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domingo, 11 de maio de 2025

Mensagem na Garrafa = 141 = O que é ser mãe…


JOSÉ FELDMAN
Floresta/PR

O que é Ser Mãe…

Quando a dor se aproxima, ela é a luz,
com um beijo e um abraço, tudo se acalma.
Mãe, teu amor é o que sempre traduz
na tempestade da vida, és nossa alma.

O sol desponta no horizonte, e o dia começa com um cheiro doce de café fresco e o som suave de risadas infantis. É o Dia das Mães, uma data que, embora comemorativa, sempre parece ser um lembrete do que significa ser mãe. Para muitas, ser mãe é um chamado, uma jornada que começa muito antes do primeiro choro do bebê e se estende por toda a vida.

Desde o momento em que a gravidez é anunciada, um turbilhão de emoções toma conta. A alegria e a ansiedade se misturam, enquanto o corpo passa por transformações. As noites em claro começam antes mesmo do bebê nascer, com as preocupações sobre o que está por vir. São os medos que dançam na mente: "E se não for capaz? E se algo der errado?" Cada movimento do pequeno ser dentro de si é um lembrete do milagre da vida e da responsabilidade que está por vir.

Quando finalmente o bebê chega, a realidade se instala. As primeiras semanas são um oceano de noites em claro, com choros e fraldas trocadas em meio a olheiras profundas. Mas cada sorriso que surge, cada pequeno gesto de carinho, faz todo o cansaço valer a pena. 

Ah, como é doce ver o primeiro sorriso, o primeiro balbuciar de palavras que ecoam como música no coração. "Mãe" se torna a palavra mais bela que alguém pode ouvir.

A jornada de ser mãe é, no entanto, um caminho repleto de desafios. A educação e a criação dos filhos são tarefas que exigem paciência, dedicação e, acima de tudo, amor. Cada ensinamento é uma semente plantada, e as mães se tornam jardineiras da vida, cuidando para que essas sementes cresçam saudáveis e fortes. Elas se preocupam com a alimentação, a educação, as amizades… Tudo isso enquanto tentam equilibrar o trabalho e as demandas do lar.

Quando os filhos ficam doentes, o coração da mãe se parte em mil pedaços. As noites em claro se tornam ainda mais dolorosas, com a angústia de ver a criança sofrendo. É uma batalha diária, de cuidar, de confortar, de estar presente. E mesmo quando os filhos crescem e começam a explorar o mundo, as preocupações não diminuem. Cada machucado, cada queda é um novo motivo de apreensão. A mãe se vê sempre pronta para oferecer um abraço, um beijo, um remédio e, principalmente, um amor que cura.

E quando a adolescência chega, o desafio se intensifica. Os filhos começam a buscar sua identidade, e muitas vezes, isso significa desviar-se do caminho que as mães imaginavam. As brigas e desentendimentos são inevitáveis, e o coração materno sente cada uma das feridas. Mas, em meio a toda a dor, existe algo mais forte: o perdão. Porque ser mãe é também saber compreender, é aceitar que os filhos são seres humanos que erram e aprendem. E, assim, mesmo quando fazem escolhas que as magoam, as mães sempre encontram forças para abraçá-los novamente, com amor incondicional.

Ser mãe é uma batalha diária, onde o amor e o sacrifício se entrelaçam em um fio invisível que une gerações. É trabalhar fora e, ao chegar em casa, ainda ter disposição para brincar, ouvir, entender e apoiar. 

É viver em um constante estado de alerta, sempre atenta às necessidades dos filhos, mesmo quando isso significa esquecer-se de si mesma.

No final do dia, quando os filhos dormem tranquilamente, a mãe olha para eles e sente que, apesar de todas as dificuldades, cada lágrima, cada sorriso, cada desafio valeu a pena. E, mesmo com o coração cansado, ela se sente rica, porque sabe que o amor que dá é o mesmo amor que receberá de volta, em forma de abraços e sorrisos que iluminam até os dias mais sombrios.

Neste Dia das Mães, celebramos não apenas a figura materna, mas toda a complexidade e beleza de ser mãe: a força que vem da vulnerabilidade, a coragem que nasce do amor e a capacidade de perdoar e recomeçar. 

Que cada mãe se sinta abraçada, valorizada e reconhecida, pois o que fazem vai além do dia a dia; elas moldam o futuro com seu amor incondicional.

Fontes:
José Feldman. Gangorra do tempo. Maringá/PR: Plat. Poe. Biblioteca Voo da Gralha Azul. 
Imagem criada por Jfeldman com Microsoft Bing 

segunda-feira, 28 de abril de 2025

Mensagem na Garrafa = 140 =


LUCIANA SOARES CHAGAS 
Rio de Janeiro/RJ

Só eu sei por que

Eu não sei por que, não sei dizer, não me peça para explicar, mas foi assim...

Já parei para pensar muitas vezes e continuo sem saber o porquê, sem saber explicar, eu só sei que foi assim...

Ver tua foto, depois fechar os olhos e ver-te perto. 

Quero manter os olhos fechados, porque te sinto a mim abraçado e todos os meus sentidos despertos. 

Eu não sei por que, não sei dizer, não me peça para explicar, eu só sei que foi assim...

Vou continuar olhando tua foto, para de olhos fechados ver teu sorriso aberto.

Me espera, só mais um pouco, eu estou chegando...

Mas, se quiser sonhar meu sonho, eu também estou aqui, de braços abertos, para me sentires bem perto, muito perto.
* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * 

LUCIANA SOARES CHAGAS é do Rio de Janeiro/RJ. Doutoranda em Educação, Mestre em Psicanálise, Saúde e Sociedade. Especialista em Gestão de Recursos Humanos. Formação em Pedagogia Empresarial. Especialização em Mídias e Tecnologia na Educação pela Universidade Veiga de Almeida e Licenciatura em Pedagogia. Docente há mais de 10 anos dos cursos de MBAs do Núcleo de Negócios e das Pós Graduação de Educação. Palestrante nas Jornadas presenciais para os alunos da EaD. Atuou como Instrutora comportamental em empresas como ABRADECONT, Marinha de Brasil-EMGEPRON, Miriam S.A., CIPA Administradora (BKR-Lopes e Machado), IBEF, Casa de Cultura (SevenStarmarketing). Diretora e sócia da Prassos Treinamento Empresarial. Autora de diversos E-books de disciplinas da área de Pedagogia na Universidade Veiga de Almeida e Organizadora do Livro E-Book da Coletânea de textos sobre inclusão escolar: Pedagogia.

Fontes:
Texto enviado pela autora.

sábado, 26 de abril de 2025

Mensagem na Garrafa = 139 =


ELIANE DE ARAUJO 
São Paulo/SP

O que é o amor?

Numa sala de aula, havia várias crianças. Quando uma delas perguntou à professora:

- Professora, o que é o amor?

A professora sentiu que a criança merecia uma resposta à altura da pergunta inteligente que fizera. Como já estava na hora do recreio, pediu para que cada aluno desse uma volta pelo pátio da escola e trouxesse o que mais despertasse nele o sentimento de amor.

As crianças saíram apressadas e, ao voltarem, a professora disse:

- Quero que cada um mostre o que trouxe consigo.

A primeira criança disse:

- Eu trouxe esta flor, não é linda?

A segunda criança falou:

- Eu trouxe esta borboleta. Veja o colorido de suas asas, vou colocá-la em minha coleção.

A terceira criança completou:

- Eu trouxe este filhote de passarinho. Ele havia caído do ninho junto com outro irmão. Não é
uma gracinha?

E assim as crianças foram se colocando.

Terminada a exposição, a professora notou que havia uma criança que tinha ficado quieta o tempo todo. Ela estava vermelha de vergonha, pois nada havia trazido.

A professora se dirigiu a ela e perguntou: - Meu bem, por que você nada trouxe? E a criança timidamente respondeu:

- Desculpe, professora. Vi a flor e senti o seu perfume. Pensei em arrancá-la, mas preferi deixá-la para que seu perfume exalasse por mais tempo. Vi também a borboleta, leve, colorida! Ela parecia tão feliz que não tive coragem de aprisioná-la. Vi também o passarinho caído entre as folhas, mas, ao subir na árvore, notei o olhar triste de sua mãe e preferi devolvê-lo ao ninho. Portanto professora, trago comigo o perfume da flor, a sensação de liberdade da borboleta e a gratidão que senti nos olhos da mãe do passarinho. Como posso mostrar o que trouxe?

“A professora agradeceu a criança e lhe deu nota máxima, pois ela fora a única que percebera que só podemos trazer o amor no coração".
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Eliane de Araujo, nasceu em São Caetano do Sul, mora em São Paulo, é escritora, comunicadora, palestrante, Bacharel em Matemática com Ênfase em Processamento de Dados, Neurolinguísta e Numeróloga. Trabalhou como atriz na Paixão de Cristo de São Tomé das Letras, Trabalhou como analista de sistemas na empresa General Motors, fundou em 1996 a empresa Consciência Cósmica Cursos, Livraria e Turismo. Um espaço para o desenvolvimento pessoal com loja, cursos, palestras, atendimentos, viagens e eventos. Seleciona os profissionais que desenvolvem suas atividades no Espaço e também organiza diversas Viagens para locais místicos como São Tomé das Letras, Chapada dos Veadeiros, Serra do Roncador, Machu Picchu (Peru), Egito, India, etc. Autora dos Livros: É dentro de ti onde tudo acontece; Histórias para sua Criança Interior; Liberdade de Ser.

Fontes:
Eliane de Araujo. Histórias para sua Criança Interior. Editora: Roca. Disponível no livro Momento Espírita v. 2 e no CD Momento Espírita v. 6, ed. FEP. em 18.10.2010..
Imagem criada por Jfeldman com Microsoft Bing 

segunda-feira, 24 de março de 2025

Mensagem na Garrafa = 138 = A Ilusão da Superioridade


AUTOR ANÔNIMO
A Ilusão da Superioridade

Dizem que a pedra é dura,
mais duro é o teu coração;
ela é dura, na verdade,
mas não faz ingratidão.
(Quadra anônima)
* * *

Na vastidão da criação literária, a poesia ocupa um espaço sagrado, onde a alma humana se expressa em versos, emoções e imagens. Contudo, quando a pessoa se vê como o centro do universo, sua visão pode se transformar em um espelho distorcido de sua própria prepotência. Essa figura, que se julga superior e detentora da verdade absoluta, é um exemplo perturbador das desvantagens de uma perspectiva egocêntrica.

Esta pessoa, envolta em suas convicções, acredita que suas palavras são verdadeiras epifanias, superiores a qualquer outra forma de expressão. Ela se coloca em um pedestal, onde a humildade e a vulnerabilidade são deixadas de lado em favor de uma autoconfiança exacerbada. Essa posição não apenas a aliena de suas contemporâneas, mas também a isola em um mundo onde a empatia e a compreensão são substituídas pela crítica e pelo desprezo.

