sábado, 14 de outubro de 2017

Francisco José Pessoa (Buquê de Trovas)


As pedras em mim lançadas
podem ferir tal espinho,
mas formarão as estradas
para eu seguir meu caminho.

A violência que consome 
pouco a pouco nosso irmão, 
é o prato seco da fome 
no banquete da ambição.

Corre o tempo sem demora
tal qual o rio que flui...
quando eu disser: "vou agora",
na realidade, já fui!

Fazes da vida um poema
desses assim como eu faço,
e verás, nenhuma algema
é mais forte que um abraço.

Meu desvelo é de tal monta
por te querer tanto assim...
Às vezes nem me dou conta
que gosto um pouco de mim

Namoro sim, com as estrelas,
na relva do meu jardim...
Abraço-as, beijo-as, sem tê-las,
mas elas piscam pra mim.

Nossa justiça se entrega
nos desvãos dos tribunais...
Para os pobres ela é cega,
para os ricos vê demais!

Os meus amigos são tantos
de uma bondade sem fim,
que não preciso ter prantos,
pois ele choram por mim.

São nos meus sonhos, querida, 
em noite de grande lua, 
que a minha sombra despida 
se veste com a sombra tua.

Tendo a crença como apoio 
não desanimo jamais... 
nem dou conta que tem joio 
crescendo nos meus trigais!!!

Fonte: O Autor

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