(Luiz Gilberto de Barros)
Rio de Janeiro/RJ
MEUS CINCO MIL AMIGOS
Notei, na lista que fiz,
De tanta gente feliz
Que habita meu coração,
Que alguém saiu do meu peito,
Por não estar satisfeito
Com a própria solidão.
Confesso meu desencanto,
Mas cada gota de pranto
Irriga meu pensamento
E eu, eterno aprendiz,
Entendo o que o tempo diz
Quando diz com sentimento.
Tenho cinco mil amigos
No face... meus inimigos
Nem sempre são virtuais,
Pois quem ama de verdade,
Deixa sempre em liberdade
Quem o ama muito mais.
Muita gente se acomoda
E faz da vida uma roda,
Mas sequer estende a mão,
Porém, se a vida é ciranda,
Quem se esquiva e sai de banda,
Toma outra direção.
Quando um sai, um outro entra,
A amizade se concentra
Numa troca de alegrias.
Mas se a dor é iminente,
Um sente o que o outro sente,
E essa dor se distancia.
Quem sai de mim e retorna,
E como uma água morna
Que molha o meu jardim,
Queima meu sonho e me afeta,
Mas desperta, no Poeta,
Um recomeço, do fim.
Quem me trata com carinho,
recebe parte do ninho
onde mora a afeição
E eu, como sou passarinho,
Nunca sei voar sozinho,
Carrego sempre um irmão.
Às vezes, a intensidade
Faz da possessividade
Um excesso de exigência
E a falta de afinidade
Se desfaz na ansiedade
Que brota da incoerência.
Mas aquele que se aceita
E aceita quem não rejeita
O outro como ele é,
Abençoa-se e abençoa,
Compreendendo o que ele doa,
Porque se doa com fé.
Portanto, sinta-se bem,
O meu coração contém
Batimentos tão sutis,
Que, quando ele se encanta,
A minha alegria canta
Com quem, me torna feliz.
(Fonte:Facebook do poeta)
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