ATO 1:
(Caco e Magú jogando futebol. Leleco entra e quer jogar também).
LELECO - Mano, deixa eu jogar também?
CACO - Não, não, tu é muito ruim.
LELECO - Ah, mano deixa...
MAGÚ - Não, da outra vez tu quebrou o vidro da casa da véia chata ali do lado, e ela ficou brigando com a gente. (Imita a véia)
LELECO - Ah, só um chute vai.
CACO - Tá, espera a gente jogar e depois tu joga. São só 150 chutes prá cada um.
LELECO - Tá
(Leleco faz que vai esperar, mas na hora que Caco vai chutar ele chuta e a bola vai para o pátio da vizinha)
MAGÚ - Bá, foi lá pro pátio da véia!
CACO - Eu te falei Leleco, agora tu vai buscar.
(Leleco indeciso começa a falar. Enquanto fala a vizinha aparece atrás dele com a bola na mão).
LELECO - Ah, eu vou. Eu não tenho medo, não sou covarde como vocês. Não vou ter medo daquela véia chata e coroca.
VIZINHA - Quem é véia chata e coroca?
LELECO - Aquela que mora ali ó!
(Se vira, vê a véia e leva um susto).
LELECO - Oi vizinha; trouxe a bola, que bom. Toma a bola mano e cuidem prá não incomodar a vizinha.
VIZINHA - Escuta aqui seu pivetinho, fecha essa matraca. E vocês, parem de ficar jogando essa bola pro meu pátio, pois se eu pegar ela novamente, vou picar tanto essa bola que açougueiro vai querer vender como guisado.
MAGÚ - Desculpa vizinha, mas nosso irmão é um pouco mal educado. Eu já não te falei Leleco prá não chamar a véia de vizinha?
VIZINHA - O que tu disse?
MAGÚ - Quer dizer, não chamar a vizinha de véia.
CACO - Dona, isso não vai acontecer mais. Eu vou guardar essa bola e ninguém mais vai jogar.
VIZINHA - É bom mesmo, porque se quebrar o meu vidro outra vez eu esmago vocês.
(Velha sai. Assim que ela vai embora Caco larga a bola no chão)
CACO - Tá liberado pessoal, vamos jogar.
LELECO - Oba, eu chuto, é minha vez...
MAGÚ - Tu não, tu quase estragou o nosso jogo.
CACO - É, tu não joga mais.
LELECO - Ah, vocês vão vê! Então eu vou pegar a minha funda e vou caçar passarinho lá na Floresta.
MAGÚ - Tu é louco? Essa é a Floresta da Tristeza sem Fim. Tem fantasma!
CACO - Dizem que tem uma bruxa também. Ela pega as crianças e transforma em sapos.
MAGÚ - E essa bruxa tem três monstros que ajudam ela.
LELECO - Eu não tenho medo de bruxa nem de fantasma. Se eles vierem eu pego minha funda e ó... Tchau prá vocês.
MAGÚ - É louco!
CACO - A bruxa vai pegar ele...
ATO 2:
(Leleco entra na Floresta. Caco e Magú saem de cena. Leleco procura passarinhos, dá tiros com a funda e conversa com a plateia ).
LELECO - Ah, o Caco e o Magú disseram que tinha fantasma aqui, mas não tem nada. Bom eu vou dormir um pouco, se aparecer um fantasma vocês avisam, tá?
(Quando Leleco dorme, entra em cena a Fantasminha Rafaela, plantando flores. A plateia grita para avisar. Rafaela vai até Leleco com curiosidade. Leleco acorda e Rafaela esconde-se atrás das árvores).
LELECO - Porque vocês estão gritando? Não tem fantasma nenhum aqui.
(Vai atrás das árvores, procura e vai dormir de novo)
LELECO - Eu vou dormir de novo. Qualquer coisa vocês gritam.
(Rafaela vai até ele novamente).
LELECO - Vocês estão gritando de novo, não tem fantasma aqui. Atrás de mim não tem nada.
(Vira e leva um susto. Pega a funda.)
LELECO - Ah meu Deus, sai prá lá coisa ruim...
RAFAELA - Calma, calma.
LELECO - Quem é você?
RAFAELA - Eu sou a Fantasminha Rafaela.
LELECO - Os fantasmas são do mal! Sai!
(Rafaela senta e começa a chorar)
RAFAELA - Eu não sou do mal, sou do bem! Ninguém gosta de mim, todo mundo foge de mim.
(Leleco tenta fugir, árvores fecham o caminho)
ÁRVORE1 - Menino mau!
ÁRVORE2 - Você fez a Rafaela chorar.
LELECO - Vocês falam? Eu vou fugir!
ÁRVORE1 - Na na não. Volte lá e peça desculpas!
LELECO - Mas ela é um fantasma...
ÁRVORE2 - Vá lá agora!
LELECO - Mas eu tenho medo...
ÁRVORE1 - Se você não for lá nós vamos fazer soprar um vento forte, que vai levar você para muito longe daqui.
ÁRVORE2 - Você nunca mais vai voltar.
LELECO - Tá bom, eu vou!
(Leleco vai até Rafaela. Quando toca nela, ela chora mais ainda, e ele se assusta. Rafaela fala chorando e ele não entende. Leleco acalma ela)
RAFAELA - Eu sou boazinha, mas ninguém quer ser meu amigo... Todo mundo tem medo de mim.
LELECO - Mas eu pensei que os fantasmas fossem maus.
RAFAELA - Mau é você que fica com essa funda matando os passarinhos. E eu não era um fantasma! Eu era uma menina normal, e cuidava dessa floresta. Plantava flores, dava comida pros bichinhos. Aí, a Bruxa Magnólia me pegou e me jogou um feitiço. Eu virei uma fantasma e esta floresta virou a Floresta da Tristeza sem Fim.
LELECO - Puxa! que bruxa malvada. E não tem como acabar com esse feitiço?
RAFAELA - A única maneira é pegar a varinha mágica da Bruxa e quebrar. Mas ninguém consegue chegar perto dela.
LELECO - Deixa comigo Rafaela. Vou pegar essa varinha e acabar com o feitiço)
(Risadas da Bruxa)
RAFAELA - É a Bruxa Magnólia, ela vem vindo... Vamos nos esconder!
LELECO - Não, eu vou enfrentar ela. Dou um soco assim, outro assim...
RAFAELA - Mas ela tem três monstros que ajudam ela, e adora transformar as crianças em sapos, e depois arrancar as pernas prá fazer feitiços.
LELECO - Pensando bem, vamos nos esconder.
ATO 3:
(Rafaela e Leleco escondem-se. Entra a bruxa com os três ajudantes).
BRUXA MAGNÓLIA - Eu estou sentindo cheiro de crianças. Tem crianças aqui! Trac, Trec e Troc, procurem!
(Monstros procuram e não acham.).
BRUXA MAGNÓLIA - Olhem essas flores! Aquela Fantasminha idiota andou plantando flores na minha floresta outra vez. Eu acabo com a Rafaela.
(Enquanto a Bruxa fala, gesticula e derruba Trac)
BRUXA MAGNÓLIA - Arranquem essa flores e depois venham me ajudar a procurar a Rafaela!
(Bruxa sai, Monstros – sempre em fila – vão arrancando as flores, e entregando um para o outro. O último monstro vai replantando as flores. Quando acabam:).
MONSTRO1 - Serviço completo.
MONSTRO2 - É, serviço completo.
MONSTRO3 - Completíssimo!
(Olhar para trás.)
MONSTRO1 - Seu idiota, é prá arrancar as flores, e não para plantar. (Arrancam de novo e saem)
(Rafaela e Leleco saem do cenário, depois dos monstros. Magú e Caco voltam a jogar bola)
MAGÚ - Acho que o Leleco está na floresta agora e não vai nos incomodar.