Uma das desvantagens mais evidentes dessa postura é a tendência de julgar os outros com base em suposições e preconceitos. A pessoa, convencida de sua superioridade, se sente no direito de criticar e avaliar o trabalho alheio sem considerar o contexto e as experiências que moldaram cada autor, sem respeitar os sentimentos dos outros, atacando, julgando e condenando indiscriminadamente. Essa abordagem é, em essência, uma negação da complexidade da vida humana e da riqueza de suas narrativas. Ela ignora que cada um traz consigo um universo de vivências que influenciam sua vida.

Quando a pessoa se permite julgar, ela não apenas desmerece o trabalho dos outros, mas também fecha as portas para o diálogo e a troca de ideias. Assim, a pessoa se priva não apenas da sabedoria alheia, mas também da possibilidade de crescimento pessoal e artístico.

A crença de que se possui a verdade absoluta é uma armadilha perigosa. A pessoa prepotente, ao se colocar como a voz da razão, ignora a natureza multifacetada da verdade. A realidade é composta por uma infinidade de experiências subjetivas, e a arte é uma expressão dessas realidades. Quando ela se recusa a reconhecer isso, transforma suas palavras em um ato de arrogância em vez de um convite à reflexão.

Enquanto a pessoa se vê como superior, ela ignora que a verdadeira força reside na capacidade de tocar o coração das pessoas, de se conectar com elas em um nível profundo e significativo.

Ao criticar e afastar os outros, encontra-se cada vez mais isolada, e seu trabalho se torna um reflexo de sua própria alienação. A arte, que deveria ser uma forma de comunicação e de união, transforma-se em um grito solitário, ecoando em um espaço vazio. A falta de diálogo e de troca de experiências resulta em uma produção que, embora técnica e esteticamente correta, carece de profundidade emocional e de relevância.

A verdadeira grandeza não está em se colocar acima dos outros, mas em reconhecer a beleza e a complexidade da experiência humana. Quem abraça a humildade, que se permite ouvir e aprender, enriquece sua própria arte e se torna um canal mais profundo para a expressão de sentimentos universais.

A pessoa com esta visão de superioridade, embora possa ser tentadora como um escudo contra a vulnerabilidade, é uma armadilha que aprisiona a pessoa em um ciclo de solidão e superficialidade. Ao se julgar o centro do universo, ela se isola de um mundo rico e vibrante, repleto de experiências que poderiam enriquecer sua arte.

Esta pessoa não consegue enxergar além de seu nariz, e só consegue visualizar seu reflexo no espelho, ignorando um vasto mundo ao seu redor.

quarta-feira, 13 de novembro de 2024

Mensagem na Garrafa = 137 =


ARTHUR THOMAZ
Campinas/SP

CUMPLICIDADE

Pequeno preito de gratidão à lua.

Tu me seduzias com tua inebriante claridade.

E eu, cativo, não resistia aos teus insistentes apelos.

Sob o manto da noite, me guiaste, soberana, quando percorri caminhos improváveis e situações inusitadas.

Me ajudaste em paixões, exibindo tuas companheiras estrelas, para que eu as contasse quando estivesse nos braços de alguém.

Sou-lhe grato também pelas inúmeras vezes, que para conter meus excessos, tu me indicavas estar indo embora, e que a intensa luz do dia não mais encobriria minha conduta.

Tu, recatada, por vezes se escondia atrás das nuvens para não presenciar minha desvairada boemia. Fostes testemunha e cúmplice de minhas aventuras em amores proibidos.

Ocultaste-me em tuas sombras quando eu corria perigo em minhas descuidadas andanças.

Certa vez, talvez para exibir-me perante os companheiros de copo, ousei afirmar que tu não passavas de matéria que se deslocara da Terra após o choque com o planeta Theia.

Ao sair, olhei para o céu, e tu, tristonha, estavas minguante. Voltei então à mesa e desdisse tudo o que antes afirmara de ti. Ao sair novamente, tu estavas crescente a sorrir para mim. 

Foi o sinal para nossa eterna cumplicidade.

Fonte: Arthur Thomaz. Leves contos ao léu: imponderáveis. Volume 3. Santos/SP: Bueno Editora, 2022. Enviado pelo autor 

quinta-feira, 26 de setembro de 2024

Mensagem na Garrafa = 136 =

APARECIDO RAIMUNDO DE SOUZA 
Vila Velha/ES

O Tempo corre, passa e não retrocede

O TEMPO, SEMPRE O TEMPO! Esse senhor misterioso que nos rodeia a cada dia, que passa, e avança. Ele não para. Vai em frente, segue emparelhado e sorrateiro, grudado em cada um de nós à tiracolo. O tempo, sempre o tempo! Essa criatura carrega consigo uma certeza inabalável. Cada segundo que se esvai é como uma gota de água que escorrega entre os nossos dedos. Portanto, impossível de ser recuperada. Desde o primeiro respirar, até o último, somos marionetes de suas cordinhas escondidas, como se fossem outros fantoches ocultados dançando ao som de uma melodia que nunca estanca.

