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sábado, 7 de janeiro de 2012

Proposta de Ensino para a 1a. Série (O Tesouro Encantado no Reino dos Castelos.)


Justificativa

Ah! Tu, livro despretensioso, que, na sombra de uma prateleira, uma criança livremente descobriu pelo qual se encantou, e, sem figuras, sem extravagâncias, esqueceu as horas, os companheiros, a merenda... tu, sim, és um livro infantil, e o teu prestígio será, na verdade, imortal. (Cecília Meireles, 1984).

Os castelos compõem o cenário de muitas das famosas histórias dos contos de fadas, que envolvem personagens importantes do imaginário infantil: princesas, príncipes, reis e rainhas. E cada vez mais, se percebe a importância e a influência dos contos de fadas, no desenvolvimento do imaginário infantil.

A criança ao ouvir contos de fadas, transforma em sua memória as palavras que lhe são contadas, trazendo em seu imaginário lembranças, sonhos, desejos, personagens, dúvidas, medos e associações com a sua realidade.

O contato da criança com histórias amplia o seu horizonte cultural, linguístico e literário; o autor Valotto (p. 19, 1997) nos afirma que: "A imaginação da criança, estimulada a inventar palavras, aplicará seus instrumentos sobre os traços da experiência, que provocarão sua intervenção criativa".

"O livro infantil é caracterizado por três requisitos básicos: simplicidade, clareza e fantasia" (SANCHEZ, 1983, p. 19). Esses valores resultam da associação de outros que, ao longo de séculos, preponderavam como mensagens sublineares em histórias destinadas a adultos e crianças.

Todas as histórias infantis que envolvem a vida nos castelos, despertam o imaginário infantil, pois seus enredos são ricos em personagens maravilhosos que as crianças desejam ser.

Os castelos em sua história são caracterizados como símbolos de defesa, força, conquistas e histórias que marcaram significativamente o tempo. Hoje muitos dos castelos estão em ruínas proporcionando para nós um resgate histórico e cultural da época, em que eles eram poderosas fortalezas.

Durante os primeiros séculos da Idade Média (até o século XI, aproximadamente), os castelos eram construídos com troncos de madeira retirada das florestas. Seu interior era rústico e não possuía luxo e conforto, como contam as histórias infantis.

A partir do século XI, a arquitetura de construção de castelos mudou completamente, pois eles passaram a ser construído com blocos de pedra. Tornaram-se, portanto, muito mais resistentes e com o design que as histórias infantis relatam.

E as crianças encantadas com toda esta nobreza, transportam os detalhes que percebem nas ilustrações dos livros infantis, para as suas brincadeiras de faz de conta. Sentadas na areia da praia ou do quintal, realizando construções, camada por camada, elas constroem partindo de sua imaginação, um reino de castelos.

O autor Derdyk (p. 131, 1989), nos afirma que:

Imaginar é projetar, é antever, é a mobilização interior orientada para determinada finalidade antes mesmo de existir a situação concreta. A imaginação possui uma natureza visionário, detectando a intencionalidade contida na ação humana.

A capacidade da criança de imaginar é fundamental para a construção do conhecimento. Na infância uma das formas da criança expressar o seu conhecimento é através do desenho, sendo que através dele também podemos observar e compreender como os contos de fadas influenciam no imaginário infantil.

Conforme o autor Lajolo e Zilberman, (p.13, 1991) nos afirma que:

Se a literatura infantil se destina as crianças e se acredita na qualidade dos desenhos como elemento a mais para reforçar a história e a atração que o livro pode exercer sobre os pequenos leitores, fica patente a importância da obra infantil. É o caso, por exemplo, da ilustração.

É fundamental na infância que o adulto proporcione momentos em que a criança possa ouvir e contar histórias, proporcionando que ela desenvolva a sua identidade. Através desta experiência elas têm a possibilidade de ensaiar seus futuros papéis na sociedade, adaptando-se a situações reais e colocando-se dentro da história, proporcionando que elas se sintam autoras da sua história.

Quando a criança entra no mundo da fantasia e da imaginação de um conto de fadas, ela estimula as suas ideias sobre o assunto, opiniões, sentimentos e a sua criatividade. Com todos estes estímulos, ela consegue elaborar hipóteses para a resolução de seus problemas, antecipando situações de liderança ou passividade, modificando o seu comportamento e tomando atitudes além daquelas de sua experiência cotidiana, que só iria experimentar na vida adulta.

É o que nos afirma o autor Novaes (p. 9, 1987), "[...] o que nelas parece apenas infantil, divertido ou absurdo, na verdade carrega uma significativa herança de sentidos ocultos e essenciais para a nossa vida".

No faz de conta, seus desejos podem facilmente ser realizados e quantas vezes a criança desejar, criando e recriando situações que ajudam a satisfazer algumas necessidades presentes no seu cotidiano.

"Os contos, representam valores que se cruzaram através de ciclos históricos." (KHÉDE, p. 24, 1990).

Lendo e ouvindo os contos de fadas, a criança pode vivenciar os valores na relação com os seus amigos, pois as histórias são instrumentos poderosos de transmissão de valores de geração em geração. Por meio delas, perpetuam-se valores como solidariedade, companheirismo, amor, carinho, respeito e entre outros que contribuem para a formação da identidade da criança.