CACO - É, vamos aproveitar e jogar...
(Jogam um pouco até quebrarem a janela da vizinha)
CACO - Iiih, Magú, a velha vai nos pegar...
(A vizinha grita de fora do cenário)
VIZINHA - Quebram a minha janela, eu vou matar vocês!!!
MAGÚ - E agora???
CACO - Vamos nos esconder na floresta!
MAGÚ - Mas na floresta tem a bruxa!
(Ficam na indecisão e decidem pela floresta)
ATO 4
(Meninos na floresta)
MAGÚ - Que floresta horrível. Agora é sei porque chamam de Floresta da Tristeza sem fim. Chega a dar medo...
CACO - É, dizem que a bruxa é má e transforma as crianças em sapos.
MAGÚ - É, e os monstros que ajudam ela são terríveis...
(Monstros entram e escondem-se atrás das árvores. O monstro Trac se disfarça de árvore)
MAGÚ - Ah, que árvore mais feia....
(Trac começa a rir e outros monstros cutucam ele)
CACO - Parece um monstro!
MAGÚ - Vamos Caco, vamos achar o Leleco e dar o fora desta floresta.
(Sai um atrás do outro. Monstros saem das árvores e pegam Caco. Outro monstro segue atrás do Magú. Bruxa dá uma risada)
MAGÚ - Ouviu é a Bruxa.... Dá a mão, Caco, porque senão ela nos pega...
(Magú agarra a mão do monstro).
MAGÚ - Lelecoooo! Leleeeeco, onde é que tu tá?
(Magú dá a volta puxando o monstro e chega aonde Caco está preso)
MAGÚ - É Caco, não achamos o Leleco.
(Caco tenta avisar, mas está amordaçado)
CACO - Hummmmmm.
MAGÚ - Que foi Caco, fala.
CACO - Hummmmmm.
MAGÚ - Ô Caco, como é que tu está aí e aqui atrás?
CACO - Hummmmmm.
MAGÚ - Se tu tá aí...
(Se vira e leva um susto, Monstros correm atrás e pegam. Amarram junto com Caco).
MONSTRO1 - Trac, chama a Bruxa!
(Trac sai e vai chamar a Bruxa. Troc e Trec ameaçam os meninos. Trac volta com a Bruxa).
BRUXA MAGNÓLIA - Eu sabia que haviam crianças aqui!!! Eu falei! Agora vou transformá-los em sapos e arrancar as pernas de vocês. Monstros, cuidem deles. Eu vou buscar meu livro de feitiços. Vou deixar minha varinha aqui. Não saiam de perto dela.
(Bruxa sai de cena)
ATO 5
MONSTRO1 - A bruxa ficou contente, pegamos os meninos...
MONSTRO2 - É, nós somos bons.
MONSTRO3 - É, agora ela vai transformar essas crianças em monstros feios como vocês.
MONSTRO1 - Cale essa boca, você não serve nem prá ser monstro.
MONSTRO2 - É, tu te disfarçou de árvore, quase estragou tudo!!!
MONSTRO3 - Mas...
MONSTRO1 - Sai daqui. Tu cuida da varinha e nós cuidamos dos meninos.
MONSTRO2 - É, babaca.
(Trac sai chorando até a varinha. Chegando na varinha, tem a ideia de vingança. Pode até conversar com as crianças para decidir transformar os monstros em animais. Após todas as transformações a Bruxa volta).
BRUXA MAGNÓLIA - O que é isso, o que você fez com eles? Chega! Eu quero que vocês voltem a ser monstros.
(Bruxa transforma eles em monstros novamente).
BRUXA MAGNÓLIA- Vocês três, agora, agarrem as crianças e calem a boca que eu vou procurar o feitiço no livro.
ATO 6
(Rafaela e Leleco voltam à Cena e conversam encobertos pelas árvores, próximos à plateia)
LELECO - Rafaela, a Bruxa pegou os manos...
