Fundador com Antonio Lobo, I. Xavier de Carvalho e Corrêa de Araújo, entre outros, do movimento de renovação literária denominado Os Novos Atenienses, que em fins do século XIX e início do século XX sacudiu o meio intelectual de São Luís com idéias e conceitos vanguardistas
Boêmio notório e de vida inteiramente desregrada, Maranhão Sobrinho "foi o mais considerável poeta do seu tempo, no extremo Norte, e o simbolista ortodoxo, o satanista por excelência do movimento naquela região", segundo o crítico Andrade Murici.
Criado em Barra do Corda, no interior do Maranhão, conta-se que quando criança era irrequieto, brincalhão e levado mesmo da breca, no dizer dos seus contemporâneos. Freqüentou irregularmente os primeiros estudos no conceituado colégio do Dr. Isaac Martins, educador de excepcionais qualidades, ardoroso propagandista republicano e abolicionista.
Em 15 de agosto de 1899, com o auxílio paterno, embarcou para São Luís, onde no ano seguinte funda a "Oficina dos Novos" e matricula-se com o nome de José Maranhão Sobrinho na antiga Escola Normal, em 1901, tendo para isso obtido a ajuda de uma pequena bolsa de estudo, naqueles tempos denominada pensão. Por motivo de se haver indisposto com alguns professores, em seguida abandonava o curso normal e, sem emprego, aos poucos entregou-se à vida boêmia.
Em 1903, impressionados com a vida boêmia que levava em São Luís, alguns amigos mais dedicados o embarcaram, quase à força, para Belém do Pará, na esperança de que ali mudasse de procedimento, trabalhasse e arranjasse meios de publicar seus livros.
Na capital paraense, colocou-se no jornal Notícias e passou a colaborar na tradicional Folha do Norte. Bem depressa, tornou-se popular nas rodas boêmias e nos meios intelectuais. Colaborou também em jornais e outras publicações de São Luís e de vários Estados, incluindo-se entre estas a Revista do Norte, de Antônio Lôbo e Alfredo Teixeira.
Em 1908 funda Academia Maranhense de Letras, unido à plêiade de escritores e poetas locais. Nisso transfere-se para a Amazônia onde, residindo em Manaus, passa a colaborar com a imprensa local e torna-se membro fundador da Academia Amazonense de Letras.
Sua vida sempre foi boêmia e desregrada, escrevendo seus versos em bares, mesas de botequim ou qualquer ambiente em que predominasse álcool, papel e tinta. Despreocupado pela sorte dos seus poemas, publicou seus livros em péssimas edições sem capricho ou conservação, aos cuidados de amigos e admiradores, deixando esparsa grande parte do que escreveu em jornais, revistas e folhas de cadernos de venda.
Sem dispor de recursos financeiros, publicou seus trabalhos com grande dificuldade. Foram ao todo três livros editados de modo bastante precário, com circulação restrita à província. Além disso, apenas colaborações esparsas, ainda que numerosas, em revistas e jornais de São Luís. Muito embora sua obra ainda não tenha sido objeto de um estudo mais aprofundado, a crítica nela destaca uma bem assimilada influência de Baudelaire e Verlaine, considerando-o ao mesmo tempo um dos luminares do movimento simbolista no Brasil - quase no mesmo nível ocupado por Cruz e Souza e Alfonsus Guimaraes, expoentes máximos da escola.
De qualquer sorte, coube a Maranhão Sobrinho ser um poeta representativo do período de transição da literatura maranhense - teve o talento amplamente reconhecido, tanto pelo público quanto por seus pares, foi um dos fundadores da Academia Maranhense de Letras, mas sofreu estilisticamente na difícil tarefa de buscar uma síntese convincente entre o Romantismo ainda em voga, o Parnasianismo e o Simbolismo. Reflexos dessa luta estéril são visíveis em seus poemas. Houvesse vivido mais alguns anos, talvez sua obra conseguisse escapar dessa armadilha literária, atingindo novas e inesperadas dimensões.
Novamente muda-se mas para Belém, onde conhece o poeta Carlos D. Fernandes, que havia sido amigo de Cruz e Sousa e pertencera ao grupo da revista Rosa-Cruz. Dois anos depois, de retorno a Manaus, lá fixa-se como funcionário público do Estado, onde vem a falecer no dia do seu aniversário em plena noite de natal, no dia 25 de dezembro de 1915, com apenas 36 anos de idade.
Em Barra da Corda, o seu nome é lembrado oficialmente em uma única praça e pela Academia Barra-Cordense de Letras.
A poesia de Maranhão Sobrinho é de fato colorida e fantasiosa, por vezes cheia de um resplendor de pedrarias, quando muito se revela satânica e, em alguns momentos, penetrada do amargor de Cruz e Sousa. "... É o representante mais completo da escola simbolista no Maranhão", diz Antônio Reis Carvalho, e de fato, segundo os críticos literários, é notória a influência dos poetas franceses Mallarmé, Verlaine e Baudelaire.
Na poesia de Maranhão Sobrinho a idéia é simbólica, o sentimento é romântico e a forma é parnasiana, afirma o literato Reis Carvalho.
Literariamente batizado na escola simbolista, Maranhão Sobrinho é conhecido pelos críticos e estudiosos de literatura como um dos três melhores poetas simbolistas brasileiros, ao lado de Cruz e Souza e Alphonsus de Guimarães.
