Quando Brahma, o deus criador, descansava,
derramou uma lágrima sobre o chão de ouro do monte Meru e assim nasceu o
primeiro macaco. Um dia, ao contemplar seu reflexo no lago e pensando se tratar
de um inimigo, o macaco se atirou nas águas, mergulhou até o fundo mas não encontrou
ninguém. Ao sair, havia se transformado numa fêmea.
O grande Indra se apaixonou por aquela
linda macaca e dessa união nasceu Vali. Surya,
o Sol, também se enamorou dela e desse encontro nasceu Sugriva. Numa ocasião em
que a mãe banhava os filhotes no lago, ficou toda respingada da água que os
macaquinhos lhe atiravam e, nesse momento, percebeu que havia voltado a ser
macho. Levou, então, os filhos até Brahma e este deu a Vali uma cidade da qual
ele se tornou rei. Mas nada deu a Sugriva.
O primeiro macaco foi morar no céu e lá de
cima viu que Vali parecia ter o domínio de tudo. Então pediu a Vayu, o deus do
vento, que gerasse um filho macaco, a fim de que se fosse o fiel amigo de
Sugriva.
Um dia, quando soprava no alto de uma
montanha, o deus do vento encontrou uma bela macaca sonhadora que passeava
distraída. Vayu se uniu a ela e nasceu Hanuman, cujo nome significa “o que tem
mandíbulas fortes”. Porém, a macaca
abandonou o filhote na entrada de uma caverna e foi embora. Sozinho e com fome,
Hanuman se pós a correr atrás do sol para devorá-lo. Isso provocou a raiva de
Rahu, a cabeça sem corpo, engolidora do sol e provocadora dos eclipses.
Rahu reclamou com Indra e ele, montando em
seu elefante Airavata, derrubou Hanuman com um raio. Na queda, o macaco quebrou
a mandíbula. Vayu tomou o filho ferido nos braços e tal foi sua tristeza que se
recolheu no interior de uma caverna, recusando-se a ventar. De repente, desapareceram
as dez formas de vento e o mundo parou de respirar.
Os deuses apavorados com o perigo que
ameaçava toda a criação, imploraram o perdão de Vayu e ofereceram a Hanuman o
dom da imortalidade, a coragem total e o poder da cura.
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