RAFAELA - Ela vai transformar eles em sapos!
LELECO - Temos que fazer alguma coisa!!!!
RAFAELA - Mas a gente precisa pegar a varinha...
LELECO - Já sei, você vai lá prá trás da Bruxa. Eu vou chamar a atenção dela. Você pega a varinha, joga prá mim e eu quebro.
(Leleco combina com as crianças da plateia, pedindo que elas ajudem a quebrar a varinha. Enquanto a Bruxa começa a falar, Rafaela desloca-se com a árvore por trás dela.)
ATO 7
BRUXA MAGNÓLIA - Achei! Achei o feitiço! Silêncio, eu tenho dizer “Xixi xiriri xipum. Pelos poderes das trevas, eu Bruxa Magnólia, transformo em sapos essas crianças!”.
(Bruxa pede ajuda das crianças para falar o xixi xiriri xipum)
BRUXA MAGNÓLIA - Tudo bem, tudo bem, vamos começar. Xixi xiriri xipum. Pelos poderes das trevas, eu Bruxa Magnólia, transformo...”
MONSTRO1 - Majestade...
BRUXA MAGNÓLIA - Cale a boca. Tenho que me concentrar!!!! Xixi xiriri xipum. Pelos poderes das trevas, eu Bruxa Magnólia, transformo...
MONSTRO2 - Mas Majestade...
BRUXA MAGNÓLIA - Fiquem quietos.
(Rafaela se posiciona atrás da bruxa e combina com as crianças em fazer de conta que vai ajudar)
RAFAELA - Senhora Bruxa, agora a gente vai te ajudar a dizer tudo!!!
BRUXA MAGNÓLIA - Ah, muito obrigado!!!!
RAFAELA - Xixi xiriri xipum!
BRUXA MAGNÓLIA - Xixi xiriri xipum!
RAFAELA - Pelos poderes das trevas...
BRUXA MAGNÓLIA - Pelos poderes das trevas...
RAFAELA - Eu, Bruxa Magnólia...
BRUXA MAGNÓLIA - Eu, Bruxa Magnólia...
RAFAELA - transformo em sapos...
BRUXA MAGNÓLIA - transformo em sapos...
RAFAELA - esses monstros!
BRUXA MAGNÓLIA - esses monstros!
(Monstros viram sapos)
BRUXA MAGNÓLIA - O quê? Rafaela, você me enganou. Eu vou acabar com você!!!!
(Leleco aparece, chama atenção da Bruxa cantando)
BRUXA MAGNÓLIA - Eu é que vou te transformar numa minhoca, seu pirralho!!!! Xixi xiriri xipum! Pelos poderes das trevas, eu Bruxa Magnólia transformo em minhoca...”
(Leleco atira com a funda. A varinha cai. Rafaela pega. Joga prá Leleco. Bruxa corre de um lado para o outro. Até que a Bruxa pega Leleco e ele joga a varinha para a plateia quebrar.)
LELECO - Quebrem!!!
BRUXA MAGNÓLIA - Devolvam minha varinha!
RAFAELA - Quebrem a varinha!!!
(Crianças quebram a varinha. Bruxa morre. Rafaela volta a ser criança, bem como os monstros)
LELECO - Rafaela, você voltou a ser uma menina!!!
RAFAELA- Voltei sim!!! Obrigado Leleco, vocês me salvaram!!!
MONSTRO1 - Nós também estamos livres.
(Monstros soltam os meninos)
RAFAELA - Agora minha floresta vai voltar a ser alegre, com flores, com pássaros, ninguém mais com fundas.
LELECO - Isso mesmo Rafaela. Ninguém mais vai maltratar os bichinhos e a floresta, que agora será a Floresta da Alegria sem Fim.
(Final cantando)
Fontes:
SOUZA, Gérson César. Dons Diversos.
