Raiz e nome:
Sou a Ellen — de Aparecido vem a luz que mora em mim.
Ellen de Souza (para meu avô Aparecido)
Coração partido
Chuva na janela, teu nome ecoa no vento…
O silêncio me dói.
Ausência
O café esfria só, teu lugar vazio pesa…
O tempo não cura.
Lembrança
No lençol dobrado, o perfume ficou…
Fere mais que um adeus.
Promessa quebrada
A lua testemunha juras feitas no escuro…
Hoje não valem.
Reencontro impossível
Na estação vazia, te espero sem esperança…
O trem já passou.
Amor não dito
Palavras guardadas, pesam mais que despedidas…
Nunca te falei.
Amor que ficou
Folhas no outono, caem sem saber do vento…
Assim fui de você: desejo e paixão.
Toque suspenso
Olhar que desliza, a pele arde sem contato…
O tempo congela.
Fogo contido
Chama no peito, teu nome acende tudo…
Não sei apagar.
Noite vermelha
Lençóis em batalha, suspiros rasgam o ar…
A lua nos vê.
Desejo oculto
Entre mil palavras, teu silêncio me provoca…
Quero o não dito.
Paixão breve
Beijo relâmpago, trovão dentro do peito…
Restou o calor.
Vazio noturno
Lençol sem dobras, o espaço onde dormias…
Grito sem som.
Ausência quente
Travesseiro quente, mas não é teu calor…
O sonho me engana.
Madrugada lenta
O relógio não anda, na cama o tempo se estende…
Sem teu abraço.
Fantasma do toque
A cama ainda cheira a ti, que já foste embora…
Meu corpo implora.
Silêncio de lençol
Dobro o cobertor, como quem esconde o fim…
Cama sem nós dois.
Fim suspenso
Porta entreaberta… teu passo nunca voltou…
Adeus sem som.
Palavra engasgada
Na garganta, o “fica” morreu antes do suspiro…
Partistes sem ver.
Olhar final
Vi-te indo embora, mas teus olhos ficaram…
Não sei se foi o fim.
Tempo quebrado
O relógio parou no instante do quase…
Adeus sem tempo.
Última mensagem
Escrevi “te amo”, apaguei antes de te enviar…
Ficou no azul.
Sombra fiel
Mesmo na luz clara, ela caminha comigo…
Não sabe partir.
Noite sem fuga
Fecho mil portas, mas o medo entra mudo…
Dorme a meu lado.
Corpo alerta
O silêncio me grita, o medo veste meu nome…
Sou seu abrigo.
Sem testemunha
Olho no espelho, há algo atrás do reflexo…
Ninguém para ouvir.
Coração refém
Bate acelerado, não por amor ou desejo…
É só o terror.
Presença sonhada
Se tu estivesses, o silêncio teria som…
Teu riso em mim.
Espaço preenchido
A cama não seria um campo de travesseiros …
Apenas abrigo.
Tempo gentil
O relógio sorriria, seus ponteiros dançariam…
com tua chegada.
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Aparecido Raimundo de Souza, natural de Andirá/PR, 1953. Em Osasco, foi responsável, de 1973 a 1981, pela coluna Social no jornal “Municípios em Marcha” (hoje “Diário de Osasco”). Neste jornal, além de sua coluna social, escrevia também crônicas, embora seu foco fosse viver e trazer à público as efervescências apenas em prol da sociedade local. Aos vinte anos, ingressou na Faculdade de Direito de Itu, formando-se bacharel em direito. Após este curso, matriculou-se na Faculdade da Fundação Cásper Líbero, diplomando-se em jornalismo. Colaborou como cronista, para diversos jornais do Rio de Janeiro e Minas Gerais, como A Gazeta do Rio de Janeiro, A Tribuna de Vitória e Jornal A Gazeta, entre outras. Hoje, é free lancer da Revista ”QUEM” (da Rede Globo de Televisão), onde se dedica a publicar diariamente fofocas. Escreve crônicas sobre os mais diversos temas as quintas-feiras para o jornal “O Dia, no Rio de Janeiro.” Acadêmico da Confraria Brasileira de Letras. Reside atualmente em Vila Velha/ES.
Fontes:
Texto enviado pelo autor.
Imagem criada por Jfeldman com Microsoft Bing
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