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quarta-feira, 30 de outubro de 2024
Varal de Trovas n. 615
Caderno de Premiados dos Concursos do Blog (Download)
Os Concursos do Blog homenageando A. A. de Assis (trovas líricas/ filosóficas, tema: Poeta/s) e Therezinha Dieguez Brisolla (trovas humorísticas, tema: Pinguço/s) encerrou-se com êxito. Os diplomas foram enviados aos premiados, e o caderno de premiados enviados para os premiados e não premiados.
Caso tenha interesse em obter o caderno, pode baixar no link abaixo, em pdf, são 37 páginas.
A. A. de Assis (Um cãozinho da roça)
A semântica tem dessas coisas: todo mundo diz que o cão é o melhor amigo do homem e da mulher. Mas ninguém chama seu melhor amigo ou sua melhor amiga de cão, cachorro, cachorra, cadela… Dá dó terem dado a um animal tão querido um tão mal-escolhido epíteto. Outros bichos receberam nomes até poéticos: andorinha, ovelha, colibri, borboleta, golfinho, vaga-lume. Por que logo o cão tinha que ter esse nominho que parece xingamento?
Porém eu queria falar era de outra coisa, mais uma vez aproveitando uma dica do amigo Kaltoé, o craque do desenho. Ele sugeriu: “Faça uma crônica sobre a perda de animaizinhos de estimação. Todo mundo tem ou já teve um”. De pronto me lembrei do Rex. Vou contar.
Vivi na roça até os 8 anos, quando me mudaram para a cidade (São Fidélis-RJ) a fim de continuar os estudos iniciados numa escolinha rural. Fui morar com um irmão mais velho e três irmãs. Na roça eu tinha dois cachorros: um grande, chamado Combate, e um pequeno, Rex. Queria porque queria levar os dois comigo para a cidade. Meu pai, com paciência, me convenceu de que o cachorro grande não se adaptaria: acostumado à plena liberdade, com espaço à vontade para correr, bagunçar, caçar preás, ele sofreria demais se fosse confinado num quintal. Acabei concordando. Levei apenas o pequeno Rex.
Estava indo tudo bem, até que chegou o dia da festa do padroeiro. Conforme a tradição, a cidade foi despertada às 5 da manhã pelo desfile de alvorada da banda de música. Em meio ao alegre retumbar das tubas, tambores e trombones, pipocava um estonteante foguetório. Pra quê?… Apavorado ante aquele barulhão todo, o cachorrinho Rex, criado no sossego da roça ao som de pássaros, grilos e cigarras, começou a latir sem cessar, até que achou um buraco na cerca e se mandou na maior disparada. Até hoje não sei onde foi parar. Só sei que chorei por mais de uma semana e jurei nunca mais ter outro animal em casa.
Jurei mas não cumpri. Quando vim para Maringá morei durante alguns anos numa casa com quintal. Um dia um amigo me perguntou se eu aceitaria de presente um filhote de cachorro. Lucilla e eu pensamos bem, aceitamos. Demos-lhe o nome de King. Cresceu rápido, virou um baita cachorrão. Depois apareceu uma cachorrinha vira-lata. Demos comida a ela, a bichinha não quis mais ir embora. Para combinar com o King, demos-lhe o nome de Konga.
Numa certa manhã Konga resolveu brincar na rua em frente, passou um carro e ela foi atropelada. Corri, peguei no colo. Perna quebrada. Levei à loja veterinária do Astolfo Castanheira, ele engessou, garantiu que não era coisa grave. De fato não era. King e Konga ficaram conosco enquanto viveram. Deixaram saudade. Prometi de novo que nunca mais teria animal de estimação. Dessa vez cumpri.
Kaltoé tem razão. Perder um animalzinho querido é muito triste. Dói demais.
Melhor parar a conversa aqui.
(Crônica publicada no Jornal do Povo em 17.10.2024)
Fonte: Texto enviado pelo autor
Vereda da Poesia = 144 =
Nota do editor:
A partir do número 146, a imagem que abre a vereda da poesia será com uma trova premiada nos Concursos do Blog.
