sexta-feira, 6 de julho de 2012

Ógui Lourenço Mauri (Caderno de Poesias)

AH!... O CARNAVAL DE OUTRORA!

Tenho saudade do antigo Carnaval...
Quem dera poder viver tudo de novo
Sem o engodo da intervenção oficial,
Tudo sob a espontaneidade do povo!

Como era gostoso ver a multidão
Botando pra fora os males do ano inteiro,
Alheia aos esquemas da televisão,
Farta alegria, sem pensar em dinheiro.

"Passarela do Samba" não existia...
Não era importante sambar pra turistas.
Que pena!... Tudo está mudado hoje em dia, 
Carnaval virou um desfile de artistas!...

Qual a graça de cantar o samba-enredo
Lendo os versos distribuídos na hora?
O "folião" é tratado qual brinquedo...
Ah!... Que saudade das marchinhas de outrora!

Queria tanto brincar com minha amada 
Sem me ajustar a essa tal metamorfose...
Abraçados, na avenida iluminada;
De todos, pois, a "Praça da Apoteose".

AMOR AO SOM DA CACHOEIRA

Numa suíte ao lado das cataratas...
Do janelão, linda vista panorâmica.
Céu estrelado, lua cheia entre as matas,
Cama convidativa, artes de cerâmica.

Só mesmo o local inovou na rotina...
"Dia dos Namorados" em nada altera.
Nós o temos com a proteção divina,
Ocorre todos os dias, sem espera.

Foi Eros quem fez cruzar nossos destinos,
Milagre de um amor mantido a poesias.
Vivemos a trocar versos repentinos,
Somos namorados de todos os dias.

Junto às cataratas, porém, foi incrível...
Nossas vestes aos poucos abandonadas,
Mútuos desejos ultrapassando o nível
E explosões de prazer enfim alcançadas.

Após o amor, muitos beijos e carícias,
Revelações de sonhos de vida a dois.
Envolvimento total nessas delícias,
Sono reconfortante vindo depois.

INESQUECÍVEL

Um momento a dois que não me sai da mente!
De um amor eterno, o ponto de partida.
De duas almas, recomeço de vida.
De dois sonhos, desembarque no presente.

Inesquecível... te ver à minha espera!
Explica-me de que estrela tu vieste,
De quem herdaste esta magia inconteste,
Eis que na arte de amar ninguém te supera.

Inesquecível... tocar tua nudez!
Aos ouvidos, sussurros de rouxinóis.
Momentos a dois, dividindo os lençóis,
As delícias do amor na primeira vez.

Inesquecível... quando à hora melhor,
Senti os traços de tua anatomia.
Fui às nuvens, face à nossa sinergia,
De dois corpos bem molhados de suor.

Olvidar-me disso tudo é impossível,
Um encontro sublime que só Deus viu.
Foi assim que nossa paixão explodiu...
Foi uma noite de amor... Inesquecível!

SIMPLES MIRAGEM

Agora sei que os traços em minha face
Marcam aonde meus sorrisos chegavam.
Atestam os estragos de um desenlace
De dois sonhadores que tanto se amavam.

Provocado por seus versos atraentes,
Via-me no céu quando estava com ela.
Seus gestos tão dela eram tão diferentes,
Talvez só por isso deixaram sequela.

Que pena! Somente agora me dei conta
De que meu estro foi além do plausível.
Quem ama é cego e não raro se defronta
Com as amarras de um amor impossível.

Julgava-me feliz pro resto da vida,
Com as delícias de nossa convivência.
Tal expectativa se fez esvaída,
Dando lugar à mais rude consequência.

Por que o tão concreto virou abstrato?
Por que a felicidade só de passagem?
Que drama mais triste no último ato!...
O sonho não passou de simples miragem!

A MÚSICA DE MINHA VIDA

Eros, o deus do amor, plasmou minha vida
Quando, ao acaso, eu escutava contigo
Linda música que lembra uma bebida...
Fez de mim teu homem, no lugar de amigo!

