(É o resumo de um ensaio e de um relatório, ambos sobre metrificação, de autoria de LUIZ OTÁVIO com a colaboração de 53 trovadores de diversas seções da UBT (União Brasileira dos Trovadores) e também de Portugal)
DECÁLOGO DE METRIFICAÇÃO
1) - As sílabas são contadas até a última tônica do verso.
2) - As pontuações não impedem as junções de sílabas.
3) - Não se deve fazer o aumento de uma sílaba métrica nos encontros consonantais disjuntos, (ou seja: não usar "suarabacti").
Exemplo: “ig-no-ro” e não “i-gue-no-ro”
4) - Uma vogal fraca faz junção com a vogal fraca ou forte inicial da palavra seguinte.
§ único - Aceitam-se exceções a esta regra no sentido de evitar a formação de sons duros e desagradáveis.
Exemplo: Ventura única – venturúnica.
5) - Uma vogal forte, pode ou não, fazer junção com vogal fraca da palavra seguinte, no entanto jamais deve fazê-la com vogal forte.
§ único - Nos casos em que se prefira a junção "forte + fraca", deve-se ter sempre o cuidado de evitar sons desagradáveis: "mais que tu/ardo" ou formar novas palavras: vi/a moça
6) - Pode haver a junção de três vogais numa sílaba métrica.
§- Não deve haver mais de uma vogal forte.
§- No caso em que a vogal forte não esteja colocada entre as vogais fracas e sim em 1* e 3* lugar, para que seja correta a junção, as duas vogais fracas devem juntar-se por crase ou por elisão, e não por sinalefa (ditongação). Assim, estará certo:
"é a ambição que nos prende”, e não se pode unir as três vogais de "e a / intima palavra".
§- Deve ser usada com cuidado a junção de mais três vogais, embora haja casos corretos de quatro e até de cinco vogais.
7) - Os ditongos aceitam as pré-junções com vogais fracas: "E eu".
As post-junções são aceitas somente nos ditongos crescentes (encontros instáveis): "a distância infinita", e são repelidas nos ditongos decrescentes: "Eu sou/a que no mundo …
§ Único - Há casos de uso facultativo de pré-junção de vogais fortes aos ditongos, quando essas vogais são as mesmas dos iniciais dos ditongos e não forem as tônicas das palavras.
Aceita-se: "será auspiciosa", e é inaceitável: "terá/auto".
8) - Nos encontros vocálicos ascendentes (formados por vogais ou semivogais tônicas), a sinérese é de uso facultativo.
Exemplo: "ci/ú/me" ou "ciú/me"; “po/e/ta” ou “poe/ta”.
§ Único - Há neste grupo, excepcionalmente, encontros vocálicos que não aceitam a sinérese. Geralmente, são formados pela vogal "a" seguida das vogais "a", "e" ou "o". Exemplo: Sa/ara, a/éreo, a/orta, ou, em alguns casos, da mesma vogal "a" seguida das semi-vogais "i" ou "u" tônicas, como em: "para/íso, "ba/ú".
9) - Nos encontros vocálicos descendentes (formados por vogais ou semivogais tônicas) seguidas de vogais ou semi-vogais átonas) não se aceita a sinérese ("tua", "lua", "frio", "rio" etc., e sim, "tu/a", "su/a","fri/o", "ri/o", etc.)
§ Único - Em algumas regiões do Brasil é usada a sinérese nestes encontros vocálicos, com base na fonética local. No entanto, não será aceita na Metrificação, em benefício da uniformidade, uma vez que na maioria dos Estados é feita a separação dessas vogais.
10) - 0 uso da aférese ("inda", etc), síncope ("pra", etc), apócope ("mui", etc) e de ectilípse (com a, com o, com as, com os) é facultativo.
§ 1º - A junção de "com" mais palavras iniciadas com vogais átonas é correta mas pouco usada. Acompanhando a maioria dos poetas, sempre que possível, deve ser evitada.
Exemplo: "com amor".
§ 2º - A junção de "com" mais palavras iniciadas com vogais tônicas não será aceita.
Exemplo: "com esta".