Fontes:
Antonio Manoel Abreu Sardenberg
Antonio Miranda
Boêmio notório e de vida inteiramente desregrada, Maranhão Sobrinho "foi o mais considerável poeta do seu tempo, no extremo Norte, e o simbolista ortodoxo, o satanista por excelência do movimento naquela região", segundo o crítico Andrade Murici.
Criado em Barra do Corda, no interior do Maranhão, conta-se que quando criança era irrequieto, brincalhão e levado mesmo da breca, no dizer dos seus contemporâneos. Freqüentou irregularmente os primeiros estudos no conceituado colégio do Dr. Isaac Martins, educador de excepcionais qualidades, ardoroso propagandista republicano e abolicionista.
Em 15 de agosto de 1899, com o auxílio paterno, embarcou para São Luís, onde no ano seguinte funda a "Oficina dos Novos" e matricula-se com o nome de José Maranhão Sobrinho na antiga Escola Normal, em 1901, tendo para isso obtido a ajuda de uma pequena bolsa de estudo, naqueles tempos denominada pensão. Por motivo de se haver indisposto com alguns professores, em seguida abandonava o curso normal e, sem emprego, aos poucos entregou-se à vida boêmia.
Em 1903, impressionados com a vida boêmia que levava em São Luís, alguns amigos mais dedicados o embarcaram, quase à força, para Belém do Pará, na esperança de que ali mudasse de procedimento, trabalhasse e arranjasse meios de publicar seus livros.
Na capital paraense, colocou-se no jornal Notícias e passou a colaborar na tradicional Folha do Norte. Bem depressa, tornou-se popular nas rodas boêmias e nos meios intelectuais. Colaborou também em jornais e outras publicações de São Luís e de vários Estados, incluindo-se entre estas a Revista do Norte, de Antônio Lôbo e Alfredo Teixeira.
Em 1908 funda Academia Maranhense de Letras, unido à plêiade de escritores e poetas locais. Nisso transfere-se para a Amazônia onde, residindo em Manaus, passa a colaborar com a imprensa local e torna-se membro fundador da Academia Amazonense de Letras.
Sua vida sempre foi boêmia e desregrada, escrevendo seus versos em bares, mesas de botequim ou qualquer ambiente em que predominasse álcool, papel e tinta. Despreocupado pela sorte dos seus poemas, publicou seus livros em péssimas edições sem capricho ou conservação, aos cuidados de amigos e admiradores, deixando esparsa grande parte do que escreveu em jornais, revistas e folhas de cadernos de venda.
Sem dispor de recursos financeiros, publicou seus trabalhos com grande dificuldade. Foram ao todo três livros editados de modo bastante precário, com circulação restrita à província. Além disso, apenas colaborações esparsas, ainda que numerosas, em revistas e jornais de São Luís. Muito embora sua obra ainda não tenha sido objeto de um estudo mais aprofundado, a crítica nela destaca uma bem assimilada influência de Baudelaire e Verlaine, considerando-o ao mesmo tempo um dos luminares do movimento simbolista no Brasil - quase no mesmo nível ocupado por Cruz e Souza e Alfonsus Guimaraes, expoentes máximos da escola.
De qualquer sorte, coube a Maranhão Sobrinho ser um poeta representativo do período de transição da literatura maranhense - teve o talento amplamente reconhecido, tanto pelo público quanto por seus pares, foi um dos fundadores da Academia Maranhense de Letras, mas sofreu estilisticamente na difícil tarefa de buscar uma síntese convincente entre o Romantismo ainda em voga, o Parnasianismo e o Simbolismo. Reflexos dessa luta estéril são visíveis em seus poemas. Houvesse vivido mais alguns anos, talvez sua obra conseguisse escapar dessa armadilha literária, atingindo novas e inesperadas dimensões.
Novamente muda-se mas para Belém, onde conhece o poeta Carlos D. Fernandes, que havia sido amigo de Cruz e Sousa e pertencera ao grupo da revista Rosa-Cruz. Dois anos depois, de retorno a Manaus, lá fixa-se como funcionário público do Estado, onde vem a falecer no dia do seu aniversário em plena noite de natal, no dia 25 de dezembro de 1915, com apenas 36 anos de idade.
Em Barra da Corda, o seu nome é lembrado oficialmente em uma única praça e pela Academia Barra-Cordense de Letras.
A poesia de Maranhão Sobrinho é de fato colorida e fantasiosa, por vezes cheia de um resplendor de pedrarias, quando muito se revela satânica e, em alguns momentos, penetrada do amargor de Cruz e Sousa. "... É o representante mais completo da escola simbolista no Maranhão", diz Antônio Reis Carvalho, e de fato, segundo os críticos literários, é notória a influência dos poetas franceses Mallarmé, Verlaine e Baudelaire.
Na poesia de Maranhão Sobrinho a idéia é simbólica, o sentimento é romântico e a forma é parnasiana, afirma o literato Reis Carvalho.
Literariamente batizado na escola simbolista, Maranhão Sobrinho é conhecido pelos críticos e estudiosos de literatura como um dos três melhores poetas simbolistas brasileiros, ao lado de Cruz e Souza e Alphonsus de Guimarães.
Fontes:
Antonio Manoel Abreu Sardenberg
Antonio Miranda
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