Como enleva aquela noite relembrar!
Reviver a música de minha vida...
Voltar àquela amizade singular,
Então repleta de paixão recolhida.

A tal música nos pôs em sintonia!...
E os corações batendo à mesma frequência.
Paixão intensa a partir daquele dia
E palavras de amor com mais eloquência.

Foi tudo tão natural e de relance.
Brindamos com champanhe, a nosso critério.
A simples amizade virou romance
E o nada se transformou em caso sério.

Sei que foi algo que só Eros decreta,
Dádiva que rompeu minha solidão;
Chegou-me, assim, a alma gêmea completa,
Que se alojou de vez em meu coração.

SOLITÁRIOS PASSOS

Para mim, és agasalho das Alturas,
Que me chegou à metade do caminho.
Contigo, sei que não estarei sozinho,
Face à cumplicidade nas horas duras.

Com teus olhos, reergueste minha autoestima,
A mando dEle, na raia tu entraste.
De minha vida, foste tu o guindaste
Que, por Deus, fez eu dar a volta por cima.

Estar só, hoje não passa de lembrança.
Meus solitários passos foram de vez.
No mar bravio, em que o tempo se refez.
Depois da tempestade, veio a bonança.

Foste o bálsamo para minha ferida,
Que surgira de meus passos solitários.
Tu trouxeste os ingredientes necessários
Ao nosso amor, em retomada de vida.

Sinto mais um anjo do que uma mulher,
Em teu aconchego, que igual nunca vi.
Dos solitários passos antes de ti,
Não tenho saudade, um tiquinho sequer…

GESTOS E PALAVRAS

Gesto é um termo de duas definições:
Dá, a primeira, ideia de movimento,
Enquanto a segunda tem por fundamento
O brilho e enlevo de certas ações.

Temos na palavra a exteriorização
Do que nosso íntimo deixa vazar.
A palavra é instrumento singular,
Algo refratário ou de aproximação.

Teus gestos e palavras lembram poesias
Exclusivas das aptidões femininas.
Parecem versos de rimas repentinas,
Que atiçam meus desejos e fantasias.

Sabes usar esses dons com maestria,
És mulher inteligente e resoluta.
Em todas as batalhas, ganhas a luta;
No amor e nas lides de todos os dias.

Sou vidrado em tua poesia e lucidez...
No visco de teus traquejos, me prendi;
Teus gestos humanos, eu sempre aplaudi
E às tuas palavras, entreguei-me de vez.

DOCE SAUDADE

Quando leio teus versos tão sensuais,
Com pitadas de uma fêmea provocante,
Sou tomado do impulso de querer mais,
Ganas de eu estar contigo a todo instante.

Uma doce saudade me vem à mente,
Recordações fazem meu sangue ferver.
Frustrado, vejo que não estás presente
E que tudo que eu quero não pode ser.

Vem-me à lembrança nossa alcova de amor,
De quando nos encontramos, afinal.
Paixões incontidas no seu esplendor,
Enlevos a dois, numa entrega total.

Doce saudade de teu lindo sorriso,
De teus cabelos sedosos, cor de mel;
Detalhes que afetam meu frágil juízo,
Que não suporta esta distância cruel.

Hoje, sou dependente de tua poesia.
Ela é a fonte desta doce saudade.
Sentimento que se aflora a cada dia,
Num sonho só, preso na felicidade.


Fonte:

Ógui Lourenço Mauri (1942)


Nasceu em Irapuã (SP), pacata cidade nas proximidades de São José do Rio Preto (SP) a 10  de agosto de 1942. Vive atualmente em Catanduva (SP), para onde transferiu residência, ainda adolescente, para dar prosseguimento aos estudos. 

Mais tarde, deixou a cidade por alguns anos para se realizar profissionalmente. Retornou em 1992; não sabe dizer, porém, se definitivamente. É formado em Contabilidade e Administração de Empresas, fez carreira no Banco do Brasil S.A., onde ingressou, em 1964, por concurso público, e ali se aposentou como Gerente Geral de Agência. 

Como bancário, exerceu paralelamente, durante vários anos e em horário noturno, a atividade de Professor de Contabilidade, Estatística e Língua Portuguesa. 

Talvez pelo fato de dar aulas de Português, sempre se interessou pela leitura de bons livros, revelando, inclusive, certa aptidão para a crítica literária. 

Com o advento da Internet e graças ao incentivo de poetas como Marilena Trujillo (brasileira) e Alberto Peyrano (argentino), passei a escrever poemas.

Não pensa em editar livros. Tem firmes propósitos, porém, de aproveitar suas atividades na Internet -- escrevendo poesias e intercambiando idéias -- para promover a amizade sadia entre os povos e, ainda, ampliar a bagagem cultural; tanto a sua como a de seus amigos. 

Tem sido jurado permanente em "A Grande Chance", site de concursos literários de âmbito internacional.

Tem um livro virtual ("e-book") publicado: "Janela da Vida".

Fontes:
http://www.nadirdonofrio.com/biografia_oguimauri/biografia_oguimauri.htm
http://www.ligia.tomarchio.nom.br/ligia_amigos_ogui.htm

Doze em Ritmo de Sextilhas (Parte 7)


145 - Assis
Por falar em muito amor,
vem vindo o dia do Pai.
Do meu, do vosso, de todos,
lembrai, meu irmão, lembrai.
Lembrai bem mais os já idos
e por eles sempre orai.

146 – Delcy
Da lembrança não me sai,
a tua triste partida,
que, em cada Dia dos Pais,
é, por mim, bem mais sentida...
Eu falo, meu pai, de ti
a quem devo a minha vida!

147 - Elisabeth
Certamente eu fui movida
pela emoção da saudade,
pois meu pai, meu grande herói,
deixou-me expressa a verdade
de que a vida é uma batalha,
vencida na honestidade! 

148 - Prof. Garcia 
Só quem vive na orfandade 
sabe a dor desta mordaça; 
não tem quem calcule o pranto 
da ausência que a gente abraça; 
saudade de amor ausente 
parece eterna e não passa!

149 - Gislaine
Esse amor, ainda me abraça, 
feito de afetividade,
da esperança que ficou
guardada em mim, é verdade,
pois o amor nunca termina,
e, às vezes, vira saudade!

150 - Helio  
Convivência de amizade 
eu mantive com meu pai. 
Um conselho que me deu 
da minha mente não sai: 
quem trilha a senda do bem 
vence obstáculo  e não cai. 

151 - Milton
Quem tem pai na vida vai
guiado pela verdade.
Pai verdadeiro é uma fonte
jorrando felicidade.
Quando um pai falta ele fica
na lembrança e na saudade.

152 - Ouverney
Eu tenho a felicidade
de saber que a minha rima,
toda engastada na essência
da pura matéria-prima,
veio daquele que agora
se orgulha de mim, lá em cima!...

153 – Tadeu 
Pela fé que nos sublima,
eu convoco, humildemente,
nossos irmãos sextilheiros
a rezar, numa corrente,
pelo irmão ORLANDO BRITO
que está bastante doente.

154 – Thalma
Eu entro nesta corrente
com meu coração contrito...
E apesar de meus pecados,
peço a Deus Pai no Infinito
que nos conceda a alegria
da volta de Orlando Brito.

155 - Vanda
 Pelo grande Pai bendito,
 nosso irmão se recupere!
 E que Deus cure, também,
 tanta dor que a tantos fere...
 Creio que fé e oração
 evitam que o mal prospere.

156 - Zé Lucas
Sua dor também nos fere
no fundo do coração,
e eu, que tão pouco mereço,
ouso, em súplice oração,
pedir a Deus por Orlando
nesta hora de aflição!

157 - Assis
 De todo o meu coração,
caro amigo/irmão Orlando,
sentindo saudades suas
e a Deus por você rezando,
um grande abraço apertado
daqui de lonjão lhe mando.

158 – Delcy
Eu  continuo   rezando
pela  recuperação
do querido Orlando Brito,
amigo  do  coração,
falando  para  Michelle
da minha grande afeição!

159 - Elisabeth
Também faço uma oração
para toda a Humanidade,
na oração de Orlando  Brito...
- Peço a Deus a caridade
de a todos nós proteger
com Seu Manto de Bondade!

160 - Prof. Garcia
Peço a Deus por caridade
esta grandeza suprema:
Receber nossos poetas
no instante da dor extrema,
trocando cada pecado
pelo refrão de um poema!

161 - Gislaine
A poesia é eterno tema
e só nos traz alegria;
quando chegarmos ao céu,
será  nossa companhia.   
Poeta não fica triste,
vive a paz em harmonia!

162 -  Hélio Pedro 
Quem se propõe à poesia 
mantém sempre a mente aberta, 
vive em paz com a natureza 
que em troca tudo lhe oferta, 
até mesmo a inspiração 
quando uma musa o desperta. 

163 - Milton
Nesta vida, sempre alerta,
está o poeta e o escoteiro.
O escoteiro, na hora certa;
o poeta, o tempo inteiro:
alma e mente sempre aberta
para Deus, Seu companheiro...

164 - Ouverney
Quando um novo paradeiro
se vislumbra mais além,
quem leva trova e viola
sabe a energia que tem,
pois, não só Pai, não só Rei,
Deus é Trovador também!

165 - Tadeu
 Eu acredito também
que este Deus que nos conduz
seja um poeta excelente
e nos Seus versos de luz,
quando a tudo deu os nomes,
fez Jesus rimar com cruz!

166 – Thalma
Também poeta é Jesus
- filho de Deus grande esteta, 
que amou de tal modo o mundo 
que fez do Amor sua meta...
E se ele morreu por nós
além de irmão é Poeta. 

167 - Vanda
Falta verve? Deus completa.
A inspiração vem de cima
e traduz todo recado,
quando a musa nos anima.
Ele, o Poeta Maior,
sempre aponta a melhor rima!

 168 - Zé Lucas
O debate está num clima
de perfeita afinidade,
o entendimento é completo
e a alegria nos invade...
Somos doze passarinhos
festejando a liberdade.
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continua…
================
Parte 1 = http://singrandohorizontes.blogspot.com/2012/06/doze-em-ritmo-de-sextilhas-parte-1.html 
Parte 2 = http://singrandohorizontes.blogspot.com/2012/07/doze-em-ritmo-de-sextilhas-parte-2.html 
Parte 3 = http://singrandohorizontes.blogspot.com/2012/07/doze-em-ritmo-de-sextilhas-parte-3.html
Parte 4 = http://singrandohorizontes.blogspot.com/2012/07/doze-em-ritmo-de-sextilhas-parte-4.html
Parte 5 = http://singrandohorizontes.blogspot.com/2012/07/doze-em-ritmo-de-sextilha-parte-5.html
Parte 6 = http://singrandohorizontes.blogspot.com/2012/07/doze-em-ritmo-de-sextilhas-parte-6.html

Fonte: 
Doze em Ritmo de Sextilhas: Debate pela Internet. 20.02.2010 a 22.12.2010., 2012.

Tere Penhabe (Caderno de Poesias)


A CHUVA

A chuva cai
Impiedosa!
Eu precisava do sol
para viver
para sorrir
e ele não veio.
Veio a chuva
em seu lugar
e atrevida
inda me sorri
e pergunta-me:
- Quem é você,
para não me querer?
Eu vou cair
em sua vida
muito tempo ainda
e vou molhar você.
Depois gargalha
e vai embora.
Mas o sol não vem…

A DONA DA HISTORIA

Se naquele dia
a coragem não me faltasse
se contigo eu não me casasse
e se o vento não levasse
tantos sonhos meus e teus... 

Que teria sido
desse destino vencido
que percorremos separados
porém unidos, ligados
pela filha que tivemos...