§ 3º - A junção de fonemas anasalados "am", “em”, "im", etc., com vogais átonas ou tônicas não será aceita.
Exemplo: "formaram" / idéias", "cantaram / hinos" etc.
§ 4º - É preciso cuidado com o uso de aféreses, síncopes e apócopes que, por estarem em desuso ou por formarem, geralmente, sons desagradáveis, irão ferir a sensibilidade dos leitores e dos ouvintes.
GLOSSÁRIO -
Por ordem alfabética, para melhor compreensão do Decálogo de Metrificação.
AFÉRESE - Supressão de sílabas ou fonema inicial ("/inda").
APÓCOPE - Supressão de sílaba ou fonema final ("mui/“).
CRASE - Fusão de duas vogais numa só ("a alma") ("e este").
DIÉRESE - Transformação de um ditongo num hiato ("sa/u-da-de").
DITONGO - Fusão de uma vogal + semivogal, ou vice-versa; na mesma sílaba. ("sai") ("falei") ("Niterói")
DITONGO CRESCENTE - Semivogal + vogal (“pátria”) (“gênio”) (“diabo”).
DITONGO DECRESCENTE - Vogal + semivogal (“pão”) (“meu”) (“dourado”)
ECTLIPSE - Supressão de um fonema nasal final para possibilitar a crase ou ditongação (sinérese) com a vogal inicial da palavra seguinte. ("com o") ("com amor")
ELISÃO - supressão da vogal átona no final de uma palavra. ("Ela estava" = "Elestava").
ENCONTROS CONSONANTAIS - Duas consoantes unidas:
A. inseparáveis - ("bl - bloco”) ("fl - "flor") ou "grupos consonantais".
B. separáveis ("gn - ignóbil”) ("bs – observar”) ou "encontros consonantais disjuntos".
HIATO - uma sílaba terminada, por vogal-base seguida de outra iniciada também por vogal-base. ("re/eleger") (“ca/olho”) (“a/éreo) (Rocha Lima);
Encontro de duas vogais pronunciadas em dois impulsos distintos, formando sílabas diferentes. (“Sa/ara”) (“podi/a”) (“sa/úde”) (Cegalla).
ENCONTROS VOCÁLICOS ASCENDENTES - “designação de Luiz Otávio” - Encontro de duas vogais ou semivogais, pronunciadas separadamente, sendo a primeira fraca e a segunda forte. (“di/a”) (“tu/a”) (“ri/o”) (“fri/o”)
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DECÁLOGO DE METRIFICAÇÃO
1) - As sílabas são contadas até a última tônica do verso.
2) - As pontuações não impedem as junções de sílabas.
3) - Não se deve fazer o aumento de uma sílaba métrica nos encontros consonantais disjuntos, (ou seja: não usar "suarabacti").
Exemplo: “ig-no-ro” e não “i-gue-no-ro”
4) - Uma vogal fraca faz junção com a vogal fraca ou forte inicial da palavra seguinte.
§ único - Aceitam-se exceções a esta regra no sentido de evitar a formação de sons duros e desagradáveis.
Exemplo: Ventura única – venturúnica.
5) - Uma vogal forte, pode ou não, fazer junção com vogal fraca da palavra seguinte, no entanto jamais deve fazê-la com vogal forte.
§ único - Nos casos em que se prefira a junção "forte + fraca", deve-se ter sempre o cuidado de evitar sons desagradáveis: "mais que tu/ardo" ou formar novas palavras: vi/a moça
6) - Pode haver a junção de três vogais numa sílaba métrica.
§- Não deve haver mais de uma vogal forte.
§- No caso em que a vogal forte não esteja colocada entre as vogais fracas e sim em 1* e 3* lugar, para que seja correta a junção, as duas vogais fracas devem juntar-se por crase ou por elisão, e não por sinalefa (ditongação). Assim, estará certo:
"é a ambição que nos prende”, e não se pode unir as três vogais de "e a / intima palavra".
§- Deve ser usada com cuidado a junção de mais três vogais, embora haja casos corretos de quatro e até de cinco vogais.
7) - Os ditongos aceitam as pré-junções com vogais fracas: "E eu".
As post-junções são aceitas somente nos ditongos crescentes (encontros instáveis): "a distância infinita", e são repelidas nos ditongos decrescentes: "Eu sou/a que no mundo …
§ Único - Há casos de uso facultativo de pré-junção de vogais fortes aos ditongos, quando essas vogais são as mesmas dos iniciais dos ditongos e não forem as tônicas das palavras.
Aceita-se: "será auspiciosa", e é inaceitável: "terá/auto".
8) - Nos encontros vocálicos ascendentes (formados por vogais ou semivogais tônicas), a sinérese é de uso facultativo.
Exemplo: "ci/ú/me" ou "ciú/me"; “po/e/ta” ou “poe/ta”.
§ Único - Há neste grupo, excepcionalmente, encontros vocálicos que não aceitam a sinérese. Geralmente, são formados pela vogal "a" seguida das vogais "a", "e" ou "o". Exemplo: Sa/ara, a/éreo, a/orta, ou, em alguns casos, da mesma vogal "a" seguida das semi-vogais "i" ou "u" tônicas, como em: "para/íso, "ba/ú".
9) - Nos encontros vocálicos descendentes (formados por vogais ou semivogais tônicas) seguidas de vogais ou semi-vogais átonas) não se aceita a sinérese ("tua", "lua", "frio", "rio" etc., e sim, "tu/a", "su/a","fri/o", "ri/o", etc.)
§ Único - Em algumas regiões do Brasil é usada a sinérese nestes encontros vocálicos, com base na fonética local. No entanto, não será aceita na Metrificação, em benefício da uniformidade, uma vez que na maioria dos Estados é feita a separação dessas vogais.
10) - 0 uso da aférese ("inda", etc), síncope ("pra", etc), apócope ("mui", etc) e de ectilípse (com a, com o, com as, com os) é facultativo.
§ 1º - A junção de "com" mais palavras iniciadas com vogais átonas é correta mas pouco usada. Acompanhando a maioria dos poetas, sempre que possível, deve ser evitada.
Exemplo: "com amor".
§ 2º - A junção de "com" mais palavras iniciadas com vogais tônicas não será aceita.
Exemplo: "com esta".
§ 3º - A junção de fonemas anasalados "am", “em”, "im", etc., com vogais átonas ou tônicas não será aceita.
Exemplo: "formaram" / idéias", "cantaram / hinos" etc.
§ 4º - É preciso cuidado com o uso de aféreses, síncopes e apócopes que, por estarem em desuso ou por formarem, geralmente, sons desagradáveis, irão ferir a sensibilidade dos leitores e dos ouvintes.
GLOSSÁRIO -
Por ordem alfabética, para melhor compreensão do Decálogo de Metrificação.
AFÉRESE - Supressão de sílabas ou fonema inicial ("/inda").
APÓCOPE - Supressão de sílaba ou fonema final ("mui/“).
CRASE - Fusão de duas vogais numa só ("a alma") ("e este").
DIÉRESE - Transformação de um ditongo num hiato ("sa/u-da-de").
DITONGO - Fusão de uma vogal + semivogal, ou vice-versa; na mesma sílaba. ("sai") ("falei") ("Niterói")
DITONGO CRESCENTE - Semivogal + vogal (“pátria”) (“gênio”) (“diabo”).
DITONGO DECRESCENTE - Vogal + semivogal (“pão”) (“meu”) (“dourado”)
ECTLIPSE - Supressão de um fonema nasal final para possibilitar a crase ou ditongação (sinérese) com a vogal inicial da palavra seguinte. ("com o") ("com amor")
ELISÃO - supressão da vogal átona no final de uma palavra. ("Ela estava" = "Elestava").
ENCONTROS CONSONANTAIS - Duas consoantes unidas:
A. inseparáveis - ("bl - bloco”) ("fl - "flor") ou "grupos consonantais".
B. separáveis ("gn - ignóbil”) ("bs – observar”) ou "encontros consonantais disjuntos".
HIATO - uma sílaba terminada, por vogal-base seguida de outra iniciada também por vogal-base. ("re/eleger") (“ca/olho”) (“a/éreo) (Rocha Lima);
Encontro de duas vogais pronunciadas em dois impulsos distintos, formando sílabas diferentes. (“Sa/ara”) (“podi/a”) (“sa/úde”) (Cegalla).
ENCONTROS VOCÁLICOS ASCENDENTES - “designação de Luiz Otávio” - Encontro de duas vogais ou semivogais, pronunciadas separadamente, sendo a primeira fraca e a segunda forte. (“di/a”) (“tu/a”) (“ri/o”) (“fri/o”)
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JUNÇÃO - “designação de Luiz Otávio” - No sentido generalizado para traduzir a união de sílabas métricas, Abrange pois, os diferentes processos de diminuição de sílabas poéticas. comumente e erradamente empregada pela maioria dos poetas como elisão. Ver no Glossário, os vários processos ou métodos para diminuir as sílabas métricas ou processos de fazer a junção de sílabas: crase, elisão, sinalefa, sinérese, aférese, síncope, apócope e ectilipse.
POSTJUNÇÃO - “designação de Luiz Otávio” - Junção posterior a uma sílaba ou palavra.
PREJUNÇÃO - “designação de Luiz Otávio” - Junção anterior a uma sílaba ou palavra.
SEMIVOGAIS - São os fonemas "i" e "u", quando ao lado de uma vogal formam uma sílaba com ela. Assim em "pai" e em "mau", o "i" e o “u" funcionam com valor de consoante; em "lu/ta" e em vi/da", funcionam com função de vogal.
SÍLABA OU MÉTRICA ou SÍLABA POÉTICA - São sílabas usadas nos versos, têm contagem diferente das sílabas gramaticais.
SINALEFA - Fusão ou junção de vogais ou semivogais, entre duas palavras, formando ditongo (“Este amor = Esteamor").
SÍNCOPE - Supressão de fonema ou sílaba no meio da palavra ("p/ra").
SINÉRESE - Transformação de um hiato em ditongo, na mesma palavra. ("ci/ú/me em ciú/me").
SUARABACTI - Aumento de uma sílaba métrica, pela pronúncia das vogais de apoio, nos encontros consonantais disjuntos" ("i/gui/no/rar") – Luiz Otávio.
TÔNICA - Sílaba forte, acentuada.
VOGAIS - Fonemas sonoros, que se produzem pelo livre escapamento do ar pela boca e se distinguem entre si por seu timbre característico" - Rocha Lima.
VOGAL FORTE ou FRACA - A vogal átona ou acentuada (tônica) da palavra ou do verso.
TROVAS DEMONSTRATIVAS Da aplicação das dez regras da Metrificação
Estas trovas foram feitas para demonstrar os diferentes casos de aplicações das dez regras da METRIFICAÇÃO. Têm, pois, finalidade puramente didática. Devemos observar em cada uma, pela numeração, a aplicação da Regra de número correspondente.
1ª regra - Última Tônica
Poderá a força elétrica
de um sábio computador
ensinar contagem métrica
mas não faz um trovador...
2ª regra - Pontuação
Pensa em calma! Evita errar,
Injusto é se nos reprovas,
Pois não queremos mudar
o modo de fazer trovas
3ª regra - Encontros Consonantais
Você pode acreditar
ter a pura convicção
que a ninguém vou obrigar
a ter a minha opinião...
4ª regra - Vogal Fraca + Fraca (ou forte)
Podes crer és muito injusto
e estás longe da verdade;
pois na Trova, a todo cust,o
defendo a espontaneidade...
5ª regra - Vogal Forte + Fraca
É uma história bem correta
em tudo o ensino é preciso,
no entanto, só / o poeta
quer ser gênio de improviso...
6ª regra - Junção de Três Vogais
Esta é uma Trova indiscreta,
convenções, mal amparadas,
induzem muito poeta
a convicções enraizadas.
7ª regra - Ditongos
Para medir nossos versos,
se o ouvido fosse o juiz,
em nossos “metros” diversos
ninguém poria o nariz...
