quinta-feira, 13 de abril de 2017

Olivaldo Junior (Minha Esperança)

Glosando Vanda Alves da Silva*

MOTE:
Em meus tempos de criança,
pelas poças, num tropel...
lançava minha esperança
em barquinhos de papel...
Vanda Alves da Silva/UBT Curitiba-PR

GLOSA
Em meus tempos de criança,
sossegado e até baldio,
só queria ser quem lança
novas redes para o rio!...

Numa intrépida "ignorãça",
pelas poças, num tropel,
tropeçava em quem alcança
seu sertão num carrossel...

Na calçada, Sancho Pança 
sem Quixote (tão vazio!),
lançava minha esperança,
minha rede, ao meio-fio!...

Céu azul que não se cansa,
nuvens brancas a granel,
dava a vida em confiança,
em barquinhos de papel...
_________________________

* Sobre o ato de glosar trovas, assim nos diz a célebre poeta e trovadora Gislaine Canales, no blogue "Clevane Pessoa Entrevistas": 

Glosa de Trovas, é uma composição literária em forma de quadras, de que servem de mote os versos de uma trova. Mote é a trova que serve de inspiração. 

O Glosador multiplica a trova glosada em outras quatro, repetindo-a verso por verso, cada qual ajustado às novas trovas, uma a uma, numa seqüência poética peculiar das idéias recriadas. Com isso, a glosa recebe título à parte e exibe grandeza própria. 

Tecnicamente, a glosa é o desdobramento de uma outra composição mais curta - o mote. Cada um dos versos do mote começa, integra ou termina cada uma das estrofes da glosa. As estrofes da glosa serão tantas, quantos forem os versos do mote. 

Eu coloco o primeiro verso do Mote, no primeiro verso da primeira trova da Glosa, o segundo verso do Mote, no segundo verso da segunda trova da Glosa, o terceiro verso da Mote, no terceiro verso da terceira trova da Glosa e o quarto verso do Mote, no quarto verso da quarta trova da Glosa.

Cada trova glosada representa, a meu ver, uma homenagem ao seu autor.

Entrevista, na íntegra, em: 
http://clevanepessoaentrevistas.blogspot.com.br/2007/10/gislaine-canalestnis-e-sextilhas.html

Fonte:
O Autor

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