(Caco e Magú jogando futebol. Leleco entra e quer jogar também).
LELECO - Mano, deixa eu jogar também?
CACO - Não, não, tu é muito ruim.
LELECO - Ah, mano deixa...
MAGÚ - Não, da outra vez tu quebrou o vidro da casa da véia chata ali do lado, e ela ficou brigando com a gente. (Imita a véia)
LELECO - Ah, só um chute vai.
CACO - Tá, espera a gente jogar e depois tu joga. São só 150 chutes prá cada um.
LELECO - Tá
(Leleco faz que vai esperar, mas na hora que Caco vai chutar ele chuta e a bola vai para o pátio da vizinha)
MAGÚ - Bá, foi lá pro pátio da véia!
CACO - Eu te falei Leleco, agora tu vai buscar.
(Leleco indeciso começa a falar. Enquanto fala a vizinha aparece atrás dele com a bola na mão).
LELECO - Ah, eu vou. Eu não tenho medo, não sou covarde como vocês. Não vou ter medo daquela véia chata e coroca.
VIZINHA - Quem é véia chata e coroca?
LELECO - Aquela que mora ali ó!
(Se vira, vê a véia e leva um susto).
LELECO - Oi vizinha; trouxe a bola, que bom. Toma a bola mano e cuidem prá não incomodar a vizinha.
VIZINHA - Escuta aqui seu pivetinho, fecha essa matraca. E vocês, parem de ficar jogando essa bola pro meu pátio, pois se eu pegar ela novamente, vou picar tanto essa bola que açougueiro vai querer vender como guisado.
MAGÚ - Desculpa vizinha, mas nosso irmão é um pouco mal educado. Eu já não te falei Leleco prá não chamar a véia de vizinha?
VIZINHA - O que tu disse?
MAGÚ - Quer dizer, não chamar a vizinha de véia.
CACO - Dona, isso não vai acontecer mais. Eu vou guardar essa bola e ninguém mais vai jogar.
VIZINHA - É bom mesmo, porque se quebrar o meu vidro outra vez eu esmago vocês.
(Velha sai. Assim que ela vai embora Caco larga a bola no chão)
CACO - Tá liberado pessoal, vamos jogar.
LELECO - Oba, eu chuto, é minha vez...
MAGÚ - Tu não, tu quase estragou o nosso jogo.
CACO - É, tu não joga mais.
LELECO - Ah, vocês vão vê! Então eu vou pegar a minha funda e vou caçar passarinho lá na Floresta.
MAGÚ - Tu é louco? Essa é a Floresta da Tristeza sem Fim. Tem fantasma!
CACO - Dizem que tem uma bruxa também. Ela pega as crianças e transforma em sapos.
MAGÚ - E essa bruxa tem três monstros que ajudam ela.
LELECO - Eu não tenho medo de bruxa nem de fantasma. Se eles vierem eu pego minha funda e ó... Tchau prá vocês.
MAGÚ - É louco!
CACO - A bruxa vai pegar ele...
ATO 2:
(Leleco entra na Floresta. Caco e Magú saem de cena. Leleco procura passarinhos, dá tiros com a funda e conversa com a plateia ).
LELECO - Ah, o Caco e o Magú disseram que tinha fantasma aqui, mas não tem nada. Bom eu vou dormir um pouco, se aparecer um fantasma vocês avisam, tá?
(Quando Leleco dorme, entra em cena a Fantasminha Rafaela, plantando flores. A plateia grita para avisar. Rafaela vai até Leleco com curiosidade. Leleco acorda e Rafaela esconde-se atrás das árvores).
LELECO - Porque vocês estão gritando? Não tem fantasma nenhum aqui.
(Vai atrás das árvores, procura e vai dormir de novo)
LELECO - Eu vou dormir de novo. Qualquer coisa vocês gritam.
(Rafaela vai até ele novamente).
LELECO - Vocês estão gritando de novo, não tem fantasma aqui. Atrás de mim não tem nada.