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Soneto de
LUIZ POETA
Rio de Janeiro/RJ
Afetos de menino
Em todas vezes que eu vivi... eu fui criança...
sobrevivi... e sobrevivo... até então,
do mesmo amor que reconstrói meu coração,
quando ele teima em se perder da esperança.
Lembranças boas são saudades... a constância
que me desvia da aspereza desse mundo
o faz com que eu voe na ternura de um segundo
para bem longe da mentira e da arrogância.
Ingenuidade, inocência, sonhos, risos
afetuosos para quem sequer merece
são minhas marcas indeléveis... pueris…
... e embora diante dos que não mostrem seus guizos...
sempre propenso a crer no amor que me apetece,
construo afetos... de menino... e sou feliz.
= = = = = =
Trova de
ZAÉ JÚNIOR
Botucatu/SP, 1929 – 2020, São Paulo/SP
Entre as flores volto ao beco
do sobrado em que moraste;
na janela um vaso seco,
sinal… de que não voltaste!
= = = = = =
Poema de
DANIEL MAURÍCIO
Curitiba/PR
Meu amor
eternamente
envelopado
acho
que o carteiro
esqueceu
de entregar.
= = = = = =
Trova Premiada de
RENATA PACCOLA
São Paulo/SP
De paixão mal acabada
guardei as recordações
numa página rasgada
de um bloco de anotações.
= = = = = =
Poema de
VANICE ZIMERMAN
Curitiba/PR
Flutuam as taças...
Noite fria,
O castelo em silêncio -
Na sala com o piso de pedras
Há sensação de saudade:
Dos sons do piano e dos passos,
E, as cadeiras permanecem vazias
Sobre a mesa,
Entre os candelabros - pontes de teias
E ao lado de umas das três taças de prata
A chave quebrada...
A toalha branca, suavemente tingida
Em sintonia
Com algumas gotas de vinho...
Depois da meia-noite,
Percebe-se
Que as velas despertam,
Em tons de amarelo
E, no espelho da sala
Os reflexos das taças surgem -
Aproximam-se para brindar
Mas, misteriosamente
As mãos que as seguram
Não aparecem no espelho,
Enquanto as pétalas da rosa azul
Do poema anterior
Aconchegam-se à chave quebrada...
= = = = = =
Fábula em Versos
adaptada dos Contos e Lendas da África
JOSÉ FELDMAN
Campo Mourão/PR
A Menina e o Elefante
Uma menina travessa, no campo a brincar,
encontrou um elefante, que estava a chorar.
“Por que estás tão triste, amigo elefante?”
“O homem me caça, e o futuro é horripilante.”
A menina, firme, decidiu ajudar,
com coragem no coração, não ia hesitar.
Juntos partiram, para lá longe, na cidade,
a menina gritou: “Vamos parar essa insanidade!”
Com astúcia e bravura, alertaram a nação,
e os caçadores mudaram, por sua ação.
O elefante agradeceu, com um toque gentil,
e a menina sorriu, seu coração era sutil.
A coragem em defesa dos fracos não é em vão,
uma voz pode mudar o mundo, trazendo compaixão.
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Trova Popular
Rouxinol canta de noite,
de manhã a cotovia;
todos cantam, só eu choro
toda a noite e todo o dia!
= = = = = =
Soneto de
JERSON BRITO
Porto Velho/RO
Bálsamo
Pelas insípidas tardes vagueio
Acinzentado, o jardim m'entristece
Dos rouxinóis não mais ouço o gorjeio
Nada mais brilha... Minh' alma fenece
De fel e dor, asseguro, estou cheio
Um brado ecoa, plangente, qual prece
O sentimento sufoca, alardeio:
"Ah, se teus beijos de novo tivesse..."
Envolto em manto espinhoso reclamo
Aqueles sons, vesperal sinfonia
Aquelas cores prazentes, vivazes
Oh, meu amor, quanta falta me fazes!