Às vezes, paramos para refletir. Nesses intervalos de quietude, percebemos como as memórias se acumulam iguais folhas caindo no outono. Cada uma delas traz fragmentos de nós, tipo uma experiência que nos moldou e que embora distante, ainda ecoa em nosso “eu” encoberto. Mas o tempo inexorável não espera por ninguém. Não dá trégua, nem é adepto de um possível armistício. Não dorme, não come, não dá uma folga. Ele se move incessantemente, indiferente ao nosso anseio de reverter o relógio. Aliás, o relógio também não estanca para alicerçar um descanso quando todos os ponteiros se cruzam no mesmo ponto nevrálgico. 

Apenas se cumprimentam, trocam mensagens ocultas e seguem perambulando sem dizer coisa alguma. No entanto, se prestarmos a devida atenção, se não estivermos grudados na tela de um celular assistindo vídeos imbecilizados, notaremos que há uma beleza rara nessa transitoriedade. O tempo, entre tantas facetas que não percebemos, seja por descuido ou negligência, muitas vezes não atinamos por puro descaso. Apesar dos pesares, ele nos ensina a valorizar o agora, a saborear cada instante do hoje, como se fosse o nosso “já,” ou faz bailar aquele antigo jargão piegas, do “ei, cara, pega, agarra e não larga.” Certamente nos deslumbraríamos com um vivenciar edificante e magistral. 

É na urgência açodada de um minuto e outro que descobrimos que o viver que encontramos é exatamente onde se faz presente a verdadeira essência da vida. Cada riso, cada lágrima, cada amor e desilusão compõem uma tapeçaria rica e complexa que, mesmo a gente sabendo que não poderá ser desfeita, num perímetro ainda que fugaz, essa alfombra colocará uma chama de perspectiva em nosso descaso. Nesse tom, ao invés de temê-lo, talvez devêssemos abraçar o tempo com gratidão. Ele nos empurra para frente, nos desafia a evoluir, a deixar nossas marcas no ontem do mundo. O tempo corre, passa faminto de amanhã e não retrocede em busca de migalhas. 

Todavia, deixa em seus calcanhares, um legado: somos todos, sem tirar nem pôr, parte integrante de uma história que continuará a ser escrita, onde cada capítulo nos mostrará uma nova oportunidade de transformação. Lá adiante, no final da caminhada, quando olharmos para o “de onde viemos”, nos será dada a chance, talvez a derradeira, para que possamos fazer tudo o que não fizemos e agradecer com um sorriso de retribuição no rosto, e o melhor de tudo, cientes de que cada instante vivido foi, de fato, precioso. O tempo não retrocede porque a sua natureza é linear e irreversível. Essa característica é intrínseca à forma como percebemos e medimos o tempo do nosso momento presente. 

Cada lance se sucede de maneira contínua. Essa linearidade é refletida em tudo que nos cerca: as estações mudam, as fases da vida se sucedem e as experiências se acumulam. Cada ação e escolha nos molda e deixa marcas que não podem ser apagadas. Essa irreversibilidade nos mostra, nos faz ver, nos ensina a importância de valorizar o presente, a agir com consciência e a aprender com o que deixamos na poeira do passado. Além disso, o tempo também é uma força que impulsiona o crescimento e a transformação. Ele nos dá a oportunidade de prosperar, de superar desafios e de redescobrir a nós mesmos a cada novo dia, toda vez que acordamos. 

Se pudéssemos retroceder, uau!... se pudéssemos descontinuar... talvez não apreciaríamos a beleza ímpar do agora, a riqueza maviosa desse vai e vem incansável e a opulência das lições aprendidas ao longo da estrada que nos trouxe até onde estamos. Por isso o tempo nos sucede, avança, e, nesse eclodir, nos convida a seguir em frente, a correr como ele e a construir uma sequência de coisas novas que não podem ser desfeitas. Em retribuição, nos oferece uma gama incalculável de aprendizado e crescimento. Assim, ao invés de temê-lo, talvez devêssemos abraçar o tempo, esse nosso tempo com o mais glorioso reconhecimento. 

Ele nos empurra com toda força para a frente, nos desafia a evoluir, a deixar nossas marcas no ontem do mundo. O tempo corre, repito, passa e não retrocede, mas deixa em seus passos, melhor dito -, acumula em nossas pegadas, um legado excepcional, qual seja, o de entendermos que somos todos, sem tirar nem acrescentar, parte integrante de uma história que continuará a ser escrita e onde em cada capítulo se consubstanciará em uma nova “porta-oportunidade” de transformação. Lá adiante, no final da caminhada, esperando, sempre que ela seja bem longa, oxalá, quando olharmos para os lugares onde passamos e vivenciamos coisas (todas as coisas) nos seja dada a chance para que possamos sentar à sombra de uma árvore de aconchego caridoso e agradecer com um sorriso vindo não do rosto, mas do mais profundo das nossas entranhas. 

E o melhor de tudo: cientes de que cada instante se fez excepcional, peregrino e privilegiado, ainda que especial e incontroverso. Pois bem! Enquanto o tempo avança e desbrava, e nos leva aos cuidados da dona morte, ele também nos convida a refletir sobre o que realmente importa. O que fazemos com os momentos que temos agora, as conexões que formamos e as experiências que adquirimos. Essas pequenas coisas formam “o todo,” ou alimentam tudo aquilo que dá significado à passagem pelo tempo. Em última análise, levando em conta que mencionamos a morte, falemos um tiquinho apenas dela. A morte pode ser vista não como um fim, como uma parte do ciclo da vida. 

O tempo, sempre o tempo, apesar disso, ele não "supera" a morte, bem entendido, não desbasta, ou não se nivela no sentido de reverter o processo. Contudo, nos incita a encontrar significado e beleza mesmo no inesperado da existência. Essa capacidade de renovar ou desfigurar foi, de fato (se pararmos para pensar e analisar friamente, chegaremos) à conclusão de que tudo o que vivemos e vivenciamos, se fez inesquecível e indubitavelmente precioso. Pense, pois, reflita friamente o que você tem feito com o seu tempo? Olhe em volta, ou melhor, espie para dentro do seu âmago e procure achar a reposta. Faça isso agora. Amanhã?! O amanhã... pode ser tarde demais.

Fonte: Texto enviado pelo autor 

quarta-feira, 25 de setembro de 2024

Mensagem na Garrafa = 135 =

INGRID APARECIDA DITZEL FELCHAK 
Ivaí / PR

Pedro e a Pedra

Neste caminho de cruzes ele nasceu. Franzino e triste pesava mais de dois quilos de aflição. Chegou com as defesas em punho e a coragem à mostra. Lutou com o peito seco da mãe e o abandono do pai. Aos sete anos se viu sozinho no mundo de Deus.

Perambulou pela rodoviária, avenidas e ruas. Desfilou em frente às vitrines e restaurantes. Encontrou e desencontrou amigos. Dormiu namorando as estrelas e teve como cobertor o frio e a garoa. Em algumas ocasiões correu, correu e correu. Completou dezoito anos e começou a labutar. Engraxava, lustrava e o troco guardava. Mas foi naquele dia que tudo mudou.

Na amarga desventura numa pedra tropeçou. Ele, o sobrevivente, agarrou com fé as últimas moedas. Olhou o cartão, marcou e apostou. Não deu outra...

Hoje Pedro mora em Petrolina. Colhe frutas nos vastos pomares. Continua a namorar o céu na noite de São João. Nunca esqueceu o frio que transpassava a alma e a fome que corroía as entranhas. Sempre repete:

– Jamais negue um copo d'água, pão e cobertor, pois na vida você pode tropeçar em uma pedra. A minha guardo até hoje no bolso. Não desgrudo não! A sorte é para todos... Não é, senhor?

(2. lugar na modalidade conto, Estadual, no IV Concurso Literário Foed Castro Chamma, 2023)

Fonte: Luiza Nelma Fillus e Flávio José Dalazona (org.). IV Concurso Literário Foed Castro Chamma 2023. Ponta Grossa/PR: Texto e Contexto, 2023.

segunda-feira, 23 de setembro de 2024

Mensagem na Garrafa 134

 


Autor Anônimo
(adaptação do texto de Homero) 
Argos

A história de Argos, o cão que esperou 20 anos pelo retorno de seu dono para poder morrer, é uma das mais tocantes demonstrações de lealdade que o mito grego preserva. Ulisses, o herói que sobreviveu às mais cruéis batalhas e aos desafios épicos da Odisseia, retornava finalmente à sua amada Ítaca. Não era mais o guerreiro robusto e vibrante que partiu para a Guerra de Troia; o tempo e a guerra haviam marcado profundamente seu corpo e sua alma. Sua esposa não o reconheceu. Entre a multidão de rostos que passavam, ninguém sabia quem era aquele homem envelhecido e disfarçado como mendigo. Apenas um ser, silencioso e fiel, viu além do tempo e das aparências.

Argos, o cão que o esperou por duas décadas, mesmo cego, enfraquecido e à beira da morte, soube que Ulisses estava de volta. A ligação entre os dois transcendia o tempo, a guerra, e até mesmo o disfarce do herói. Quando Ulisses cruzou os portões de sua terra natal, Argos, exausto pelos anos de espera, arrastou-se até seu mestre, com o último fio de energia que lhe restava. O olhar de Argos foi o reconhecimento silencioso que Ulisses nunca precisou pedir. Sem poder revelar sua verdadeira identidade para proteger sua missão, Ulisses não pôde chamá-lo, mas suas lágrimas denunciaram a dor e o amor contidos naquele reencontro.

A cauda de Argos balançou uma última vez, um movimento lento, carregado de anos de espera e dedicação. E ali, nos pés do herói que tanto aguardara, Argos deu seu último suspiro. A sua morte simboliza algo maior que a lealdade canina: é a prova de que o amor verdadeiro, mesmo silencioso e paciente, jamais se apaga. Como o mais fiel de todos os companheiros, Argos morreu apenas quando sua missão estava cumprida. O seu dono estava de volta, e só então, o cão pôde descansar.
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SIGNIFICADO

A história de Argos não é apenas um conto de lealdade. É um lembrete profundo de que, por mais distantes que estejamos dos que amamos, o verdadeiro amor sempre reconhece o retorno. Mesmo depois de 20 anos, a alma de Argos nunca esqueceu.

O cão, apesar de inúmeras tentativas infantis de humanizá-lo nos dias de hoje, pelas atribuições de características que não são de sua natureza, completa o homem com sentimentos e emoções que o homem não tem. Invés de tentar torná-lo semi-humano, poderíamos aproximar mais nossos corações do coração canino. E assim, talvez fosse possível absorver esta enorme generosidade, comum entre os cães, mas tão difícil para os homens.

Descrito pela literatura de Homero, no século VIII a.C., a lembrança de Argos, nome grego de significado “o que tem luz”, permanece pela eternidade, afinal todos os cães do mundo são iguais ao fiel amigo Argos.

quarta-feira, 28 de agosto de 2024

Mensagem na Garrafa = 133 =

RITA MOURÃO 
Ribeirão Preto/SP

Porque sou poeta

Era uma casinha modesta no meio do chapadão. Ali o sertão me cultivava. 