(Vira e leva um susto. Pega a funda.)
LELECO - Ah meu Deus, sai prá lá coisa ruim...
RAFAELA - Calma, calma.
LELECO - Quem é você?
RAFAELA - Eu sou a Fantasminha Rafaela.
LELECO - Os fantasmas são do mal! Sai!
(Rafaela senta e começa a chorar)
RAFAELA - Eu não sou do mal, sou do bem! Ninguém gosta de mim, todo mundo foge de mim.
(Leleco tenta fugir, árvores fecham o caminho)
ÁRVORE1 - Menino mau!
ÁRVORE2 - Você fez a Rafaela chorar.
LELECO - Vocês falam? Eu vou fugir!
ÁRVORE1 - Na na não. Volte lá e peça desculpas!
LELECO - Mas ela é um fantasma...
ÁRVORE2 - Vá lá agora!
LELECO - Mas eu tenho medo...
ÁRVORE1 - Se você não for lá nós vamos fazer soprar um vento forte, que vai levar você para muito longe daqui.
ÁRVORE2 - Você nunca mais vai voltar.
LELECO - Tá bom, eu vou!
(Leleco vai até Rafaela. Quando toca nela, ela chora mais ainda, e ele se assusta. Rafaela fala chorando e ele não entende. Leleco acalma ela)
RAFAELA - Eu sou boazinha, mas ninguém quer ser meu amigo... Todo mundo tem medo de mim.
LELECO - Mas eu pensei que os fantasmas fossem maus.
RAFAELA - Mau é você que fica com essa funda matando os passarinhos. E eu não era um fantasma! Eu era uma menina normal, e cuidava dessa floresta. Plantava flores, dava comida pros bichinhos. Aí, a Bruxa Magnólia me pegou e me jogou um feitiço. Eu virei uma fantasma e esta floresta virou a Floresta da Tristeza sem Fim.
LELECO - Puxa! que bruxa malvada. E não tem como acabar com esse feitiço?
RAFAELA - A única maneira é pegar a varinha mágica da Bruxa e quebrar. Mas ninguém consegue chegar perto dela.
LELECO - Deixa comigo Rafaela. Vou pegar essa varinha e acabar com o feitiço)
(Risadas da Bruxa)
RAFAELA - É a Bruxa Magnólia, ela vem vindo... Vamos nos esconder!
LELECO - Não, eu vou enfrentar ela. Dou um soco assim, outro assim...
RAFAELA - Mas ela tem três monstros que ajudam ela, e adora transformar as crianças em sapos, e depois arrancar as pernas prá fazer feitiços.
LELECO - Pensando bem, vamos nos esconder.
ATO 3:
(Rafaela e Leleco escondem-se. Entra a bruxa com os três ajudantes).
BRUXA MAGNÓLIA - Eu estou sentindo cheiro de crianças. Tem crianças aqui! Trac, Trec e Troc, procurem!
(Monstros procuram e não acham.).
BRUXA MAGNÓLIA - Olhem essas flores! Aquela Fantasminha idiota andou plantando flores na minha floresta outra vez. Eu acabo com a Rafaela.
(Enquanto a Bruxa fala, gesticula e derruba Trac)
BRUXA MAGNÓLIA - Arranquem essa flores e depois venham me ajudar a procurar a Rafaela!
(Bruxa sai, Monstros – sempre em fila – vão arrancando as flores, e entregando um para o outro. O último monstro vai replantando as flores. Quando acabam:).
MONSTRO1 - Serviço completo.
MONSTRO2 - É, serviço completo.
MONSTRO3 - Completíssimo!
(Olhar para trás.)
MONSTRO1 - Seu idiota, é prá arrancar as flores, e não para plantar. (Arrancam de novo e saem)
(Rafaela e Leleco saem do cenário, depois dos monstros. Magú e Caco voltam a jogar bola)
MAGÚ - Acho que o Leleco está na floresta agora e não vai nos incomodar.
