quarta-feira, 11 de junho de 2025

Juan Barnav (Como escrever um livro) – 7. Os sentimentos dos personagens

(tradução do espanhol por José Feldman)


O romancista é um manipulador de personagens. Como criador de seus personagens, ele os conhece íntima e perfeitamente, sabendo quais devem ser suas reações em qualquer situação. Além de ser altamente criativo, o escritor atua como um manipulador de marionetes. Consequentemente, deve compreender e penetrar na personalidade do personagem. Não é fácil adotá-la, como observado na parte 3 deste curso, mas é importante, agora, determinar o tipo de sentimentos, habilidades e preocupações que cada um dos envolvidos na história experimentará. Embora valha a pena lembrar, como os personagens são integrais, que seus sentimentos de amor, ódio ou desprezo podem mudar.

A raiva e a sede de vingança podem andar de mãos dadas e, ao longo de uma trama, podem mudar o comportamento de um personagem que inicialmente era doce, gentil ou tímido.

Sentimentos, paixões, emoções... características que fazem o destino de uma pessoa mudar de um momento para o outro na vida real. Essas são as ferramentas que o escritor usará para fazer com que sua história tenha uma ação inesperada se ele souber dosar seus ingredientes passo a passo, para obter um resultado muitas vezes surpreendente.

A importância de traços de caráter bem definidos reside no fato de que eles permitirão ao autor situá-los nas situações mais adequadas para que sua história se desenvolva de forma que não percam o controle de todas as situações.

Quando começamos a escrever, muitos de nós precisamos saber como controlar nossas reações em certas situações nas quais um toque de desprezo pode surgir.

Em uma história atual e cotidiana, que ocorre em qualquer família, em quase qualquer situação, podemos reconhecer tal interpretação, seja porque a vivenciamos como protagonistas ou porque a testemunhamos, o que também é muito comum, e nos permite inspirar-nos em certas pessoas conhecidas para transformá-las em autores de nossas tramas.

A maneira como gerenciamos o comportamento e as reações de nossos personagens, como se fosse um vai e vem, é determinada pelos cenários em que situamos a ação de acordo com o desenvolvimento de nossa trama. Se o personagem central for, digamos, um detetive, o herói deve ser um personagem durão e violento; É improvável que uma profissão que exija ações violentas resulte em uma pessoa afável, tímida ou retraída na vida real. Em certas circunstâncias, a coragem deve prevalecer sobre o medo para ter sucesso. Mas um ser humano, por mais corajoso que seja, não tem o direito de sentir medo?

Os personagens criados com os exercícios-chave acima possuem características físicas e psicológicas que são retratos fiéis de pessoas facilmente identificáveis ​​e ganharão vida de acordo com o papel que desempenharão em nossa história.

Quando falamos de personagens de uma só peça, nos referimos ao fato de que seu comportamento e reações são sempre lineares, sem reviravoltas que os façam parecer duvidosos, tanto para os outros personagens quanto para os próprios leitores. Tudo isso nos ajuda a entender a necessidade de muita prática, já que nossos personagens, como pessoas reais, têm o direito de combinar dois ou mais elementos que podem produzir resultados incríveis: ódio e astúcia, amor e inteligência, medo e ressentimento... As possibilidades são infinitas. Tudo depende da capacidade criativa do autor.

Exercício

– Desenvolva um texto de uma página onde o protagonista seja um professor tímido que confronta um grupo de adolescentes raivosos.

Onde?
Por quê?
Qual será a reação principal deles?
O que você sente por dentro?
Como você resolverá o problema? 
= = = = = = = = =  = = = = = = = = =  
continua… 8, final. A resolução da obra

Fontes:
http://www.mailxmail.com/curso-como-escribir-libro/ Acesso em 20.06.2022
Imagem criada por Jfeldman com Microsoft Bing

Nenhum comentário: