quarta-feira, 20 de junho de 2012

Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n. 577)


 Uma Trova de Ademar

O dia quando se encerra,
ao pedir o sol que ele entre,
causa impressão de que a terra
abriga o “Astro-Rei” no ventre.
–Ademar Macedo/RN–

 Uma Trova Nacional

Ah, por favor, não me peças
promessas, que me pões tonto...
– quem ama não faz promessas,
entrega-se todo... e pronto!
–Antônio Carlos T. Pinto/DF–

 Uma Trova Potiguar

Quanto mais bebida eu ponho,
na taça para esquecê-la...
mais a mulher no meu sonho
eu vejo em forma de estrela.
–Wellington Freitas/RN–

 Uma Trova Premiada

2002 : Belém/PA
Tema : FRUTO : Venc.

Mulher por Deus concebida,
é o fruto que ao mundo veio,
trazendo a fonte da vida
na vida do próprio seio.
–Campos Sales/SP–

 ...E Suas Trovas Ficaram  

Eu afirmo, não suponho,
e essa certeza me anima:
- Toda beleza de um sonho
pode caber numa rima!
–Reinaldo Aguiar/RN–

 Uma Poesia

MOTE :
A SECA ARRASA O SERTÃO,
MAS SUA GENTE É FELIZ.

GLOSA :
Já se tornou tradição
esse acidente climático,
ressurgente, problemático,
a seca arrasa o sertão,
Chega e atinge o cidadão
que sem qualquer diretriz,
dela escapa por um triz
com fé e esforço profundo,
o sertão cai moribundo,
mas sua gente é feliz.
–Manoel Dantas/RN–

 Soneto do Dia

MÃOS
–Auta de Souza/RN–

"Harpas de amor, tangendo de mansinho
a música do bem ditosa e bela,
as mãos guardam a luz que te revela
a mensagem de paz e de carinho.

Não te afirmes inútil ou sozinho...
Na existência mais triste ou mais singela,
nas mãos todo um tesouro se encastela
derramando-se em bênçãos no caminho.

Ara, semeia, tece, afaga e ajuda...
mãos no trabalho são a prece muda
de nosso coração vencendo espaços...

E, aprendendo com Cristo, ante o futuro,
tuas mãos como servas do amor puro,
são estrelas fulgindo nos teus braços.

Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n. 576)


 Uma Trova de Ademar

Vejo sentadas no chão,
trajadas de desamor,
crianças comendo pão
amanteigado de dor!
–Ademar Macedo/RN–

 Uma Trova Nacional

“A bolsa ou a vida” – eu ouço
e retruco as ironias:
- Que leve as duas, seu moço,
pois ambas estão vazias.
–Roberto Medeiros/MG–

 Uma Trova Potiguar

O tempo riscou-me a face,
causou-me danos medonhos,
porém, por mais que tentasse,
não me envelheceu os sonhos.
–José Lucas de Barros/RN–

 Uma Trova Premiada

2005 : Niterói/RJ
Tema : ENCONTRO : Venc.

Não encontro, amor, o jeito
de lhe dizer que me encanta...
porque a frase sai do peito
mas não passa na garganta!
–Maria Nascimento/RJ–

...E Suas Trovas Ficaram

Há coisas, boas e más,
que, para viver feliz,
a gente diz... E não faz,
a gente faz... E não diz.
–Guimarães Barreto/PB–

 Uma Poesia

Tudo quanto Deus fez, me faz feliz,
e eu aceito a palavra de Jesus,
porque sinto na voz dos mandamentos,
que esta força sagrada é minha luz;
e este fardo pesado que carrego,
pesa menos, nas costas quando eu pego
na mão santa de Deus, que me conduz!
–Prof. Garcia/RN–

 Soneto do Dia

BRISA E VENDAVAL.
–Luna Fernandes/RJ–


No início era uma brisa, a deslizar de leve
e a carregar consigo o aroma dos rosais...
Passava sem fazer ruído nos beirais,
sem arrastar a areia ou derrocar a neve...