Só tu dissipas ess' acre agonia
Contigo é certo que o peito balsamo
= = = = = =
Trova de
JOÃO FREIRE FILHO
Rio de Janeiro/RJ (1941 – 2012)
Quando um príncipe encantado
partiu contigo, risonho,
eu vi meu sonho levado
pelo encanto de outro sonho!...
= = = = = =
Poema de
GONÇALVES DIAS
Caxias/MA, 1823 – 1864, Guimarães/MA
Doce amor
Doce Amor — a sorrir-se brandamente
Em sonhos me falou com tal brandura,
Que eu só de o escutar vida mais pura
Senti coar-me n'alma fundamente.
Depois tornou-se o tredo fogo ardente
Que o instante, o ano, a vida me tortura.
Bem longe de gozar tanta ventura,
Cresta-me o rosto agora o pranto quente.
Homem, se homem és no sentimento,
Não zombes, não, de mim tão desditosa,
Nem seja o teu alívio o meu tormento.
Deixa-me a teus pés cair chorosa,
Soltar no extremo pranto o extremo alento,
Que eu morrendo a teus pés serei ditosa.
= = = = = =
Trova de
JAIME PINA
São Paulo/SP
Busco, às vezes, na memória,
momentos de paz e alento...
E encontro instantes de glória
caídos no esquecimento.
= = = = = =
Soneto de
AMILTON MACIEL MONTEIRO
São José dos Campos/SP
Estro perdido
Quem encontrar algum estro perdido,
me conte por favor, que irei buscá-lo;
pois deve ser o meu, que anda sumido,
feito coisa que foge pelo ralo.
Ele é fácil de ser reconhecido;
só basta vê-lo e ouvi-lo e num estalo,
os trejeitos e a voz desse bandido
vão logo denunciar de quem eu falo:
A sua timidez é inconfundível,
o seu cantar é bem desafinado
e seus poemas têm cadência horrível...
Mas assim mesmo prende o meu amor,
como um milagre a ser inda explicado...
E sem meu estro, eu morro em meio à dor!
= = = = = =
Trova do
Príncipe dos Trovadores
LUIZ OTÁVIO
Rio de Janeiro/RJ, 1916 – 1977, Santos/SP
Às vezes, tenho pensado
que a nostalgia é, somente,
desejo de que o Passado
seja, de novo, Presente...
= = = = = =
Soneto de
FLORBELA ESPANCA
Vila Viçosa, 1894 – 1930, Matosinhos
Errante
Meu coração da cor dos rubros vinhos
Rasga a mortalha do meu peito brando
E vai fugindo, e tonto vai andando
A perder-se nas brumas dos caminhos.
Meu coração o místico profeta,
O paladino audaz da desventura,
Que sonha ser um santo e um poeta,
Vai procurar o Paço da Ventura…
Meu coração não chega lá decerto…
Não conhece o caminho nem o trilho,
Nem há memória desse sítio incerto…
Eu tecerei uns sonhos irreais…
Como essa mãe que viu partir o filho,
Como esse filho que não voltou mais!
= = = = = =
Trova Funerária Cigana
Dorme, dorme, meu bom pai,
descansa onde a estrela brilha,
que ao trono de Deus irão
as preces de tua filha.
= = = = = =
Spina de
SOLANGE COLOMBARA
São Paulo / SP
Reencontro
Suspiros ao vento
traduzem a calma
do achado perfeito.
Gaivotas assistem um lindo deleito,
o sol deslizando devagarinho pelos
braços do horizonte, sensível afeito.
No abraço matutino engrandece, as
andorinhas tímidas, saúdam o feito.
= = = = = =
Trova Humorística de
ANTONIO CARLOS TEIXEIRA PINTO
Niterói/RJ
Enfrentando a escuridão
eu li, à luz de lanterna,
que o beco não dava mão.
Mas... como! Dava até perna!
= = = = = =
Poema de
ELISA ALDERANI
Ribeirão Preto/SP
Angústia
Não sei de onde vem tanta tristeza
Que sem motivo aperta o coração.
Será lembrança de lágrimas escondidas
Desta inútil talvez fútil razão.
Será o tempo que passou perdido
Esperando um amor que não voltou.
Quem sabe, a procura envelhecida,
Não deu vazão para encontrar alguém.
De onde virá então tanta ansiedade,
Se o coração a tempo está em repouso?
Querendo doar somente ao semelhante
Amor fraterno, refletindo paz.
Inquieto agora insurge e quer gritar?
Encontrar a resposta certa
Para a alma tão dilacerada.
Será culpada a nuvem que desaba
Suas gotas pesadas de repente...
Até voltar um raio de sol que beija
A solidão que gorjeia
Como pássaro fechado na gaiola.
= = = = = =
Trova de
A. A. DE ASSIS
Maringá/PR
Caridade, um gesto nobre
que faz os próprios ateus
sentirem que "dar ao pobre
é como emprestar a Deus".
= = = = = =
Soneto de
FILEMON MARTINS
São Paulo/SP
Velho mar
Nasci longe do mar, mas seduzido
por seu fascínio belo, encantador,
fico ouvindo, na praia, o seu gemido
e os madrigais de um velho pescador.
Mas às vezes me sinto assim perdido
como um barco singrando sem motor,
ouço as ondas num grito dolorido,
uma angústia que cala a própria dor.
Vejo, da praia, a imensidão do mar,
as ondas que o rochedo vêm beijar,
depois, voltam serenas sem rancor.
Cada onda que vem morrer na praia,
parece a minha vida que desmaia
ao pensar em perder o teu amor.
= = = = = =
Poetrix de
SUELY BRAGA
Osório/RS
Viver
Vive com fé o presente,
pois o futuro é uma incógnita.
e o passado já ficou ausente.
= = = = = =
Soneto de
JOSÉ XAVIER BORGES JUNIOR
São Paulo/SP
Mágoas de amor
Não pense que eu seria indiferente
a tudo quanto tu representaste.
Teu Ser sempre será onipresente
No pouco que ficou do que levaste.
Levaste quase tudo, e em minha frente
espessam-se as brumas que causaste.
De tudo o que ficou resta somente
farrapos de um amor, que abandonaste.
Buscando-te no tempo, sigo o sonho
nas asas vacilantes da esperança,
que a ti meu coração cantando ata.
E assim, o coração a ti deponho
rendendo-me à tua mais cruel vingança:
a mágoa que me salva é a que me mata…
= = = = = =
Trova Humorística de
THEREZINHA DIEGUEZ BRISOLLA
São Paulo/ SP
Passa o efeito do remédio
e o velho, sem jeito, avisa:
- Demorou demais o assédio
e o – furacão- virou "brisa"!
= = = = = =
Poema de
FERNANDO PESSOA
Lisboa/Portugal, 1888 – 1935
Vendaval
Ó vento do norte, tão fundo e tão frio,
Não achas, soprando por tanta solidão,
Deserto, penhasco, coval mais vazio
Que o meu coração!
Indômita praia, que a raiva do oceano
Faz louco lugar, caverna sem fim,
Não são tão deixados do alegre e do humano
Como a alma que há em mim!
Mas dura planície, praia atra em fereza,
Só têm a tristeza que a gente lhes vê
E nisto que em mim é vácuo e tristeza
É o visto o que vê.
Ah, mágoa de ter consciência da vida!
Tu, vento do norte, teimoso, iracundo,
Que rasgas os robles — teu pulso divida
Minh'alma do mundo!
Ah, se, como levas as folhas e a areia,
A alma que tenho pudesses levar -
Fosse pr'onde fosse, pra longe da ideia
De eu ter que pensar!
Abismo da noite, da chuva, do vento,
Mar torvo do caos que parece volver -
Porque é que não entras no meu pensamento
Para ele morrer?
Horror de ser sempre com vida a consciência!
Horror de sentir a alma sempre a pensar!
Arranca-me, é vento; do chão da existência,
De ser um lugar!
E, pela alta noite que fazes mais'scura,
Pelo caos furioso que crias no mundo,
Dissolve em areia esta minha amargura,
Meu tédio profundo.
E contra as vidraças dos que há que têm lares,
Telhados daqueles que têm razão,
Atira, já pária desfeito dos ares,
O meu coração!
Meu coração triste, meu coração ermo,
Tornado a substância dispersa e negada
Do vento sem forma, da noite sem termo,
Do abismo e do nada!
= = = = = =
Trova da
Princesa dos Trovadores
CAROLINA RAMOS
Santos/SP
Os ponteiros marcham lento,
mais um ano que se acaba
- pede PAZ meu pensamento,
para um mundo que desaba!
= = = = = =
Hino de
Amajari/RR
No extremo norte do Brasil
Surge opulenta
Terra querida Amajari
És o primeiro imponente e altaneiro
Força, Varonil, nunca se viu; Vila Brasil.
Os teus heróis e ancestrais que escreveram
As páginas da tua história,
Algo vistoso o que lhe é peculiar
Cheio de lutas e vitórias.
e na vanguarda tu deves ir
preeminente és Amajari
Amajari, rio Parimé
Ereu, Santa Rosa, Tiporém
Tuas palmeiras; proteção.
Aos aborígenes, irmãos.
Teu campo é um referencial da pecuária
Minérios e beleza têm,
No Paiva, Tepequém
A tua fauna abriga o tamanduá
Tua flora, pau-rainha e variedades,
Em Maraça para a posteridade.
Na sinfonia dos teus pássaros que lindo ouvir!
O belo canto do bem-te-vi,
Tens em teu nome a conjugação do verbo amar
Quem te vê, te ama e não esqueceu de ti.
Amajari
= = = = = =
Trova de
WAGNER MARQUES LOPES
Pedro Leopoldo/MG
Buganvílias em floradas,
junto ao muro do quintal.
Presença da passarada.
Primavera triunfal!
= = = = = =
Soneto de
FRANCISCA JÚLIA
(Francisca Júlia da Silva Munster)
Eldorado/SP (antiga Xiririca) 1874 – 1920, São Paulo/SP
A um artista
Mergulha o teu olhar de fino colarista
No azul: medita um pouco, e escreve; um nada quase:
Um trecho só de prosa, uma estrofe, uma frase
Que patenteie a mão de um requintado artista.
Escreve! Molha a pena, o leve estilo enrista!
Pinta um canto do céu, uma nuvem de gaze
Solta, brilhante ao sol; e que a alma se te vaze
Na cópia dessa luz que nos deslumbra a vista.
Escreve!... Um céu ostenta o matiz da selagem
Onde erra o sol, moroso, entre vapores brancos,
Irisando, ao de leve, o verde da paisagem...
Uma ave banha ao sol o esplêndido plumacho...
Num recanto de bosque, a lamber os barrancos,
Espumeja em cachões uma cachoeira embaixo...
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Trova Premiada de
RITA MARCIANO MOURÃO
Ribeirão Preto/SP
Neste teatro que há em mim,
do meu papel não lamento.
Sem saber qual é meu fim
enceno o final que invento.
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José Feldman (Mini-contos) 6 –> 10
Durante um passeio no parque, Beatriz avistou um rapaz sentado, sozinho. O olhar dele refletia tristeza, mas ela sentiu uma conexão. Aproximou-se e ofereceu um sorriso. Eles começaram a conversar sobre livros e sonhos. Com o passar do tempo, uma amizade inesperada floresceu. Juntos, descobriram que a solidão pode ser vencida com um simples gesto de carinho.
O Último Trem
Na estação deserta, o último trem apitou. Marcos aguardava, sentindo o peso da solidão. Ao seu lado, uma senhora idosa observava a mesma cena. Eles trocaram sorrisos tímidos, e, em um instante, a conexão se formou. A conversa fluiu, e o tempo passou, esquecendo a tristeza. Quando o trem chegou, ambos embarcaram, levando consigo um pouco da luz do outro.