Lá fora, o vento com seus dedos esguios tocava a folhagem e as árvores gemiam. A noite passeava em mim e seguia seu curso em busca de um novo amanhecer. 

Tudo era um chamado à meditação, tudo mostrava um recado do Criador que, em minha precoce alma de poeta, eu procurava decifrar. 

O dia amanhecido me reerguia igual ao sol daquela manhã cheia de significados, enquanto eu, miúda de extravagâncias, deixava que a santidade do sertão me cultivasse de acordo com aquele momento sublime, vazio de ambições, mas repleto de Deus. E minha alma vagava pela imensidão dos campos verdes pisando aquela manhã orvalhada de poesia. 

Ali, nasceu meu jeito de ser poeta. Um poeta das miudezas, diante do imenso mundo que me cercava. 

Minha alma foi treinada para menos, sou abastada de conformidades, a poesia me fez terra, rio e sertão. Isso me basta. 

Sou poeta porque a natureza versa em mim.

Fonte: Texto enviado pela autora 

quarta-feira, 31 de julho de 2024

Mensagem na Garrafa = 132 =


MÁRIO QUINTANA
Alegrete/RS, 1906 – 1994, Porto Alegre/RS

Presença

É preciso que a saudade desenhe tuas linhas perfeitas,
teu perfil exato e que, apenas, levemente, o vento
das horas ponha um frêmito em teus cabelos...
É preciso que a tua ausência trescale
sutilmente, no ar, trevo machucado,
folhas de alecrim desde há muito guardadas
não se sabe por quem nalgum móvel antigo.
Mas é preciso, também, que seja como abrir uma janela
e respirar-te, azul e luminosa, no ar.
É preciso a saudade para eu te sentir
como sinto – em mim – a presença misteriosa da vida...
Mas quando surges és tão outra e múltipla e imprevista
que nunca te pareces com o teu retrato...
E eu tenho de fechar meus olhos para ver-te!

segunda-feira, 29 de julho de 2024

Mensagem na Garrafa = 131 =


ANTOINE DE SAINT EXUPÉRY
Lyon/França, 1900 – 1944, Mar Mediterrâneo

As pessoas têm estrelas que não são as mesmas. 

Para uns, que viajam, as estrelas são guias. Para outros, elas não passam de pequenas luzes. Para outros, os sábios, são problemas. Para o meu negociante, eram ouro. 

Mas todas essas estrelas se calam. 

Tu porém, terás estrelas como ninguém... Quero dizer: quando olhares o céu de noite, (porque habitarei uma delas e estarei rindo), então será como se todas as estrelas te rissem! E tu terás estrelas que sabem sorrir! 

Assim, tu te sentirás contente por me teres conhecido. 

Tu serás sempre meu amigo (basta olhar para o céu e estarei lá). 

Terás vontade de rir comigo. E abrirá, às vezes, a janela à toa, por gosto... e teus amigos ficarão espantados de ouvir-te rir olhando o céu. 

Sim, as estrelas, elas sempre me fazem rir!

domingo, 28 de julho de 2024

Mensagem na Garrafa = 130 =


MARIA DE QUEIROZ
(Rio de Janeiro/RJ)

Gratidão

Diariamente eu chego a simples conclusão de que a vida é tão maravilhosa porque também é feita de colos, de feridas que cicatrizam, de amigos que celebram ou choram junto, de café coado com coador de pano, de gente que pega ônibus ou faz caminhada pela manhã, de quem planta o que se pode comer, de vizinhos que alimentam seus gatos com comida de gente. Que a vida é feita de algumas pessoas que direcionam todo o seu potencial criativo para melhorar a qualidade de vida de gente que eles nem conhecem. Que é feita de e-mails que chegam recheados de saudade e de cartas extraviadas solitárias numa gaveta de um correio qualquer. De muros e pontes e cais. De aviões que suprimem distâncias e de barcos que chegam. De bicicletas que atravessam cidades. De redes que balançam gente. De rostos que recebem beijos. De bocas que beijam. De mãos que se dão. Que existem pessoas altamente gostáveis, altamente rabugentas, altamente generosas, pessoas distraídas que perdem as coisas, mal-educadas que buzinam sem necessidade, pessoas conectadas que se preocupam com o lixo, pessoas sedutoras e seduzíveis, possíveis e impossíveis, pessoas que se entregam, pessoas que se privam, pessoas que machucam, pessoas que chegam pra curar desencadeadores de poemas, de sorrisos, de lições de vida que ficarão guardadas para sempre… A vida é tão maravilhosa porque ela nos compensa com ela mesma.

sábado, 27 de julho de 2024

Mensagem na Garrafa = 129 =


SILVANA DUBOC

Trem da vida

Há algum tempo atrás, li um livro que comparava a vida a uma viagem de trem. Uma leitura extremamente interessante, quando bem interpretada.

Isso mesmo, a vida não passa de uma viagem de trem, cheia de embarques e desembarques, alguns acidentes, surpresas agradáveis em alguns embarques e grandes tristezas em outros.

Quando nascemos, entramos nesse trem e nos deparamos com algumas pessoas que julgamos, estarão sempre nessa viagem conosco: nossos pais. Infelizmente, isso não é verdade; em alguma estação eles descerão e nos deixarão órfãos de seu carinho, amizade e companhia insubstituível... mas isso não impede que, durante a viagem, pessoas interessantes e que virão a ser super especiais para nós, embarquem.