Depois tornou-se vento, aligeirou-se mais...
Já não passava assim -silencioso e breve...
Passou a ter um ar de quem ousa e se atreve
a chamar atenção e assustar os mortais...

Foi ficando mais forte, ameaçante e rude...
E hoje deixa antever, no porte e na atitude,
tudo o que pode ser e causar, ao final...

Pois não queira ir além de onde deve e precisa:
é melhor retornar à condição de brisa
que prosseguir e ser, um dia, um vendaval!...

Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n. 575)


 Uma Trova de Ademar

Sou dançador de primeira
e, se acaso for forró...
Eu passo uma noite inteira
dançando com Um Pé Só!
–Ademar Macedo/RN–

 Uma Trova Nacional

Vizinha, não quero zanga,
mas os teus seios, que juras
serem caroços de manga,
parecem jacas maduras!
–José Tavares de Lima/MG–

 Uma Trova Potiguar

Muita coisa nos chateia,
nos irrita, desagrada;
carcará e mulher feia
só se espanta na pedrada.
–Fabiano Wanderley/RN–

 Uma Trova Premiada

2003 : Nova Friburgo/RJ
Tema : SURPRESA : 2º Lugar

"Quero um homem! "diz, "acesa",
a um "gatão" dentro do trem.
E para a sua surpresa
ele responde: "Eu também..."
–Pedro Mello/SP–

 ...E Suas Trovas Ficaram

Cheinho o bar, lá na praia,
que vexame deu a Iara:
- o seu “tomara-que-caia”
não ficou só no... tomara...
–Waldir Neves/RJ–

 Uma Poesia

Já dancei um forró por sobre o mar
já cortei o cabelo de Sansão,
e pra não servir mais essa nação
uma perna eu tratei de arrancar;
comprei casa na lua e fui morar
bem pertinho do velho Barrabás,
brinquei lá uns quatorze carnavais
e os abadás eu ainda estou devendo;
pergunto agora a vocês que estão lendo..
O que é que me falta fazer mais?
–Ademar Macedo/RN–

 Soneto do Dia

O GIRAFA.
–Múcio Teixeira/RS–

Borrar papel, Girafa!, é teu fadário,
Contra a honra de toda a gente séria;
Oh! alma pustulenta e deletéria...
Oh! ente nauseabundo e salafrário!

Ontem... entre os rebeldes, mercenário,
Hoje... parece mesmo uma pilhéria!
Qual vende o leito crapulosa Impéria,
A pena alugas por qualquer salário.

Jornaleiro metido a jornalista,
Dos vícios teus a criminosa lista
Verás aqui... e para além te empurro!

Por andares na berra, estás na barra;
Pois hoje a Musa em teu focinho escarra,
"Doutor na asneira, na ciência burro!"

Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n. 574)


 Uma Trova de Ademar

Se o livre-arbítrio é uma escolha,
eu não vendo outra saída,
alterei folha por folha
do livro da minha vida.
–Ademar Macedo/RN–

 Uma Trova Nacional

Nunca supus que a saudade
tivesse um tiro certeiro!
Em vez de matar metade,
me matou foi por inteiro.
–Antonio Colavite Filho/SP–

 Uma Trova Potiguar

Meus sonhos não morrerão,
pois não são de fantasia,
são sonhos “tipo padrão”
com selo de garantia.
–João Medeiros/RN–

 Uma Trova Premiada

1990 : Fortaleza/CE
Tema : CASCALHO : M/H.