Objetivos gerais

Propiciar através das histórias de contos de fadas o envolvimento das crianças com a cultura escrita transformando o aprendizado em um processo prazeroso.
Vivenciar os valores na relação com os amigos no cotidiano, resgatando através das histórias, sentimentos importantes para a vida em harmonia.
Instigar através do tema Castelos o conhecimento de uma época com estilo de vida e cultura bem diferente dos atuais, fazendo com que elas possam refletir a partir das diferenças da nossa condição atual de vida.

Objetivos específicos

- Despertar o imaginário e a criatividade através das linguagens artísticas: artes visuais, música, teatro e dança.
- Conhecer diferentes histórias infantis que envolvem em seu enredo o tema "Os Castelos" e seus personagens.
- Identificar os diferentes tipos de habitação confeccionados pelo homem e seu modo de vida em cada época.
- Instigar o conhecimento histórico cultural sobre castelos medievais no Brasil e no mundo.

Conteúdos conceituais

- Estudo sobre diferentes tipos de habitação confeccionados pelo homem e seu modo de vida em cada época.
- Conhecimento de diferentes histórias infantis que envolvem em seu enredo "Os Castelos".
- Aprendizado de adivinhas, poesias e histórias em quadrinhos sobre o tema abordado.
- Estudo dos valores, o seu significado e a sua importância para a nossa vida em harmonia.

Conteúdos procedimentais

- Identificação no mapa de castelos presentes no Brasil e no mundo.
- Conhecimento das partes que compõem um castelo: fosso, muralha, caminho da ronda, ameias, porta, cisterna.
- Confecção de trabalhos com materiais de texturas diversificadas.
- Identificação de fonemas e sílabas através de exercícios de consciência fonológica.
- Representação de desenhos com detalhes de objetos, pessoas e cenários.
- Vivência com os pais sobre os trabalhos confeccionados pelas crianças durante o semestre.

Conteúdos atitudinais

- Incentivo a criatividade como fonte de criação de castelos e vestuário da época.
- Valorização da história dos castelos e época em que simbolizavam a defesa, força e conquistas.
- Reaproveitamento de materiais.
- Desenvolvimento da responsabilidade social e cultural.
- Importância da convivência em grupo.
- Vivência de valores, como: amor, companheirismo, bons modos, bondade, responsabilidade, abraçar, paciência, obediência, honestidade, alegria, compartilhar, consideração, cuidado, compreensão, gratidão, justiça e sucesso.

Procedimentos

- Pesquisa sobre como era a vida nos castelos;
- Pesquisa sobre os castelos que existem no Brasil e no mundo;
- Conhecer as partes que compõem um castelo e como era construído;
- Descobrir quais eram os membros da nobreza (rei, rainha, príncipe, princesa);
- Recordar que Joinville também é reconhecida como Cidade dos Príncipes, devido a sua história;
- Confecção de um castelo gigante com caixas de leite;
- Realizar estimativas de contagem com as crianças sobre quantas caixas são necessárias para construir um castelo;
- Confecção de coroas e cetros com material reciclável;
- Construir castelos na areia;
- Confeccionar castelos com argila e material reciclável;
- Confecção do Jogo de Xadrez, que possui em suas peças os personagens desta época: rei, rainha, bispos, cavalos, torres e peões.
- Brincar de dramatizar histórias infantis (O quebra nozes) e parlendas (A linda rosa juvenil) que envolvem o enredo dos castelos;
- Ampliar o vocabulário das crianças sobre o tema, formando bancos de palavras;
- Confeccionar textos coletivos sobre o tema e realizar releituras de obras de arte.

Avaliação

As crianças serão avaliadas durante todo o projeto através de atividades coletivas e individuais realizadas conforme a descoberta de detalhes de cada novidade trazida ou apresentada. Como fechamento deste projeto faremos a apresentação de uma peça teatral e exposição, na qual estarão presentes o livro do projeto e diversos trabalhos de artes visuais que serão confeccionados durante o semestre.

Referências bibliográficas

DERDYK, Edith. Formas de pensar o desenho. São Paulo: Scipione, 1989.
KHÉDE, Sonia Salomão. Personagens da literatura infanto-juvenil. São Paulo: Ática, 1986.
LAJOLO, Marisa, ZILBERMAN, Regina. Literatura Infantil Brasileira Histórias e Histórias. 5 ed. São Paulo: Ática,1.991.
MEIRELES, Cecília. Problemas da literatura infantil. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1984.
NOVAES, Nelly. Coelho: O Conto de Fadas. São Paulo: Ática, 1987.
SANCHEZ, Martina. Pequeno tratado da literatura infantil e infanto-juvenil. Goiânia: Imery, 1983.

VALOTTO, E. R. Contando e encantando. São Paulo: S.M. edições, 1998.
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Diretora: Cladis L. Lermen
Coordenadora: Cláudia Cristina Dietrich
Professoras: Janaina Jerlane Coelho
Solange Marília da Silva

Fonte:
Associação Educacional Luterana Bom Jesus/IELUSC
http://www.ielusc.br/portal/?ENSFUN1_3=714