E depois, muito depois
qual seria a história de nós dois
se naquele carnaval
entre risos e cuba libre
eu tivesse aceitado você de volta...

Se eu pudesse, se soubesse
que serias tão infeliz
quem sabe teria aceito
o teu amor aprendiz
e te ensinado a viver...

Não fui a dona da história
perdoe-me, se puder
você se foi desse mundo
sem nem aprender sorrir
só agora a história eu li...

Que bom seria
se a vida fosse um roteiro
com direito a remanejo
com direito a reversão
história de segunda-mão...

Mas não é.
O escritor desse roteiro
dá o direito de escolha
só que é feita no escuro
ninguém é dono da história.

A LUA E EU

A lua me deixa assim
inquieta
com o mundo nas mãos
o mar ao meu lado
querendo amor e amar. 

Querendo um abraço
que me abraçasse por dentro
aquietasse-me a alma
suavizasse os gritos roucos
do meu coração.

A lua me deixa assim
querendo o calor da sua pele
suas mãos me tocando
seus lábios ao meu alcance
mas eu não tenho.

Posso sentir com intensidade
o silêncio da sua inexistência
uma fera estoura as grades
que embriaga esta  vontade 
que eu tenho de buscar você.

Já não sei quem sou
com passos felinos
esgueiro-me pela vida
procurando o sentido
do que a lua me proporciona.

Vejo-o nos braços de anjos
a embalarem seu sono
coberto de sorrisos mansos
paz e docilidade...
Falta coragem à fera...

Você já foi fera um dia
entenderia?...
O medo me consome
violenta meus sentidos
deita-me ao mar sereno.

Tentáculos do mar me abraçam
como se ele pudesse
fazer-me o que você faria
na volúpia desse momento eu vejo:
não é bem isso que eu queria...

Queria que você fosse o mar
adentrasse a alma e o coração
possuísse meu corpo
tomando-me um pouco
da vida que explode em mim.

Queria os seus beijos quentes
que abrasadores, intrépidos
arrebentassem minhas correntes
libertando-me para sempre
deixando-me voar livre outra vez.

E de repente
a imagem refletida no espelho
parte-se lentamente
cacos de medo se desprendem
lembro-me onde tudo começou...

A lua me deixa assim…

ÁGUA DOCE DO RIO

A água do rio é doce
só até chegar no mar
pois quer queira ou não queira
ele sempre há de chegar.
E ele vem petulante
certo de que irá adoçar
com sua mansidão de longe
toda a violência do mar.
Ao perceber seu engano
se enfurece e quer voltar
mas é sempre muito tarde
a pororoca se dá.
O mar, em contradição
abre os braços e o recebe
no melhor do coração
como o amor que lhe apetece.
Nessa suave união
corpos se banham felizes
sentindo o sal do mar
e a mansidão do aprendiz.
Que sem ter pra onde ir
aceita seu novo destino
vai entrando com carinho
no gigante tão humilde.
Essa magia tão bela
que ao rio, o mar aquartela
vale a pena conhecer.
Sentir na alma e na pele
a carícia inconfundível
de águas doces que se salgam
deixando então de ser rios.

ANTES DA PRIMAVERA

Minh'alma e coração dançam felizes
pelos campos de trigo do outono
mas é também primavera em mim
floresce o nosso jardim...

Desabrocham  nossas primeiras flores...
não estás comigo para a colheita
mas fizeste parte do plantio, esperarei
sei que chegarás algum dia, na praia eu o verei...

Por isso colho atenciosamente cada uma das flores
eu as guardarei com carinho, se precisar
secarei as pétalas em páginas do livro
onde começamos a escrever a nossa vida!

Meus olhos buscam, teimosos, o horizonte
que já haviam abandonado...
nele também floresce, as mais lindas flores
cultivadas na tristeza da tua ausência...

Mas amanhã (que eu sei, haverá de chegar)
elas ainda estarão vivas comigo
e eu poderei te entregar... não demores amor
venha antes da primavera voltar!