Chegam nossos irmãos, amigos e amores maravilhosos.

Muitas pessoas tomam esse trem apenas a passeio. Outros encontrarão nessa viagem somente tristezas. Ainda outros circularão pelo trem, prontos a ajudar a quem precisa. Muitos descem e deixam saudades eternas, outros tantos passam por ele de uma forma que, quando desocupam seu acento, ninguém nem sequer percebe.

Curioso é constatar que alguns passageiros que nos são tão caros, acomodam-se em vagões diferentes dos nossos; portanto, somos obrigados a fazer esse trajeto separados deles, o que não impede, é claro, que durante o trajeto, atravessemos com grande dificuldade nosso vagão e cheguemos até eles... só que, infelizmente, jamais poderemos sentar ao seu lado, pois já terá alguém ocupando aquele lugar.

Não importa, é assim a viagem, cheia de atropelos, sonhos, fantasias, esperas, despedidas... porém, jamais, retornos. Façamos essa viagem, então, da melhor maneira possível, tentando nos relacionar bem com todos os passageiros, procurando, em cada um deles, o que tiverem de melhor, lembrando, sempre, que, em algum momento do trajeto, eles poderão fraquejar e, provavelmente, precisaremos entender porque nós também fraquejaremos muitas vezes e, com certeza, haverá alguém que nos entenderá.

O grande mistério, afinal, é que jamais saberemos em qual parada desceremos, muito menos nossos companheiros, nem mesmo aquele que está sentado ao nosso lado.

Eu fico pensando se quando descer desse trem sentirei saudades ... acredito que sim. Me separar de alguns amigos que fiz nele será, no mínimo dolorido. Deixar meus filhos continuarem a viagem sozinhos, com certeza será muito triste, mas me agarro na esperança que, em algum momento, estarei na estação principal e terei a grande emoção de vê-los chegar com uma bagagem que não tinham quando embarcaram... e o que vai me deixar feliz, será pensar que eu colaborei para que ela tenha crescido e se tornado valiosa.

Amigos, façamos com que a nossa estada, nesse trem, seja tranquila, que tenha valido a pena e que, quando chegar a hora de desembarcarmos, o nosso lugar vazio traga saudades e boas recordações para aqueles que prosseguirem a viagem.

sexta-feira, 26 de julho de 2024

Mensagem na Garrafa = 128 =


APARECIDO RAIMUNDO DE SOUZA
Vila Velha/ES

Traumas 

AS INCISURAS invisíveis da alma –, ou aqueles talhos sangrentos que não dimensionamos à olhos nus, são como terremotos internos que abalam as estruturas mais profundas do nosso ser. Elas não escolhem hora nem lugar, tampouco avisam que estão coladas em nossa pele. Sempre deixam cancelas profundas e marcantes que nem o tempo é capaz de apagar, pelo menos de uma maneira que acreditamos completa e sem melindres para reclames posteriores.                                                                               
 
Cada pessoa carrega dentro de si seus medos e aflições, assombros e espantos de maneira única, tipo assim, como se fosse uma ferida questionando a maneira de como vemos o mundo e interagimos com ele. São memórias dolorosas alojadas em cantos e desvãos esquecidos dentro da mente e, para o nosso desespero, emergem do corriqueiro nosso de cada dia, notadamente quando menos esperamos. 

As repugnâncias e as decepções, podem nascer de momentos de grandes dissabores, seja por perda ou por simples melancolia. Podem vir, em paralelo, tipo uma infância difícil, uma quadra de relações debilitadas sem motivos aparentes, ou seja, de palavras vazias que somente têm por objetivo ficarem mais profundamente visíveis que qualquer outro corte físico. Elas nos ensinam, apesar dos pesares, a sermos moderados, cautelosos e prudentes. 

Nós, brasileiros, de um modo geral, não somos, nem levamos a coisa à sério. Vivemos dispersos, voando em sonhos sem futuro lógico. Se estivéssemos ligados e atentos, unidos e agregados em um objetivo (vinte e quatro horas por dia), construiríamos muros altos ao redor do nosso coração e de suas fragilidades. Desse modo, olharíamos com mais atenção e carinho para o horizonte e, sobretudo, encararíamos o futuro com uma forte dose de esperança. Existe, por conta de tal imprevisto, pequenos outros entraves. Quais seriam?! As escoriações e os traumas. Referidas figuras também podem ser empecilhos, e sempre afloram com algo embutido no mesmo pacote. 

Outras situações rigorosas surgem a todo instante, nos ensinando lições valiosas sobre superação. Aprendemos a nos levantar após cada queda, a curar e tratar as feridas com compaixão e a transformar a dor em força.  A jornada de cura dos traumas é pessoal e muitas vezes solitária. Requer coragem para enfrentar de peito aberto e cabeça erguida, os fantasmas do passado. Atrelado a esses espectros, feito unha e carne, devemos alimentar a vontade férrea de buscar ajuda urgente quando ela se fizer necessária. 

Nessas horas, uma terapia ou o apoio de amigos e familiares são fundamentais no decorrer desse processo. É importante lembrarmos que, embora os percalços façam parte ativa do que somos, eles não nos definem. Tais imposições, nos ensinam apenas que somos muito mais poderosos que as nossas experiências, notadamente as doridas e amargas. Com o tempo, cultivando a paciência e o trabalho, poderemos aprender a conviver com os nossos piores pesadelos, sem permitirmos que eles destruam as nossas vidas ou a de nossas famílias. 

