quarta-feira, 27 de agosto de 2025

José Feldman (A Voz do Poeta na Tempestade)

 Texto Vencedor do Prêmio Literário "Euclides Bandeira"


Em meio ao caos que envolve o mundo, onde o som das bombas ecoa mais alto que o das canções, onde as palavras de ódio se espalham como veneno e as mãos que poderiam se unir se levantam em discórdia, o papel do poeta nunca foi tão urgente, tão essencial.

O poeta deve erguer-se acima desse tumulto, não por vaidade ou para ignorar a dor que nos cerca, mas para ser uma luz que atravessa a escuridão, uma voz que não aceita o silêncio imposto pelo medo. É ele quem deve desfraldar a bandeira da paz e da esperança em todos os cantos, mesmo nos lugares onde a violência parece eterna e a esperança, uma lembrança distante.

Porque, em cada verso, em cada palavra carregada de sentimento, o poeta tem o poder de acalentar os corações feridos. Ele pode lembrar ao mundo que, por pior que seja a tempestade, há sempre um amanhecer à espera. Que, mesmo quando o ódio parece ter vencido, o amor é uma semente teimosa, capaz de brotar até no solo mais árido.

O destino da humanidade está em nossas mãos. Não cabe aos líderes ou ao acaso decidir o futuro; somos nós, com nossas escolhas, nossos gestos e nossas palavras, que podemos redesenhar o caminho. Cabe ao poeta mostrar isso — cantar a força do perdão, exaltar a beleza da união, inspirar a coragem de recomeçar.

Que cada poema seja um abrigo, que cada palavra seja uma ponte entre corações. Porque, enquanto existir um poeta disposto a sonhar com um mundo melhor, haverá uma chance de encontrarmos a luz. E é essa luz que, um dia, poderá iluminar até os cantos mais sombrios da nossa existência.

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