Teu amor – lamento agora,
ante a bateia perdida,
foi ouro que eu joguei fora
entre os cascalhos da vida!
–Arlindo Tadeu Hagen/MG–

 ...E Suas Trovas Ficaram

Vejo o mundo, hoje, um complexo
de dor e angústias sem nome,
dominado pelo sexo;
torturado pela fome!
–Waldir Neves/RJ–

 Uma Poesia

Eu queria vencer esta corrida
sem estresse e passando pelos flancos,
mas o tempo é carrasco e não perdoa
bate duro, me dando solavancos;
todo dia provoca o meu desgosto,
costurando outra ruga no meu rosto
e aumentando estes meus cabelos brancos.
–Prof. Garcia/RN–

 Soneto do Dia

"A UM AMOR IMPOSSÍVEL"
–Têula Athaide/MG–

Ah! meu amor quem dera eu te esquecesse
Se nunca mais pudesse me lembrar!
Talvez, quem sabe, eu hoje não sofresse
toda essa imensa angústia de te amar.

Se nossas vidas fossem uma vida,
nossos destinos fossem dois num só,
não estaria assim, tão ressentida,
por ver meu sonho reduzido a pó.

Mas, se minha alma a tua for buscar
noutra existência então, hás de notar
até que ponto a vida me magoou.

Mas, perdoar-te, meu amor não posso
porquanto o erro não foi teu - foi nosso
e do destino que nos separou ...

Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n. 573)


 Uma Trova de Ademar

Sedento dos teus abraços
Num desejo que é só nosso,
quero correr pra os teus braços,
mas de muletas... Não posso!...
–Ademar Macedo/RN–

 Uma Trova Nacional

Floresta amiga, perdoa
o fogo, a serra, a agressão...
A Humanidade ainda é boa...
- Certos homens é que não!
–João Freire Filho/RJ–

 Uma Trova Potiguar

Todo o prazer do egoísta
de pronto se torna morno,
quando lhe foge da vista
a cobiça sem retorno.
–Manoel Dantas/RN–

 Uma Trova Premiada

1987 : Porto Alegre/RS
Tema : REGRESSO : M/E

Caminhei pelo infinito,
vaguei por milhões de espaços...
Até lá estava escrito
o meu regresso aos teus braços!
–Gislaine Canalles/SC–

 ...E Suas Trovas Ficaram

Alguém falou, com carinho,
que Jesus está voltando,
e que já vem a caminho...
mas como está demorando!
–Renê Bittencourt/RJ–

 Uma Poesia

Inda guardo as batidas do pilão,
com mamãe, de manhã, pilando arroz,
eu mais novo, mais forte e mais disposto,
no rojão, eu na frente, ela depois;
nunca vou me esquecer desta contenda,
o pilão do passado virou lenda,
mas não sai da memória de nós dois!
–Prof. Garcia/RN–

 Soneto do Dia

SONETO AO SONETO.
–Reginaldo Albuquerque/MS–

Na tua imortal forma, exata e nobre,
onde a musa imprevista se aventura
fino pelo de címbalos te encobre,
desafiando o estro e a razão mais pura.

Afirmam os incautos que és de cobre,
arcaico para quem a tessitura
de cantar o atual jamais se dobre
ao rigor triunfal que em ti perdura.

Varinha de condão da antiguidade
soneto, tua síntese inquieta
contém sonho, esperanças e saudade...

Para sempre será o teu reinado,
enquanto houver no mundo algum poeta
ou o pulsar de um peito enamorado!

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Viagem para Curitiba (Novas Postagens só Segunda-Feira)

Em virtude de minha viagem para Curitiba, não haverão postagens, pois estarei presente nas solenidades de premiação dos trovadores dos Jogos Florais de Curitiba, novamente, com uma recepção encantadora pelos trovadores da capital paranaense. Quem puder ir, recomendo. A programação coloco abaixo.
Retornando, estarei postando as trovas vencedoras.

Até a volta.