CACO - É, vamos aproveitar e jogar...
(Jogam um pouco até quebrarem a janela da vizinha)
CACO - Iiih, Magú, a velha vai nos pegar...
(A vizinha grita de fora do cenário)
VIZINHA - Quebram a minha janela, eu vou matar vocês!!!
MAGÚ - E agora???
CACO - Vamos nos esconder na floresta!
MAGÚ - Mas na floresta tem a bruxa!
(Ficam na indecisão e decidem pela floresta)
ATO 4
(Meninos na floresta)
MAGÚ - Que floresta horrível. Agora é sei porque chamam de Floresta da Tristeza sem fim. Chega a dar medo...
CACO - É, dizem que a bruxa é má e transforma as crianças em sapos.
MAGÚ - É, e os monstros que ajudam ela são terríveis...
(Monstros entram e escondem-se atrás das árvores. O monstro Trac se disfarça de árvore)
MAGÚ - Ah, que árvore mais feia....
(Trac começa a rir e outros monstros cutucam ele)
CACO - Parece um monstro!
MAGÚ - Vamos Caco, vamos achar o Leleco e dar o fora desta floresta.
(Sai um atrás do outro. Monstros saem das árvores e pegam Caco. Outro monstro segue atrás do Magú. Bruxa dá uma risada)
MAGÚ - Ouviu é a Bruxa.... Dá a mão, Caco, porque senão ela nos pega...
(Magú agarra a mão do monstro).
MAGÚ - Lelecoooo! Leleeeeco, onde é que tu tá?
(Magú dá a volta puxando o monstro e chega aonde Caco está preso)
MAGÚ - É Caco, não achamos o Leleco.
(Caco tenta avisar, mas está amordaçado)
CACO - Hummmmmm.
MAGÚ - Que foi Caco, fala.
CACO - Hummmmmm.
MAGÚ - Ô Caco, como é que tu está aí e aqui atrás?
CACO - Hummmmmm.
MAGÚ - Se tu tá aí...
(Se vira e leva um susto, Monstros correm atrás e pegam. Amarram junto com Caco).
MONSTRO1 - Trac, chama a Bruxa!
(Trac sai e vai chamar a Bruxa. Troc e Trec ameaçam os meninos. Trac volta com a Bruxa).
BRUXA MAGNÓLIA - Eu sabia que haviam crianças aqui!!! Eu falei! Agora vou transformá-los em sapos e arrancar as pernas de vocês. Monstros, cuidem deles. Eu vou buscar meu livro de feitiços. Vou deixar minha varinha aqui. Não saiam de perto dela.
(Bruxa sai de cena)
ATO 5
MONSTRO1 - A bruxa ficou contente, pegamos os meninos...
MONSTRO2 - É, nós somos bons.
MONSTRO3 - É, agora ela vai transformar essas crianças em monstros feios como vocês.
MONSTRO1 - Cale essa boca, você não serve nem prá ser monstro.
MONSTRO2 - É, tu te disfarçou de árvore, quase estragou tudo!!!
MONSTRO3 - Mas...
MONSTRO1 - Sai daqui. Tu cuida da varinha e nós cuidamos dos meninos.
MONSTRO2 - É, babaca.
(Trac sai chorando até a varinha. Chegando na varinha, tem a ideia de vingança. Pode até conversar com as crianças para decidir transformar os monstros em animais. Após todas as transformações a Bruxa volta).
BRUXA MAGNÓLIA - O que é isso, o que você fez com eles? Chega! Eu quero que vocês voltem a ser monstros.
(Bruxa transforma eles em monstros novamente).
BRUXA MAGNÓLIA- Vocês três, agora, agarrem as crianças e calem a boca que eu vou procurar o feitiço no livro.
ATO 6
(Rafaela e Leleco voltam à Cena e conversam encobertos pelas árvores, próximos à plateia)
LELECO - Rafaela, a Bruxa pegou os manos...