8ª regra - Encontros Vocálicos Ascendentes (***)
Na Trova, soneto ou poema,
em toda a parte do mundo,
se a Forma é o seu di/adema
Su/a alma é sempre o fundo!
9ª regra - Encontros Vocálicos Descendentes
As dúvidas são pequenas,
não sejas tão pessimista,
dá-me a tu/a ajuda, apenas,
e será bela a conquista.
10ª regra - Licenças – Aféreses - Síncopes – Apócopes - Ectlipses.
É mui/to feio crificar(apócope)
a/inda que seja um direito (aférese)
p/ra ser justo, aulas vem dar (síncope)
Com/ o teu plano sem defeito... (ectlípse)
(***) Na trova de exemplo, da REGRA 8, ENCONTROS VOCÁLICOS ASCENDENTES, Luiz Otávio dá as duas formas de contagem de sílabas:
– poe/ma e di/a/dema, entretanto isto é feito apenas como um exemplo pois: NÃO SE PODE USAR AS DUAS CONTAGENS NA MESMA TROVA.
UMA FRASE DE LUIZ OTÁVIO PARA DECORAR AS DEZ REGRAS
"Tendo Paciência e Estudo Você Versejará Tecnicamente Direito Encontrando Estética e Lirismo."
Nesta frase temos:
T = tônica;
P = pontuação;
E = encontros consonantais;
V = vogal fraca;
V = vogal forte;
T = três vogais;
D = ditongos;
E = encontros vocálicos ascendentes;
E = encontros vocálicos descendentes;
L = licenças poéticas).
OBSERVAÇÃO – Este DECÁLOGO foi aprovado pelo Conselho Nacional da UBT e é, portanto, o melhor guia, tanto para aqueles que concorrem como para aqueles que julgam.
A UBT (União Brasileira de Trovadores) sente-se orgulhosa em proporcionar a oportunidade a um grande número de trovadores de conhecer o DECÁLOGO DE METRIFICAÇÃO onde, além de LUIS OTÁVIO, colaboraram grande nomes da Trova, entre outros podemos citar: Carlos Guimarães; Carolina Ramos; Lilinha Fernandes; Helvécio Barros; Vera Vargas; Milton Nunes Loureiro; Sávio Soares de Souza; Manita; Joubert A. Silva; Vasques Filho; David de Araújo; Rodolpho Abbud; Jacy Pacheco; Ivo dos Santos Castro; Micaldas Corrêa e Dimas Lopes de Almeida (Portugal).
Fontes:
Revista dos XXV Jogos Florais de Bandeirantes/PR – 2008.
Imagem =Imagem = http://virtualiaomanifesto.blogspot.com
POSTJUNÇÃO - “designação de Luiz Otávio” - Junção posterior a uma sílaba ou palavra.
PREJUNÇÃO - “designação de Luiz Otávio” - Junção anterior a uma sílaba ou palavra.
SEMIVOGAIS - São os fonemas "i" e "u", quando ao lado de uma vogal formam uma sílaba com ela. Assim em "pai" e em "mau", o "i" e o “u" funcionam com valor de consoante; em "lu/ta" e em vi/da", funcionam com função de vogal.
SÍLABA OU MÉTRICA ou SÍLABA POÉTICA - São sílabas usadas nos versos, têm contagem diferente das sílabas gramaticais.
SINALEFA - Fusão ou junção de vogais ou semivogais, entre duas palavras, formando ditongo (“Este amor = Esteamor").
SÍNCOPE - Supressão de fonema ou sílaba no meio da palavra ("p/ra").
SINÉRESE - Transformação de um hiato em ditongo, na mesma palavra. ("ci/ú/me em ciú/me").
SUARABACTI - Aumento de uma sílaba métrica, pela pronúncia das vogais de apoio, nos encontros consonantais disjuntos" ("i/gui/no/rar") – Luiz Otávio.
TÔNICA - Sílaba forte, acentuada.
VOGAIS - Fonemas sonoros, que se produzem pelo livre escapamento do ar pela boca e se distinguem entre si por seu timbre característico" - Rocha Lima.
VOGAL FORTE ou FRACA - A vogal átona ou acentuada (tônica) da palavra ou do verso.
TROVAS DEMONSTRATIVAS Da aplicação das dez regras da Metrificação
Estas trovas foram feitas para demonstrar os diferentes casos de aplicações das dez regras da METRIFICAÇÃO. Têm, pois, finalidade puramente didática. Devemos observar em cada uma, pela numeração, a aplicação da Regra de número correspondente.
1ª regra - Última Tônica
Poderá a força elétrica
de um sábio computador
ensinar contagem métrica
mas não faz um trovador...
2ª regra - Pontuação
Pensa em calma! Evita errar,
Injusto é se nos reprovas,
Pois não queremos mudar
o modo de fazer trovas
3ª regra - Encontros Consonantais
Você pode acreditar
ter a pura convicção
que a ninguém vou obrigar
a ter a minha opinião...
4ª regra - Vogal Fraca + Fraca (ou forte)
Podes crer és muito injusto
e estás longe da verdade;
pois na Trova, a todo cust,o
defendo a espontaneidade...
5ª regra - Vogal Forte + Fraca
É uma história bem correta
em tudo o ensino é preciso,
no entanto, só / o poeta
quer ser gênio de improviso...
6ª regra - Junção de Três Vogais
Esta é uma Trova indiscreta,
convenções, mal amparadas,
induzem muito poeta
a convicções enraizadas.
7ª regra - Ditongos
Para medir nossos versos,
se o ouvido fosse o juiz,
em nossos “metros” diversos
ninguém poria o nariz...
8ª regra - Encontros Vocálicos Ascendentes (***)
Na Trova, soneto ou poema,
em toda a parte do mundo,
se a Forma é o seu di/adema
Su/a alma é sempre o fundo!
9ª regra - Encontros Vocálicos Descendentes
As dúvidas são pequenas,
não sejas tão pessimista,
dá-me a tu/a ajuda, apenas,
e será bela a conquista.
10ª regra - Licenças – Aféreses - Síncopes – Apócopes - Ectlipses.
É mui/to feio crificar(apócope)
a/inda que seja um direito (aférese)
p/ra ser justo, aulas vem dar (síncope)
Com/ o teu plano sem defeito... (ectlípse)
(***) Na trova de exemplo, da REGRA 8, ENCONTROS VOCÁLICOS ASCENDENTES, Luiz Otávio dá as duas formas de contagem de sílabas:
– poe/ma e di/a/dema, entretanto isto é feito apenas como um exemplo pois: NÃO SE PODE USAR AS DUAS CONTAGENS NA MESMA TROVA.
UMA FRASE DE LUIZ OTÁVIO PARA DECORAR AS DEZ REGRAS
"Tendo Paciência e Estudo Você Versejará Tecnicamente Direito Encontrando Estética e Lirismo."
Nesta frase temos:
T = tônica;
P = pontuação;
E = encontros consonantais;
V = vogal fraca;
V = vogal forte;
T = três vogais;
D = ditongos;
E = encontros vocálicos ascendentes;
E = encontros vocálicos descendentes;
L = licenças poéticas).
OBSERVAÇÃO – Este DECÁLOGO foi aprovado pelo Conselho Nacional da UBT e é, portanto, o melhor guia, tanto para aqueles que concorrem como para aqueles que julgam.
A UBT (União Brasileira de Trovadores) sente-se orgulhosa em proporcionar a oportunidade a um grande número de trovadores de conhecer o DECÁLOGO DE METRIFICAÇÃO onde, além de LUIS OTÁVIO, colaboraram grande nomes da Trova, entre outros podemos citar: Carlos Guimarães; Carolina Ramos; Lilinha Fernandes; Helvécio Barros; Vera Vargas; Milton Nunes Loureiro; Sávio Soares de Souza; Manita; Joubert A. Silva; Vasques Filho; David de Araújo; Rodolpho Abbud; Jacy Pacheco; Ivo dos Santos Castro; Micaldas Corrêa e Dimas Lopes de Almeida (Portugal).
Fontes:
Revista dos XXV Jogos Florais de Bandeirantes/PR – 2008.
Imagem =Imagem = http://virtualiaomanifesto.blogspot.com
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