Dia 14.06. 2012 (quinta-feira)
  • 18h00min: OFICINA DE TROVAS: Tema – O Humor na Trova 
    Ministrante: Antonio Augusto de Assis (Maringá). 
    Local: – Biblioteca Pública do Paraná – Sala de Reuniões 3º andar.
Dia 15.06. 2012 (sexta-feira)
  • 20h00min: 
    Solenidade de Abertura do XVII Jogos Florais de Curitiba 
    Local: Câmara Municipal de Curitiba
  • 22h00min: Recepção - Restaurante Cacau (Rua Padre Anchieta, 2224).
Dia 16.06. 2012: (Sábado)
  • 12h00min: Almoço 
    Local: Hotel Del Rey (R. Des. Ermelino Leão, 18 - Centro)  
    13h00min: 
    Lançamento do Livro “Matizes e Motivos”, de Vanda Fagundes Queiróz.
    14h00min: 
    Revoada de Trovas.
  • 20h00min: 
    Solenidade de Premiação. 
    Espaço Cultural Capela Santa Maria (Conselheiro Laurindo, 273, Centro).
Dia 17.06.2012: (Domingo)
  • 09h00min: Oração Ecumênica em Trovas – Hotel Nacional Inn
12h30min: Almoço de encerramento – Hotel Nacional Inn (por adesão)

Trova Ecológica 86 - Carolina Ramos (Santos/SP)


Ary dos Santos (Poemas Escolhidos)


O SANGUE DAS PALAVRAS
1

O poeta que nasce é uma criança
parida pela água torturada
uma nave que surge uma nuvem que dança
ao mesmo tempo livre e condensada.
O poeta que nasce é a matança
da palavra demente e enjeitada
que o chicote do poema torna mansa
depois de possuída e mal amada.
Quando o poeta nasce a madrugada
aperta os versos num abraço rouco
até que a noite fique esvaziada.
E enquanto das palavras pouco a pouco
surge a forma perfeita ou agitada
no mundo morre um deus ou nasce um louco.

(...)

5

Versos? Paguei-os. Alegria e raiva.
As palavras por vezes impotentes
outras vezes escorrendo sangue e seiva
ao morderem a vida com os dentes.
Poesia que és uns dias minha noiva
com seios de palavras complacentes.
Poesia que outras vezes grita e uiva
fêmea capaz de fecundar sementes.
Poesia minha amiga minha irmã
mulher da minha vida que inventei
para fazermos filhos amanhã.
Poesia minha força e meu castigo
meu incesto tão puro que nem sei
se é verdade que faço amor contigo.

ORIGINAL É O POETA

Original é o poeta
que se origina a si mesmo
que numa sílaba é seta
noutro pasmo ou cataclismo
o que se atira ao poema
como se fosse um abismo
e faz um filho ás palavras
na cama do romantismo.
Original é o poeta
capaz de escrever um sismo.

Original é o poeta
de origem clara e comum
que sendo de toda a parte
não é de lugar algum.
O que gera a própria arte
na força de ser só um
por todos a quem a sorte faz
devorar um jejum.
Original é o poeta
que de todos for só um.

Original é o poeta
expulso do paraíso
por saber compreender
o que é o choro e o riso;
aquele que desce á rua
bebe copos quebra nozes
e ferra em quem tem juízo
versos brancos e ferozes.
Original é o poeta
que é gato de sete vozes.

Original é o poeta
que chegar ao despudor
de escrever todos os dias
como se fizesse amor.
Esse que despe a poesia
como se fosse uma mulher
e nela emprenha a alegria
de ser um homem qualquer.

O RELÓGIO

Pára-me um tempo por dentro
passa-me um tempo por fora.

O tempo que foi constante
no meu contra tempo estar
passa-me agora adiante
como se fosse parar.
Por cada relógio certo
no tempo que sou agora
há um tempo descoberto
no tempo que se demora.

Fica-me o tempo por dentro
passa-me o tempo por fora.

RETRATO DO HERÓI

Herói é quem num muro branco inscreve
O fogo da palavra que o liberta:
Sangue do homem novo que diz povo
e morre devagar  de morte certa.

Homem é quem anónimo por leve
lhe ser o nome próprio traz aberta
a alma à fome  fechado o corpo ao breve
instante em que a denúncia fica alerta.

