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domingo, 9 de outubro de 2011

Poetas del Mundo em Versos Diversos I


CESAR MOURA (SP)
Lascívia


Vivo de olhos abertos à te procurar;
Nesta sua nudez que só de pensar, já me faz pecar...
Veja, eu não sou de ferro!
Quando te vejo, urro e berro sem querer parar.

Desenho o seu corpo perfeito
Nas curvas que invoca as silhuetas mais belas,
Envolvente efeito que me deixa de boca aberta
Tenho na certa mulher, muito amor pra te dar.

Quando o seu busto tão lindo
Veste aquele vestido com decote aberto,
Torna-se o alvo mais certo para o meu olhar.

A tua lascívia minha cara,
Minha tara não para de me atormentar!
Este meu desejo promíscuo não dá nem pra comentar...

HILDA PERSIANI (PR)
Envelhecer Conscientemente


Mesmo depois de tantos anos ter vivido,
De haver perdido os traços, talvez belos,
No espelho os procuro, não consigo vê-los,
Sou feliz por eles terem existido...

O tempo, nosso semblante desfigura,
Recompensa-nos com traços de ternura.
A alma torna-se mais bela, mais pura
E nos deixa mais firmes, mais seguras.

A tolerância toma lugar da presunção,
O interior é mais tranqüilo, temos doçura,
A empáfia deu lugar á brandura.

Nossos comentários vêm do coração.
Quando sorrimos, nosso sorriso é franco,
Não nos aflige nosso cabelo branco.

REGINA MERCIA SENE SOARES (SP)
Envelhecendo


Já estou aqui na frente
Caminhei muito...
Ao longo da estrada da vida
Vida esta muito querida

Nela construí castelos
Uns ficaram em pé
Outros com o tempo desmoronaram

Caminhei muito...
E o tempo passou e eu envelheci
Mas tenho certeza
Que muito aprendi
As vezes chorei
Mas também sorri

Caminhei muito...
Vi meus cabelos ficarem brancos
Com muita beleza e encanto
Vi meus filhos crescerem
E meus netos nascerem

Estou envelhecendo
Mas continuo caminhando
Sempre feliz e cantando

URQUIZA ALVIM (MG)
Estou Envelhecendo


Adoro a melodia da música e o talento,
As boas e sonoras criações artísticas,
A suave e afinada voz na hora de cantar
O orgulho por nossa aparência exterior,

O charme nas relações amorosas,
Respeito o compromisso de casado,
A responsabilidade da paternidade,
O fortalecimento e a união da família,

O gosto pela leitura e pessoas cultas,
Ordem, respeito e disciplina do jovem
O sentimento de patriotismo pela nação.
O rechaço à vulgaridade e a grosseria.

Paciência e tolerância entre as pessoas
Detesto certos políticos que enganam,
Respeito todos e a vida que Deus me deu
Esperando que os outros se respeitem.

ROLDÃO AIRES (SP)
Zelo


Se consciência eu tivesse de
que fosses tão compreensiva
e doce assim,padecido menos
eu teria, com medo, que
houvesse entre nós um fim.
Analisava, cada palavra dita.
Contigo, especial era a atenção.
Quando por mim dei,
eras a dona do meu coração.
Mas mesmo assim ,
o meu cuidado, por ti agora é
maior, pela ternura que és.
Carinhos, flores e beijos que
recebes, sempre pouco será,
comparado , e disso sou sabedor, ,
a doçura, e ao encanto, do teu amor.

DALADIER DA SILVA CARLOS (RJ)
Janelas abertas


O perfume de rosas passou diante da porta,
Logo um coração receberia a mensagem,
Da janela do seu quarto, para renovar esperanças,
Esquentar o dia com a aparição do romance,
Vindo na chegada premente do garboso cavalheiro,
Que traria um amor largado no tempo.

Há canções no fundo da memória, apesar das nuvens,
E os versos se atraem, compõem as mais belas trovas,
Animam o velho amante a ir ter com a sua amada,
Ainda que lhe recomendem não se prolongar à noite,
Vez que a sua face poderá se transformar em medalha,
Então, é preciso sair depressa, ir ao encontro da diva.

As janelas abertas permitem a entrada de ar fresco,
Substituem o odor da caverna pelo aroma do entardecer.
Enquanto a chuva, às vezes miúda, alimenta a vida,
O cavalheiro romântico pode aguardar a chegada do sol,
Porque os raios virão brilhantes sobre toda a matéria,
E um inexprimível prazer permanecerá em longo silêncio.

O dia seguinte mostrará que os amantes amadureceram,
A algazarra das crianças desapareceu no fundo das malas,
E nas bagagens o império do alegre grupo se repartiu.
Hoje, o cavalheiro romântico e a sua amada podem sonhar,
Manter as janelas abertas e se entregar ao amor no casarão.

CARLOS LUCIO GONTIJO (MG)
Vinde a Mim as Criancinhas


Diante da lanchonete da esquina
O Jesus menino pivete
Cristo redivivo na cruz da fome
Construída em seu santo nome em vão
Cristão tecendo lucros e dízimos
Aos olhos de criança pintando céu
Sonhando molhos de estrelas
Deliciando luzes em tom pastel...

