Glosando Vanda Alves da Silva*
MOTE:
Em meus tempos de criança,
pelas poças, num tropel...
lançava minha esperança
em barquinhos de papel...
Vanda Alves da Silva/UBT Curitiba-PR
GLOSA
Em meus tempos de criança,
sossegado e até baldio,
só queria ser quem lança
novas redes para o rio!...
Numa intrépida "ignorãça",
pelas poças, num tropel,
tropeçava em quem alcança
seu sertão num carrossel...
Na calçada, Sancho Pança
sem Quixote (tão vazio!),
lançava minha esperança,
minha rede, ao meio-fio!...
Céu azul que não se cansa,
nuvens brancas a granel,
dava a vida em confiança,
em barquinhos de papel...
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* Sobre o ato de glosar trovas, assim nos diz a célebre poeta e trovadora Gislaine Canales, no blogue "Clevane Pessoa Entrevistas":
Glosa de Trovas, é uma composição literária em forma de quadras, de que servem de mote os versos de uma trova. Mote é a trova que serve de inspiração.
O Glosador multiplica a trova glosada em outras quatro, repetindo-a verso por verso, cada qual ajustado às novas trovas, uma a uma, numa seqüência poética peculiar das idéias recriadas. Com isso, a glosa recebe título à parte e exibe grandeza própria.
Tecnicamente, a glosa é o desdobramento de uma outra composição mais curta - o mote. Cada um dos versos do mote começa, integra ou termina cada uma das estrofes da glosa. As estrofes da glosa serão tantas, quantos forem os versos do mote.
Eu coloco o primeiro verso do Mote, no primeiro verso da primeira trova da Glosa, o segundo verso do Mote, no segundo verso da segunda trova da Glosa, o terceiro verso da Mote, no terceiro verso da terceira trova da Glosa e o quarto verso do Mote, no quarto verso da quarta trova da Glosa.
Cada trova glosada representa, a meu ver, uma homenagem ao seu autor.
Entrevista, na íntegra, em:
http://clevanepessoaentrevistas.blogspot.com.br/2007/10/gislaine-canalestnis-e-sextilhas.html
Fonte:
O Autor
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