Herói é quem morrendo perfilado
Não é santo  nem mártir  nem soldado
Mas apenas  por último  indefeso.

Homem é quem tombando apavorado
dá o sangue ao futuro  e fica ileso
pois lutando apagado  morre aceso.
CANTIGA DE AMIGO
Nem um poema nem um verso nem um canto
tudo raso de ausência tudo liso de espanto
e nem Camões Virgílio Shelley Dante
--- o meu amigo está longe
e a distância é bastante.

Nem um som nem um grito nem um ai
tudo calado todos sem mãe nem pai
Ah não Camões Virgílio Shelley Dante!

--- o meu amigo está longe
e a tristeza é bastante.

Nada a não ser este silêncio tenso
que faz do amor sozinho o amor imenso.
Calai Camões Virgílio Shelley Dante:
o meu amigo está longe
e a saudade é bastante!

AUTO-RETRATO

Poeta é certo mas de cetineta
fulgurante de mais para alguns olhos
bom artesão na arte da proveta
narciso de lombardas e repolhos.

Cozido à portuguesa mais as carnes
suculentas da auto-importância
com toicinho e talento ambas partes
do meu caldo entornado na infância.

Nos olhos uma folha de hortelã
que é verde como a esperança que amanhã
amanheça de vez a desventura.

Poeta de combate disparate
palavrão de machão no escaparate
porém morrendo aos poucos de ternura.

SONETO

Fecham-se os dedos donde corre a esperança,
Toldam-se os olhos donde corre a vida.
Porquê esperar, porquê, se não se alcança
Mais do que a angústia que nos é devida?

Antes aproveitar a nossa herança
De intenções e palavras proibidas.
Antes rirmos do anjo, cuja lança
Nos expulsa da terra prometida.

Antes sofrer a raiva e o sarcasmo,
Antes o olhar que peca, a mão que rouba,
O gesto que estrangula, a voz que grita.

Antes viver do que morrer no pasmo
Do nada que nos surge e nos devora,
Do monstro que inventámos e nos fita.

Fonte:

Ary dos Santos (1937 – 1984)


Poeta português, natural de Lisboa. Saiu de casa aos 16 anos, exercendo várias atividades como meio de subsistência. 

Revelando-se como poeta com a obra Asas (1953), publicou, em 1963, o livro Liturgia de Sangue, a que se seguiram Azul Existe, Tempo de Lenda das Amendoeiras e Adereços, Endereços (todos de 1965). Em 1969, colaborou na campanha da Comissão Democrática Eleitoral e, mais tarde, filiou-se no Partido Comunista Português, tendo tido uma intervenção politizada, mas muito pessoal. 


Ficou sobretudo conhecido como autor de poemas para canções do Concurso da Canção da RTP. Os seus temas «Desfolhada» e «Tourada» saíram ambos vencedores.

Em 1971, foi atribuído a «Meu Amor, Meu Amor», também da sua autoria, o grande prémio da Canção Discográfica.

Declamador, gravou os discos «Ary Por Si Próprio» (1970), «Poesia Política» (1974), «Bandeira Comunista» (1977) e «Ary por Ary» (1979), entre outros.

Publicou ainda os volumes Insofrimento In Sofrimento (1969), Fotos-Grafias (1971), Resumo (1973), As Portas que Abril Abriu (1975), O Sangue das Palavras (1979) e 20 Anos de Poesia (1983).

Em 1994, foi editada Obra Poética, uma colectânea das suas obras. 


Personalidade entusiasta e irreverente, muitos dos seus textos têm um forte tom satírico e até panfletário, anticonvencional, contribuindo decisivamente para a abertura de novas possibilidades para a música popular portuguesa. Deixou cerca de 600 textos destinados a canções.

Fonte:

Wagner Marques Lopes (Rio + 20) 5

Trova de Homenagem à Abertura do Rio +20