Todos os animais sabiam que a princesa Louçã era a rainha da Amazônia, que tinha poderes místicos e era muito forte. Todos gostavam dela por sua bondade e por ela não fazer exceção a nenhum bichinho.
Mas os bichos da floresta amazônica queriam um rei. E foram falar com a princesa sobre isso. Os animais chegaram a uma conclusão: deveriam fazer um concurso para escolher um rei. Todos iriam participar da mesa de júri, dos menores, como a rã, aos maiores, como a onça pintada. Todos iriam participar, mas quem iria dar a decisão final era a princesa Louçã.
E abriram-se as vagas para se candidatar. O primeiro a chegar e se candidatar foi a onça-pintada, como todos esperavam logo depois chegou o gavião real, depois o jacaré-açu, depois o lobo guará, e logo, para surpresa de todos, um beija-flor chamado Lírio se candidatou. Todos acharam graça do beija-flor: ... “ele é tão pequeno!” todos acharam que ele iria morrer nas provas, que iriam durar sete dias.
A princesa disse: - Amanhã, assim que amanhecer, quero todos os candidatos aqui. E todos foram embora.
A onça disse: - Eu só não como esse beija-flor por que ele não dá para nada, aliás, só vai me dar mais forme.
E o jacaré disse: - Eu também acho... O que um animalzinho desses quer? Vencer-nos? Ha, ha, ha... logo nós que estamos no topo da cadeia alimentar da floresta!
O gavião real disse: - Ele é um louco mesmo.
No outro dia eles chegaram bem cedo, estavam numa só panelinha, só o beija-flor estava de fora. As provas começaram, era para ver quem tinha mais agilidade quem venceu foi o gavião e o beija-flor, quem ficou em último foi o jacaré, porque ele se cansou muito rápido. Depois, foi visto quem caçava mais quem venceu foi a onça e quem perdeu foi o beija-flor. E assim acabou o primeiro dia de provas.
No segundo dia de provas, elas foram mais leves, os candidatos tinham que falar os nomes das plantas e as fusões de cada animal na cadeia alimentar quem mais se destacou foi o beija-flor de novo, ele mostrou que não tinha força, mas tinha sabedoria. E a onça ficou com muita raiva do beija-flor. O gavião real foi um dos que mais se destacou. E assim acabou o segundo dia de provas.
Os outros pássaros que estavam no júri morriam de inveja: o uirapuru que era o imperador da música da floresta e o seu vice, o sabiá, estavam com raiva do Lírio, e até o imperador da arquitetura amazônica, também ficou surpreso com a coragem do Lírio.
O terceiro dia de prova foi diferente, os candidatos tinham que falar de seus antepassados, lembrar-se da sua família o máximo que pudessem. E assim terminou o terceiro dia de provas. E o lobo guará e o beija-flor foram os que mais se destacaram.
No quarto dia de provas eles tiveram que escolher um lugar da mata e achar melhor solução para amenizar os caçadores. E assim acabou mais um dia de prova.
A onça e o jacaré, e o gavião e o lobo, chegaram a uma conclusão: deveriam matar o beija-flor, pois perceberam como ele estava se destacando. Então convidaram o beija-flor para tomar um chá na casa da onça.
Quando a família de Lírio soube que ele foi convidado, eles o aconselharam a não ir, mas Lírio teimou e foi.
Quando ele lá chegou o trataram bem, mas como a onça sabia que ele era muito rápido colocaram pouco açúcar na mesa com a intenção de que este acabasse logo antes que Lírio se servisse. Iriam manda-lo pegar o açúcar dentro do açucareiro e aí, ele seria capturado. E foi o que aconteceu, Lírio foi capturado e a onça o engoliu. Porém, ele era tão pequeno que ela não o mastigou e o engoliu direto.
Foi o quinto dia de provas. Perceberam que o beija-flor não tinha ido participar, mas ninguém desconfiava, eles tinham que ir tratar de negócios na Amazônia Internacional além da fronteira, conversar com os imperadores que cuidavam de cada parte, e foram transportados pela magia da princesa Louçã.
E o sexto dia de provas começou, e a rainha disse:
- Eu já sei quem vai ser o novo rei da floresta, mas vou deixar terminar os dias de provas.
Eles tinham que verificar as nascentes do Rio Amazonas e o nível das chuvas.
E o sétimo dia de prova começava. Era o grande dia, o dia da escolha, e as provas começavam com a palavra da rainha Louçã, que começou dizendo:
- O meu escolhido não está à vista de todos, ele está dentro da barriga da onça pintada, eu o deixei com vida, mas inconsciente.
No mesmo momento o beija-flor acorda e começa a se mexer dentro da barriga da onça, e de repente o beija-flor sai pela boca da mesma. O beija-flor foi tão aplaudido que de norte a sul, de leste a oeste, escutava-se aclamá-lo como o novo rei da maior floresta do mundo. Então um animalzinho lhe disse:
- Beija-flor, agora que você é rei, não mate a onça.
- Sim, não é com violência que vou reinar - retrucou o beija-flor.
A rainha ficou tão admirada com o beija-flor que resolveu lhe dar poderes místicos. E assim a Amazônia foi sendo governada…
Fonte: Sorocult (site desativado). Acesso em 09.01.2016
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