ARCO-ÍRIS

Gosto do branco nos meus lençóis
imaculada e ousadamente puros
rude contraste com o qual premeio
o corpo em sonhos de paixão desfeito. 

Gosto do azul, anil ou royal, claros
caminhando na praia em devaneios
na espessa bruma da madrugada,
ouvir as ondas me cantando enleios.

Gosto do verde, que me lembra as matas
onde meu corpo jovem se embrenhava
buscando flores que eu nunca mais vi
 cujo perfume eu nunca me esqueci.

O vermelho, de todas, a minha preferida
relembra-me paixões da minha vida
se não foram tantas, bem que foram lindas
a saudade delas, não chegará ao fim.

Elas lembram alguém forte e tão amado
que me arrancava desse mundo ingrato
impunemente deitados na macia relva
trocávamos sonhos e vida.

Nunca esquecerei, de tão doces beijos…

AOS VERSOS DE UM POETA


Tarde morna... sol abraçando a serra
a sua tão amada serra menina.
Ao longe, um pássaro canta:
bem-te-vi, bem-te-vi, eu bem que te vi... 


É mais que um lamento, quase um grito
incontido, de tristezas feito
nesse canto de harmonia, acontece a alquimia
transformando o triste em belo: perfeito! 


Não chora a ave. Chora a vida pelo que fez
pelo inusitado, fatal e rudemente provocado
o brilho que vê naqueles olhinhos, creia
é só o reflexo dos teus olhos...


Abra suas mãos, que de versos é feita
pois é sempre de versos as mãos de um poeta
deixa que o doce pássaro pouse  sobre elas
passe a cantar a dor, que ele sente também.


Talvez se surpreenda pela compreensão
que abranda-lhe no peito, a dor da missão
e cantarão juntos, o mesmo gorjeio lindo
brilhando seus olhares, como tantas vezes.



Fonte:
http://www.amoremversoeprosa.com/P01poesias.htm

Tere Penhabe (1954)


TEREzinha Aparecida PENHABE Rossignoli, filha de João Penhabe e Eva de Gregório Penhabe, brasileira, viúva, nasceu em  Santa Cruz do Rio Pardo_SP, em 13/12/1954.

Escreve desde os nove anos de idade, incentivada pelo saudoso professor Antonio Raimundo. 

Primeiro poeta a despertar-lhe interesse e inspirações, foi J.G.de Araújo Jorge, através do livro AMO, presente de um grande amigo, também incentivador, Fernando Del Perez, a quem nunca conheceu pessoalmente.

Foi bancária de 1976 a 1995, em cujo período fez o curso de Letras_licenciatura plena concluído em 1986. Durante o curso, recebeu incentivos da professora, poeta e amiga, Zenaide A.Negrão (Guarapuava_PR).

Deixou sua cidade natal em 1999, rumo à Itanhaém, cidade do litoral sul do estado de São Paulo, onde viveu até maio de 2004,  quando transferiu-se para a cidade de Santos, onde vive atualmente.

Em princípio, suas inspirações restringiam-se em exaltações aos sentimentos, principalmente o amor, em versos de poesia livre. Futuramente, com a participação em foruns literários, essa preferência foi ampliada para sonetos, crônicas, contos, mensagens, artigos, críticas e cordel. 

Em 2003, recebeu de presente da sua filha Daniela Penhabe Pires, com colaboração de Fernando Kauffmann Barbosa, um site para divulgação de seus trabalhos na internet, fato esse que lhe rendeu imensas alegrias e incentivos.

Nome utilizado literariamente: TERE PENHABE

Os textos escritos em dialeto regional, assina-os com o pseudônimo de: "Terê das Bêra Mar"

Residência atual: Santos_SP_Brasil

 Home page pessoal: www.amoremversoeprosa.com

 Atualmente possui páginas e participações em vários sites da internet.

 Participações em foruns literários.

