domingo, 25 de janeiro de 2015

Antonio Manoel Abreu Sardenberg (Soneto, Poesia e Trovas)




Aurora Desbotada
Antonio Manoel Abreu Sardenberg
São Fidélis “Cidade Poema”

Desperta a aurora fria e desbotada,
Em mais um dia que precede o fim,
E essa minha alma frágil e tão cansada,
Já não suporta a dor que dói em mim.

A noite avança, rompe a madrugada,
Eu já não sinto o aroma do jasmim
Que andava no meu quarto e na sacada
E perfumava todo o meu jardim.

Dia morto... noite morta... tudo é nada...
Viver só por viver não me consola
Se a aurora só é bela colorida.

Sinto que irei sem ti nessa jornada,
E a suportar a angústia que me assola,
Prefiro não viver - isso não é vida!

Diálogo do Silêncio
Astir’Carr
São Paulo

Olhar cravado no infinito neste céu azul de nuvens escasso
vazio da parede nua perscruto no calor deste deserto
vivo o silêncio de você, e o calor imenso não responde
Nesse parto de solidão, sufoca-me o que parece transição
não há dor ou lágrima. Há um amor eterno em solidão
Tomo sua mão envelhecida, sinto minha mão em sua mão
afago seu cabelo grisalho, embranquecidos pelo tempo na saudade
beijo sua boca ardente, lábios trêmulos de tanta ansiedade
abraço seu abraço terno. Que quase esqueceram o que é abraço.

Não há queixa na voz, só saudade no coração
que chama seu nome no escuro. Minha voz se perde na distância
Há apenas esse ardor amante nas lembranças doces da minha vida
de ser agora e sempre, o maior amor da minha existência
de ser a primeira novamente: no filme que se repete diariamente
de ser a marca do seu traço, quando tudo começou no primeiro abraço
o passo do seu caminho; meu caminho com seus passos
de ser o desejo forte de uma magia que escasseia
que afoga meu peito de um olhar, de um meneio.

Olhar cravado no imponderável pois assim de olhos fechados o vejo
silêncio na parede nua, na flor branca e simples que o representa
meu peito, seu apoio, meu sonho, minha esperança
meu braço, seu amparo, a luz final neste túnel escuro
seu abandono impotente para transpor tamanha solidão
minha esperança rogo que nossas pegadas continuem juntas

Não exatamente perdida mas unidas na nossa esperança
mas desgarrada num desespero de retomada
de razões, da paixão maior da minha vida
motivos, tenho todos para gritar te amo
alentos.. na esperança que não morre
vivo o silêncio de você! vivo o silêncio de você.

Trovas
Todas as trovas aqui apresentadas foram extraídas da Revista Virtual Trovia
Coordenada pelo grande trovador A.A. de Assis
Revista virtual de trovas
Ano 13 – n. 152 – Agosto de 2012

Dentre os bens que o filho espera
receber por transmissão,
tesouro nenhum supera
o exemplo que os pais lhe dão.
A. A. de Assis - PR

Praia... Sentado na areia,
sem nuvens de tempestade,
enquanto a mente vagueia
alguém chora de saudade!
Diamantino Ferreira – RJ

Na gaveta do meu peito
tranquei a dor da saudade,
para ela saber direito...
o que é sofrer de verdade!
Ademar Macedo – RN

Mamãe, tua idade avança
e eu, triste, não me consolo,
porque sou sempre a criança
que precisa do teu colo!...
Maria Nascimento – RJ

Criança não é brinquedo,
é inocente criatura;
se às vezes ela tem medo,
é por falta de ternura.
Neiva Fernandes – RJ

Vivo em constante conflito,
entre o delírio e a razão:
– meu sonho alcança o infinito...
meus pés... tropeçam no chão.
Elisabeth Souza Cruz – RJ

Em vez de mel, chocolate,
restou-me um outro sabor:
nos meus lábios, mertiolate
"curando" beijos de amor...
Jeanette De Cnop – PR

Fonte:
O Autor

Nenhum comentário: