rosa, a mula sem cabeça, o boitatá, o negrinho do pastoreio, entre outros.

O folclore na literatura brasileira

Muitos escritores extraem do folclore a base de sua obra. É o caso, no Brasil, do paraibano Ariano Suassuna e do paulista Monteiro Lobato, por exemplo. Entre os folcloristas brasileiros, os mais notáveis são Mário de Andrade e Luís da Câmara Cascudo. Desse último partiu a realização do Dicionário do Folclore Brasileiro, uma obra de referência que é responsável por manter viva a cultura popular das várias regiões do Brasil.

O folclore brasileiro é de uma riqueza notável, e isso foi resultado da influência de culturas de diferentes povos indígenas, de diferentes povos africanos e dos europeus, sobretudo dos portugueses. Essa riqueza de histórias, práticas e crendices do nosso folclore começou a ser estudada de maneira organizada a partir do século XIX e hoje é uma importante área vinculada com as ciências sociais e a antropologia.

O crescimento do estudo do folclore no Brasil esteve diretamente relacionado com o crescimento da importância dessa área do conhecimento na Europa e na América do Norte na mesma época. Importantes nomes, como os mencionados Mário de Andrade e Luís da Câmara Cascudo, realizaram grandes contribuições para essa área.

Os avanços que aconteceram no estudo do folclore brasileiro nas primeiras décadas do século XX levaram à realização do I Congresso Brasileiro de Folclore, no Rio de Janeiro, em 1951. Lá foi emitido um documento, chamado Carta do Folclore Brasileiro, que serviu de base para guiar os estudos da área nas décadas seguintes. Por meio desse documento, definiu-se o que é “fato folclórico”, isto é, os elementos que integram o nosso folclore foram definidos.

Em 1995, durante o VIII Congresso Brasileiro de Folclore, realizado dessa vez em Salvador, os especialistas chegaram a novas conclusões a respeito de questões relativas ao nosso folclore. Um novo documento foi emitido com atualizações importantes, as quais norteiam os estudos atuais sobre o folclore brasileiro.

O folclore brasileiro também tem espaço na Constituição Federal, promulgada em 1988. Os artigos 215 e 216 garantem o direito a todos os brasileiros de exercerem manifestações culturais e definem que a cultura popular brasileira deve ser incentivada e que a sua preservação deve ser defendida.

Fonte:
SILVA, Daniel Neves. "22 de agosto - Dia do Folclore"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/datas-comemorativas/dia-folclore.htm. Acesso em 23 de agosto de 2019.

terça-feira, 16 de julho de 2019

Academia Ituana de Letras (Sessão Solene: 27 Anos de Fundação da ACADIL)

Conferência
“Itu na Construção da Memória Nacional pelo IPHAN ”
prof. Dr. Paulo Cesar Garcez Marins

Lançamento do Volume 5 da Série “Itu Presenças Ilustres”

Data e Horário:
25 de Julho de 2019, 5ª Feira, 19h30

Local:
Centro De Estudos Do Museu Republicano
Rua Barão De Itaim, 140, Itu

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História

A ACADIL foi criada em 27 de julho de 1992 por um grupo de escritores de Itu. A posse dos 28 fundadores se deu em 14 de novembro daquele ano. Ao completar quinze anos, o número de acadêmicos foi ampliado para 32. Hoje são 40 Cadeiras. Seus patronos são escritores, todos falecidos, ligados à história literária de Itu.

Desde a fundação, a Academia Ituana de Letras tem realizado sessões solenes de Elogio ao Patrono, conferências e palestras, concursos e lançamento de livros dos associados.

Em 1999 lançou o primeiro número da Revista da ACADIL, periódico anual que reúne artigos científicos, crônicas, contos e poemas, além das efemérides da associação.

Ocupa-se de lembrar a memória de seus patronos e fundadores, sobretudo em datas comemorativas.

Como resultado da celebração do centenário de nascimento do Acadêmico Ermelindo Maffei, o advogado dos pobres, entre 2008 e 2018 entregou a Medalha da Solidariedade Dr. Ermelindo Maffei a entidades que se destacam em ações de cidadania junto à comunidade.

Participou da realização de encontros de literatura regional com outras associações congêneres, discutindo o linguajar caipira, a poesia parnasiana e a obra modernista. Em 2010 celebrou os 400 anos de fundação de Itu com publicações e homenagens.

Desde 2012 lança bienalmente a publicação “Itu, presenças ilustres”, que já registrou cerca de 120 crônicas biográficas de quem fez história em Itu no século XX. Também bienal é a edição do livro Pirilampos, reunindo matéria literária dos associados.

A ACADIL se reúne mensalmente, no segundo sábado, às 10h.

A ACADIL completou seu Jubileu de Prata com diversas celebrações, publicações e a criação das últimas oito Cadeiras que serão ocupadas nos próximos anos.
A Academia Ituana de Letras (ACADIL) é uma associação cultural sem fins lucrativos, que reúne escritores de Itu e região a fim de fomentar a literatura regional, discutir temas ligados à cultura, à arte e realizar eventos e publicações que incentivem a leitura e promovam a discussão de ideias. Sobretudo os acadêmicos se propõem a valorizar as letras locais através da pesquisa sobre a obra de seus patronos, fazendo jus ao dístico do Colar Acadêmico “Ytuensibus litteris laurea semper” – que as letras ituanas sejam sempre lembradas.

Fonte:
ACADIL