 Participações premiadas em concursos literários:

 - I Concurso Paulista de Textos Populares /Abril/1987 (Fundação Educar): Texto: O CIRCO – premiação: 3* lugar

 - Concurso de Poesias - USCEESP/maio/1988 – Poesia: MÃE - premiação: 3* lugar

 - Concurso de Poesias -USCEESP/ outubro/1988 – Tema: Criança - premiação: 3* lugar

 - I Concurso Nacional de Textos Populares - Fundação Educar/novembro/ 1988 -Tema: O Negro na Sociedade Brasileira 

 - X Concurso de Contos e Poemas - Depto de Letras das Faculdades Integradas de Ourinhos – Fundação Educacional Miguel Mofarrej -1991 – 5O LUGAR

- Concurso Nacional de Poesia_Descalvado_SP_2003_Poesia: O Poeta_6* lugar

 - Concurso Internacional de Poesia livre "Sol Vermelho"_2004_Poesia: Se tenho que morrer_17* lugar_Prêmio de publicação 

 _1º Concurso de crônicas e Poesias “Campinas Meu Amor”_Troféu Guilherme de Almeida_categoria crônica_2º lugar adulto. Título do texto: Campinas... meu amor virtual”

 Concursos literários promovidos pela PVL – Ponto de Vista Literatura – na internet:, mediante enquetes abertas a todos os leitores.
25.08.2004_ Poesia: Maldição_1º lugar
26.08.2004_ Prosa: Um OVNI que veio do inferno_1º lugar
04.09.2004_ Prosa: Traição_ 2º lugar
19.09.2004_ Poesia: Desencontros_ 1º lugar
20.09.2004_ Poesia: Flores_2º lugar
01.10.2004_Poesia: Infância na Fazenda_2º lugar
12.10.2004_ Poesia: Perturbação_1º lugar

 Publicações impressas coletivas:
 - Antologias poéticas da Editora SHOGUN ARTE, provenientes de Concursos de poesias “RAIMUNDO CORREA” – Anos de 1983, 1984, 1985 e 1986.
 - Antologias poéticas do “MURAL DE POEMAS DA FACULDADE DE CIÊNCIAS E LETRAS DE GUARAPUAVA-PR
 FALA POETA_Coletânea II_1988_Solidão
 FALA POETA_Coletânea III_1990_Quando a alma da gente se cala/ Solidão
 FALA POETA_Coletânea IV_1992_E por falar em amor / Um poema para você
 FALA POETA_Coletânea V_1993_Carta a Ninguém / E preciso acordar o dia
 - Antologia Poética “MARCAS DO TEMPO V” com os poemas classificados no “Concurso Nacional de Poesia-2003-Descalvado-SP.
 Editora: Biblioteca Pública Municipal “Prof. Gerson Alfio de Marco”-Descalvado-SP_2003_O Poeta
 - Antologia Poética ref.ao concurso internacional de poesia livre "Sol Vermelho"_2004_Editora: Sol Vermelho_Se Tenho que Morrer 
 _REVISTA CULTURAL ZÊNITE_Prosa: Um OVNI que veio do interno- 1º lugar no Concurso PVL_Ponto de Vista Literatura_agosto/2004

 Livros individuais impressos: 
"Amor em verso e prosa - Vol I" ( www.amoremversoeprosa.com/vendas/ )
 E-book (presentes recebidos): "MINHA FILHA" & "ONDAS EM VERSOS" http://www.amoremversoeprosa.com/511ebooks.htm

Fonte:
http://www.recantodasletras.com.br/autor.php?id=8284

Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n. 599)


Uma Trova de Ademar  

Com meus dias já traçados, 
o Deus que nos arquiteta, 
destinou-me dois legados: 
Ser Trovador e Poeta. 
–Ademar Macedo/RN– 

Uma Trova Nacional  

Do destemido ao covarde,
todos nós – crentes e ateus –
iremos ter – cedo ou tarde – 
um longo encontro com Deus.
–Maria Madalena Ferreira/RJ– 

Uma Trova Potiguar  

O pôr-do-sol é a tristeza, 
o choro, a melancolia 
dos olhos da natureza 
chorando a morte do dia. 
–Luis Dutra/RN– 