No final, os traumas, ou as crises, são apenas partes indistintas da complexa tapeçaria que nada mais é que a experiência humana disfarçada em outra roupagem. Eles, os traumas, nos ensinam, mais, ou melhor, nos mostram, nos orientam e nos falam abertamente sobre a vulnerabilidade e a força. Do mesmo modo, nos capacitam sobre a teoria do “se quebrar e se reconstruir.” Talvez, paralelamente, nos tornem mais empáticos e compreensíveis com as lutas e pelejas dos outros, todos, obviamente sem distinção de raça ou credo. 

O fato é que, de repente, sem que esperemos por algum resultado benéfico, poderemos ter diante de nosso cotidiano, as nossas batalhas internas, e, de roldão, as guerras particulares refreadas, saradas e apaziguadas, ou mesmo resultado, qualquer outro traumatismo que nos tente levar para o buraco da perdição, ainda que infâmias que no dia a dia, minuto a minuto pelejam arduamente para nos tirar o foco, ou a paz e o sossego da verdadeira jornada que intencionamos seguir trilhando... se faz mister termos os olhos abertos. A mente em alerta, o corpo todo em estado de vigilância total. Dessa forma, simples e corriqueira, conseguiremos a condução da tão sonhada, desejada e querida FELICIDADE.

(Texto enviado pelo autor)

quinta-feira, 25 de julho de 2024

Mensagem na Garrafa = 127 =


por SILVANA DUBOC

Não se acostume com o que não o faz feliz, revolte-se quando julgar necessário.

Alague seu coração de esperanças, mas não deixe que ele se afogue nelas.

Se achar que precisa voltar, volte!

Se perceber que precisa seguir, siga!

Se estiver tudo errado, comece novamente.

Se estiver tudo certo, continue.

Se sentir saudades, mate-a.

Se perder um amor, não se perca!

Se o achar, segure-o!

quarta-feira, 24 de julho de 2024

Mensagem na Garrafa = 126 =

IVO LIMA
São Paulo/SP

O que fazer com a saudade?

A saudade sempre estará presente em nossa vida. por mais que queiramos, nunca vamos afastá-la completamente de dentro de nós.

Sentimos saudade de um ente querido que já partiu dessa vida para outra dimensão; temos saudade do amigos (as) de infância; sentimos saudade de um lugar que era especial para nós; guardamos uma eterna lembrança de alguma coisa que nos marcou profundamente; temos saudade de um amor que foi eterno enquanto durou.

A saudade passeia pelas entranhas de nosso ser e mistura aos nossos sentimentos mais profundos.

A saudade nos faz sonhar acordados e ver na tela do tempo para além da imaginação e acima das aparências.

A saudade faz renascer dentro de nós imagens que nem o tempo, nem o vento e nem a distância conseguem apagar.

A saudade não respeita barreiras, tem a velocidade da luz e a sensação da eternidade.

Por causa da saudade muitas vezes choramos, outras vezes rimos de nós mesmos e também temos a sensação de que, muitas vezes, éramos felizes e não sabíamos.

Se pudéssemos arrancaríamos de nosso coração a saudade que carregamos de certas coisas e pessoas, porque assim não povoaríamos nossa mente com lembranças que só nós fazem sofrer na contramão do tempo.

Quando a saudade bate forte nos atira pelo alto, nos lança no palco do passado e perdemos o controle de nossa própria imaginação; e quando menos esperamos, damos de cara com lembranças que nos tomam de surpresa como o furor de um vendaval no descampado da vida.

A saudade também traz recordação de momentos felizes que passamos, e ai ela nos joga nos braços do contentamento outra vez e sentimos o que vivemos no passado vale a pena. de outra parte, se nós não sentíssemos saudade, nosso passado seria como um livro de páginas arrancadas; nada seria acrescentado das experiências vividas em nosso presente e nem poderíamos usá-las como suporte para ajudar nossas buscas na rota do futuro.

Já que não é possível deixar de sentir saudade, precisamos transformar a saudade que sentimos em motivação para superar os obstáculos que a vida nos coloca no caminho.

Que saudade não seja uma sina maldita, com o qual temos que conviver para o resto da vida, nas que saibamos transformá-la em dádivas para escrevermos no diário de nossa história muitas lições na arte de viver e ser gente.

Que o lado negativo de nossas lembranças não pesem mais na balança de nossos sentimentos.

A saudade é será sempre nossa eterna companheira de viagem. vida e saudade caminham lado a lado. é impossível dissociá-la.

Se não existisse saudade, que gosto a vida teria? a saudade abre lacunas que precisam ser preenchidas com vibrações de esperança, dose de otimismo e com o orvalho da serenidade.

segunda-feira, 22 de julho de 2024

Mensagem na Garrafa = 125 =


POETA DA COLINA
(Danilo Mendonça Martinho)
São Paulo/SP

Oração do Poeta

Que eu nunca me cale
Que a palavra vença a dor
Que alma grite as verdades

Prometo não fechar os olhos pro mundo
Sentir suas aflições
Revelar seus detalhes
Compartilhar sua realidade

Essa é a minha luta
Ter voz no meio do silêncio
Ter coragem quando há medo
Ter esperança quando se está perdido
Ser quem nunca desiste

Sou poeta
A palavra é minha arma
O verso é meu escudo
E a poesia viverá para sempre