RAFAELA - Ela vai transformar eles em sapos!
LELECO - Temos que fazer alguma coisa!!!!
RAFAELA - Mas a gente precisa pegar a varinha...
LELECO - Já sei, você vai lá prá trás da Bruxa. Eu vou chamar a atenção dela. Você pega a varinha, joga prá mim e eu quebro.
(Leleco combina com as crianças da plateia, pedindo que elas ajudem a quebrar a varinha. Enquanto a Bruxa começa a falar, Rafaela desloca-se com a árvore por trás dela.)
ATO 7
BRUXA MAGNÓLIA - Achei! Achei o feitiço! Silêncio, eu tenho dizer “Xixi xiriri xipum. Pelos poderes das trevas, eu Bruxa Magnólia, transformo em sapos essas crianças!”.
(Bruxa pede ajuda das crianças para falar o xixi xiriri xipum)
BRUXA MAGNÓLIA - Tudo bem, tudo bem, vamos começar. Xixi xiriri xipum. Pelos poderes das trevas, eu Bruxa Magnólia, transformo...”
MONSTRO1 - Majestade...
BRUXA MAGNÓLIA - Cale a boca. Tenho que me concentrar!!!! Xixi xiriri xipum. Pelos poderes das trevas, eu Bruxa Magnólia, transformo...
MONSTRO2 - Mas Majestade...
BRUXA MAGNÓLIA - Fiquem quietos.
(Rafaela se posiciona atrás da bruxa e combina com as crianças em fazer de conta que vai ajudar)
RAFAELA - Senhora Bruxa, agora a gente vai te ajudar a dizer tudo!!!
BRUXA MAGNÓLIA - Ah, muito obrigado!!!!
RAFAELA - Xixi xiriri xipum!
BRUXA MAGNÓLIA - Xixi xiriri xipum!
RAFAELA - Pelos poderes das trevas...
BRUXA MAGNÓLIA - Pelos poderes das trevas...
RAFAELA - Eu, Bruxa Magnólia...
BRUXA MAGNÓLIA - Eu, Bruxa Magnólia...
RAFAELA - transformo em sapos...
BRUXA MAGNÓLIA - transformo em sapos...
RAFAELA - esses monstros!
BRUXA MAGNÓLIA - esses monstros!
(Monstros viram sapos)
BRUXA MAGNÓLIA - O quê? Rafaela, você me enganou. Eu vou acabar com você!!!!
(Leleco aparece, chama atenção da Bruxa cantando)
BRUXA MAGNÓLIA - Eu é que vou te transformar numa minhoca, seu pirralho!!!! Xixi xiriri xipum! Pelos poderes das trevas, eu Bruxa Magnólia transformo em minhoca...”
(Leleco atira com a funda. A varinha cai. Rafaela pega. Joga prá Leleco. Bruxa corre de um lado para o outro. Até que a Bruxa pega Leleco e ele joga a varinha para a plateia quebrar.)
LELECO - Quebrem!!!
BRUXA MAGNÓLIA - Devolvam minha varinha!
RAFAELA - Quebrem a varinha!!!
(Crianças quebram a varinha. Bruxa morre. Rafaela volta a ser criança, bem como os monstros)
LELECO - Rafaela, você voltou a ser uma menina!!!
RAFAELA- Voltei sim!!! Obrigado Leleco, vocês me salvaram!!!
MONSTRO1 - Nós também estamos livres.
(Monstros soltam os meninos)
RAFAELA - Agora minha floresta vai voltar a ser alegre, com flores, com pássaros, ninguém mais com fundas.
LELECO - Isso mesmo Rafaela. Ninguém mais vai maltratar os bichinhos e a floresta, que agora será a Floresta da Alegria sem Fim.
(Final cantando)
Fontes:
SOUZA, Gérson César. Dons Diversos.
Imagem = http://www.desvendandoteatro.com
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