Uma Trova Premiada  

2011  -  UBT-Natal/RN 
Tema  -  SORTE  -  1º Lugar 

Noite escura, nau perdida,
a morte espreita no atol,
quando a sorte se faz vida
na luz de um velho farol! 
–Francisco José Pessoa/CE– 

...E Suas Trovas Ficaram  

Seca Braba. Ao longe, o grito
do carro de bois gemendo
parece um "ai" longo e aflito
do sertão, que vai morrendo ...
Joubert de Araujo/ES– 

U m a P o e s i a  

Quando é bem feita a magia 
até o mágico se encanta, 
alegre ou emocionante, 
nosso verso se agiganta: 
como é bom quando alguém colhe 
os versos que a gente planta!!! 
–Milton Souza/RS– 

Soneto do Dia  

SECA. 
–Carolina Ramos/SP– 

O sol delira! Abrasa! A terra, exangue, 
abre os lábios sedentos! Sem valia, 
os rios secam, veios nus, sem sangue, 
sugados pelo solo em agonia! 

Pele crestada, passou frouxo e langue, 
o retirante segue… tem, por guia, 
uma esperança de que o céu se zangue, 
lançando sobre a terra a chuva fria! 

Chovesse, voltaria ao mesmo beco, 
que enfrentar a caatinga é seu destino! 
Mas, a chuva não vem… O pranto é seco! 

Reza!… O sol, em delírio, mais abrasa! 
O céu rubro gargalha! E o nordestino 
parte… deixando a própria alma em casa!

Antonio Manoel Abreu Sardenberg (Poesia, Soneto e Trova) v. 6


Delírio
Antonio Manoel Abreu Sardenberg
São Fidélis/RJ - "Cidade Poema"

Aço forjado a fogo,
Cana que virou bagaço,
Carta rejeitada do jogo,
Nó apertado de um laço.

Fera ferida de morte,
Ave presa na gaiola,
Errante, sem tino, sem norte,
Cantador sem ter viola.

Vida sem eira, nem beira,
noite sem brisa a soprar,
fogo brando de fogueira,
peixe morto à beira mar!

Sino sem tanger seu toque,
vontade ardente de ter,
imagem sem foco ou enfoque,
pedra atirada em bodoque,
aprendiz sem aprender.

Passo sem rumo ou espaço,
cena que virou rotina,
fama que virou fracasso,
água parada da tina!

Rio sem leito ao relento,
pipa perdida no ar,
corpo pedindo acalento,
alma louquinha pra amar.

Pelo caminho de teus olhos
Ives Gandra Martins

O recesso intocável de tua alma
Invadi, repentina e mudamente,
Através de momento, cuja palma
Cruzou pelos teus olhos, diferente.

A profundeza longínqua foi semente
Do sucesso que trouxe após a calma.
E a conquista desfeita, docemente,
Conquistou o senhor que hoje te ensalma.

Do assalto não mais resta que o caminho,
Onde, silente, entrei, despercebido,
Cuidando retirar-me por inteiro.

Perdi-me, todavia, e não sozinho
Retomei-o, muito estranho e sem sentido,
De teu recesso eterno prisioneiro.

Ives Gandra Martins: Professor de Direito na Escola de Magistratura do Rio de Janeiro,integrador de bancas de exames universitários,ensaísta, músico e poeta. O poema aqui publicado foi extraído do Livro de Ruth,em homenagem à esposa.

TROVAS 

É tanto o amor que me invade
quando em teus braços estou,
que cada instante é saudade
do instante que já passou! 
Newton Meyer Azevedo/MG 

Amanhece... e a luz dourada,
num leve e sutil açoite,
traça o perfil da alvorada
no rosto negro da noite. 
Aloísio Alves da Costa/CE 

“Não há pão - Comam brioche!",
disse a rainha ao seu povo.
Antes um pão que o deboche,
de preferência... com ovo. 
Diamantino Ferreira / RJ

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Seleção enviada pelo autor