MARISA CAJADO (SP)
A Força da Paz


A paz tem uma força imensa
Que a desavença, não tem força pra deter.
É chama que ativa se alteia
Energia que incendeia
As fibras d’alma de quem a quer reter.

Certo é, não se constrói sobre a intriga
Esta cruel inimiga
Que teima em persistir.
Mas a paz, esta doce amiga
É sempre a mão que nos abriga
Que há, de sempre existir.

Sinta poeta esta paz que o abraça
O ego, a intriga, sempre passa,
Não deixe a paz fugir
Vem poeta amigo a paz o chama
Paz é luz que se esparrama
No ontem, no hoje, no porvir.

CARLOS CELSO UCHOA CAVALCANTE (PE)
Queria...


Queria novamente ser criança
ter amiguinhos, brincar sem maldade
não ter que suportar essa saudade
que fez morada na minha lembrança.

Queria soltar pipa, jogar bola,
ter estilingue, pião, também carrinho
sentir mamãe levar-me com carinho
ao ambiente alegre da escola.

Queria se pudesse não ver fome,
não ver a droga que o pudor consome,
queria não temer um desatino.

Queria que os homens, quando eleitos,
mesmo com toda pompa, os direitos
não sonegasse, ao menos, ao menino.

MARIA LUIZA BONINI (SP)
Entre Mordiscos e Açucenas

(homenagem a Federico Garcia Lorca)

" Porém, eu te sofri. Rasguei-me as veias,
tigre e pomba, sobre tua cintura
em duelo de mordiscos e açucenas.
Enche, pois, de palavras minha loucura
ou deixa-me viver em minha serena
noite da alma para sempre escura."
(Federico Garcia Lorca)


Entre mordiscos e açucenas
Jaz a carta de amor que te escrevi
Intácta, permanece, no lugar onde morri
À espera de teu derradeiro poema

Entre mordiscos e açucenas
A teu lado, adormeci meus sonhos
Pelos dias que se tornaram tão tristonhos
Com tua vida ceifada, por injustas penas

Entre mordiscos e açucenas
Fizeste da morte precoce teu eterno leito
Vítima de puros ideais e negros preconceitos

Entre mordiscos e açucenas
Permaneceste nessa imortalidade serena
Por teu cantar, em versos, que se faz perene

SÉRGIO DINIZ BARROS GUEDES (RS)
Loucura do Amar


Enquanto aguardo
a aurora deste dia,
anônimos ventos
sopram meu rosto
fazendo viajar
meu pensamento...
O coração é aceso
pelo desejado amor
que já perdoou
uma incompreensão.
O horrível vendaval
que fazia mal se foi,
agora tudo é sublime,
pétala divina da minha vida!
Doce mel de laranjeira!
amo-te por inteira,
amor é compreensão
e só dele extraímos o perdão.
O pensamento chama,
o amor clama e como pluma
no mesmo lugar,
onde costumamos namorar,
fomos apreciar o mar
e transformar palavras,
num gesto, num olhar,
no querer compreender,
enaltecer o tocar do amar
na loucura do expressivo ficar.

FATIMA MUSSATO (SP)
Poemas e Poetas, Um Caso de Amor!


De que são feitos os Poemas?
De gente sensível,
De mentes não previsíveis,
De mãos à obra,
Que formam aos toques,
Suaves e precisas,
Letras de encantamento,
Em que nos deleitamos
Mesmo a distância...

De que são feitos os Poetas?
De sensibilidade,
De inspiração,
De mãos e teclas,
Que se tocam,
Formando palavras,
Que formam os versos,
Que transmitem sentimentos,
Colorem emoções,
Transportam deleites,
Mesmo a distancia...

Poetas e Poemas,
Pólos que se atraem
E se completam!

PATRÍCIA MONTENEGRO
Imã


Tu me atrais como um ímã,
Puxando-me para ti,
Desde a primeira vez que ‘te vi’,
Eu sabia que não poderia fugir...
Tentei!
Mas não consegui...
Existe uma sintonia entre nós,
Passado, presente e futuro,
Entrelaçados em um mesmo desejo,
- Uma missão -
Como fugir desse elo?
Seja amizade,
Vestida de amor,
Ou o que for...
Fugindo de ti,
Estarei fugindo de mim...
Entrego-me a ti,
-Sem receios-
Apenas me receba em ti...

KEILA MATTIOLI (MS)
INTENÇÕES


Lá adiante um pé de bocaiuva
junta seu cacho baixinho com guavira.
E onde céu tem precedência,
água branca de mata arroja ímpeto
e desce como assobio de saci.
Maritaca sossobra de asa e grito
como criança mijada.
Tudo combina de cor e entre-cor
graça e abandono de mato
como beleza bondade e mistério
de mulher apaixonada.
Zoró de tudo, vento brinca
de esconde-esconde com século.
No aroma dos longes,
criatura-homem se apequena.
Não sabe se ser de bem com coisa feita.
E sofre de dor-de-mágoa quando pasma.
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Observação:
José Feldman é Consul de Maringá/PR, do Poetas del Mundo

Fonte:
Poesias enviadas pelos autores através do Poetas del Mundo.
Montagem da Imagem sobre logotipo do Poetas del Mundo por José Feldman,