A Casa Vazia
A casa de Marcondes ecoava com tantas lembranças. Cada cômodo guardava risos e histórias do tempo de uma família unida. Mas agora, o silêncio era ensurdecedor. Ele olhou para as fotos na parede, sentindo o vazio do abandono. Um dia, decidiu organizar um jantar, convidando velhos amigos. A casa voltou a vibrar com risos, e a luz voltou a brilhar na casa da solidão.
O Livro Esquecido
Em uma prateleira empoeirada, havia um livro esquecido. Carina o pegou e começou a folhear suas páginas. As palavras pareciam dançar na sua frente. Cada história a transportava para mundos distantes, fazendo com que se esquecesse da solidão. Decidiu então compartilhar essas histórias em um clube de leitura. Com cada reunião, novos laços se formaram. O livro, que antes era só um objeto, tornou-se a ponte para novas amizades.
O Último Dia de Verão
O verão chegava ao fim, e com ele, a alegria das férias. Mirna sentou-se na areia, observando o pôr do sol. O mar refletia seu estado de espírito: sereno, mas melancólico. Ao seu lado, crianças brincavam, mas ela se sentia distante. Um garoto se aproximou e ofereceu uma pá para construir um castelo de areia. Juntos, construíram algo belo. Naquele momento, Mirna percebeu que a felicidade pode renascer mesmo nas despedidas.
Fonte: José Feldman. Labirintos da vida. Maringá/PR: IA Poe. Biblioteca Voo da Gralha Azul.
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Recordando Velhas Canções (Balada Triste)
(samba-canção, 1956)
Compositor: Dalton Vogeler e Esdras Silva
Balada triste
Que me faz
Lembrar alguém
Alguém que existe
E que outrora
Foi meu bem
Balada triste
Melodia do meu drama
Esse alguém já não me ama
Esqueceu você também
Não há mais nada
Foi um sonho
Que passou
Triste balada
Só você me acompanhou
Fica comigo !
Velha amiga, companheira
Quero cantar-te a vida inteira
Prá lembrar o que passou...
A Melancolia de um Amor Perdido em 'Balada Triste'
A música 'Balada Triste', é uma profunda reflexão sobre a dor e a saudade de um amor que se foi. A letra começa com a evocação de uma balada triste que traz à memória alguém especial, alguém que um dia foi muito amado. Essa pessoa, que antes era o centro do afeto do eu lírico, agora não está mais presente, e a melodia triste serve como um lembrete constante dessa ausência.
A canção é permeada por um sentimento de desilusão e resignação. O eu lírico reconhece que o amor que um dia existiu não mais o acompanha, e que a pessoa amada também o esqueceu. A repetição da frase 'não há mais nada' reforça a ideia de que tudo o que restou é a lembrança dolorosa de um sonho que acabou. A balada, descrita como uma velha amiga e companheira, é a única coisa que permanece, servindo como um consolo melancólico para o eu lírico.
A música é uma ode à memória de um amor perdido, e a decisão de cantar essa balada 'a vida inteira' mostra a profundidade do impacto que essa relação teve. A 'Balada Triste' não é apenas uma canção sobre a perda, mas também sobre a aceitação e a convivência com a dor, transformando-a em uma companheira constante.
Ângela Maria fazia uma temporada em Buenos Aires quando conheceu a canção “Balada Triste” por intermédio de seu acompanhador, o violonista Manoel da Conceição. Decidida a gravá-la o quanto antes, apressou-se em obter a permissão do autor, Dalton Vogeler, baixista do conjunto de Valdir Calmon, por coincidência, na ocasião, também em temporada na capital argentina. Daí resultou o duplo lançamento da composição — que já havia sido entregue a Agostinho dos Santos —, alcançando ambas as gravações o maior sucesso.
Bem de acordo com o título, “Balada Triste” é uma pungente canção de amor com versos e melodia impregnados de tristeza. Sem ser plágio, reproduz o clima da “Serenata” (Stãndchen) de Schubert, citada, aliás, no prólogo das gravações iniciais.
Fontes:
Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello. A Canção no Tempo - Vol.2.
https://www.letras.mus.br/agostinho-dos-santos/479709/significado.html
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